A empresa Indústria Metalúrgica Inovação Ltda foi fundada no ano 2000, de natureza jurídica limitada constituída por dois sócios pessoas físicas, inicialmente suas instalações foram em um prédio de aproximadamente 1.000m² localizada distrito industrial da cidade de Santa Rosa/RS. Sua atividade sempre foi direcionada ao setor metal mecânico, no início a empresa produzia peças e componentes da linha agrícola para atender empresas do setor do polo.
Com o mercado em constante evolução, identificou a necessidade de atender outros mercados que na época encontrava-se fortemente aquecido, com a inserção de novas tecnologias, a empresa realizou investimentos em novas máquinas e equipamentos e concomitantemente ocorreu a necessidade de aumentar o número de empregados, ocorrendo à contração de novos empregados e a necessidade de treinamentos aos empregados existentes.
A empresa expandiu sua estrutura, e sua área fabril passou para 3.800m² de área construída, tendo autonomia produtiva, desenvolvendo processo de fornecimento de produtos e serviços diretamente para empresas montadoras de médio e grande porte. Além do setor agrícola, passou a atender também os setores de armazenagem e rodoviário.
Consolidou-se no mercado nacional pela qualidade aplicada nos componentes, peças produzidas e conjuntos montados, objetivando atender o mercado cada vez mais exigente. A indústria investiu constantemente em avanços tecnológicos, com profissionais altamente preparados em todos os níveis do processo produtivo, tendo como resultado soluções em produtos e serviços para seus clientes.
Com o passar dos anos a empresa manteve-se em processo de evolução, conquistando assim a credibilidade de clientes de nível nacional e internacional, apresentando ao mercado produtos industrializados com tecnologia de ponta tendo como foco a produtividade e a competitividade, com padrões internacionais.
No entanto, devido à crise política instaurada em 2011, a mesma sofreu grande impacto financeiro com o rompimento de contratos da área de pavimentação e usina de asfalto. Diante disso, a alternativa para sustentação da empresa foi à fusão com a empresa Stara S/A Indústria de Implementos Agrícolas. Sendo constituída por um sócio pessoa física e a majoritária das quotas a empresa jurídica.
A Stara atua em todo o território nacional e está presente nos cinco continentes, exportando para mais de 35 países. Atualmente a produção da Metalúrgica Inovação é 100% para o mercado agrícola, e sua produção é diretamente ligada para atender a produção da empresa Stara.
As perspectivas para o futuro de produzir na planta Santa Rosa, produtos acabados que possam ser comercializados diretamente para os produtores. Hoje produz apenas partes de implementos e máquinas para a empresa Stara, que monta os produtos finais e realiza a comercialização.
Antes da fusão, a empresa tinha uma política de trabalho familiar, tendo a comunicação e o acesso para os empregados eram de forma ilimitada com a direção e seus superiores. Após a fusão, pelo fato de ser uma empresa de grande porte, criaram-se expectativas, por parte dos empregados, de mudanças de cultura organizacional, tanto para o setor operacional como para o administrativo.
Como os empregados conheciam a empresa Stara imaginou-se uma nova cultura organizacional, novas formas de trabalho, novos produtos, expectativas de melhorias de ambiente de trabalho, aperfeiçoamento profissional, remuneração e crescimento pessoal e profissional.
Ao começar o processo de adaptação, por questões jurídicas a empresa ainda não consolidou a compra total do capital social, possuindo hoje 70% (setenta por cento) do capital social investido e não tem a denominação social Stara, e sim Indústria Metalúrgica Inovação Ltda. Agregou a filosofia da nova empresa, novos tratamentos legais trabalhistas e implementou alguns benefícios diferenciados que não existiam.
Para o processo de contratação houve a proposta da política salarial, pelo qual o empregado tem a visão do seu crescimento salarial e da sua remuneração a ser recebido futuramente. Outro benefício utilizado é o vale alimentação que pode ser visto como um diferencial para a decisão do empregado de optar por trabalhar na empresa, já que as demais empresas na cidade não possuem este benefício.
No processo de manter pessoas a empresa argumenta o bom plano salarial, sendo possível o empregado visualizar a sua evolução salarial com suas perspectivas de crescimento. Não possui ainda plano de cargos e salários, argumenta dificuldades em manter um plano deste porte no momento. Possui um programa de desenvolvimento de segurança do trabalho com o objetivo de eliminar os acidentes e em consequência reduzir significativamente o número de reclamatórias trabalhistas.
permanência do empregado no mês de fevereiro de 2017, são demonstrados no quadro 4:
Quadro 4 – Tempo de permanência do empregado na empresa
Anos até 2 de 2 a 3 de 4 a 5 de 6 a 10 acima de 11 TOTAL
Nº empregados 42 84 32 14 11 183
% 23% 46% 17% 8% 6% 100%
Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa.
