• Nenhum resultado encontrado

IDENTIDADE E DESEJO DO IDOSO NA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA: REALIDADE E INDICADORES DE MUDANÇA MESTRADO EM GERONTOLOGIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "IDENTIDADE E DESEJO DO IDOSO NA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA: REALIDADE E INDICADORES DE MUDANÇA MESTRADO EM GERONTOLOGIA"

Copied!
68
0
0

Texto

(1)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

VÂNIA NASCIMENTO COSTA

IDENTIDADE E DESEJO DO IDOSO NA INSTITUIÇÃO DE

LONGA PERMANÊNCIA: REALIDADE E INDICADORES DE

MUDANÇA

MESTRADO EM GERONTOLOGIA

(2)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

VÂNIA NASCIMENTO COSTA

IDENTIDADE E DESEJO DO IDOSO NA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA: REALIDADE E INDICADORES DE MUDANÇA

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo como exigência parcial da obtenção do título de Mestre em Gerontologia, sob a orientação da Prof ª Drª Elisabeth Frolich Mercadante.

MESTRADO EM GERONTOLOGIA

(3)

BANCA EXAMINADORA

__________________________

__________________________

(4)
(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus, pois a fé ajudou a superar as dificuldades impostas pela vida e que me ajudou neste caminho de aprendizado.

A minha orientadora e professora Mercadante , por quem eu tenho carinho e admiração. Obrigado pelo grande ensinamento que pude apreciar durante estes encontros.

A minha mãe que não mede esforços para impulsionar ao meu crescimento como mulher e profissional.

A minhas filhas que me acompanharam durante todo o meu curso, as quais estou tendo a oportunidade de ensinar sobre velhice e envelhecimento.

A minha amiga Fisioterapeuta Rosana, a qual esteve acompanhando os meus desafios de desenvolver este trabalho.

(6)

RESUMO

COSTA, VÂNIA NASCIMENTO. Identidade e desejo do idoso na Instituição de Longa Permanência: Realidade e Indicadores de mudança. Dissertação de Mestrado em Gerontologia. Programa de Estudos Pós Graduados em Gerontologia. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016.

Esta tese analisou, idosos residentes em Instituição de Longa Permanência (ILPI) . A literatura gerontologica chama atenção para os idosos institucionalizados como aqueles que se sentem afastados do seu mundo e da família. Ao analisar, o velho evidencia-se a identidade de velho dentro de uma instituição, que não se perde desde que haja lucidez. Percebe-se a necessidade de entender a identidade do idoso institucionalizado, este estudo procurou como objetivo geral investigar a vontade de desejo, ações e critérios positivos e negativos que envolva o idoso nas ILPIs. A pesquisa proposta pode ser caracterizada como qualitativa, as informações permitiram apontar seus sujeitos e classificar ações que trazem critérios positivos e negativos. Os resultados apontaram que a identidade do idoso não é alterada por residir em uma instituição ao contrario é agregado novos conhecimentos desde que haja desejo.

(7)

ABSTRACT

COSTA, NASCIMENTO VÂNIA. Identity and elderly of desire in Long-Term Institution: Reality and shift indicators. Dissertation in Gerontology. Program of Post Graduate Studies in Gerontology. Pontifical Catholic University of São Paulo, in 2016.

This thesis analyzed the elderly living in long-stay institution (ILPI). The gerontological literature draws attention to the institutionalized elderly as those who feel distant from their world and family. By analyzing the old highlights the old identity within an institution, that is not lost since there is clarity. Realizes the need to understand the identity of the institutionalized elderly, this study sought is to investigate the desire of will, actions and positive and negative criteria involving the elderly in ILPIs. The proposed research can be characterized as qualitative, information point allowed their subjects and classify actions that bring positive and negative criteria. The results showed that the identity of the elderly is not changed by living in an institution contrary is added new knowledge long as there is desire.

(8)

Sumário

INTRODUÇÃO 23

CAPITULO l

1 – Identidade e Velhice

1.1- História das Instituições de Longa Permanência 1.2 - Perda da identidade

1.3 – Desejo

CAPITULO II 2.1- Protocolo

2.2 - Impacto da família no processo de institucionalização

2.3 - Idosos como estão colocados na ILPI e como eles se projetam na ILPI

2.4 - Perfil do idoso institucionalizado

CAPITULO III 3.0 Metodologia

3.1 Sujeitos da Pesquisa 3.2 Critérios de inclusão

3.3 Entrevista e as Entrevistadas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

(9)

INTRODUÇÃO

A realização desta dissertação de mestrado faz parte de toda uma trajetória pessoal que me impulsionou a desenvolver este trabalho. Valorizo esta oportunidade de trabalhar com pessoas institucionalizadas , as quais impulsionaram buscar novos conhecimentos .

Entender sobre velhice e envelhecimento não foi uma tarefa simples ao contrário trouxe várias inquietações, pois relacionar todos estes descobrimentos com idosos institucionalizados, tornou-se uma das minhas metas.

Durante a minha vida profissional como enfermeira pude ter certeza que o cuidado independente da idade faz parte da minha escolha, contudo ao trabalhar com idosos , percebi a necessidade de novos aprendizados. Não só voltado às técnicas, mas o aperfeiçoamento do modo de pensar a velhice.

Esta necessidade confirmou-se quando passei a assistir as aulas, fiquei muito satisfeita com que é oferecido no programa, este conhecimento proporcionou-me, novas reflexões em todas as áreas da minha vida, pessoal e profissional .

Trabalhar em instituição despertou o meu interesse em estudar sobre o que fazer com este idoso, e principalmente qual é a vontade deste idoso.

No meu trabalho o que mais me inquieta e identificar até onde eu posso ir sem invadir o eu do outro ou seja , este idoso que esta na instituição, quais são suas vontades e desejos independente do que é lhe imposto.

(10)

diz respeito a normas de funcionamento, que envolve o papel dos conselhos, do ministério público e da vigilância sanitária e envolvimento da família do idoso.

