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CONSIDERAÇÕES FINAIS

IDENTIFICATÓRIAS

CLASSIFICAÇÃO ORAÇÃO A T R I B U T I V A S

(13) [seus egressos] [devem] ser capazes de se envolver socialmente. (48) o profissional atuante na área de Letras tenha no seu perfil autonomia e criticidade, competência linguística e metodológica [...] (51) Portanto, tal profissional [deve] apresentar flexibilidade, iniciativa, vendo o outro como sujeito e não como mero objeto.

(99) Formação pedagógica [do egresso] [deverá] relacionar teoria e prática, com criatividade, inventividade e criticidade.

(100) o egresso [deverá] ter uma formação que lhe possibilite a análise, informada pela teoria, das condições sociais e históricas do uso da linguagem e da produção e do consumo de literatura.

(103) a formação proporcionada ao formando de Letras [deverá] ser de tal ordem que lhe possibilite ter uma postura crítica em relação a sua prática profissional, [...] a partir da investigação teórico-prática.

IDENTIFICATÓRIAS

(18) Ambas características [do egresso] – competências profissionais, engajamento social e formação humanística implicam pesquisa, reflexão constante e revisão de perspectivas de valores.

(39) As competências e habilidades desenvolvidas no Curso [do egresso]

estão ligadas ao conhecimento da Língua e das Literaturas em termos de seus aspectos estruturais, pragmáticos, sociais, pedagógicos, estéticos, éticos e humanísticos.

(45) [conhecimentos do egresso acerca dos conteúdos básicos] que são

objeto dos processos de ensino e aprendizagem no ensino fundamental e médio [...]

Quadro 8 – Processos relacionais, atributos e identificadores dos egressos. Fonte: Elaboração própria.

Nas orações relacionais do Quadro 8, em geral, uma determinada classe (Atributo) é atribuída ao egresso (Portador), associada às especificidades das

competências e habilidades esperadas relacionadas à produção e ao consumo de textos. As orações (13) e (103) foram construídas com o processo ser e apresentam qualidades esperadas ao egresso/formando: capaz, preparado e crítico. Essas orações especificam como esse egresso deve ser capaz, preparado e crítico, mostrando os propósitos e as maneiras de assim se tornar, a partir dos conhecimentos que serão construídos a partir da produção e do consumo de textos. As orações (51) e (99), com os processos apresentar e relacionar, Instanciam capacidades que os egressos precisam ter: flexibilidade e iniciativa; teoria e prática. Por essa razão, são classificadas como relacionais intensivas de domínio semiótico (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004, p. 223). Essas orações não apenas atribuem uma classe ao egresso, elas também apresentam uma relação com os processos mentais, porque os atributos estão associados à uma ‘experiência interna’ (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004, p. 212) – para apresentar ou relacionar esses atributos, o egresso precisa internamente pensar, refletir, criticar.

Por sua vez, a oração (39) relacional identificatória está construída na voz passiva com o processo ligar. Essa oração instancia competências exigidas do egresso. Os conhecimentos linguísticos apresentados nessa oração como pragmáticos, sociais, pedagógicos, estéticos, éticos e humanísticos podem ser diretamente associados à prática de letramentos acadêmicos produção e consumo de textos.

A prática de letramentos acadêmicos produção e consumos de textos está associada à dimensão discursiva de letramento, como evidencia o Exemplo 6.

Exemplo 6

(39) As competências e habilidades desenvolvidas no Curso [do egresso] estão ligadas ao conhecimento da Língua e das Literaturas em termos de seus aspectos estruturais, pragmáticos, sociais, pedagógicos, estéticos, éticos e humanísticos.

No Exemplo 6, o CLI evidencia que para desenvolver as competências e habilidades relacionadas ao conhecimento da língua são trabalhados os aspectos estruturais, pragmáticos, sociais, pedagógicos e estéticos da língua, a fim de desenvolver as competências linguística, comunicativa, estratégica e discursiva. Espera-se, assim, que as disciplinas e os projetos de pesquisa, ensino e extensão do CLI oportunizem eventos de letramentos acadêmicos que constituam essa prática de produção e consumo de textos, Essa prática, então, está relacionada à dimensão

discursiva, por envolver os conhecimentos do conteúdo e da forma da produção de textos orais, escritos e multimodais, a partir de estratégias cognitivas e metalinguísticas (FISCHER, 2008, p. 181).

Os Exemplos 7 e 8 ilustram a possível tentativa do CLI de expandir o conceito de letramentos acadêmicos.

Exemplo 7

A proposta do currículo de Inglês se (89) baseia nos seguintes elementos, a (90) serem trabalhados a partir dos semestres iniciais do curso: [...] • produção de textos na língua-alvo, para disseminação e publicação do conhecimento na forma de trabalhos orais e escritos pertinentes aos núcleos de pesquisa norteadores do curso naquele período (dentro da linha de pesquisa definida pelo professor orientador); [...] • disciplinas enraizadas na concepção social da linguagem, nas quais (91) são trabalhados não apenas aspectos estruturais da língua, mas também aspectos pragmáticos, sociais, pedagógicos e estéticos.

