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HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS – SPCI

Os incêndios são uma parte importante do desenvolvimento da civilização. Entretanto, a utilidade do fogo não é parte da engenharia de proteção contra incêndios. Pelo contrário, na engenharia de proteção contra incêndios consideramos a sua força destruidora, que deve ser controlada para que nosso mundo possa continuar progredindo. Durante muitos anos esse trabalho estava circunscrito às brigadas contra incêndios, mas basicamente no último século, os engenheiros de proteção contra incêndios têm utilizado seu empenho, conhecimento e perícia para o controle do fogo destrutivo. Nesse tópico abordaremos o Histórico dos sistema de proteção contra incêndios no mundo e no brasil (Moncada, 2019).

De acordo com o Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (CB-24), existem 77 normas de segurança contra incêndio em vigor e outras 3 de Comissões de Estudo Mistas, totalizando 80 normas no Brasil. A National Fire Protection Association (NFPA) possui 383 Códigos e Padrões de Consenso (normas). A diferença, nessa comparação, é brutal, havendo a necessidade de se levar em conta não só a questão cultural, mas também o fato de que a NFPA (1896) é um pouco mais antiga que a ABNT (1940).

2.4.1 No Mundo

A história da engenharia de proteção contra incêndios se inicia na Roma antiga, onde o imperador Nero ordenou a preparação de um Código de Edificações no qual se requeria a utilização de materiais resistentes ao fogo nas paredes externas das residências. Mais tarde, no século XII em Londres, foram feitas regulamentações que requeriam a construção de paredes de pedra de 90 cm de espessura e 4,90 de altura entre edificações, com o objetivo de atuar como barreiras corta fogo (Moncada, 2019).

Mas foi durante a revolução industrial na Grã-Bretanha no século XVIII, e mais tarde nos EUA, no século XIX, que mudou o semblante da engenharia de proteção contra incêndios. Nessa época teve início a construção de fábricas de vários pavimentos, grandes depósitos, edifícios altos e processos industriais perigosos, que tornaram evidente a necessidade de novas tecnologias de proteção contra incêndios. Foi na Nova Inglaterra, no final do século XIX, depois de vários incêndios espetaculares, que nasceu a NFPA em 1896, os seguros contra incêndios e a engenharia moderna de proteção contra incêndios (Moncada, 2019).

As organizações internacionais como a National Fire Protection Association (NFPA), a British Standards Institution (BSI) e a German Institute for Standardization (DIN), entre outras, têm desenvolvido, ao longo dos anos, um trabalho fundamental na criação de normas de referência na Segurança Contra Incêndio em Edificações. Os resultados obtidos em centros de pesquisa de renome, como o National Institute of Standards and Technology (NIST), são, muitas vezes, incorporados nos códigos e normas. A seguir um breve histórico dessas associações e apresentação dessas associações e instituições criadoras das normas internacionais, e suas abordagens, referentes ao controle de extração e controle de fumaça (Seito et al., 2008).

A associação internacional NFPA, fundada em 1896, é uma organização internacional sem fins lucrativos que objetiva a redução de riscos e efeitos do fogo, fornecendo e defendendo códigos e normas, investigações, formação e educação. A NFPA é uma prestigiada referência mundial e internacionalmente reconhecida como uma autoridade em normas e regulamentos técnicos de SCIE, com mais de 70 mil pessoas atuando de quase 100 nações e possuindo cerca de 300 códigos e normas que estabelecem critérios para construção, reforma, projeto, serviço e instalação nos Estados Unidos, assim como em outros países (Seito et al., 2008).

Possui mais de 200 comitês de código e de padrão de desenvolvimento técnico compostos por mais de 6.000 bancos de voluntariado – que podem votar em propostas e revisões de processos do American National Standards Institute (ANSI). A NFPA oferece acesso online e gratuito de todos seus códigos e normas (Seito et al., 2008)..