A lei se aplica a todas as ILPIs sendo ela privada ou filantrópica. Ao iniciar minha pesquisa, constatei que há um número grandes de trabalhos que fala sobre o idoso em condições de vulnerabilidade dentro da ILPI, seja elas familiares ou financeiras. A própria lei traz esta condição de incapacidade.

A ILPI é um sistema social organizacional com o objetivo de assistir ao idoso, “sem vínculo familiar ou sem condições de prover a própria subsistência de modo a satisfazer as suas necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência social”, ou idosos dependentes e/ou independentes em estado de vulnerabilidade social. (CREUTZBERG, 2007)

Ainda a mesma autora diz sobre a complexidade que conduziu à diferenciação funcional das ILPI’s para idosos é a existência de idosos nessas condições e uma multiplicidade de fatores que a eles se referem. Dentre os subsistemas internos da ILPI há necessidade prevista pela legislação de equipe que se ocupe dos processos de atenção à saúde, respondendo pelas demandas cotidianas de cuidados.

Segundo Mello (2010), muitas instituições tentam oferecer aos residentes um espaço que reproduza a vida em família. Algumas, por exemplo, se autodenominam “lares”. É o caso de aproximadamente 30% das instituições brasileiras. Diversas delas são pequenas, com menos de dez residentes e funcionam em casas.

Quando iniciei meu trabalho há seis anos não sabia ao certo o quanto era impactante e negativo a questão do idoso institucionalizado. Sendo o meu trabalho desenvolvido em uma instituição particular, imaginava que o idoso escolhia estar na ILPIs e que este equipamento de cuidado acrescentaria mais entusiasmo e calor humano aos idosos.

(11)

Oferecer cuidados proporcionando momentos mais dinâmicos e felizes se tornara uma meta que necessitava da agregação de novos conhecimento e profissionais.

Cobrava-me algo diferente para oferecer aqueles idosos institucionalizados, sempre pensei em manter o contato com a família , visitas, acompanhar o horário do almoço, acompanhar atividades, etc, procurei fazer mais reuniões com os colaboradores e aprimorar os cuidados que passaram a estar protocolados.

Inesperadamente , recebi a visita do Conselho dos Idosos da região de Mogi das Cruzes, foi ótimo pois não fui cobrada apenas do cuidados mas de tudo que envolve o estatuto e o cumprimento da lei voltada a ILPI.

Passei então a me debruçar no plano de cuidados que chamamos neste trabalho de protocolo, pois ele direciona o trabalho da instituição e devem ser cumpridos por todos.

Em um mesmo ano acredito eu que recebi a visita da vigilância e promotoria uma três vezes, em uma única visita veio mais de 05 profissionais, engenheiro, assistente social , nutricionista, enfermeira, farmacêutico e a representante do conselhos dos idosos, o motorista ficou aguardando no carro.

Estas visitas foram de grande importância, pois são através delas que podemos rever o nosso entendimento como prestador de serviço e enquadrar no que a lei pede.

(12)

Mas não perdi o foco, trabalhar a instituição o mais próximo de uma lar, preservando o convívio, contudo tendo uma equipe multidisciplinar que não deixa de seguir o que é pedido na lei.

A partir disto, a identidade do idoso na ILPI pode ser refletida e servir como um novo conhecimento sobre este idoso , não só nas questões negativas , mas como uma decisão de escolha onde não ocorrera somente perdas e sim também ganhos.

Cabe ressaltar que a literatura gerontológica chama a atenção para os idosos institucionalizados como aqueles que se sentem afastados de seu mundo e da família (CÔRTE, 2006).

Durante estes seis anos percebi que muito antes da institucionalização alguns idosos, já estão afastados das famílias e muitos dos idosos que estão na instituição o vinculo familiar não é quebrado, porém falo de uma instituição particular.

Distintos trabalhos comprovam que a decisão pela institucionalização deve ser tomada após cuidadoso exame das alternativas possíveis como arranjos na família, constatação de cuidadores ou utilização de recursos comunitários como centro-dia e centro de convivência (BORN, 2006).

Percebo que os familiares, ao procurarem uma ILPI, já buscaram alternativas possíveis para seu familiar idoso. Esse recurso verdadeiramente na prática é a última opção; por isso o idoso, ao ser institucionalizado, encontra-se semi dependente ou dependente (DUARTE, 2010, CAMARANO, 2010).

Ter a instituição como ultima escolha é impactante, pois a velhice possui um caráter social , pode ser vivida diferentemente de acordo com os valores, costumes e culturas de cada sociedade, dentro de um determinado contexto histórico.

(13)

pessoas se torna mais motivada. Sem que ocorra perda do que ele já construiu no decorrer da sua trajetória pessoal e identitária.

É desejável ter uma velhice saudável e amparada pela família e uma das realidades mais impactantes para o idoso é depender do outro ou gerar qualquer tipo de ¨peso¨.

De forma geral observa-se que o desejo do idoso é preservar sua participação na família e na sociedade dando continuidade e reconstruindo a sua identidade. O idoso independente na instituição, deve ter livre arbítrio para suas decisões e cabe aos gestores ter esta consciência.

Atualmente, a condição de isolamento a que se submetiam os idosos em geral tende a ser superada, devido ao número de estudos e iniciativas de profissionais que buscam aprimorar conhecimentos na área de gerontologia, quanto a projetos criativos de ocupação do tempo pelos idosos no cotidiano. Além disso, os órgãos fiscalizadores passaram a exercer a fiscalização das ILPI´s, quanto a esse relevante aspecto social. (CAMARANO , 2013).

As sociedades em geral ainda não desenvolveram suas questões relativas ao segmento idoso. As idéias estereotipadas em relação aos velhos esta presente no livro clássico, de Simone de Beauvoir sobre o velho.

O idoso em geral é visto como entrave ao desenvolvimento. Vários idosos, em decorrência das dificuldades de enfrentamento, negam a própria idade, para não deixarem ser aceitos pela sociedade. O enfrentamento resume-se ao não enfrentamento da velhice. Manter-se jovem e ativo é o desejo de todos, mas se revela - ser essencial ter consciência da idade, aceitando-a e vivendo-a (SCORTEGAGNA, 2012).

