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1. Na fixação do horário de trabalho, para além dos critérios legais, deve o empregador observar mais algum critério legal?

 Deve ser facilitado ao trabalhador a frequência de cursos escolares, ter especial atenção à proteção da segurança e saúde dos trabalhadores.

 Havendo trabalhadores pertencentes ao mesmo agregado familiar, a fixação do horário de trabalho deve tomar em conta essa situação.

 Deve ser respeitado o princípio geral da adaptação do trabalho ao homem, com vista atenuar o trabalho monótono em especial no que se refere às pausas.

2. Em caso de alteração do horário de trabalho, quais os procedimentos que o empregador deve observar?

a) Consulta prévia aos trabalhadores abrangidos, à comissão de trabalhadores, ou, na sua falta à comissão sindical ou intersindical ou aos delegados sindicais;

b) Afixação na empresa com a antecedência de 7 dias em relação à sua entrada em vigor, ou de três dias em caso de microempresa;

2.1. A alteração do horário de trabalho dá direito ao trabalhador a receber compensação económica?

Sim, desde que a alteração implique acréscimo de despesas para o trabalhador.

2.2. Se a alteração não durar mais que uma semana?

O empregador está obrigado a não recorrer a este regime mais de três vezes por ano e desde que registe cada alteração em livro próprio do qual conste ter sido previamente consultada e informada a comissão de trabalhadores ou, na sua falta, a comissão sindical ou intersindical ou os delegados sindicais.

3. O horário de trabalho deve ser afixado na empresa?

Sim, o horário de trabalho deve constar de um mapa, devendo ser afixado em lugar bem visível em todos os locais de trabalho.

3.1. O que deve constar do mapa de horário de trabalho? Firma ou denominação do empregador;

Atividade exercida;

Sede e local de trabalho dos trabalhadores a que o horário respeita;

Início e termo do período de funcionamento e, se houver, dia de encerramento ou suspensão de funcionamento da empresa ou estabelecimento;

Horas de início e termo dos períodos normais de trabalho, com indicação de

intervalos de descanso;

Dia de descanso semanal obrigatório e descanso semanal complementar, se este existir;

36 Instrumento de regulamentação coletiva de trabalho quando aplicável;

Regime resultante de acordo que institua horário de trabalho em regime de adaptabilidade se houver.

4. O que é o trabalho noturno?

É aquele que, de acordo com o fixado em instrumento de regulamentação coletiva, se verifica entre um período mínimo de sete e máximo de onze horas, incluindo sempre o período das 0 às 5 horas (ver cláusula 26.ª do N/ CCT).

4.1. E se não estiver fixado em convenção coletiva, qual é o período de trabalho noturno?

É o período (de nove horas) entre as 22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.

4.2. Quando é que se pode considerar um trabalhador como trabalhador noturno?

Quando pelo menos execute três horas de trabalho normal em cada dia, ou quando no ano, somado todo o trabalho noturno feito, se conclua, que atingiu pelo menos, o montante de três horas multiplicado pelo número de dias de trabalho anual.

4.2.1. Que direitos têm os trabalhadores noturnos?

Acréscimo de 25% relativamente à retribuição do trabalho prestado durante o dia, salvo exceções da lei e dos instrumentos de regulamentação coletiva (ver n.º 1 da clausula 34.ª do N/ CCT);

Em regime de adaptabilidade o período normal de trabalho diário do trabalhador noturno, não deve ser superior a oito horas diárias em média semanal;

A não fazer mais do que oito horas por dia se a atividade implicar riscos especiais, ou uma tensão física ou mental significativa (salvo trabalhadores que ocupem cargos de administração e direção, ou com decisão de poder autónomo que estejam isentos de horário de trabalho);

A realização de exame médico gratuito e confidencial, antes de colocados e depois, em intervalos, no mínimo de um ano;

A que o empregador avalie os riscos inerentes à atividade do trabalhador tendo em conta a sua condição física e psíquica, antes do início da atividade, de seis em seis meses, bem como antes de alteração das condições de trabalho;

A transferência, sempre que possível, para horário diurno desde que sofra de

problemas de saúde resultantes do trabalho efetuado à noite.

5. Quem define o horário de trabalho?

É o empregador que define os horários de trabalho dos trabalhadores ao seu serviço, de acordo com as regras legais, devendo antes consultar as comissões de trabalhadores, ou na sua falta as comissões intersindicais, as comissões sindicais, ou os delegados sindicais.

37 5.1. O que se considera tempo de trabalho?

É qualquer período durante o qual o trabalhador está a desempenhar a atividade ou se encontra à disposição da entidade empregadora. Também se considera tempo de trabalho determinados intervalos e interrupções (descansos).