A associação internacional ISO, fundada em 1947, é a maior desenvolvedora mundial de normas internacionais voluntárias, com intuito de estabelecer especificações para produtos e serviços e boas práticas colaborando para que a indústria seja mais eficiente. É uma organização independente (não-governamental) composta por membros de 162 países e 3.368 órgãos técnicos, com mais de 150 pessoas trabalhando em secretarias centrais coordenadoras em Genebra e na Suíça. Possui mais de 19.500 normas abrangendo quase todos aspectos de tecnologia e fabricação (Seito et al., 2008).

2.4.2 No Brasil

Com o passar dos anos, os órgãos competentes têm atualizado regulamentações para dirimir os riscos de incêndio nas edificações e historicamente, no Brasil, os grandes incêndios que comoveram a população e as autoridades foram fatos propulsores do desenvolvimento de legislações mais técnicas e capazes de aumentar a segurança dos edifícios. Vários Estados brasileiros após as trágicas cenas vividas pelos paulistas também deram início às suas respectivas legislações (Seito et al., 2008).

O corpo de bombeiro é a entidade mais atuante na criação de normas, referente à prevenção de incêndios. As normas são discutidas, editadas ou criadas geralmente baseadas nos trágicos acontecimentos e na experiência adquirida no atendimento diário de ocorrências (Seito et al., 2008).

Abaixo segue uma evolução histórica com os principais fatos referentes a prevenção e combate a incêndio no Brasil:

 1852 – Projeto de lei à Assembléia Provincial, visando aprovação de um Código de prevenção e Extinção de Incêndios;

 1856 – Corpor de Bombeiros da Corte na cidade do rio de Janeiro;

 1867 – Corpo policial Permanente da Província de São Paulo, encarregado das missões de combate a incêndio;

 1880 – Aprovação da Lei nº6 criando o Corpo de Bombeiros do Município de São Paulo;

 1881 – Inaugurado o serviço de águas de São Paulo, sendo omplantadas diversas válvulas pela cidade (hidrante da época);

 1886 – Código de posturas obrigando a presença de aguaceiros, nos locais de incêndio;

 1908 – Regulamentação de um decreto que constam algumas medidas de prevenção de incêndio;

 1929 – Projeto nº 71 contendo todas as exigências que o Corpo de Bombeiros julgava como mínimo indispensável;

 1943 - por meio do Decreto-lei nº 13.3468, o corpo de bombeiros se reestrutura, ampliando sua competência para o Estado de São Paulo. Nesse mesmo Decreto-lei, surge a Seção Técnica, responsável pela vistoria e levantamentos;

 1955 – Lei nº 4615 incorpora ao Código de obras exigências de proteção e a devida instalação de equipamentos contra incêndio para alguns tipos de ocupações, tais como: hotéis, escolas, hospitais, mercados particulares, casas de reunião, fábricas e oficinas, garagens coletivas, depósitos de carbureto de cálcio, armazéns de algodão e fábricas de explosivo.

 1958 - por meio do Decreto nº 32.78111, a Diretoria de Incêndios e Salvamentos passa a denominar-se Diretoria de Bombeiros.

 1959 – apresente “visto” de aprovação do Corpo de Bombeiros da Capital, referente às instalações prediais contra incêndios de acordo com a característica da edificação;

 1962 - Ampliaram os tipos de proteção contra incêndio e as exigências previstas nas edificações;

 1981 – Ato normativo do Comando da Corporação para especificações para instalações de prevenção de combate a incêndios;

 1983 - Corpo de Bombeiros de São Paulo conseguiu as suas primeiras Especificações para Proteção e Combate a Incêndios anexas a uma legislação, o Decreto Estadual nº 20.811;

 1983 - surgindo a Nota de Instrução Técnica nº DAT 002/03/83;

 1985 - Decreto Estadual nº 20.881/83aprova a NIT N.º CCB-001-03/85;

 1993 – aprovado o Decreto Estadual nº 38.06927 que possuía em anexo as atuais Especificações para Instalação de Proteção contra Incêndio;

 1995 - publicação da Instrução Técnica nº CB-001-33-96