A consciência da idade é importante pois a construção de novos saberes dentro da sociedade hoje influenciada pelos vários segmentos não pode diminuir o envelhecente.

(14)

contextos eleva a alterações de pensar, de agir e ampliação em sua rede social.

As instituições de moradia coletiva no século XX evidenciaram que o tempo e o interesse das pessoas internadas são separados do mundo externo, configurando-se um local comum, onde as diferentes atividades - dormir, comer e lazer - são uniformemente realizadas.

A vida cotidiana institucionalizada em geral é mais homogeneizada não só pelo lugar comum de vida de um coletivo, mas pelas atividades e práticas ordenadas por um regulamento. (SOUZA, 2014).

Dentro desse tema, Goffman (2009) denomina atividades de lazer como “cerimônias institucionais”, possibilidades de reaprender a viver em sociedade.

É comum associar ILPI’s às instituições totais, pelo seu regime de tratamento, sob a mesma forma de autoridade, conforme Goffman (2007) a definiu.

No entanto, nas ILPI’s deve-se analisar primeiramente o grau de dependência dos residentes. Os idosos acamados têm total dependência, e o mesmo aconteceria se estivesse em sua residência, dependendo dos familiares (CAMARANO, 2010; DEBERT, 1999).

Nossa realidade mostra que a maioria das pessoas procuram ILPI’s quando os idosos apresentam um quadro de demência, sem saber ao certo as alterações que acontecem. Contudo, preservar a identidade no processo de envelhecimento é parte fundamental da nossa existência, e o envelhecimento norteia mudanças que exigem novos conhecimentos.

A instituição não consiste apenas de espaços físicos, mas de seres humanos com identidades que ali são expostas. O que sustenta o espaço construído não é apenas a ordem material, mas a consistência subjetiva (SAWAIA, 2009).

(15)

identidade nesse convívio com o outro é parte fundamental para o envelhecimento digno (MERCADANTE, 1998).

O primeiro capítulo desta dissertação apresenta temas relativos a identidade e velhice dos idosos institucionalizados, expondo historicamente , focando identidade de velho , histórias das ILPIs, perda da identidade e desejo.

No segundo capítulo o apresenta-se o papel do protocolo em uma instituição de forma geral. Impacto na família no processo de institucionalização, idosos como estão colocados na ILPI e, como eles se projetam na ILPI e perfil dos idosos institucionalizados.

O terceiro capítulo discute a metodologia da presente pesquisa . apresenta os sujeitos da pesquisa, seus depoimentos e a interpretação das falas dos entrevistados.

(16)

CAPITULO l

IDENTIDADE E VELHICE

A identidade se define como qualidade do idêntico, circunstância de um indivíduo ser aquele que diz ser ou aquele que outros presumem que ele seja (AURÉLIO, 1989).

A velhice é uma totalidade complexa e dinâmica., importa aqui discutir sobre a velhice, sobre a identidade de velho.

Em geral a identidade de velho é formulada principalmente sobre características físicas e biológicas, de cada um , imprimindo a ela uma substancia que assume força e presença e que passa prioritariamente a definir o individuo (MERCADANTE, 1998)

Indagarmos sobre a identidade de uma pessoa implica estabelecer e reconhecer características e atributos nela presentes. Trata-se de uma totalidade composta por comportamentos, atitudes e pensamentos. Com relação à identidade social do idoso, ela é construída pela oposição à identidade do jovem, ou seja, contrapõe-se a um conjunto de características dos jovens: atividade, produtividade, beleza, força e memória (MERCADANTE, 1997).

Os idosos guardam a noção de identidade como (idoso abandonado). As pessoas são vistas como apáticas, tristes, incoerentes, envolvidas por cuidados de higiene, alimentação, médicos e lazer, existindo grande preocupação com o cuidado pessoal e de limpeza (CANÔAS, 1983)

(17)

Rodrigues et al. (2005), ressaltam que a institucionalização não representaria perda da identidade, mas a capacidade de preservá-la como em um lar,com organização de horários, atividades, relacionamentos, lazer, religiosidade, relacionamentos pessoais e familiares.

É possível ter uma identidade pessoal que nos define como indivíduo, e outra social, que define como ser perante a sociedade ou um grupo de pessoas (MERCADANTE, 1997).

Como já observado, anteriormente, a identidade de velho aparece em contraste com a identidade de jovem (Mercadante, 1997). Ocorre o contraste do eu no contato com o outro.

Na instituição o idoso não esta sozinho, mas em contato com outros idosos. Ao entrar na ILPI a mesma visão de idoso contrastando com o jovem esta presente nas suas ideias.

Assim, muito antes de ser institucionalizado, a sua sociabilidade já foi alterada pela idade, capacidade física reduzida, redução cognitiva e mental.

Existem diversos tipos de identidade social, religiosa, étnica, etária, etc., pelo fato de que asseguram a diferença e a singularidade. (MERCADANTE, 1988)

Ainda Mercadante (1988), assinala que o pensamento que apresenta uma única maneira de ver um sujeito velho é uma visão simplista, ideológica de velho e velhice, que se fundamenta numa vertente limitada é sempre pensada a partir da relação contrastiva com o outro.

(18)

As mudanças de comportamento ligadas ao corpo não devem provocar alteração na identidade do idoso; além disso, ainda é comum a percepção de que a residência em uma ILPI significa ruptura de laços com familiares e amigos, e freqüentemente ignora os novos laços nelas construídos (CARVALHO, 2006).

Uma das grandes problemáticas vistas externamente pela sociedade é o cumprimento de regras, horários, proibição do direito de ir e vir, acordados muito antes de se pensar em uma instituição. Diversos estudos mostram essa visão negativa, barreira que as instituições totais colocam entre o internado e o mundo externo, o que assinala a primeira mutilação do eu (GOFFMAN, 2007; CANÔAS, 1983).

