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Identificação de QTLs para produtividade de grãos

CAPÍTULO III MAPEAMENTO DE QTLS PARA CARACTERES

3.2 Identificação de QTLs

3.2.3 Identificação de QTLs para produtividade de grãos

O anexo B apresenta os resultados da aplicação do método da regressão múltipla para produtividade de grãos nas condições ambientais individuais e conjuntas.

A análise de regressão linear múltipla para produtividade de grãos, quando comparadas às obtidas para peso de 100 sementes, explicou menores percentagens da variação fenotípica. Isso se deve principalmente ao cruzamento adotado, pois nas cultivares Jalo EEP 558 e Small White não são extremamente segregantes o caráter avaliado, pois da produtividade de grãos sofre grande influência ambiental (Ramalho et al., 1993; Melo et al. 1997 e Melo, 2000).

Os modelos obtidos para as análises individuais explicaram de 2,26 % a 28,60 % da variação fenotípica. Dentre os marcadores mais constantes, destaca- se o marcador X80051 que chegou a explicar isoladamente 8,75 % a variação fenotípica em Lavras na seca de 2002; 7,12 %, em Lavras na seca de 2003; 6,01 %, em Lambari na seca de 2002 e 5,24 %, em Sete Lagoas na seca de 2003. Os demais marcadores se mostraram inconstantes e explicaram percentuais baixos da variação fenotípica, o que os torna inviáveis para a seleção assistida.

Quanto as análises em que se utilizou as médias obtidas nas diferentes condições ambientais, os percentuais da variação fenotípica explicados pelo modelo foram igualmente baixos, variando de 8,45 % para Lambari na seca de 2002 e 2003 a 23,39 % para Lavras na média das safras de inverno 2001 e seca 2003. O marcador X80051 esteve presente em todos os modelos, explicando individualmente até 9,97 % da variação quando consideradas as médias de Lavras nas secas de 2002 e 2003.

Os marcadores X63525 e BM175 também mostram-se presentes em mais de uma análise conjunta, porém explicando baixos percentuais da variação fenotípica.

Além desses marcadores que se mostraram constantes, foram observadas as contribuições de uma série de marcadores que estiveram presentes nos modelo obtidos apenas em uma das análises conjuntas. Porém, a sua utilização na seleção assistida visando adaptação específica é limitada, pois a contribuição parcial para o modelo da regressão múltipla foi muito baixa, além da falta de estabilidade.

3.2.3.2 Método do mapeamento por intervalo composto

Os gráficos obtidos pela análise de QTLs para produtividade de grãos pelo método do mapeamento por intervalo composto encontram-se no anexo E, onde na maioria das condições ambientais não foram identificados QTLs para produtividade de grãos. Na Tabela 21, são apresentados os QTLs identificados, suas posições nos grupos de ligação e seus LOD.

Apesar de terem sido identificados poucos QTLs para a produtividade de grãos, na seca de 2002 em Lavras foi identificado um QTL no grupo de ligação c3 entre os marcadores X80051 e BM140, e na mesma posição do genoma foi identificado um QTL tangenciando a linha de corte na seca de 2003 em Lavras. Apesar desses QTLs terem sido identificados nessas duas condições ambientais, nas demais condições em que foi feita a avaliação da produtividade de grãos, esse QTL não se expressou. Porém, considerando os gráficos obtidos com as análises conjuntas, podem ser observados QTLs no intervalo entre os marcadores X80051 e BM140 em diversas situações. Dentre elas, destaca-se pelo alto valor do LOD, o QTL identificado nas safras das secas 2002 e 2003 em Lavras, e na conjunta que envolve as avaliações das safras das secas 2002 e

2003 em Lavras, Lambari e Sete Lagoas. Porém, pode ser assinalado também que, apesar do LOD estar no limite da significância, o QTL foi identificado no mesmo intervalo nas condições de Lavras, na média das safras de inverno de 2001, seca de 2003, e da seca de 2003, considerando as médias de Lavras, Lambari e Sete Lagoas. O grande número de análises conjuntas em que o QTL se expressou faz com que a sua presença seja considerada, apesar do baixo valor de LOD.

TABELA 21. QTLs identificados para a produtividade de grãos pelo método do mapeamento por intervalo composto e suas posições no mapa de ligação.

Ambiente Grupo de ligação Posição no grupo de ligação LOD

Lavras – seca de 2002 C3 0,1201 3,51

Lavras – inverno de 2001 e seca

de 2003 C3 0,1001 2,74

Lavras – seca de 2003 e 2003 C3 0,1001 2,88

Lavras, Lambari e Sete Lagoas –

seca de 2003 C3 0,1001 2,63

Lavras, Lambari e Sete Lagoas –

seca de 2002 e 2003 C3 0,0801 2,63

3.2.3.3 Considerações finais sobre produtividade de grãos

Ao se comparar as análises realizadas pela regressão múltipla e pelo mapeamento por intervalo composto, destaca-se a marcador X80051, embora explicando baixos percentuais da variação fenotípica. Esse marcador a princípio mostra-se promissor para a seleção indireta para produtividade de grãos uma vez

isoladamente e em diversas análises conjuntas, a despeito da alta interação genótipos por ambientes estimada para a produtividade de grãos no presente estudo e em estudos anteriores (Takeda et al., 1991; Melo et al., 1997; Melo et al., 2000). Porém, para que o marcador X80051 seja utilizado na seleção indireta tornam-se necessários estudos envolvendo outras populações segregantes e a avaliação da viabilidade econômica do uso deste marcador.

Outro aspecto que merece ser assinalado é a localização genômica do fragmento amplificado pelo primer X80051 efetuada por Yu et al. (2000) que foi inserido no grupo de ligação B9 do mapa integrado do feijoeiro. Nesse grupo de ligação já foi identificada por Tar´an et al. (2002) a presença de QTLs para a produtividade de grãos. Essa associação corrobora para que a busca de QTLs associados ao marcador X80051 mereça maiores estudos.

Os caracteres peso de 100 sementes e produtividade de grãos já foram correlacionados fenotipicamente em diversas situações (Ramalho et al., 1993). Porém, no presente estudo, esses dois caracteres foram correlacionados apenas em algumas condições ambientes. Além disso, pela análise molecular, os QTLs para esses caracteres foram identificados em diferentes grupos de ligação, o que vem ao encontro da baixa correlação fenotípica estimada. Possivelmente, essa baixa correlação e a ausência de QTLs no mesmo grupo de ligação seja devido à baixa divergência entre os genitores e à baixa herdabilidade.

3.2.4 Identificação de QTLs para reação ao oídio

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