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No que se refere à Qualidade do Serviço, a ANEEL elenca no módulo 8 do PRODIST, documento que regulamenta os processos das concessionárias de energia elétrica, os procedimentos relativos aos indicadores de continuidade e dos tempos de atendimento a ocorrências emergenciais. Nesse mesmo documento, é definido o conceito de conjunto, para possibilitar o acompanhamento da qualidade do serviço, mediante utilização de indicadores de continuidade. Dessa forma, todas as unidades consumidoras atendidas em Baixa Tensão (BT) e Média Tensão (MT) deverão estar classificadas no mesmo conjunto da subestação (S/E´s) que as atendam.

Os conjuntos são caracterizados pelos seguintes fatores (PRODIST, 2011):

a) área em quilômetros quadrados (km2);

b) extensão da rede MT em quilômetros (km);

c) média mensal da energia consumida nos últimos 12 meses, em megawatt-hora (MWh);

d) total de unidades consumidoras atendidas; e) potência instalada em kilovolt-ampère (kVA); f) localização (sistema isolado ou interligado).

A importância dos conjuntos nesse trabalho se deve ao fato de que este conceito poderá diferenciar circuitos com base na avaliação dos atributos citados acima, e esta informação será útil na ponderação dos critérios a serem analisados.

Os limites dos indicadores de continuidade não são iguais para todos os conjuntos, e os atributos de cada conjunto são utilizados pela ANEEL para fazer esta diferenciação. Como os limites são definidos pelas características e atributos dos conjuntos, aqueles que apresentam similaridade de atributos devem possuir limites iguais.

3.3.1 Indicadores de Continuidade Coletivos

Uma característica presente em sistemas distribuídos é a necessidade de se reconhecer que tais sistemas podem apresentar diferenças significativas entre circuitos. Este fato exige um cuidado muito maior na especificação de recursos ou definição de níveis de ação para as diferentes regiões que compõem o sistema como um todo, haja vista que um tratamento

homogêneo, frente às várias particularidades apresentadas pelo sistema, seria bastante ineficaz.

Portanto, a preocupação de melhor atender os consumidores e consequentemente evitar penalizações de indicadores de continuidade que geram compensações financeiras, motiva a busca por soluções criativas que, aliadas a investimentos em manutenção preventiva, possibilitem evitar ou diminuir as conseqüências das falhas funcionais.

Por ser um setor regulado, a Distribuição de energia utiliza indicadores de desempenho, chamado de indicadores de continuidade, por medir a eficiência das empresas do setor em manter a disponibilidade do fornecimento.

O (PRODIST,2011) estabelece os seguintes indicadores de continuidade que a concessionária necessita apurar para cada conjunto: DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC.

Indicadores de continuidade de conjunto de unidades consumidoras

- DEC (Duração Equivalente de Interrupção de Energia por unidade consumidora) -Fórmula para cálculo do DEC:

- FEC (Freqüência Equivalente de Interrupção de Energia por unidade consumidora) -Fórmula para cálculo do FEC:

Onde:

DEC - duração equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em horas e centésimos de hora;

FEC - freqüência equivalente de interrupção por unidade consumidora, expressa em número de interrupções e centésimos do número de interrupções;

Ca(i) – Número de unidades consumidoras interrompidas em um evento (i), no período de apuração;

t(i) – Duração de cada evento (i), no período de apuração;

(3.1)

i – Índice de eventos ocorridos no sistema que provocam interrupções em uma ou mais unidade consumidoras;

k = Número máximo de eventos no período considerado;

Cc – Número total de unidades consumidoras, do conjunto considerado, no final do período de apuração.

Abaixo pode ser evidenciado nas figuras 3.3 e 3.4 a evolução dos indicadores de continuidade: DEC e FEC, respectivamente.