Segundo Camarano et al. (2010, pg.189), “é muito comum associar Instituições de Longa Permanência a Instituições Totais ou de saúde”. De acordo com Debert (1999), é quase direta a associação de asilo de idosos ao modelo de instituição total. Camarano (2010) cita a visão de Goffman (2007), que define instituições totais como aquelas nas quais os aspectos da vida ocorrem no mesmo local e sob a mesma autoridade. Cada fase da vida diária do participante acontece na companhia de um grupo relativamente grande, e as atividades diárias são rigorosamente estabelecidas em horários, e toda a seqüência de atividades é imposta por um sistema de regras formais, por um grupo de funcionários. Finalmente, as atividades obrigatórias são reunidas em um plano racional único, supostamente planejado para atender aos objetivos oficiais da instituição.

Embora o serviço de saúde seja visto pela prática como ofertando o serviço de saúde, ele não é o principal colocado à disposição pelas instituições brasileiras. Elas não são estabelecimentos voltados à clínica terapêutica, apesar de os residentes receberem, além de moradia, alimentação e vestuário, serviços médicos e medicamentos (GROISMAN, 1999; COSTA 2004; CAMARANO, 2007).

(19)

impede de inseri-los num contexto social e cuidar de suas subjetividades (CABRAL, 2002).

Cabe ressaltar as idéias de Guattari (2011), que desenvolve a noção de subjetividade. Para ele, a sociabilidade indica a subjetividade e se recria nas relações interpessoais a partir da idéia de revolução molecular. Essas relações, assim recriadas, revelam a invenção de formas de sociabilidade na vida doméstica, amorosa, profissional e na relação com a vizinhança.

Deve-se, então, compreender porque isoladamente perde-se o desejo, com tanta ênfase na velhice. Em alguns casos, estando o idoso na instituição, os termos parecem se aprofundar e o peso caem sobre a ILPI.

Em geral, tratando-se da identidade de velho, tem-se as idéias de que a velhice é sempre acompanhada de perdas físicas e cognitivas. Certamente as perdas na velhice não ocorram somente pelo fator idade/senescência, mas ainda pelo fator sociedade, que vê o idoso como ser inútil, frágil e com perda de capacidades. Mercadante (1998) afirma que “a visão sobre o velho, um corpo imperfeito – em declínio, enfraquecido, enrugado – não avalia só o corpo, mas sugere imediatamente ampliar-se para além do corpo, sobre a personalidade, o papel social, econômico e cultural do idoso”.

Fica evidente que a identidade dos indivíduos passa, quase sempre, por uma forte vinculação a um grupo de pares que, sob diversas formas, reforçam crenças e valores. Ao relacionar essa vinculação ao processo de envelhecimento, percebemos nos casos de idosos institucionalizados o desapego aos grupos muito antes de sua institucionalização (VELHO, 1986).

(20)

1.1 - HISTÓRIA DAS ILPI’S

A história das instituições são apresentadas muitas vezes a partir de relatos negativos especialmente aquelas que lidam com intervenções, como por exemplo asilos, orfanatos, etc. Na Inglaterra elisabetana (século XVl) houve a transferência de responsabilidades da Igreja para o governo, o qual passou a se responsabilizar pelos pobres, mendigos, loucos, idosos e excluídos (CAMARANO, 2010; BORN, 2001).

No Brasil, a primeira referência de asilo encontrada foi a de uma instituição destinada a soldados do Rio de Janeiro em 1797. Especificamente para a população idosa, um dos primeiros de que se tem notícia foi o Asilo São Luiz para a velhice desamparada, criado em 1890 no Rio de Janeiro. Em São Paulo, no final do século XIX, a Santa Casa de Misericórdia prestava assistência a mendigos. Com o aumento de internações de idosos passou a definir-se como instituição gerontológica em 1964 (CAMARANO, 2010; BORN, 2010).

Em 2020, espera-se que o Brasil alcance o patamar de sexto país do mundo em número de idosos, com um número superior a 30 mi8lhões de pessoas (VERAS, 2009 apud MONTEIRO 2015 pag. 55)

Algumas literaturas contam historias de que, a instituição asilar surgiu na antiga Grécia e a mais antiga legislação de funcionamento ocorreu no império Bizantino e sucessivamente no Código Justiniano de 534 da era cristã. Já no mundo ocidental o primeiro asilo foi fundado pelo papa Pelágio II (520-590), que transformou sua residência em hospital para idosos carentes (CHRISTOPHE, 2010, apud REZENDE, 2002).

(21)

O primeiro asilo para idosos no Brasil foi o “São Luiz para Velhice Desamparada”, criado em 1890, no Rio de Janeiro. O surgimento dos asilos decorreu da caridade cristã aos idosos pobres, como um trabalho filantrópico (CAMARANO, 2010).

O número de idosos (com 60 ou mais de 65 anos) poderá ultrapassar o número de crianças com menos de 5 anos, o que implicara no desequilíbrio entre jovens e idosos (OMS, 2011 apud MEDEIROS, 2015). Hoje o Brasil possui 10% da população acima de 60 anos. Em 2050, esse número será de 30%, então será, três vezes mais idosos do que temos hoje (PORTAL BRASIL, 2012).

Segundo o IBGE, os resultados da atual Projeção da População do Brasil reforçam com muito mais vigor todas as análises já feitas com base na Revisão 2004 da Projeção. A julgar por estes resultados, o envelhecimento da população brasileira estará consolidado ainda na década de 2030, quando a população iniciaria uma trajetória de declínio de seu efetivo absoluto.

Estima-se que 95,2 mil idosos residem em ILPI’s, e isso representa apenas 1% da população idosa brasileira (CAMARANO, 2010).

Nos dias atuais, há grande mudança quanto à constituição familiar, número menor de filhos, mulher no mercado de trabalho e aumento da esperança de vida. O que coloca novos temas na agenda das pesquisas acadêmicas e das políticas públicas, significando demandas de recursos humanos, dentre outras tendo em vista que a população idosa apresenta perda de autonomia para desenvolver as atividades de vida diária (AVD’s) (CAMARANO, 2010).

