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4.1 ETAPAS PARA CONSTRUÇÃO DO MODELO

4.1.2 Identificação dos critérios

Neste tópico os critérios utilizados no modelo serão abordados, visando propor um ranking para priorização de circuitos, que em virtude da criticidade, apresentam maior necessidade de um sistema de monitoramento e que tenha maior capacidade de melhorar os resultados de desempenho.

Os critérios propostos são baseados pelo Procedimento de Distribuição – PRODIST da ANEEL, e em atributos propostos por especialistas do setor na ABRADEE (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) que apesar de serem subjetivos possibilitam uma condição de avaliação complementar, considerando características que mensuram a dificuldade de operação e manutenção dos circuitos.

A tabela 4.2 apresenta os critérios utilizados para a proposta do modelo.

Tabela 4.2 – Critérios utilizados no modelo

Representação Critério

C1 Extensão da RD MT

C2 Quantidade de unidades consumidoras atendidas

C3 Potência instalada

C4 Contribuição percentual no DEC da concessionária

C5 Acessos para inspeção

C6 Flexibilidade Operativa

Os critérios para analisar as alternativas deste problema de priorização serão abordados a seguir, para possibilitar um melhor entendimento como estes interagem no problema e como serão tratados na modelagem.

(C1) – Extensão da RD MT

Este primeiro critério é bastante relevante para compor os critérios de decisão do modelo. Além de tratar-se de um dos critérios estabelecidos pelo PRODIST para caracterizar um conjunto elétrico é um fator que está fortemente relacionado a performance operacional do circuito.

Quanto maior a extensão de um circuito, maior a probabilidade de ocorrência de uma falha, pois o número de componentes passíveis de falha cresce proporcionalmente com a extensão.

O desempenho da manutenção corretiva de um respectivo circuito também é função da extensão, visto que parte do tempo da recomposição está relacionada à inspeção, ou seja, a tendência é que a média do tempo de atendimento e normalização das condições de fornecimento aos clientes seja maior quanto mais extenso for o circuito.

Para a proposta de uma priorização da necessidade de instalação de sinalizadores de falta é importante mencionar que a característica deste critério é maximizar o valor da alternativa, sendo assim, quanto maior for a extensão de um circuito de MT, mais favorável a ordem de prioridade. A grandeza de medida utilizada será o quilômetro (km) de RD.

(C2) – Quantidade de unidades consumidoras atendidas

Este outro critério também estabelecido pelo PRODIST possui significativa relevância para o modelo. Trata-se de uma variável utilizada para o cálculo dos indicadores de continuidade dos indicadores coletivos.

Sendo uma das principais conseqüências da instalação do localizador de falta a redução dos indicadores de continuidade, justifica a importância deste critério para a construção do modelo. Sabendo-se que quanto mais elevado o número de unidades consumidoras atendidas, maior o impacto na apuração dos resultados, trata-se da maximização do critério. Considerando que a utilização do sinalizador de falta contribui para a redução do tempo de recomposição do circuito, maior será o benefício para a concessionária quando maior for o valor deste critério.

Será medido pelo número admensional da quantidade de unidades consumidoras.

(C3) – Potência Instalada

Este critério também faz parte dos atributos definidos pelo PRODIST para caracterizar os conjuntos elétricos.

Por estar diretamente relacionado com a energia interrompida durante um desligamento intempestivo de um circuito, representa uma receita cessante para a concessionária e este fato justifica a necessidade e importância da análise do critério no modelo.

O uso da energia elétrica está relacionado com a disponibilidade das redes de distribuição, desta forma a utilização do sistema de sinalização de faltas em circuitos de maior potência instalada aumenta a disponibilidade ao consumo e conseqüentemente a possibilidade de aumentar o faturamento da concessionária, logo será abordado a maximização deste critério. Esta grandeza será apresentada em kVA(Kilo Volt-Ampere)

(C4) Contribuição percentual no DEC da concessionária

Para a construção do modelo proposto este critério é imprescindível, pois o indicador de continuidade que o monitoramento da RD por localizador de falta age mais diretamente é no DEC. Este indicador também é definido pelo PRODIST e neste trabalho será adaptado. Será medido pela relação percentual da contribuição de cada alternativa para o DEC global da concessionária, utilizando a média móvel dos doze meses no ano 2010.

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Os próximos critérios abordados são adaptações de atributos criados por especialistas da ABRADEE, com o objetivo de melhor comparar os circuitos. Apesar de usar subjetividade é capaz de exprimir o grau de dificuldade em se operar e manter os circuitos.

(C5) – Acessos para inspeção

Este critério é relevante ao modelo por expressar o grau de dificuldade que uma equipe de prontidão enfrenta ao acessar a região em que o circuito é geograficamente localizado, quando da necessidade de realizar inspeção e manutenção na RD.

Há muitas razões que impõem desafios para se acessar uma determinada localidade, tais como: área de risco (violência) especialmente no horário da noite, trânsito intenso, características topográficas como áreas alagáveis, áreas com muita vegetação, regiões montanhosas ou com estradas de terras mal conservadas em área rurais. Ocorrências em circuitos que apresentam alguma das características citadas podem aumentar abruptamente o tempo de normalização do fornecimento da área.

Portanto, quanto pior o acesso as localidades por onde passam as redes de distribuição, mais é relevante e necessária a utilização de técnicas que diminuam o esforço de inspeção do circuito, então será abordada a maximização deste critério.

O valor atribuído na tabela a seguir foi estabelecido por meio de uma reunião com especialistas, técnicos e engenheiros da CELPE envolvidos com o processo de manutenção de redes de distribuição.

Tabela 4.3 – Escala do critério Acessos para Inspeção

Escala Descrição

1 Circuito Urbano de fácil mobilidade.

2 Circuito Urbano de difícil mobilidade.

3 Circuito Misto (predominantemente urbano apesar de possuir

trechos rurais).

4 Circuito Misto (trechos urbanos e rurais na mesma proporção)

5 Circuito Misto (predominantemente rural apesar de possuir

trechos urbanos).

6 Circuito Rurais

(C6) Flexibilidade Operativa

A análise deste atributo é fundamental para a construção do modelo. Este critério aborda a capacidade de uma RD em ser operada ou manobrada. As manobras nas redes de distribuição de energia possibilitam o seccionamento do trecho defeituoso para a normalização das demais cargas, ou transferir um trecho para outro circuito na condição da sua fonte principal estar inoperante, devido à presença de uma falha.

As alternativas serão avaliadas para este critério pela sua condição construtiva, se possuem dispositivos de manobras manuais ou automatizados e em que intensidade relativa, portanto, quando maior o número de chaves por quilômetros de rede de distribuição de 13,8kV mais flexível o circuito.

Os circuitos que apresentam maior flexibilidade operativa tendem a ser energizado com maior agilidade, ao menos o trecho que pode ser isolado do ponto do defeito. Por esta razão o critério é de maximização, tendo em vista que ao se aumentar o valor da alternativa melhora a condição para se instalar os sinalizadores de defeito.

Será medido pela relação da quantidade de dispositivos de proteção e manobra (religador de linha, seccionalizador e chaves seccionadoras) instalados na RD de cada alternativa pela sua respectiva extensão.

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