• Nenhum resultado encontrado

A Instituição de Longa Permanência (ILPI) passou por diversas mudanças ao longo de sua história. O preconceito por parte de muitos ainda existe, contudo percebemos que há várias exigências e mudanças tanto na legislação como a forma de tratar o idoso, há inúmeras mudanças com objetivo

de um maior desenvolvimento por parte vário estudos com a preocupação em oferecer qualidade no atendimento ao idoso (CAMARANO, 2010).

Importa aqui ressaltar que muitos autores, chamam a atenção para o impacto que se dá para a família quando a decisão de institucionalizar o idoso é vista como último recurso de atendimento, pois a família por diversos motivos não consegue gerenciar o cuidado do idoso, principalmente quando está relacionado o avanço da idade à doença do idoso. (CAMARANO, 2010)

Alcântara (2009) relata ser prioridade que o velho permaneça com a família na comunidade, e a PNI (Política Nacional do Idoso) prioriza a vida junto à família. É a família peça fundamental nas decisões referente às necessidades físicas, psíquicas e sociais de seus velhos.

Para alguns é uma decisão difícil que poderá causar diversos sentimentos como: culpa, impotência, remorso e medo, porque, muitos encaram a institucionalização como abandono. Mas a institucionalização nem sempre é vista como forma de abandono, cada situação requer estudo, objetividade e profissionalismo na análise dos fatos que levaram a institucionalização (ALCÂNTARA, 2009).

Percebemos que uma das grandes mudanças é a presença da família no equipamento de atendimento como a ILPI. A presença da família é um dos pilares de uma boa qualidade de vida dentro da instituição, marcada não apenas pela presença e sim como a formuladora do cumprimento de novas necessidades de mudança no que diz respeito a não existir o abandono. Residir em uma instituição, não rompe vínculos existentes e ainda traz a possibilidade de novos laços a serem criados (CAMARANO, 2010). PG 163

.Assim a família tem um papel muito importante na velhice, onde possibilita redes de solidariedade e entrelaçamento de afetos e proteção (ARAUJO, 2012).

A importância da família no envelhecimento e vilhice é indiscutível, contudo os arranjos familiares vêm mudando com o decorrer dos anos, outras características como a diminuição da natalidade, diminuição da mortalidade, diminuição do número de filhos, casais que ocupam casas separadas, casais

homossexuais e a mulher no mercado de trabalho faz com que novas possibilidades como a institucionalização seja uma opção de cuidado. (CAMARANO, 2010; LOPES, 2006).

Perante a doença e a dependência ocorre a inversão de papéis, onde os filhos assumem o cuidado dos pais: por amor ou por obrigação, isso depende da relação passada de pai para filho (ALCÂNTARA, 2009).

Lopes (2006) acrescenta que o envelhecimento dos pais afeta a estrutura psicológica de cada um dos membros da família, que mesmo inconscientemente sentem medo e insegurança.

Em virtude do avanço da idade os familiares ficam sobrecarregados em razão dos cuidados e responsabilidade com o idoso, onde as diversas fragilidades demandam atendimentos especializados (ARAUJO, 2012).

Quando o idoso decide residir por conta própria em uma instituição deve se ter como essencial o direito não só a moradia mas a família como um elo de apoio junto a instituição. Porém há casos onde o próprio idoso não quer se tornar um peso para as famílias, e optam por morar em moradias coletivas com serviços especializados (ARAUJO, 2012).

Considero importante aqui apontar o que percebemos durante os últimos seis anos de 2009 até 2015, na instituição que desenvolvo meu trabalho no que

se refere ao impacto da institucionalização par a família. 1- Pensar na instituição como castigo para o idoso – Em uma das

procuras de uma família escutei o seguinte argumento: "quero colocar a minha mãe aqui porque ela só reclama" ;

2- Muitas famílias em situações de desespero, muitas vezes não conhecem a história clínica do seu familiar idoso, procuram a instituição, mas já tem em mente que está institucionalizando porque é a ultima alternativa;

3- Uma família que é problemática de base, na velhice não vai ser diferente com o seu parente.

4- O que dá prazer para o idoso é quando há conscientização da família em um trabalho que haja um elo entre a instituição e o institucionalizado, família e os órgãos fiscalizadores que são mediadores de diversas imposições que foram sendo acumuladas durante as histórias asilares de forma geral;

Acreditamos que há muito o que se fazer pelo idoso institucionalizado, no entanto tomaremos como base quais as coisas, as sugestões que o familiar sugere para melhorar a situação do idoso.

Para Alcântara (2009), a decisão de institucionalizar surge a partir do agravamento das condições gerais dos velhos, nem toda família está preparada para assistir ao velho, onde o cuidar torna-se muito difícil tanto no contexto emocional como no físico.

Há inúmeras maneiras de olhar uma instituição, contudo há o esforço por parte das mesmas em fazer cumprir este elo da familiar como reuniões, acompanhamento médico, participação nas atividades de lazer dentro e fora da instituição, os passeios por parte da família ou da instituição.

Born (2006), diz que se as ILPI’s tiverem um amplo dialogo com a família, é possível que haja uma colaboração na vida da instituição, assim também como um elo entre a família e o idoso e finalmente deixar claro que a ILPI e a família devem trabalhar em conjunto formando uma parceria no cuidado do idoso.

Quando a família não conhece o seu idoso, e passa de repente a ser o responsável pelo mesmo a decisão de deixar em uma instituição pode ser negativa porque não existe elo familiar. Born (2006), relata que muitas famílias não apresentam uma boa relação, tem problemas mal resolvidos, antigas mágoas e ressentimentos.

Alcântara (2009, p.119), conta que a relação entre país e filhos tem dinâmica própria e que a vida familiar é construída a partir de intercâmbios entre os familiares, afirma ainda que é sempre bom investigar como foram construídos os laços familiares.

Outro ponto considerado negativo é a instituição receber o idoso no último grau de dependência – por exemplo: demência - para receber cuidados paliativos o que é totalmente diferente do idoso que vai para a instituição e esta sendo assistido e com o decorrer do seu envelhecimento aumenta o grau de dependência. Assim se este idoso for retirado da instituição poderá desestruturar todo o seu atendimento e também desestruturar a família. A ILPI tem um papel importante neste contexto por oferecer uma equipe de multiprofissionais.

E extremamente essencial que haja profissionais de diferentes áreas gerenciando especialmente o cuidado do idoso, e também podendo respaldar a família. Para Born (2006), uma ILPI necessita de uma equipe multidisciplinar para unificação do atendimento ao idoso.

Contudo, as ILPS’s estão em processo de modificação, e para uma qualidade de vida com dignidade aos idosos, as leis dão suporte e segurança a eles dentro de uma ILPI. Essa unificação assegura ao idoso qualidade de vida dentro da instituição como será explanado a seguir.

2.3 Idosos como são pensados vivendo nas ILPIs, a partir das atuais

Documentos relacionados