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Hora do “Baú do Tesouro” – “A que sabe a Lua?

Capitulo III – Estágio em contexto de Educação de Infância

3.2. Intervenção pedagógica na Sala dos Pinguins (Jardim de Infância) Alguns

3.2.4. A magia dos livros

3.2.4.2. Hora do “Baú do Tesouro” – “A que sabe a Lua?

Noutro dia, resolvi ler o livro “A que sabe a Lua?”, de Michael Grejniec, porque no dia anterior, de manhã, quando o grupo estava a brincar no pátio, ficou muito espantado por ser dia e conseguir-se ainda vislumbrar a lua no céu azul.

Aproveitei o interesse e curiosidade do grupo sobre o tema e então fiz-lhes a seguinte questão: Já alguma vez pensaram a que sabe a Lua?

Foram variadas as respostas das crianças, a “pão”, a “sopa”, a “chocolate”, etc. Pedi que pensassem em casa sobre o assunto e prometi que, no dia seguinte, iria contar uma história que ia ajudar a descobrir a que sabe a Lua.

No dia seguinte, como prometido, resolvi ler a história na hora do recreio para todas as crianças que quisessem ouvir. Sentei-me no chão, gritei Hora do “Baú do Tesouro” e, para meu espanto, a maior parte das crianças que estavam no pátio naquele momento, até mesmo as crianças de outras salas, sentaram-se ao meu redor.

as crianças: Já alguma vez pensaram a que sabe a Lua?

Pedi para que cada criança desse a sua opinião, uma de cada vez, e no final, depois de todas terem falado, dei a minha opinião, dizendo que achava que a Lua sabia a morango porque era o meu fruto preferido.

Perante o olhar atendo do grupo, no final, fiz várias questões como: Qual foi o primeiro animal a querer provar a Lua?

A tartaruga subiu a uma montanha muito, muito alta, mas não conseguiu tocar na Lua. O que fez ela para resolver o problema?

Por que razão chamou o elefante? Por ser gordo? Por ter uma tromba grande? Quem conseguiu finalmente provar a Lua?

O grupo conseguiu responder às questões sem grandes dificuldades mas não percebiam como é que o peixe tinha uma Lua dentro de água.

Tive que ajudá-las a perceber que o peixe se referia à imagem da Lua refletida na água e não à Lua propriamente dita e estabeleci um paralelismo com as imagens refletidas no espelho para perceberem melhor.

Como a mensagem que o livro tenta passar apresenta algumas dificuldades, comecei por perguntar: Como é que o rato, que era tão pequenino, conseguiu tocar na Lua?

Uns responderam “porque a Lua estava cansada de brincar”, “porque o rato deu um pulo grande” e, para meu espanto, uma das crianças afirmou “porque todos os animais ajudaram”.

Expliquei de uma forma muito simples que, quando se trabalha em grupo, consegue-se sempre o que se quer e que, até os mais pequeninos, conseguem fazer feitos muito grandes.

Para finalizar a “Hora do baú do tesouro”, perguntei finalmente: Então, a que sabia a Lua?

Como o grupo não sabia exatamente a que sabia a Lua, então, voltei a ler a parte do livro que respondia a essa questão:

“ (…) de uma dentada só, arrancou um pequeno pedaço da Lua, saboreou-o, satisfeito, e depois foi dando migalhas do pedacinho ao macaco, à raposa, ao leão, à zebra, à girafa, ao elefante e à tartaruga. E a Lua soube-lhes exatamente àquilo de que cada um deles mais gostava.” (Grejnieck,2013, p.21).

Assim, lendo novamente esta parte da história, o grupo conseguiu perceber que a Lua soube ao alimento preferido de cada animal.

Tenho pena de não ter conseguido trabalhar mais este livro com o grupo uma vez que esta fábula era muito rica em aprendizagens. Permitia dar a perceber às crianças a importância da entreajuda para atingirem objetivos comuns.

Neste caso, a Lua aparece como o objeto de anseio dos animais produzindo o espirito de interajuda, cooperação e interação entre distintos animais, alguns deles, até adversários.

Poderia ter aproveitado para perguntar às crianças sobre coisas que gostariam de fazer e ter incentivado que o fizessem em grupos.

Poderia ter posto em prática as propostas de atividades em epígrafe, visto a ideia de ler este livro ter surgido pelo interesse que as crianças mostraram pela Lua.

Quadro 2: Propostas de atividades

Propostas de atividades Observações

Para esta história não se propõe uma primeira leitura integral. As crianças, após a leitura da primeira página, vão sendo convidadas a fazer a antecipação sobre o que se seguirá. Este procedimento promove a realização de inferências de previsão e responde ao desafio da própria narrativa que se apresenta como um jogo.

Jogo Ouvir e Compreender

Ler desde “Há já muito tempo que os animais…” até “Então chamaram o elefante…” Voltar à página anterior e mostrá-la às crianças. Perguntar:

1- Quantos animais estão a olhar para a Lua? 2- Já alguma vez viram a Lua no céu? Está

sempre igual? Está sempre no mesmo sítio?

Poderá ser fornecida uma explicação sobre o movimento de rotação da Terra.

Ler o trecho desde “Sobe para as minhas costas” até “…Como o elefante não pode tocar na lua chamou a girafa.”

3- Por que razão terá chamado a girafa? 1) Porque tem manchas castanhas. 2) Porque tem um pescoço comprido.

4- Será que com a ajuda da girafa conseguem tocar na Lua? (Mostrar imagem)

Mostrar que a distância parece pequena, mas que pode não ser. Mostrar fotografias da Lua perto de montanhas, por exemplo, pode ajudar as crianças a relativizar a distância. Na realidade, os nossos olhos podem enganar-se, o que parece próximo pode estar muito distante e o que parece pequeno pode ser grande.

Jogo Imaginar e falar

Ler o trecho desde “… de uma dentada só…” até “… aquilo que cada um deles mais gostava.” Propor:

1- Se nós fossemos os animais….Vamos pensar a que nos saberia a Lua.

2- Pedir a cada criança que feche os olhos, imagine ser um dos animais (personagens) a comer um bocadinho da Lua e diga a que sabe a mesma.

Fonte: (Viana &Ribeiro, 2014, p.129/131).

Em suma, poderia ter feito inúmeras atividades significativas tendo como ponto de partida este livro. No entanto, é para isso que serve a experiência, a prática e a reflexão pois como salienta Freire: “É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática” (Freire, 2009, p.39).