Com as mudanças no panorama mundial, o envelhecimento recebe reconhecimento, e mais atenção no que diz respeito ao que se processa na mente da pessoa idosa (KEINERT, 2009).

(22)

tratamento prolongado, custo financeiro elevado e cuidados específicos e continuados (CAMARANO, 2010).

Diante disso, importa ressaltar o pensamento de Goffman sobre asilo como instituições totais: “... segregação sofrida em instituições totais, como é o caso de asilos para velhos, instituições criadas para cuidar de pessoas que, segundo se pensa, são incapazes e inofensivas; eis o perfil do idoso cognitivamente normal no qual ocorrem modificações e diminuição das suas capacidades” (GOFFMAN, 2007).

Considerando que ocorrem perdas na velhice faz-se pertinente o levantamento sobre a questão relativa, ao que já foi apresentado anteriormente sobre identidade.

1.2 - Perda Da Identidade

A preocupação com a perda da identidade dentro de uma instituição está ligada à perda da capacidade funcional e memória. Cada indivíduo envelhece de uma forma específica, biológica e socialmente.

Por vezes encontramos nas instituições um grande número de idosos com idade avançada: quanto maior a idade, maior a probabilidade surgimento de um quadro demencial se instalar no residente (VENTURA, 2006).

As perdas, e principalmente quando o portador de demência torna-se dependente e perde autonomia na instituição, decide-se implementar, com orientação do médico e de uma equipe interdisciplinar, a conduta a ser adotada de acordo com o quadro clinico do idoso. DUARTE (2010)

(23)

dinamismo e o sentido diário do cotidiano (afazeres). A crítica da apatia e da falta de estímulo está ligada à instituição total, mas não só a ela. Na instituição total parece, em uma visão crítica, que a situação do idoso institucionalizado piora de maneira geral. As perdas sofridas pelos idosos já estão ocorrendo antes de sua entrada na ILPI. Há um déficit já instalado, e com o comprometimento cognitivo o idoso não aprende, torna-se mecânico e “robótico”. Assim, qualquer intervenção deve ser assistida por uma equipe multidisciplinar com o objetivo de promover melhor qualidade de vida, ao idoso residente (CAMARANO, 2010).

A perda de memória surge com a falência do pensamento da representação, da perda da identidade (DELEUZE, 2006 ; GUATTARI, 2006).

Diante de todas as perdas, pode parecer cruel colocar o idoso em uma instituição. De forma geral o impacto está presente por parte da família e do idoso. (DUARTE , 2010).

O perfil do idoso brasileiro está mudando pelo avanço da idade, a mulher no mercado de trabalho e o crescente número de idosos em instituições de longa permanência. É de fundamental importância não ver a instituição como a última instância, a “câmara da morte”. Trata-se de um idoso com perdas - demências ou outras doenças, e portanto tem-se necessidade de profissionais especializados para o tratamento das patologias(CAMARANO, 2010) .

Segundo Klein (2006), há fatores fundamentais para justificar a aceitação de uma internação em uma ILPIs: comportamento destrutivo e não colaborativo; incontinência urinária e fecal; incapacidade de reconhecer o cuidador; presença de distúrbios comportamentais mais intensos; incapacidade de a família manter um profissional remunerado como apoio ao cuidador; estresse do cuidador informal.

(24)

enfermo para que ele tenha sua qualidade de vida mantida, com conforto e dignidade (ARANHA, 2006).

Um dos grandes desafios dos idosos é aprender a lidar com as perdas.

Segundo Duarte (pag 127, 2010), Dependência pode ser definida como um estado em que a pessoa é incapaz de existir de maneira satisfatória sem ajuda de outro. As dependências observadas nos idosos resultam, tanto das alterações biológicas quanto das mudanças nas exigências sociais e, freqüentemente, as ultimas parecem determinar as primeiras.

A velhice não é definida apenas por perdas e mudanças biológicas mas deve ser considerada pela vontade de viver assim e entramos no próximo título deste trabalho que trata das questões do desejo.

1.3 - Desejo

“Desejar é o âmago de nosso ser.” Freud

Segundo Freud, há alguma razão que motiva a busca por novos conhecimentos, mais em uns, menos em outros. Não há como mudar sem desejo. (FREUD, 2006).

Desde o nascimento somos tomados pelas descobertas; queremos descobrir algo novo, nos ferimos em meio a esses desafios; somos fantasiosos, porque o envelhecimento tende a nos ferir tanto. Perde-se o desejo, pois perdemos o afago incomum (ARANHA, 2006).

(25)

velhice saudável e a patológica apresentam diferenças importantes e exigem cuidados específicos. Entende-se que a diferenças estão no desejo e nas possibilidades de mudanças que a mesma acarretam. (CAMARANO, 2010; PONTES, 2006).

Na velhice, com a preservação cognitiva, há inúmeras possibilidades de transformação, mantendo-se a concepção do idoso de sua identidade aberta e de sua capacidade de interagir com o mundo, fazendo opções ajustadas às suas necessidades e reconhecendo que o idoso é um dos autores da história singular que está continuamente sendo construída e que dá sentido à sua existência (NETTO, GUERREIRO, RODRIGUES, 2006)

Na velhice não existem apenas perdas, mas há ganhos, como o crescimento de um mundo interior, que podem ajudar o viver. Segundo Baldessin (2006), o sucesso e o insucesso na velhice dependem de permanecer intelectualmente vivo, apesar das deficiências do corpo.

É complexo o trabalho coletivo com um grupo de pessoas idosas, ainda mais quando se trata de pessoas institucionalizadas. Tomaremos aqui o desejo de renascer em meio a dificuldades (CAMARANO, 2010).

Segundo Guattarri (2011), quando colocado o problema do desejo voltado à formação coletiva, evidencia-se que o mesmo não é um ato secreto ou vergonhoso. O desejo permeia o campo social, tanto em práticas imediatas quanto em projetos muito ambiciosos. Diante disso, o autor definiu desejo como toda a forma de vontade de viver, criar, amar, inventar outra sociedade, outra percepção do mundo, outros sistemas de valores.

