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Idosos como são pensados vivendo nas ILPIs, a partir das atuais pesquisas geográficas.

‘Vale a pena lembrar, o que já foi dito anteriormente, sobre a taxa de idosos no Brasil e países em desenvolvimento, que residem em instituições ainda não chega a 1,5%, contudo estima-se que haja um aumento de procura por instituições asilares nesses países (CREUTZBERG, 2003 apud BESTETTI, 2006).

As ILPI’s brasileiras abrigam 28,3 pessoas, sendo predominância de instituições que abrigam menos de 20 residentes. (KANSO, 2010).

Apesar de uma visão de maneira geral , negativa em relação às ILPI’s, atualmente ocorreram diversas modificações, uma das características é o formato de residência coletiva, que assegura a criação de laços afetivos e o convívio com a família (CAMARANO, 2010) .

Christophe pag. 158 (2010) a mudança na percepção das instituições como uma alternativa de cuidado/ moradia para a população idosa extrapola a expressa pela mídia brasileira. Esta em curso em quase todo o mundo e em vários setores da sociedade.

A Constituição Federal de 1998, afirma os direitos humanos e diz ainda :

A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988).

Segundo Christophe pag. 160(2010) A legislação brasileira que responsabiliza a família pelo cuidado de seus membros idosos é fruto dos preconceitos em relação ao cuidado institucional, mas ao mesmo tempo os reforça. Dada a pouca atuação do Estado Brasileiro no tocante a oferta dessa modalidade de serviços, a responsabilização da família para esta tarefa é a sua culpabilidade, no caso de omissão cumprem um papel (seja intencional ou não) de reduzir a demanda efetiva por serviços público. Os preconceitos contribuem também para a redução da demanda por instituições privadas que diminuem a sua oferta.

Em 2003, o estatuto do idoso foi sancionado dando prioridade a assistência do idoso junto a família, mesmo âmbito institucional.

A Lei nº 10.741 de outubro de 2003 Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.

§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de

longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família (ESTATUTO DO IDOSO, 2013).

Segundo Christophe pag. 160(2010) Acredita-se que as vantagens e / ou desvantagens desta forma de cuidado dependem muito das necessidades de cada idoso e da disponibilidade da família de cuidar, o pertencimento a uma instituição pode representar uma alternativa de amparo, proteção e segurança , principalmente para os que não tem família e para aqueles que experimentam uma situação de conflito familiar.

Há uma série de pesquisas onde os autores apontam questões negativas no que diz respeito ao processo de institucionalização. De fato como os idosos estão colocados na ILPI e como eles chegaram até lá são de extrema importância para qualquer pesquisador. Nesse sentido importa, a partir de novos conhecimentos sobre envelhecimento e velhice, quais os processos, que os idosos institucionalizados vivenciam no decorrer de sua vida. Duarte (2010)

Segundo ainda Duarte pag. 123 (2010), antigamente as família mantinham o idoso em seu contexto, provendo o cuidado necessário, até o momento de sua morte.

Na prática percebemos que a procura por instituição se da quando o idoso esta com algum quadro de dependência, nos estágios mais avançados, a maioria das famílias não dispõe de condições financeiras e cresce o ônus por cuidador, essa condição obriga a família a decidir a internação em uma ILPI (NETTO, 2006, pag. 347).

Entretanto, há uma série cobranças dentro da instituição para que não haja abandono e a falta de socialização entre os idosos que vivem na ILPI, a projeção de um novo olhar aos idosos institucionalizados depende da sua necessidade e da sua capacidade de transformação. Ha o idoso que não responde por si, o qual já tem um quadro de demência instalado, sua preservação cognitiva diminuída e o idoso que responde por si , o qual tem sua preservação cognitiva sem alteração.

Como o idoso se projeta na ILPI pode se apontar que, na grande maioria das vezes, não há demonstração de interesse e entusiasmo por mudanças a serem sugeridas pelos próprios idosos, isso ocorre mesmo antes da decisão pela institucionalização (ARAUJO, 2012).

Novas propostas pelo segmento ILPI é algo que já esta ocorrendo em meios as diversas mudanças existentes, aos idosos que residem em ILPI há necessidade de serviços planejados que respeitem os idosos, propiciando novos desafios e sentidos de vida e garantam uma velhice digna com novas realizações (ARAUJO, 2010).

Há possibilidade de obter novos conhecimentos e também de socialização dos mesmos, desde que haja interesse em fazer esta interação, tanto por parte dos profissionais quanto dos idosos. Geralmente o primeiro estímulo parte da equipe multiprofissional e com o convívio surgem as trocas.

A vida em uma ILPI não significa o término do ciclo existencial, mas uma etapa que pode ser gratificante na construção e na reconstrução de um novo estilo de vida (ARAUJO, 2010, pag. 52).

A vida em uma instituição reproduz, de forma ampliada a vida em família. Ali se encontram ¨abrigo¨, ¨retiro¨, ¨conflitos¨, ¨abandono ¨, ¨expectativas¨, ¨culpas¨, ¨frustações¨, ¨afetos¨, ¨cuidados¨, ëntendimentos¨, ¨solidão ¨etc. (CAMARANO, 2010, pag 184).

Acredito que para diminuir este peso negativo da ILPI é necessário ressaltar questões relativas ao olhar atento e critico da autora Camarano que

trata em uma das suas pesquisas sobre a atenção voltada aos idosos dependentes.

É provável que parte destes indivíduos quando se mudou para a instituição já estava "retirada do convívio" em decorrência das condições de saúde não por escolha própria. Nas instituições, observa-se uma concentração de indivíduos dependentes. Mesmo assim, há busca de novas possibilidades , no que se refere a socialização, algumas instituições levam os idosos acamados e demenciados para tomar sol em áreas fora do ambiente institucional, possibilitando algum grau de socialização (CAMARANO, 2010, pag. 184).Evitando-se assim segregação, mostrando a importância de como este idoso está inserido na instituição.

Ocorre também que o idoso deverá entender que fazer parte do grupo é importante, a idéia de pertencimento ao grupo em que vive é fundamental para a relação social, dando uma proximidade, intimidade e relações pessoais, positivas a vida cotidiana asilar (MERCADANTE, 2009 apud XIMENES, pag. 137, 2006).

Assim o perfil do idoso deve estar definido, há necessidade de um planejamento que promova o respeito ao idoso que independe de várias formas por parte dos profissionais de enxergar os velhos dependentes e não dependentes.

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