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3 I NCENTIVOS F ISCAIS CONCEDIDOS PELOS E STADOS DO C EARÁ , P ERNAMBUCO E B AHIA

3.3 I NCENTIVOS F ISCAIS C ONCEDIDOS NO E STADO DA B AHIA

A primeira experiência com programas de incentivos foi com o Programa de Promoção de Desenvolvimento da Bahia (PROBAHIA) que era uma política pública baseada numa subvenção financeira através da dotação orçamentária do estado, sendo, posteriormente, após a demonstração de falhas do modelo e pelo apelo nacional contra esse tipo de política, abandonado, abrindo espaço para a criação do Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica do Estado da Bahia (DESENVOLVE) – dez anos depois.

O Programa de Promoção do Desenvolvimento da Bahia (PROBAHIA), instituído e regulamentado em 1991 previa o financiamento à implantação e ampliação de indústrias,

agroindústrias, empresas de mineração e outras consideradas relevantes. Estabelecendo como objetivos a diversificação da matriz industrial do estado, a transformação dos recursos naturais disponíveis, a interiorização da atividade industrial e o aumento da capacitação tecnológica, da qualidade dos bens e da produtividade do parque industrial baiano.

E, assim, o ponto máximo atingido pelo PROBAHIA de deu em 1999, com o início da implantação do Complexo Automotivo Ford Nordeste em Camaçari na região Metropolitana de Salvador, coroando os esforços de atração de investimentos empreendidos desde a sua promulgação. Esse projeto, que contou com uma série de benefícios oferecidos pelo governo federal, beneficiava-se de significativos incentivos fiscais, financeiros e orçamentários concedidos pelo governo baiano. Consequentemente, a partir do ano seguinte, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e o acirramento de contestações judiciais por parte de diversos estados da federação, reduziram as possibilidades de utilização dos principais mecanismos de atração de investimentos utilizados até então, pelo estado baiano, ratificando a necessidade de se propor ajustes na política de atração de investimentos em vigor.

Constataram que o programa não era tão competitivo, pois estava ficando oneroso para o estado. Por esse motivo as características apresentadas pelo PROBAHIA não perpassavam pela aceitação do Conselho Nacional da Fazenda (CONFAZ) por onerar o estado além do limite aceitável e por estimular uma guerra fiscal entre os estados. Ato este ilegal segundo a legislação nacional, devido às suas características muitas vezes agressivas em excesso, no sentido da renúncia tributária e criou um novo programa, uma nova vertente, o Programa Desenvolve que foi instituído pela Lei nº 7.980/01 e regulamentado através do Decreto nº 8.205/02.

É um modelo onde se estabelecem os objetivos específicos (o desenvolvimento econômico, social, ambiental, tecnológico) e um objetivo geral (o desenvolvimento regional). Os dois programas surgiram da necessidade sentida pelo próprio estado e foi formulado, implementado e executado pelo governo do estado através das secretarias da Fazenda (SEFAZ), do Planejamento (SEPLAN), da Indústria, Comércio e Mineração (SICM) e do Banco de Desenvolvimento do Estado (DESENBANCO).

A lei de sua implementação garante a autoridade do estado em conceder, mediante o potencial de contribuição do projeto de empreendimento para o desenvolvimento econômico e social do estado, os benefícios provenientes do incentivo fiscal disponíveis no regulamento

do programa e financiados com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico (FUNDESE), quando o incentivo equivaler, também, a financiamentos diretos para infraestrutura e aquisição de equipamentos.

O Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica do Estado da Bahia – Desenvolve tem como objetivo fomentar e diversificar a matriz industrial e agroindustrial, com formação de adensamentos industriais nas regiões econômicas, integrando as cadeias produtivas essenciais ao desenvolvimento econômico e social do Estado. Concedem incentivos às empresas industriais e agroindustriais como:

 A dilação do prazo de pagamento, de até 90% do saldo devedor mensal do ICMS normal, limitada a 72 meses;

 Diferimento do lançamento e pagamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) devido;  Desoneração de ICMS na importação de máquinas, equipamentos,

implementos e bens do ativo fixo para projetos industriais e agropecuários dos diversos setores;

 Crédito Presumido de ICMS de 30% (trinta por cento) nas operações internas e 100% (cem por cento) nas exportações com polpas, sucos, néctares e concentrados de frutas. Abate de novilho precoce tem crédito presumido do ICMS de 100% (cem por cento);

 Diferimento do lançamento e pagamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) nas hipóteses de: aquisições internas e importação do exterior de máquinas, equipamentos, implementos e bens do ativo fixo para o momento em que ocorrer a sua desincorporação;

 Desconto de até 90% (noventa por cento) na liquidação antecipada da parcela do imposto cujo prazo tenha sido dilatado;

 Crédito Presumido de ICMS de até 70% (setenta por cento) nas operações de saídas de polpas, sucos, néctares e concentrados de frutas; aos fabricantes de óleo de dendê, leite de coco e coco ralado, equivalente a 80% (oitenta por cento) do imposto incidente nas saídas desses produtos; aos fabricantes de

óleo refinado de soja, equivalente a 41,66% (quarenta e um vírgula sessenta e seis por cento) do imposto incidente nas operações com essas mercadorias;  Redução de base de cálculo em 58,82%,(cinquenta e oito vírgula oitenta e dois

por cento) de forma que a carga tributária incidente corresponda a um percentual efetivo de 7% (sete por cento), nas operações internas realizadas por fabricantes de: açúcar; café torrado ou moído; leite tipo longa vida (esterilizado).

O planejamento do estado previa o estabelecimento e formulação de políticas que pudessem; a) consolidar os empreendimentos já implantados no estado; b) implementar medidas que aproveitassem as vantagens comparativas apresentadas pelo estado no que tangesse às suas especialidades produtivas (principalmente quanto aos bens de consumo finais); c) fortalecer as micro, pequenas e médias empresas; d) fomentar o desenvolvimento tecnológico e científico, aliando-os ao processo produtivo para ampliar a qualidade e competitividade do parque industrial baiano e, ainda, e) atrair novos investimentos industriais. O potencial de contribuição que o empreendimento a ser instalado pode sinalizar à busca pelo desenvolvimento será medido segundo a ponderação das possibilidades (externalidades positivas) atreladas à indústria, como: 1) a geração de emprego; 2) a desconcentração espacial dos adensamentos industriais; 3) a integração das cadeias produtivas e de comercialização; 4) a vocação regional e sub-regional para aquela produção; 5) o desenvolvimento tecnológico; 6) a responsabilidade social e os impactos ambientais que podem ser gerados.

Tais externalidades compõem a matriz de adesão do empreendimento ao interesse do estado a qual, por fim, determinará o nível do benefício a ser concedido.

Existe ainda o Programa de Investimento para Modernização da Agricultura Baiana - Agrinvest: Através deste Programa, o Governo assume o pagamento de 50% dos custos financeiros dos financiamentos, durante o período de carência, limitados a 6% ao ano.

4 EVIDÊNCIAS PARA EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL E ARRECADAÇÃO NOS

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