EVOLUÇÃO DO DEC CELPE 2005 a 2010

1 5 ,6 8 1 5 ,0 7 1 5 ,5 0 17 ,1 7 1 2 ,5 5 1 6 ,5 4 1 5 ,4 8 1 4 ,8 9 1 4 ,9 9 1 6 ,2 5 1 2 ,4 2 1 6 ,4 1 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 2005 2006 2007 2008 2009 2010 h o ra s

C / SUPR. S / SUPR. Meta DEC s/ Supr

Figura 3.3 – Evolução do DEC CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA – 2005 a 2010 Fonte: Celpe 2010

EVOLUÇÃO DO FEC CELPE 2005 a 2010

8 ,2 5 6 ,9 9 7 ,2 7 9 ,2 9 8 ,2 4 7 ,7 6 6 ,6 8 6 ,4 8 7 ,3 7 7 ,6 7 8 ,8 1 7 ,4 7 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 2005 2006 2007 2008 2009 2010 in te rr u p ç õ e s

C / SUPR. S / SUPR. Meta FEC s/ Supr

Figura 3.4– Evolução do FEC CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA – 2005 a 2010

Fonte: Celpe 2010 Legenda:

C / SUPR – Indicador apurado considerando os desligamentos com origem na supridora;

S / SUPR – Indicador apurado considerando os desligamentos com origem nos ativos da Celpe.

Observando o comportamento do indicador DEC nos últimos anos, figura 3.4, pode ser verificado uma tendência de aumento do tempo de interrupção. Uma variável relevante que pode explicar este fenômeno é o aumento do número de consumidores, que além do crescimento natural relacionado ao desenvolvimento social e tecnológico, foi fortemente impulsionado pelo projeto “Luz para Todos” do Governo Federal. O projeto “Luz para Todos” objetivou a universalização do fornecimento de energia elétrica. No estado de Pernambuco foi alcançada a universalização desde o ano de 2008. Outro fator relevante é que, para possibilitar estas milhares de novas ligações, houve um crescimento abrupto do sistema de distribuição de energia e o conseqüente aumento da chance de uma ocorrência de falha em componente elétrico.

A figura 3.5 demonstra que as regionais com maiores extensões de rede são as que possuem a maior contribuição no indicador DEC da empresa. Estas localidades têm uma característica geográfica desfavorável no tocante a manutenção das redes de distribuição: são grandes áreas rurais, com extensos circuitos de rede de distribuição e passam por localidades de difícil acesso. Uma característica importante de ser observada é que na região metropolitana apesar da densidade de consumidores ser muito maior, pelas próprias características construtivas dos circuitos, relativamente curtos e melhor mobilidade, o resultado do indicador DEC é significativamente melhor.

Figura 3.5 – Contribuição por Regional do DEC CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA– 2010

% DE CONTRIBUIÇÃO DOS REGIONAIS NO DEC

CELPE 8% 7% 10% 13% 14% 19% 13% 16% NORTE SUL CABO CARPINA CARUARU GARANHUNS SERRA PETROLINA Fonte: Celpe; 2010

Para o indicador FEC, conforme pode ser verificado na Figura 3.5, a evolução demonstra uma diminuição relativa do número médio de desligamentos por cliente, ou seja, o sistema tem se tornado mais confiável. Um fator relevante na evolução da confiabilidade é o uso de técnicas de manutenção preditiva, que tem sido largamente empregadas no setor elétrico. O exemplo mais comum é quanto ao uso de equipamentos termovisores, capazes de identificar potenciais defeitos em componentes elétricos fazendo uso da imagem térmica.

3.3.2 Indicadores de Continuidade individuais

Deverão ser apurados para todas as unidades consumidoras, os indicadores de continuidade a seguir discriminados (PRODIST,2011):

a) Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (DIC), utilizando a seguinte fórmula:

b) Freqüência de Interrupção individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (FIC), utilizando a seguinte fórmula:

FIC = n (3.4)

c) Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (DMIC), utilizando a seguinte fórmula:

DMIC = t(i) Max (3.5)

Onde:

DIC - duração de interrupção individual por unidade consumidora ou por ponto de conexão, expressa em horas e centésimos de hora;

FIC - freqüência de interrupção individual por unidade consumidora ou ponto de conexão, expressa em número de interrupções;

DMIC - duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou por ponto de conexão, expressa em horas e centésimos de hora;

n

DIC =∑ t(i) t=1

i = índice de interrupções da unidade consumidora, no período de apuração, variando de 1 a n;

n = número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de apuração;

t(i) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada ou ponto de conexão, no período de apuração;

t(i) max - valor correspondente ao tempo da máxima duração de interrupção contínua (i), no período de apuração, verificada na unidade consumidora considerada, expresso em horas e centésimos de horas.

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