O desejo e a vontade de caminhar em direção a tais transformações dependem, em larga escala, da orientação do trabalho social e da pesquisa. Não tem sentido estudar um bairro em dificuldade sem, ao mesmo tempo, trabalhar para sua recuperação. A elaboração cognitiva, neste caso, é inseparável do engajamento humano e da escolha de valores que implica (GUATARRI, 2011).

(26)

homem com o tempo, com o mundo e com sua própria história, revestindo características biopsíquicas, sociais e culturais.

Seguindo esse pensamento, não adianta estudar, analisar idosos na instituição e não trabalhar para o desenvolvimento de concretizar os seus desejos. Por meio da sua vontade e do seu desejo, o sujeito conquistaria uma liberdade possível, encontrando a sua potência, infinita em possibilidades, transformações e concretizações, e também o devir, pois o desejo é o que nos move (CÔRTE, 2010).

O ser humano é vulnerável a eventos em que o psíquico preserva a sua integridade (seus desejos e vontades), mas o sujeito é confrontado com o adoecimento e a conseqüente fragilização do corpo biológico, que coloca limites às realizações almejadas (NETTO, 2006).

Ao tratar de institucionalização, deve-se saber das perdas já existentes. Diante da incapacidade do idoso institucionalizado não desejante, é essencial uma ação que possibilite uma alternativa de convivência e participação social desse idoso na sociedade, respeitando suas limitações e preservação cognitiva. Segundo Lopes (2006), preservar a saúde mental do idoso é também preservar a satisfação de suas necessidades pessoais e sociais.

(27)

CAPITULO ll

O presente capítulo descreve o que é protocolo, e qual a importância do mesmo em uma ILPI. Descreve também a ILPI e a situação do idoso na mesma.

2.1 Protocolo

Protocolos são considerados importantes instrumentos para o enfretamento de diversos problemas na assistência e na gestão dos serviços. São agrupados quanto à natureza, como protocolos clínicos e protocolos de organização dos serviços (WERNECK, 2009, p. 9).

Desenvolver trabalhos em grupo com diversos profissionais dentro de uma ILPI requer organização, direcionamento e flexibilidade. Sendo assim com objetivo de respeitar e seguir as normas da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 283 (2003), que descreve como deve ser o atendimento dentro de uma ILPI, percebemos que um dos primeiros passos para ter o Alvará de funcionamento da Vigilância Sanitária, foi descrever o Manual de Boas Práticas ou chamado Plano de Atenção.

Werneck (2009, p. 31) diz ainda que para um melhor entendimento os protocolos são as rotinas dos cuidados e das ações de gestão de um determinado serviço, equipe ou departamento, elaboradas a partir do conhecimento cientifico atual respaldado em evidências cientifica, por profissionais experientes e especialistas em uma área e que servem para orientar fluxos, condutas e procedimentos clínicos dos trabalhadores dos serviços de saúde.

(28)

4.5.1 - A Instituição de Longa Permanência para Idosos deve possuir alvará sanitário atualizado expedido pelo órgão sanitário competente, de acordo com o estabelecido na Lei Federal nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977 e comprovar a inscrição de seu programa junto ao Conselho do Idoso, em conformidade com o Parágrafo Único, Art. 48 da n° Lei 10.741 de 2003.

5.2.1 - A instituição deve elaborar, a cada dois anos, um Plano de Atenção Integral à Saúde dos residentes, em articulação com o gestor local de saúde. (RDC,2005)

Assim durante a nossa prática passamos a descrever os fluxos dentro da instituição, contudo havia uma preocupação em respeitar a vontade do idoso como por exemplo " desde atividades de vida diária até atividades oferecidas pela instituição " . O plano de ação, ele não só, favorece a estrutura física, mas, também adéqua a necessidade do idoso. Assim a ação desenvolvida para prestar os cuidados aos idosos necessita de um protocolo.

No que se refere à ILPI, devemos seguir a RDC 283 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2005) como já foi mencionado, que dita ainda:

4.1 - A Instituição de Longa Permanência para Idosos é responsável pela atenção ao idoso conforme definido neste regulamento técnico.

4.2 - A instituição deve propiciar o exercício dos direitos humanos (civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e individuais) de seus residentes.

4.3 - A instituição deve atender, dentre outras, às seguintes premissas:

4.3.2 - Preservar a identidade e a privacidade do idoso, assegurando um ambiente de respeito e dignidade; (RDC, 2005).

(29)

4.3.4 - Promover a convivência mista entre os residentes de diversos graus de dependência;

4.3.5 - Promover integração dos idosos, nas atividades desenvolvidas pela comunidade local;

4.3.6 - Favorecer o desenvolvimento de atividades conjuntas com pessoas de outras gerações;

4.3.7 - Incentivar e promover a participação da família e da comunidade na atenção ao idoso residente;

4.3.8 - Desenvolver atividades que estimulem a autonomia dos idosos;

4.3.9 - Promover condições de lazer para os idosos tais como: atividades físicas, recreativas e culturais.

4.3.10 - Desenvolver atividades e rotinas para prevenir e coibir qualquer tipo de violência e discriminação contra pessoas nela residentes.

No que se refere a ILPI, podemos dizer que os protocolos devem ser elaborados de acordo com as leis vigentes, desde os cuidados até as atividades.

5.1.1 - Toda ILPI deve elaborar um plano de trabalho, que contemple as atividades previstas nos itens 4.3.1 a 4.3.11 e seja compatível com os princípios deste Regulamento. 5.1.2 - As atividades das Instituições de Longa Permanência para idosos devem ser planejadas em parceria e com a participação efetiva dos idosos, respeitando as demandas do grupo e aspectos sócio-culturais do idoso e da região onde estão inseridos.

(30)

grau de integração entre os moradores ajudando-os a exercer um papel social (CAMARANO, 2010).