Exemplo 8

o egresso deverá (100) ter uma formação que lhe (101) possibilite a análise, informada pela teoria, das condições sociais e históricas do uso da linguagem e da produção e do consumo da literatura.

As orações (90), (91), (100) e (101), dos Exemplos 7 e 8, são do final da seção PDE do PPP e elas fazem parte de um conjunto de orações que apresenta alguns elementos essenciais tanto do currículo do CLI como da formação esperada para o egresso. O Exemplo 7 enfoca em dois aspectos da formação do profissional de Letras do CLI: a) produção de textos na língua-alvo para publicação e b) existência de disciplinas que se preocupem com aspectos sociais, pragmáticos, estéticos e pedagógicos da língua, além dos estruturais. No Exemplo 8, apresenta- se a produção de textos no contexto acadêmico, não apenas como teóricos ou práticos, mas que haja uma relação entre a aplicação da teoria na prática e, consequentemente, não apenas se “consuma” teoria, mas se “produza”.

Das análises dos Exemplos 6, 7 e 8, percebe-se, então, a) a necessidade de práticas de produção textual escritas/orais durante a graduação para que o egresso tenha a habilidade de produzir e divulgar seus textos; e b) a contribuição das disciplinas do CLI para a realização dessas práticas de produção textual. Silva (2011, p. 39-49) apresenta e discute a necessidade dos professores formadores agirem como agentes de letramento – sujeito responsável por criar as situações necessárias para o amadurecimento e desenvolvimento do grupo segundo suas necessidades (SILVA, 2011, p. 40, com base em KLEIMAN, 2006, p. 86).

Essa reflexão sugere que os professores formadores do CLI podem colaborar para a criação de oportunidades para produção e divulgação de textos no contexto acadêmico, consequentemente, as disciplinas do CLI poderiam enfocar mais a prática de produção textual escrita como “atividade integrantes das interações sociais” (SILVA, 2011, p. 40). Por entender que a sala de aula é um local de construção de conhecimento, o professor torna-se o mediador dessa construção e, consequentemente, seu papel é de “mobilizador dos sistemas de conhecimento pertinentes, dos recursos, das capacidades” (KLEIMAN, 2006, p. 7). Cabe ao professor como agente de letramento, portanto, promover essas capacidades de seus alunos a partir das práticas e dos eventos de letramentos acadêmicos propostas/os no PPP do CLI.

Na próxima subseção, apresentamos a discussão sobre a prática de letramentos acadêmicos participação em projetos, a partir da análise das orações mentais.

3.1.3 Prática de letramentos acadêmicos: participação em projetos

A escolha pelas orações mentais para construir a identidade do egresso do CLI representa as ações de reflexão relacionadas à área de conhecimento específica: o profissional de Letras deve refletir sobre sua própria prática. Durante a formação no CLI, além das disciplinas obrigatórias do currículo, o aluno pode encontrar, na participação em projetos de pesquisa, ensino e extensão, uma oportunidade de refletir, reavaliar a reconstruir a sua própria prática profissional.

As orações mentais são usadas no corpus como forma de apresentar o fluxo contínuo de eventos que possivelmente acontece na própria consciência do estudante do CLI (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004, p. 197), como parte da (trans)formação desse sujeito nesse contexto. Os Processos mentais expressam as ações desempenhadas pelos estudantes/egressos, representando que a atuação profissional não se limita no mundo concreto, mas também acontece na relação entre o fazer (material) e o pensar (mental). Podemos perceber que muitas orações materiais do corpus parecem necessitar da ação instanciada por um processo mental também, afinal, para tomar uma postura crítica (16) é importante chegar a escolhas e decisões próprias (32). Ambos, mentais e materiais, representam o ser

profissional da área de Letras/Inglês do CLI, numa relação indissociável entre o fazer-pensar.

Como a seção PDE parece evidenciar que a atuação profissional do aluno do CLI pode acontecer por meio da inserção em projetos, associamos as orações mentais à prática de letramentos acadêmicos participação em projetos.

Ao detalharmos a análise, dessas sete orações mentais em que o egresso é participante, identificamos seis do subtipo cognitivo e uma do desiderativo. O Quadro 9 apresenta essas orações.

CLASSIFICAÇÃO ORAÇÃO

COGNITIVO

(21) [profissional, formado pelo Curso de graduação em Letras]

estabelecer uma dinâmica de aprendizagem continuada e autônoma ao longo de sua vida profissional adequada aos desafios da sociedade contemporânea.

(31) [o egresso] reconhecendo o mérito do conflito e do confronto entre perspectivas diferentes.

(32) [o egresso] chegar a escolhas e decisões próprias.

(49) [o profissional atuante na área de Letras] integrando ensino e pesquisa no seu fazer em sala de aula.

(83) [um profissional] refletir teoricamente sobre a linguagem, [...] (85) [um profissional] compreender sua formação como processo contínuo, autônomo e permanente.