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COMMITTEE 102 2.7.2.1 Utilidade

2.6 O PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO SINAES A Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004 (BRASIL, 2004a), que

2.6.2 A Hierarquia das Dimensões

Tendo em vista a importância e abrangência distintas das dez dimensões, são a elas atribuídos diferentes pesos. Portanto, o cálculo do conceito final da avaliação institucional é fruto de uma média ponderada dos conceitos atribuídos a cada uma das dimensões.

A definição dos pesos considera, fundamentalmente, a natureza das atividades contempladas nas diferentes dimensões. Sendo assim, é importante observar que o SINAES possui dimensões que dizem respeito às atividades finalísticas e aos procedimentos organizativos e operacionais das instituições (BRASIL, 2006a).

As atividades finalísticas abrangem os recursos necessários à execução das atividades de ensino, pesquisa e extensão. As Dimensões 2, 5 e 7, envolvem todos os recursos humanos, físicos e de infra- estrutura disponíveis para a realização do trabalho acadêmico.

As Dimensões com esta característica são:

Dimensão 2: Políticas para o Ensino, a Pesquisa e a Extensão; Dimensão 5: Políticas de Pessoal;

Dimensão 7: Infraestrutura Física.

As demais Dimensões do SINAES, por sua vez, dizem respeito aos procedimentos organizativos e operacionais das instituições, incluindo suas responsabilidades e compromissos com a sociedade. São elas:

Dimensão 1: Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional;

Dimensão 4: Comunicação com a Sociedade; Dimensão 6: Organização e Gestão da Instituição; Dimensão 8: Planejamento e Avaliação;

Dimensão 9: Políticas de Atendimento aos Estudantes; Dimensão 10: Sustentabilidade Financeira.

Em um processo de avaliação que privilegia a missão educativa e científica das instituições de ensino, as dimensões avaliativas que apresentam maior importância com vistas à concretização do projeto institucional são relativas às atividades finalísticas – ou seja, as Dimensões 2, 5 e 7. Por isso, no cálculo do conceito final da avaliação institucional, estas devem receber peso maior que as referentes aos procedimentos organizativos e operacionais.

A definição dos pesos, além de contemplar a participação diferenciada de cada uma das dez dimensões no processo de construção da qualidade da IES, considera também o número de indicadores presentes nas mesmas. Desta forma, torna-se possível evitar que a importância relativa de um indicador, na composição do conceito final, seja potencializada ou reduzida em conseqüência da forma de apropriação dos resultados (BRASIL, 2006a).

Em face destas considerações, como diretriz orientadora da definição do número de indicadores em cada dimensão, assim como das ponderações estatísticas para definição do conceito institucional de cada IES, o peso de cada dimensão está definido no Quadro 6.

Quadro 6 - Quantidade de Indicadores e Pesos referentes às Dimensões Institucionais

Dimensão Indicadores Peso

1. A missão e o plano de desenvolvimento institucional 2 5 2. A política para o ensino, a pesquisa, a pós-

graduação, a extensão e as respectivas normas de operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, para as bolsas de pesquisa, de monitoria e demais modalidades.

7 35

3. A responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que se refere à sua contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural

4 5

5. As políticas de pessoal, de carreiras do corpo docente e corpo técnico-administrativo, seu

aperfeiçoamento, seu desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho.

6 20

6. Organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e representatividade dos colegiados, sua independência e autonomia na relação com a

mantenedora, e a participação dos segmentos da comunidade universitária nos processos decisórios.

4 5

7. Infraestrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação.

5 10

8. Planejamento e avaliação, especialmente em relação aos processos, resultados e eficácia da auto-avaliação institucional

3 5

9. Políticas de atendimento aos estudantes 4 5 10. Sustentabilidade financeira, tendo em vista o

significado social da continuidade dos compromissos na oferta da educação superior

3 5

Fonte: Brasil (2010c).

Ao final do preenchimento do instrumento, após o cálculo do conceito final de avaliação da Instituição de Educação Superior (Conceito Institucional), os avaliadores devem apresentar uma análise geral e conclusiva, com a identificação de potencialidades e fragilidades da instituição e a proposição de recomendações com vistas à melhoria da sua qualidade. O parecer analítico final deverá ser coerente com os conceitos atribuídos e refletir com clareza a opinião dos avaliadores. 2.7 O JOINT COMMITTEE ON STANDARDS FOR EDUCATIONAL

EVALUATION – JCSEE

O Joint Comitteeon Standard for Educational Evaluation (JCSEE) é um Comitê misto formado por associações profissionais americanas, preocupadas em aferir a qualidade de um processo avaliativo. O Comitê está alojado no Centro de Avaliação da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, sob a presidência do Prof. Dr. Don Yarbrough (JCSEE, 2013).

O Joint Committee é credenciado pelo American National Standards Institute (ANSI), o que na prática veio a significar que os padrões definidos pelo JCSEE passaram a ser adotados como padrões nacionais e, como tal, foram internacionalizados (RISTOFF, 2000a).

Corroborando essa afirmativa, Elliot (2011) destaca que o trabalho do Joint Committeeé pioneiro e a sua importância é reconhecida internacionalmente, dado que importantes instituições de avaliação de diversos países o adotam como base de referência para a definição de seus processos avaliativos.

Além de estabelecer padrões de avaliação, o JCSEE também está envolvido na revisão e atualização das normas publicadas, no treinamento de formuladores de políticas, avaliadores e educadores, para a utilização dos padrões, e na difusão da literatura sobre o tema (JCSEE, 2013).

Ristoff (2000a) enfatiza que, embora o trabalho do Joint Committee não esteja voltado especificamente para a avaliação institucional, é um importante instrumento, por diversas razões, desde o auxílio às instituições educacionais melhor entenderem o potencial de atividades por elas desenvolvidas, e principalmente pela definição que proporciona à própria atividade avaliativa, considerada como uma investigação sistemática do mérito e valor do objeto avaliado.

Esse breve panorama indica que os atributos e padrões de avaliação definidos pelo Joint Committeesão abrangentes e transpõem fronteiras, possibilitando, dessa forma, o seu uso em processos de avaliação educacional brasileiros. Nesse sentido, apresenta-se o elenco de princípios, atributos e indicadores para orientar a construção de sistemas e processos de avaliação educacional, com a finalidade de julgar o mérito e o valor do Processo de Avaliação Institucional do SINAES.