5.2. Que interrupções e intervalos são tempo de trabalho?

a) As consideradas em instrumento de regulamentação coletiva, regulamento interno, ou usos frequentes da empresa (nota: o N/ CCT não prevê a obrigatoriedade de intervalos nos diferentes períodos de trabalho);

b) Interrupções ocasionais inerentes à satisfação de necessidades pessoais inadiáveis do trabalhador, ou quer as que o empregador consinta;

c) Interrupções por motivos técnicos, fatores climatéricos, ou por motivos económicos como por exemplo quebra de encomendas;

d) Intervalos para refeição em que o trabalhador tenha que ficar no espaço habitual de trabalho ou próximo dele, podendo ser chamado a prestar trabalho em caso de necessidade;

e) Interrupções ou pausas impostas por normas especiais de segurança, higiene e saúde no trabalho.

5.2.1. Existem limites mínimos e máximos dos intervalos de descanso?

A jornada de trabalho diária deve ser interrompida por um intervalo de descanso, de duração não inferior a uma hora, nem superior a duas, de modo que os trabalhadores não prestem mais de cinco horas de trabalho seguido.

5.2.2. Pode haver redução ou dispensa do intervalo de descanso?

Sim, por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho pode ser estabelecida a prestação de trabalho até seis horas consecutivas e o intervalo diário de descanso ser reduzido, excluído, ou ter uma duração superior à prevista no ponto anterior, bem como ser determinada a frequência e a duração de quaisquer outros intervalos de descanso do período de trabalho diário (ver clausula 19.ª do N/ CCT).

6. E obrigatório o registo dos tempos de trabalho?

O empregador deve manter um registo que permita apurar o número de horas de trabalho prestadas pelo trabalhador, por dia e por semana, com indicação da hora de início e de termo do trabalho.

7. O que é o período de funcionamento?

Entende-se por período de funcionamento o período de tempo diário durante o qual o estabelecimento pode exercer a sua atividade (ver artigo 16.º da Lei n.º 105/2009, de 14.09).

7.1. Como pode ser denominado o período de funcionamento? Estabelecimento de venda ao público - período de abertura.

38 8. Quais as modalidades de organização dos tempos de trabalho?

8.1. Adaptabilidade

Regime que permite que o período normal de trabalho possa ser fixado em termos médios, por certos períodos de tempo de referência, podendo ser aumentado até quatro horas e a duração do trabalho semanal pode atingir sessenta horas, só não se contando nestas o trabalho suplementar prestado por força maior (ver cláusula 21.ª do N/ CCT).

8.2. Banco de Horas

Regime que permite que o período normal de trabalho possa ser aumentado até quatro horas diárias e pode atingir sessenta horas semanais, tendo o acréscimo por limite duzentas horas por ano.

8.3. Horário concentrado

Regime que, apesar de não ser compatível a sua aplicação com o regime da adaptabilidade, permite que o período normal de trabalho diário possa ser aumentado até quatro horas diárias:

a) Por acordo entre empregador e trabalhador ou por instrumento de regulamentação coletiva, para concentrar o período normal de trabalho semanal no máximo de quatro dias de trabalho;

b) Por instrumento de regulamentação coletiva para estabelecer um horário de trabalho que contenha, no máximo, três dias de trabalho consecutivos, seguidos no mínimo de dois dias de descanso, devendo a duração do período normal de trabalho semanal ser respeitado, em média, num período de referência de 45 dias.

8.4. A aplicabilidade destas modalidades se encontra condicionada pelo N/ CCT?

Sim, apenas é possível a aplicação do regime da adaptabilidade nos termos da cláusula 21.ª do N/ CCT.

Quanto ao regime de Banco de horas, só é passível de implementação o regulamentado no código do trabalho quanto ao Banco de Horas Individual (ver artigo 208-A do código do trabalho aditado pela Lei n.º 23/2012).

8.5. Quais as condições de aplicabilidade do Banco de horas individual?  Acordo entre o empregador e o trabalhador;

 Aumento do período normal de trabalho até duas horas diárias;

 Não ultrapassar as 50 horas semanais;

 Acréscimo limitado às 150 horas por ano.

8.5.1. O acordo deve ser reduzido a escrito?

O acordo pode ser celebrado mediante proposta por escrito do empregador, presumindo-se a aceitação por parte de trabalhador que a ela não presumindo-se oponha, por escrito, nos 14 dias seguintes ao conhecimento da mesma.

39 8.5.2. O que deve o acordo regular?

 A compensação do trabalho prestado em acréscimo

 A antecedência com que o empregador deve comunicar ao trabalhador a necessidade de prestação de trabalho;

 O período em que a redução do tempo de trabalho, para compensar trabalho prestado em acréscimo deve ter lugar, por iniciativa do trabalhador ou, na sua falta, do empregador, bem como a antecedência com que qualquer deles deve informar o outro da utilização dessa redução.

8.5.3. Como pode ser feita a compensação do trabalho prestado em acréscimo?  Redução equivalente do tempo de trabalho;

 Aumento do período de férias;

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