Sendo que o total de 183 empregados, 23% estão na empresa até 2 anos, 46% estão entre 2 a 3 anos, 17% permanecem na empresa de 4 a 5 anos, 8% entre 6 a 10 anos e acima de 11 anos totalizam 6% do total dos empregados. O que representa o baixo índice de rotatividade e também a capacidade que a empresa tem no processo de manter pessoas por períodos superiores a dois anos.
O índice de absenteísmo incluindo faltas injustificadas e atestado médico somam o percentual de 1%, índice este, considerável aceito pela empresa.
O processo de demissão se dá de forma clara para o empregado, todo o empregado, ao ser desligado, tem conhecimento sobre a causa e o motivo da sua demissão. Antes de demitir, esgotam-se as conversas com o empregado com a finalidade de fazer com que o mesmo não seja demitido. Em casos especiais há demissões por justa causa, conforme atos determinados na legislação.
A empresa procura trabalhar no limite da sua capacidade, abrindo novos postos de trabalho após ter certeza que não irá precisar demitir em seguida. Portanto, a organização prefere que este novo empregado tenha uma longa passagem na empresa, sendo assim, o motivo pelo qual os empregados permanecem na empresa por períodos maiores.
Possui a empresa 183 empregados ativos, os quais possuem grau de instrução de escolaridade expresso no quadro a seguir.
Quadro 5 – Escolaridade dos empregados
Grau de Instrução Empregados %
Ensino Fundamental até 4ª série 5 3%
Ensino Fundamental até 8ª série Incompleto 14 8%
Ensino Fundamental até 8ª série Completo 34 19%
Ensino Médio Incompleto 35 19%
Ensino Superior Incompleto 9 5%
Ensino Superior Completo 8 4%
Pós-Graduação Incompleto 0 0%
Pós-Graduação Completo 2 1%
TOTAL 183 100%
Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa.
A empresa tem 3% dos seus empregados que possuem o ensino fundamental até a 4ª série, 8% cursaram o ensino fundamental até a 8ª série incompleta e 19% tem o ensino fundamental completo, 19% tem o ensino médio completo, 41% tem o ensino médio completo, 5% tem o ensino superior incompleto, 4% têm o ensino superior completo e 1% dos seus empregados tem a pós-graduação completa.
De acordo com Robbins (2000), a maioria da demanda no local de trabalho exigem um nível de leitura e de compreensão de ensino médio e por isso, as empresas estão sendo obrigadas a oferecer aptidões básicas de leitura e português para os seus empregados, para conseguir uma leitura de atualização das instruções dos novos equipamentos de trabalho inseridos no mercado.
É prudente reconhecer a necessidade da importância da educação básica, e de incentivar a conclusão, de no mínimo o ensino médio para os seus trabalhadores, pois 49% dos 183 empregados que a empresa possui, não possuem o ensino médio completo, este resultado auxilia na facilidade de ampliar o nível de interpretação e de análise dos empregados, nos processos característicos da organização.
Dos 183 empregados, 148 estão trabalhando no setor operacional e 35 estão distribuídos nos setores administrativos. Segue tabela demonstrando os departamentos administrativos, os cargos, quantidades de empregados em cada cargo, quais os cargos demandam formação, a escolaridade exigida para o cargo e qual a formação necessária para o cargo.
Quadro 6 – Dados dos departamentos, os cargos, número de empregados, demanda de formação, escolaridade e a formação.
Departamento Cargo Nº
Demanda formação
S/N
Escolaridade Qual a formação
Compras Aux. Compras 2 S Ensino Médio Desenho/Metrologia Contabilidade Assit. Dpto Fiscal 1 S Ensino Médio Contabilidade
Aux. Administrativo 1 S
Gerência Gerente industrial 1 S Ensino Médio Desenho/Metrologia
Limpeza Servente de Limpeza 3 N N N
Recepção Recepcionista 3 N Ensino
Recursos Humanos Gerente de RH 1 S Ensino Médio Administração/RH
Aux. RH 1 S Recursos Humanos
TI Tec. Sup. Sistemas 1 S Ensino Técnico TI
Aprendiz Aprendizes 9 S Curs. Ensino
Médio Desenho/Metrologia Métodos e Processos Supervisor de Eng. 1 S Ensino Técnico Desenho/Metrologia
Aux. Desen. Processo 3 S Engenharia
Tec. Desen. Produto 2 S Engenharia
PCP
Aux. PCP 3 S
Ensino Médio Curso de PCP Planejador PCP 1 S
Programador PCP 1 S Supervisor de PCP 1 S
Total 35
Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa.
