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3.5.1 Processo de atendimento emergencial a prontidão de energia

Para a execução das manutenções corretivas e atendimentos emergenciais, a concessionária de energia possui um moderno centro de operações, concentrador da demanda de serviços emergenciais originados por solicitação dos consumidores. As equipes de prontidão disponibilizadas pelas unidades do serviço de rede são coordenadas por um controlador do sistema elétrico do centro de operações.

O processo de atendimento emergencial na distribuição de energia elétrica é extremamente complexo. Apesar da capacidade de atendimento ser dimensionada utilizando modelagem baseada na Teoria das Filas, como o atendimento emergencial real é contínuo, e a taxa de chegada de ocorrências não é exatamente constante, na realidade é bastante sazonal,

variando principalmente com as mudanças climáticas. Fenômenos naturais como chuvas intensas, ventos e descargas atmosféricas são as principais causas do aumento abrupto das ocorrências.

A designação de uma ocorrência para uma equipe de prontidão é realizada pelo controlador do sistema elétrico. A todo instante o controlador se comporta como um tomador de decisão, avaliando as características descritas em cada ocorrência e escolhendo aquela de maior relevância para a estratégia do negócio e o benefício da sociedade.

O ciclo de vida natural da maioria das ocorrências emergenciais se inicia quando um cliente prejudicado por algum defeito ou falha no fornecimento de energia, faz um contato com o teleatendimento para registrar uma reclamação, neste momento todos os dados cadastrais para localização da unidade consumidora (UC) são coletados. Esta reclamação migra para um sistema que se encarrega de segregar a ocorrência para a base que atende a região onde se situa a UC.

De modo geral, são priorizadas em primeiro lugar as ocorrências que podem afetar a segurança da população ou do sistema elétrico, tais como: Condutor partido, Incêndio, Inundação. Em seguida, as ocorrências de falta de energia afetando coletivo ou individual. Por fim, as que apresentam alguma inconformidade para os consumidores em menor proporção de dano, são exemplos destas: ocorrências reclamadas por fio faiscando, árvore na rede e tensão oscilando.

Outra entrada no processo de atendimento emergencial, e a qual será analisada de forma mais detalhada, por se tratar do problema que precisa ser atenuado com o uso do dispositivo sinalizador de falta. Trata-se do desligamento de um circuito em sua totalidade. Como foi citado anteriormente, o sistema de monitoramento existente se localiza nas subestações e a informação é disponibilizada em tempo real no sistema de supervisão e aquisição de dados (SCADA). Alguns circuitos, além deste, possuem também equipamentos de proteção instalados na rede primária. Devido à importância deste tipo de ocorrência, pela quantidade de carga e de clientes interrompidos, uma mobilização especial e exclusiva é direcionada para realizar a recomposição.

3.5.2 Processo de Recomposição de Circuito.

A normalização das cargas se inicia pelo processo de inspeção de circuito, realizada por uma ou mais equipes de prontidão e inspetores, coordenados pelo centro de operações. A

inspeção visa identificar o defeito causador do desligamento e garantir a segura energização da RD.

Todos os circuitos de 13,8kV, na sua totalidade, são cadastrados e georeferenciados, fato que facilita a interpretação dos diagramas unifilares, e consequentemente, possibilita uma eficiente coordenação das equipes de manutenção pelo centro de operações.

Fig.3.6 – Esquema simplificado de um alimentador (Disjuntor + RD) Fonte: Autor (2011)

Durante a inspeção em uma RD desligada, caso exista dispositivo de manobra, normalmente chave seccionadora monopolar, a qualquer tempo poderá ser operada efetuando a separação entre trechos, onde a inspeção tenha sido concluída, de outro ainda não inspecionado e promover a normalização parcial das cargas, ou seja, os circuitos podem ser particionados, e aquele trecho que não apresente defeito aparente, pode ser submetido a energização, aplicando-se a tensão nominal de média tensão.

Este processo de inspeção visual normalmente é eficaz, porém pode ser demasiado lento, a considerar a dificuldade na identificação do defeito.

O tempo de recomposição de um circuito está fortemente relacionado à extensão da rede de distribuição, à dificuldade do acesso e também ao modo de falha apresentado em cada situação.

Um sistema sinalizador de defeito é capaz de indicar o trecho defeituoso, e usando esta informação o controlador do sistema pode agilizar a normalização do maior bloco de cargas, após isolar o trecho sinalizado.

Após a localização do defeito e da devida manutenção corretiva, o processo de restabelecimento é concluído e as demais cargas energizadas.

Portanto, com o auxílio do dispositivo sinalizador de falta, o controlador do sistema elétrico terá uma informação mais detalhada e rápida, desta forma, poderá de forma assertiva

..

Religador S/E

Trechos da RD

Dispositivos de Manobra R

também possibilita a tomada de decisão para realizar manobras de seccionamento e normalização das cargas a montante do sinalizador atuado. Portanto, esta indicação pode reduzir significativamente a área a ser inspecionada e consequentemente reduzir os tempos de normalização das cargas e aumento da satisfação do consumidor.

4 MODELO DE DECISÃO MULTICRITERIO PARA PRIORIZAR

PONTOS CANDIDATOS PARA ALOCAÇÃO DE DISPOSITIVOS

SINALIZADORES DE FALTA EM CIRCUITOS DE DISTRIBUIÇÃO

DE ENERGIA.

A definição de onde se alocar recursos em aplicação de novas tecnologias no setor de distribuição de energia, muitas vezes não é tomada considerando a grande variedade de atributos envolvidos com o respectivo problema a ser tratado, ora a decisão passa por um aspecto político-social, ora econômicos e em algumas situações o aspecto técnico não é tão considerado. Em conseqüência disto, inúmeros projetos promissores não alcançaram os resultados almejados e foram assim considerados inviáveis, pois eram utilizados com um objetivo e os resultados eram medidos em outra instância.

Neste trabalho, no entanto, apresenta-se um modelo para tratar o problema de escolha dos circuitos candidatos fazendo uso de uma metodologia multicritério de apoio a decisão, que incluíram atributos técnicos e sociais de acordo com as preferências, critérios e pontos de vista do decisor. Segundo Lins (2009) para se desenvolver um modelo eficaz e abrangente, vários aspectos devem ser considerados, senão em caso de falhas na modelagem a solução definida pelo modelo pode ser inútil e ainda causar impactos negativos na atividade da aplicação.

Considerando as condições deste problema, foi selecionado o método PROMETHEE II com abordagem de sobreclassificação. Conforme Cavalcante (2003) este método se associa a problemática de ordenamento.

Pela característica deste problema pode ser considerado como não-compensatório. Então, será adotado um método não compensatório para modelá-lo, que é aquele que favorece as ações balanceadas, ou seja, as alternativas que possuem aspectos médios satisfatórios. Ao contrário, os métodos compensatórios podem favorecer ações não balanceadas, cujo o desempenho pode ser excelente em algum aspecto, mas sofrível nos demais (Vincke,1992). No método PROMETHEE II, para se conhecer a melhor alternativa basta criar um ranking decrescente, e esta será a primeira colocada da lista, aquela com melhor desempenho médio global. Como o ranking formado relaciona as alternativas com melhor desempenho global, no topo do ranking estarão as alternativas com melhor desempenho médio em todos os critérios. Desta forma, o ordenamento resultante será baseado em um desempenho satisfatório no

desempenho em um critério e insatisfatória nos demais seja priorizada em detrimento a outra com melhor resultado médio nos critérios.

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