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CAPÍTULO II ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS

3.3 Produtividade de grãos

As avaliações individuais da produtividade de grãos são apresentadas na Tabela 12. Em todas essas avaliações, foi observado o efeito dos tratamentos para a produtividade de grãos, exceto no inverno de 2002 em Lavras.

Ao serem observadas as médias dos genitores e das famílias segregantes dos experimentos com mesmo tamanho de parcela, nota-se que a média geral da cultivar Jalo EEP 558 foi 380 g / parcela, correspondendo a 1,90 ton / ha, enquanto da cultivar Small White foi de 321 g / parcela, que corresponde a 1,60 ton / ha, e da média das famílias foi de 273 g / parcela, equivalendo à produtividade de 1,36 ton / ha. Na maioria dos experimentos, as famílias segregantes tiveram desempenho inferior aos genitores para produtividade de grãos. Considerando a média das oito avaliações, 97,9 % das famílias tiveram em média desempenho inferior a ambos os genitores (Figura 3). Em razão de terem sido tomadas plantas F2 com maior número de sementes, podem ter sido geradas famílias com porte mais ramificado, aumentando a competição inter- plantas e reduzido a produtividade das mesmas.

Os coeficientes de variação apresentaram valores de 18,16 até 34,82 %, que são considerados de médios a elevados para produtividade de grãos (Ramalho et al., 1993; Melo, 2000). A maioria das famílias apresentou porte prostrado com ampla ramificação, causando maior competição entre os tratamentos e dificultando o manuseio. Isso certamente contribuiu para maior erro experimental. Nos experimentos, em que houve efeito significativo dos tratamentos, as estimativas de herdabilidade apresentaram valores considerados de médios a elevados, variando de 32,25 a 62,40 %, concordando com as estimativas para herdabilidade no sentido amplo para produtividade de grãos obtidas por diversos autores (Tabela 1).

TABELA 12. Resumo das análises de variância para avaliações da produtividade de grãos nas safras de inverno 2001 e

inverno 2002 em Lavras e na seca de 2002 e 2003 em Lavras, Lambari e Sete Lagoas.

Lavras – safra de inverno Safra da seca -2002 Safra da seca - 2003 2001 2002 Lavras Lambari Sete Lagoas Lavras Lambari Sete Lagoas Fatores de Variação GL QM QM QM QM QM QM QM QM Repetição (R) 1 53.464 48.386 3.472 612 125 119.887 172.578 51.734 Tratamentos Ajustados 143 11.563** 15.360 2.422** 4.570** 8.5434** 7.172* 3.179** Não Ajustados 143 11.551** 14.587 2.430** 4.570** 8.586** 17.764** 6.820* 3.063** Blocos dentro de R 22 7.938 21.308 1.104 4.723 6.960 6.777 8.734 1.512 Erros Efetivo 121 7.834 11.743 941 2.950 5.418 4.747 1.114 DBC 143 7.834 12.521 946 3.073 5.485 6.786 5.076 1.134 Intrablocos 121 7.815 10.925 917 2.773 5.217 6.788 4.411 1.065 Total 287 Coeficiente de Variação (%) 34,82 20,27 31,68 23,25 33,49 18,16 29,78 23,47 Eficiência do Lattice 100,00 106,00 100,52 104,20 101,24 - 106,93 101,83

Média Geral (ton/ha) 2,54 2,67 0,48 1,17 1,10 2,27 1,16 0,71

Média do Jalo EEP 558 (ton/ha) 4,34 2,91 1,04 1,58 1,77 3,23 1,43 1,34

Média do Small White (ton/ha) 3,32 3,48 0,54 1,33 1,46 2,55 1,08 0,82

EP(média)/1 0,44 0,27 0,08 0,13 0,18 0,20 0,17 0,08 σ2 F 5.781,5 7.680,2 1.211,06 2.282,74 4.271,88 8.882,00 3.585,75 1.589,60 σ2 G 1.864,6 1.808,8 755,66 809,96 1.562,975 5.488,85 1.212,30 1.032,85 h2 a(%) 32,25 23,55 62,40 35,48 36,59 61,80 33,81 64,98 EP(h2a)/2 11,73 13,24 6,51 11,18 10,98 6,35 11,46 6,06

* Significativo pelo teste F com probabilidade P <0,05, ** Significativo pelo teste F com probabilidade P <0,01. 1 Erro padrão das estimativas das médias, 2 Erro padrão da estimativa da h2

1 1 59 48 10 1 20 4 0 10 20 30 40 50 60 78-114 115-151 152-188 189-225 226-262 263-299 300-336 337-373 Médias Jalo 380,54 g / parcela

Small White 321,04 g / parcela

FIGURA 3. Distribuição de freqüência da produtividade de grãos considerando a média dos experimentos.