O setor operacional possui 148 empregados o qual todos os cargos exigem no mínimo o curso de desenho ou metrologia. Para alguns cargos é necessário outras qualificações, tais como os cursos de: dobra, corte lases/plasma, mecânico industrial, operador de empilhadeira, elétrica, montagem, pintura, qualidade, segurança do trabalho, solda e torneiro mecânico.
Segue quadro demonstrando, para evidenciar o primeiro objetivo do estudo, os departamentos do setor operacional, o cargo, a quantidade de empregados por cada cargo, se demanda formação, qual a formação e a escolaridade exigida para o cargo:
Quadro 7 – Dados dos departamentos operacional, os cargos, número de empregados, demanda de formação, escolaridade e a formação exigida.
Departamento Cargo Nº Demanda
formação S/N Escolaridade Qual a formação
Almoxarifado Almoxarife 2 S Ensino
Fundamental Desenho/Metrologia Facilitador de Produção 1 S
Calandra Op. Calandra 1 S Ensino
Fundamental
Desenho/Metrologia + Dobra
Op. Viradeira 1 S
Coordenação
de Setor Coord. Seção Produção 6 S Ensino Médio Desenho/Metrologia
Corte Laser Op. Corte Laser 4 S Ensino
Fundamental
Desenho/Metrologia + Corte laser/plasma Corte Plasma Op. Corte Plasma 4 S Ensino
Fundamental
Desenho/Metrologia + Corte laser/plasma Aux. Corte Plasma 1 S
Dobra Op. Viradeira 6 S Ensino Fundamental Desenho/Metrologia + Dobra Aux. Op. Viradeira 2 S
Facilitador de Produção 1 S
Expedição Exp. De Materiais 2 S Ensino
Ferramentaria Ferramenteiro 3 S Ensino Médio Desenho/Metrologia + Mecânico industrial Logistica Externa
Op. Empilhadeira 4 S Ensino
Fundamental
Curso de Op. Empilhadeira
Aux. Produção 1 S Desenho/Metrologia
Logistica Interna
Aux. Produção 4 S Ensino
Fundamental Desenho/Metrologia Facilitador de Produção 1 S
Manutenção Mec. Manut. Máquina 2 S N Elétrica/Manutenção
Montagem
Secretaria Manufatura 1 S Ensino Médio Desenho/Metrologia
Montador 10 S Ensino
Fundamental
Desenho/Metrologia + Montagem
Pintura
Jateador de Granalha 1 S N Desenho/Metrologia
Cont. de Produção 3 S N Desenho/Metrologia
Aux. Pintura 6 S N Desenho/Metrologia
+ Pintura
Pintor 6 S N Desenho/Metrologia
+ Pintura Qualidade Insp. Qualidade 4 S Ensino Médio Desenho/Metrologia
+ Qualidade Analista Qualidade 1 S
Recebimento Almoxarife 2 S Ensino
Fundamental Desenho/Metrologia SESMET Tec. Seg. Trabalho 1 S Ensino Técnico Tec. Seg Trabalho
Solda Facilitador de Produção 2 S N Desenho/Metrologia Soldador 59 S Desenho/Metrologia + Solda
Aux. Produção 3 S Desenho/Metrologia
+ Solda
Usinagem Fresador 2 S N Desenho/Metrologia
+ Torneiro mecânico Op. De Furadeira 1 S
Total 148 Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa.
Está análise delimita-se ao estudo da qualificação profissional para atender a demanda fabril, determinado pelos departamentos e cargos listados a seguir, totalizando 127 empregados, os quais serão objetos de estudo para fins da pesquisa que foi realizada com os empregados.
Quadro 8 – Dados dos departamentos operacional, os cargos, número de empregados, demanda de formação, escolaridade e a formação exigida dos cargos em estudo.