5.1.5 - O responsável pela instituição deve manter disponível cópia deste Regulamento para consulta dos interessados.

Para desenvolver as rotinas e procedimento a instituição deverá elaborar um protocolo de atendimento como relatado anteriormente, para que o fluxo de trabalho seja efetivo.

5.2.6 A instituição deve dispor de rotinas e procedimentos escritos, referente ao cuidado com o idoso

Todo o procedimento deve seguir a solicitação da RDC 283 (limpeza e descontaminação dos alimentos, armazenagem de alimentos, preparo dos alimentos com enfoque nas boas práticas de manipulação para prevenção e controle de vetores acondicionamento dos resíduos dentro de uma ILPI deve estar descrito em forma de protocolo e de fácil acesso aos idosos, funcionários, órgãos fiscalizadores e familiares (RDC 283, 2005).

A instituição deve seguir normas quanto sua estrutura física, tais normas são descritas na RDC 283, Entre as mudanças, a maior cobrança por parte dos órgãos fiscalizadores que exigem uma estrutura descrita a seguir:

4.7 - Infra -Estrutura Física

4.7.1 - Toda construção, reforma ou adaptação na estrutura física das instituições, deve ser precedida de aprovação de projeto arquitetônico junto à autoridade sanitária local bem como do órgão municipal competente. 4.7.2 - A Instituição deve atender aos requisitos de infra-estrutura física previstos neste Regulamento Técnico, além das exigências estabelecidas em códigos, leis ou normas pertinentes, quer na esfera federal, estadual ou municipal e, normas específicas da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas referenciadas neste Regulamento.

(31)

habitabilidade, higiene, salubridade, segurança e garantir a acessibilidade a todas as pessoas com dificuldade de locomoção segundo o estabelecido na Lei Federal 10.098/00.

Tudo que o idoso necessita para ter seguridade, conforto e perspectiva de vida esta assegurado por lei, desde os ambientes como quartos, número de leitos, banheiros, acesso aos ambientes, corrimões até espaço para as atividades.

7.2 -. Compete às Instituições de Longa Permanência para idosos a realização continuada de avaliação do desempenho e padrão de funcionamento da instituição (RDC-283).

Para atender as normas e as necessidades diárias da ILPI se faz necessário a implantação destes protocolos, para a garantia de um serviço organizado e de boa qualidade.

Pimenta (2012) ressalta como vantagens, que os protocolos facilitam o desenvolvimento de indicadores de processo e de resultados, a disseminação de conhecimento, a comunicação profissional e a coordenação do cuidado.

A medida que os protocolos são respeitados, os profissionais conseguem adequar o atendimento , fazendo relatórios e avaliando os mesmos para possíveis melhoras.

O objetivo principal do protocolo é atender a necessidade do usuário, não caracterizando apenas como o cumprimento de regras, mas tem o objetivo de ter novos segmentos de segurança não deixando de lado o direito de ir e vir segundo o Estatuto do Idoso (2003), assim em alguns casos quando o usuário está interditado a família participa com idéias novas que fazem parte de novas sugestões para adequação da necessidade do usuário.

(32)

têm sido apontadas para o uso de protocolos de assistência e algumas delas são: maior segurança aos usuários e profissionais, redução da variabilidade de ações de cuidado, melhora na qualificação dos profissionais para a tomada de decisão assistencial, facilidade para a incorporação de novas tecnologias, inovação do cuidado, uso mais racional dos recursos disponíveis e maior transparência e controle dos custos.

Normalmente o protocolo é visto, por muitos, como sendo um cumprimento de regras com o propósito de facilitar a prestação de serviços. É muito importante saber definir os objetivos a alcançar, para que não se aceite qualquer formula, tecnologia ou caminho terapêutico como proposta de solução para o problema (WERNECK ,2009) .

As medidas propostas para a elaboração e planejamento de um protocolo em ILPI segundo a ANVISA, busca elevar a qualidade dos estabelecimentos, com instrumentos que promovam a melhoria da assistência prestada. É responsável por elaborar normas de funcionamento, observar seu cumprimento, estabelecer mecanismos de controle e avaliar riscos e eventos adversos relacionados aos serviços prestados.

A instituição, portanto é local perante a lei deve exercer as regras contidas no Estatuto do idoso de 2003 , ANVISA e Leis Municipais.

No próximo subtítulo abordaremos o impacto da família na instituição.

2.2 Impacto da família no processo de institucionalização

(33)

de um maior desenvolvimento por parte vário estudos com a preocupação em oferecer qualidade no atendimento ao idoso (CAMARANO, 2010).

Importa aqui ressaltar que muitos autores, chamam a atenção para o impacto que se dá para a família quando a decisão de institucionalizar o idoso é vista como último recurso de atendimento, pois a família por diversos motivos não consegue gerenciar o cuidado do idoso, principalmente quando está relacionado o avanço da idade à doença do idoso. (CAMARANO, 2010)

Alcântara (2009) relata ser prioridade que o velho permaneça com a família na comunidade, e a PNI (Política Nacional do Idoso) prioriza a vida junto à família. É a família peça fundamental nas decisões referente às necessidades físicas, psíquicas e sociais de seus velhos.

Para alguns é uma decisão difícil que poderá causar diversos sentimentos como: culpa, impotência, remorso e medo, porque, muitos encaram a institucionalização como abandono. Mas a institucionalização nem sempre é vista como forma de abandono, cada situação requer estudo, objetividade e profissionalismo na análise dos fatos que levaram a institucionalização (ALCÂNTARA, 2009).

Percebemos que uma das grandes mudanças é a presença da família no equipamento de atendimento como a ILPI. A presença da família é um dos pilares de uma boa qualidade de vida dentro da instituição, marcada não apenas pela presença e sim como a formuladora do cumprimento de novas necessidades de mudança no que diz respeito a não existir o abandono. Residir em uma instituição, não rompe vínculos existentes e ainda traz a possibilidade de novos laços a serem criados (CAMARANO, 2010). PG 163

.Assim a família tem um papel muito importante na velhice, onde possibilita redes de solidariedade e entrelaçamento de afetos e proteção (ARAUJO, 2012).