As análises conjuntas foram realizadas de acordo com a homogeneidade de variância, com a significância encontrada para tratamentos nos experimentos individuais e com o objetivo de avaliar os efeitos de ambientes e sua interação com tratamentos (Tabela 13). Por essas razões, foram realizadas duas análises conjuntas, em que se considerou, na primeira delas, as avaliações de inverno 2001 e seca 2003 em Lavras, e na segunda, as avaliações nas safras da seca 2002 e 2003 em Lavras, Lambari e Sete Lagoas. Em ambas, o efeito dos tratamentos foi significativo.

Na análise conjunta em que foram consideradas as duas avaliações realizadas em Lavras, inverno 2001 e seca 2003, foram observados efeitos significativos do ambiente, indicando as diferenças entre as duas safras para produtividade de grãos em Lavras; do tratamento e da interação tratamentos por ambientes. Mostrando assim, o comportamento não coincidente dos tratamentos

TABELA 13. Resumo da análise de variância conjunta para produtividade de grãos com avaliações em Lavras nas safras de inverno 2001 e seca 2003 e na seca de 2002 e 2003 nos três locais.

Lavras Seca 2002 e 2003 Fatores de Variação GL QM GL QM Ambiente (A) 1 2.860.421,39** 5 2.175.025,17** Local (L) 1 1.840.008,82** Ano 2 640.631,11** L x Ano 2 3.876.927,42** Tratamentos (T) 143 7.908,82** 143 8.586,48** T x A 143 6.748,66** 715 2.605,94** T x L 143 3.514,26** T x Ano 286 2.439,64** T x L x Ano 286 2.318,09** Erro Médio 264 3.633,10 748 1.875,56 CV Médio (%) 26,49 26,64

Média Geral (ton/ha) 1,77 1,15

Média Jalo EEP 558 (ton/ha) 2,70 1,73

Média Small White (ton/ha) 2,10 1,30

EP(média)/1 0,08 0,02 σ2F 1.977,20 715,54 σ2G 290,04 498,38 h2 a(%) 14,67 69,65 EP(h2a)/2 12,41 4,42

** Significativo pelo teste F com probabilidade P <0,01.

1 Erro padrão das estimativas das médias, 2 Erro padrão da estimativa da h2 a(%).

Na avaliação conjunta da safra da seca, foi observado o efeito do ambiente e de seus desdobramentos: local, ano e local x ano. Desses, a interação locais por anos foi a mais pronunciada, seguida do efeito do local. A interação tratamentos por ambientes também foi significativa, juntamente com seus desdobramentos. Deve ser observado também que pela magnitude dos quadrados médios, destaca-se o efeito do ambiente como sendo o fator de maior influência na determinação da produtividade de grãos. A decomposição da interação tratamentos por ambientes, em suas partes simples e complexa, mostrou que a interação foi devido principalmente aos fatores complexos, pois na análise em que se considera as avaliações realizadas em Lavras, 97,54% da interação foi complexa e na análise conjunta em que são consideradas as avaliações da seca, 82,10 % da interação foi complexa. A complexidade da interação pode ser confirmada pela baixa correlação fenotípica entre as médias dos tratamentos de um ambiente para outro. Nas avaliações consideradas na primeira análise conjunta, a correlação foi de 0,08, enquanto as correlações entre as médias consideradas na segunda conjunta variaram de 0,56 a 0,20. A correlação de Spearman confirmou a não coincidência entre as médias de um tratamento entre os ambientes, pois algumas de suas estimativas não diferiram de zero pelo teste t. Porém, deve ser considerado que, apesar de algumas estimativas não diferirem de zero, foram obtidas algumas correlações com valores intermediários, como por exemplo, entre as médias das avaliações da seca 2002 e seca 2003 em Lavras e Lambari, correlação de Spearman iguais a 0,40 e 0,42, respectivamente, e entre as médias da avaliações da seca 2003 em Lavras e Sete Lagoas igual a 0,48.

As estimativas da herdabilidade obtidas nas análises conjuntas foram discrepantes entre si, pois na conjunta em que se considerou as avaliações em Lavras foi estimada herdabilidade de 14,67 %, enquanto na conjunta da seca a

avaliações terem ocorrido em épocas diferentes levando ao maior erro experimental e, também, porque o tamanho da parcela no experimento no inverno de 2001 foi menor.

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