Departamento Cargo Nº Demanda
formação S/N Escolaridade Qual a formação
Calandra Op. Calandra 1 S Ensino
Fundamental
Desenho/Metrologia + Dobra
Op. Viradeira 1 S
Corte Laser Op. Corte Laser 4 S Ensino
Fundamental
Desenho/Metrologia + Corte laser/plasma Corte Plasma Op. Corte Plasma 4 S Ensino Desenho/Metrologia +
Aux. Corte Plasma 1 S Fundamental Corte laser/plasma Dobra Op. Viradeira 6 S Ensino Fundamental Desenho/Metrologia + Dobra Aux. Op. Viradeira 2 S
Facilitador de Produção 1 S
Ferramentaria Ferramenteiro 3 S Ensino Médio Desenho/Metrologia + Mecânico industrial Logistica
Externa
Op. Empilhadeira 4 S Ensino
Fundamental
Curso de Op. Empilhadeira
Aux. Produção 1 S Desenho/Metrologia
Logistica Interna
Aux. Produção 4 S Ensino
Fundamental Desenho/Metrologia Facilitador de Produção 1 S
Montagem
Secretaria Manufatura 1 S Ensino Médio Desenho/Metrologia
Montador 10 S Ensino
Fundamental
Desenho/Metrologia + Montagem
Pintura
Jateador de Granalha 1 S N Desenho/Metrologia
Cont. de Produção 3 S N Desenho/Metrologia
Aux. Pintura 6 S N Desenho/Metrologia +
Pintura Pintor 6 S N Desenho/Metrologia + Pintura Solda Facilitador de Produção 2 S N Desenho/Metrologia Soldador 59 S Desenho/Metrologia + Solda
Aux. Produção 3 S Desenho/Metrologia +
Solda
Usinagem Fresador 2 S N Desenho/Metrologia +
Torneiro mecânico Op. De Furadeira 1 S
Total
12 7
Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa.
Destes 127 empregados relacionados para o estudo, recorte da área operacional, para todos os cargos necessitam de cursos específicos relacionados às suas funções a na sua maioria é necessário ter a qualificação de metrologia e desenho, conforme demonstrado no quadro a seguir:
Quadro 9 – Cursos específicos e quantidade de empregados
Formação Nº empregados
Desenho/Metrologia + Dobra 11
Desenho/Metrologia + Corte laser/plasma 9
Desenho/Metrologia + Mecânico industrial 3
Curso de Op. Empilhadeira 4
Desenho/Metrologia 13
Desenho/Metrologia + Montagem 10
Desenho/Metrologia + Pintura 12
Desenho/Metrologia + Torneiro mecânico 3
TOTAL 127
Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa.
Sendo que 11 empregados necessitam do curso de “desenho/metrologia + dobra”, nove, “desenho/metrologia + corte laser/plasma”, três, “desenho/metrologia + mecânico industrial”, quatro de curso de operador de empilhadeira, 13 somente necessitam de “desenho/metrologia”, dez necessitam de “desenho/metrologia + montagem”, 12 “desenho/metrologia + pintura”, 62 empregados, e este em sua maioria necessitam da qualificação profissional dos cursos de “desenho/metrologia + solda” e três empregados carecem de “desenho/metrologia + torneiro mecânico”.
O setor de solda é o carro chefe da empresa, o qual demanda a sua necessidade de produção, e estes cargos devem ter melhor qualificação, exigindo aperfeiçoamento e maior qualidade dos serviços executados.
O processo de recrutamento e seleção primeiramente se dá pelo recrutamento interno, para o preenchimento das vagas, pelo intuito de atender o princípio da ascensão profissional do empregado e pelo objetivo de valorização de seus trabalhadores. Não preenchendo a vaga pelo processo interno a empresa abre o recrutamento externo, primeiramente inicia a busca no seu banco de dados, através dos currículos deixados diretamente na empresa ou entregues por conhecidos que trabalham na empresa.
A Stara, inicialmente, não busca alternativas fora, tais como no SINE (Sistema Nacional de Empresa), CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) e demais empresas especializadas neste processo, não é política da empresa. Pode haver este interesse de busca caso se esgote as possibilidades da empresa, menciona a entidade SINE como possível alternativa.
O gestor menciona que o município, como polo metal-mecânico, deveria ser formadora de mão-de-obra qualificada, declara que se cada metalúrgica formasse 50 empregados por ano, eles conseguiriam se inserir no mercado de trabalho. Ressalta ainda que seria interessante a ideologia em não se preocupar em treinar para si, e sim, em treinar independente para quem quer que fosse esta mão-de-obra.
Sobre estabelecer parcerias com outras entidades, com o propósito de realizar cursos de treinamento e desenvolvimento dos profissionais, as empresa relata que não descarta esta possibilidade, afirma se uma cooperação válida, mas, que no momento não pensa sobre realizar esta interação entre as partes.