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2.4 Histórico da Qualidade

2.4.1 Histórico da Qualidade no Brasil

De acordo com Ferreira (2003), no Brasil, em 1990, com a ‘substituição de importações’ pela ‘consolidação da indústria nacional’, o TQM começou a ganhar espaço. Iniciativas como a criação do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ), a criação de Prêmios Estaduais e Setoriais e a criação do Programa da Qualidade no Serviço Público, evidenciaram o empenho brasileiro em participar da corrida internacional da qualidade. Em 1991, a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) lançou os critérios do Prêmio Nacional da Qualidade, inspirada no Prêmio Americano da Qualidade Malcolm Baldrige, cujo primeiro ciclo de avaliação foi em 1992 (CORTE, 2006).

O documento Critérios (FNQ, 2006), explica que a FNQ, entidade sem fins lucrativos, foi criada pela iniciativa de representantes de 39 organizações brasileiras. Sua principal função era administrar o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) e as atividades do processo de premiação no Brasil, além de representar o PNQ nos fóruns internacionais. Os processos de desenvolvimento da FNQ contaram com três marcos importantes:

• De 1992 a 1996: desenvolvimento da estrutura e conquista da credibilidade baseada em sólidos conceitos e critérios de avaliação da gestão das organizações;

• De 1997 a 2003: consolidação do PNQ como marco referencial para a excelência em gestão no país;

• Desde 2004: conscientização de profissionais e empresários de todo o Brasil da importância de uma gestão eficaz e disseminação dos conceitos e fundamentos da excelência que fazem parte do Modelo de Excelência da Gestão (MEG). O MEG é baseado nos Fundamentos da Excelência em Gestão os quais expressam conceitos que se traduzem em práticas encontradas em organizações de elevado desempenho, líderes de Classe Mundial. Esses fundamentos são: pensamento sistêmico; aprendizado organizacional; cultura de inovação; liderança e constância de propósitos; orientação por processos e informações; visão de futuro; geração de valor; valorização de pessoas; conhecimento sobre o cliente e o mercado; desenvolvimento de parcerias e responsabilidade social. O MEG (figura 2.1) é a representação de um sistema gerencial constituído de sete elementos integrados, a saber: liderança; estratégias e planos; clientes; sociedade; informações e conhecimento; pessoas; processos e resultados (FNQ, 2006).

A FNQ (2008f)esclarece que, com a consolidação do prêmio em 2005, ampliou-se seu escopo de atuação com a instituição da missão de ‘disseminar os Fundamentos da Excelência em gestão para o aumento da competitividade das organizações e do Brasil’. Além disso, a FNQ instituiu como visão “ser um dos principais centros mundiais de estudo, debate e irradiação de conhecimento sobre a Excelência em Gestão”. Atualmente, a FNQ tem como objetivo a difusão nacional desse conceito nas instituições. Foram constituídos quatro eixos estratégicos com o intuito de colocar a FNQ à frente de suas congêneres mundiais:

• Premiação; • Inovação; • Educação; • Mobilização.

Figura 2.1 – Modelo de Excelência da Gestão

Fonte: FNQ (2006)

Para disseminar os Fundamentos e os Critérios de Excelência, a FNQ (2008g) conta com a seguinte plataforma:

• Micros e Pequenas Empresas: a FNQ promove parcerias a fim de contribuir com a implementação de um sistema de gestão voltado para a conquista de resultados que contribuam para a sustentabilidade e perenidade das Micro e Pequenas Empresas (MPEs). O objetivo dessas parcerias é mobilizar os agentes econômicos, em especial nas regiões que tenham forte presença dos empreendimentos de pequeno porte, para o tema da excelência em gestão.

• Rede Nacional de Gestão: a FNQ estimulou e participou da criação de diversas premiações setoriais, estaduais e regionais no Brasil. Além disso, edita, desde 1996, uma publicação que é referencial de avaliação para essas premiações intermediárias, mantendo o alinhamento com os Critérios de Excelência. Para alinhar todos esses processos de premiação com os do Prêmio Nacional da Qualidade, a FNQ estruturou e consolidou a Rede Nacional da Gestão Rumo a Excelência. O marco da consolidação dessa rede, em março de 2005, foi a publicação do documento Rumo a Excelência, modelo e instrumento de avaliação que estão sendo aplicados nas premiações regionais e setoriais para as organizações que buscam os primeiros passos na direção de uma gestão competitiva.

• Transferência de Tecnologia: a FNQ apóia a criação de premiações alinhadas ao PNQ e orienta a entidade promotora do prêmio sobre os diversos aspectos que devem ser observados no processo de premiação. Algumas das atividades envolvidas é a orientação sobre o processo de avaliação/premiação; curso de juízes e de preparação da banca e revisão dos relatórios de avaliação. Nesse processo, a FNQ já realizou projetos com os Correios (2004), Prêmio Mineiro da Qualidade - PMQ (2003), Prêmio Qualidade Rio - PQRio (2003), Senai (2002), dentre outros.

• Chancela para Prêmios: a FNQ conduz essa atividade cuja função é assegurar a idoneidade do processo de avaliação utilizado por instituições gestoras de prêmios. Tem como objetivo zelar para que todas as etapas de avaliação ocorram exatamente conforme as regras estabelecidas pela entidade promotora do prêmio.

Desde a sua criação até final de 2007, a FNQ concluiu 16 ciclos de premiação, com 398 candidaturas ao PNQ, 398 Relatórios de Avaliação entregues às Candidatas e 106 organizações foram visitadas pela banca examinadora do PNQ. Também foram distribuídos 534 mil Critérios de Excelência e 16 mil pessoas foram treinadas no Modelo de Excelência da Gestão, (FNQ, 2008a).

Para que se possa melhor entender o funcionamento da FNQ, é apresentada a estrutura organizacional da FNQ na figura 2.2.

Figura 2.2 – Estrutura Organizacional da FNQ Fonte: FNQ, (2008b).

A administração da FNQ compete ao:

• Conselho Curador, órgão máximo de deliberação e orientação.

• Diretoria Executiva, composta por cinco membros nomeados pelo Conselho Curador. • Comissão de Supervisão, órgão consultivo técnico.

• Conselho Fiscal, composto por cinco membros efetivos selecionados dentre os representantes dos instituidores e mantenedores.

• Conselho de Notáveis, composto por membros efetivos que tenham contribuído com a Fundação ou com a causa da qualidade no País.