(34)

homossexuais e a mulher no mercado de trabalho faz com que novas possibilidades como a institucionalização seja uma opção de cuidado. (CAMARANO, 2010; LOPES, 2006).

Perante a doença e a dependência ocorre a inversão de papéis, onde os filhos assumem o cuidado dos pais: por amor ou por obrigação, isso depende da relação passada de pai para filho (ALCÂNTARA, 2009).

Lopes (2006) acrescenta que o envelhecimento dos pais afeta a estrutura psicológica de cada um dos membros da família, que mesmo inconscientemente sentem medo e insegurança.

Em virtude do avanço da idade os familiares ficam sobrecarregados em razão dos cuidados e responsabilidade com o idoso, onde as diversas fragilidades demandam atendimentos especializados (ARAUJO, 2012).

Quando o idoso decide residir por conta própria em uma instituição deve se ter como essencial o direito não só a moradia mas a família como um elo de apoio junto a instituição. Porém há casos onde o próprio idoso não quer se tornar um peso para as famílias, e optam por morar em moradias coletivas com serviços especializados (ARAUJO, 2012).

Considero importante aqui apontar o que percebemos durante os últimos seis anos de 2009 até 2015, na instituição que desenvolvo meu trabalho no que

se refere ao impacto da institucionalização par a família. 1- Pensar na instituição como castigo para o idoso – Em uma das

procuras de uma família escutei o seguinte argumento: "quero colocar a minha mãe aqui porque ela só reclama" ;

2- Muitas famílias em situações de desespero, muitas vezes não conhecem a história clínica do seu familiar idoso, procuram a instituição, mas já tem em mente que está institucionalizando porque é a ultima alternativa;

(35)

4- O que dá prazer para o idoso é quando há conscientização da família em um trabalho que haja um elo entre a instituição e o institucionalizado, família e os órgãos fiscalizadores que são mediadores de diversas imposições que foram sendo acumuladas durante as histórias asilares de forma geral;

Acreditamos que há muito o que se fazer pelo idoso institucionalizado, no entanto tomaremos como base quais as coisas, as sugestões que o familiar sugere para melhorar a situação do idoso.

Para Alcântara (2009), a decisão de institucionalizar surge a partir do agravamento das condições gerais dos velhos, nem toda família está preparada para assistir ao velho, onde o cuidar torna-se muito difícil tanto no contexto emocional como no físico.

Há inúmeras maneiras de olhar uma instituição, contudo há o esforço por parte das mesmas em fazer cumprir este elo da familiar como reuniões, acompanhamento médico, participação nas atividades de lazer dentro e fora da instituição, os passeios por parte da família ou da instituição.

Born (2006), diz que se as ILPI’s tiverem um amplo dialogo com a família, é possível que haja uma colaboração na vida da instituição, assim também como um elo entre a família e o idoso e finalmente deixar claro que a ILPI e a família devem trabalhar em conjunto formando uma parceria no cuidado do idoso.

Quando a família não conhece o seu idoso, e passa de repente a ser o

responsável pelo mesmo a decisão de deixar em uma instituição pode ser

negativa porque não existe elo familiar. Born (2006), relata que muitas famílias

não apresentam uma boa relação, tem problemas mal resolvidos, antigas

mágoas e ressentimentos.

Alcântara (2009, p.119), conta que a relação entre país e filhos tem

dinâmica própria e que a vida familiar é construída a partir de intercâmbios

entre os familiares, afirma ainda que é sempre bom investigar como foram

(36)

Outro ponto considerado negativo é a instituição receber o idoso no

último grau de dependência – por exemplo: demência - para receber cuidados

paliativos o que é totalmente diferente do idoso que vai para a instituição e esta

sendo assistido e com o decorrer do seu envelhecimento aumenta o grau de

dependência. Assim se este idoso for retirado da instituição poderá

desestruturar todo o seu atendimento e também desestruturar a família. A ILPI

tem um papel importante neste contexto por oferecer uma equipe de

multiprofissionais.

E extremamente essencial que haja profissionais de diferentes áreas

gerenciando especialmente o cuidado do idoso, e também podendo respaldar a

família. Para Born (2006), uma ILPI necessita de uma equipe multidisciplinar

para unificação do atendimento ao idoso.

Contudo, as ILPS’s estão em processo de modificação, e para uma qualidade de vida com dignidade aos idosos, as leis dão suporte e segurança a eles dentro de uma ILPI. Essa unificação assegura ao idoso qualidade de vida dentro da instituição como será explanado a seguir.

2.3 Idosos como são pensados vivendo nas ILPIs, a partir das atuais pesquisas geográficas.

‘Vale a pena lembrar, o que já foi dito anteriormente, sobre a taxa de idosos no Brasil e países em desenvolvimento, que residem em instituições ainda não chega a 1,5%, contudo estima-se que haja um aumento de procura por instituições asilares nesses países (CREUTZBERG, 2003 apud BESTETTI, 2006).

(37)

Apesar de uma visão de maneira geral , negativa em relação às ILPI’s, atualmente ocorreram diversas modificações, uma das características é o formato de residência coletiva, que assegura a criação de laços afetivos e o convívio com a família (CAMARANO, 2010) .

Christophe pag. 158 (2010) a mudança na percepção das instituições como uma alternativa de cuidado/ moradia para a população idosa extrapola a expressa pela mídia brasileira. Esta em curso em quase todo o mundo e em vários setores da sociedade.

A Constituição Federal de 1998, afirma os direitos humanos e diz ainda :

A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988).

Segundo Christophe pag. 160(2010) A legislação brasileira que responsabiliza a família pelo cuidado de seus membros idosos é fruto dos preconceitos em relação ao cuidado institucional, mas ao mesmo tempo os reforça. Dada a pouca atuação do Estado Brasileiro no tocante a oferta dessa modalidade de serviços, a responsabilização da família para esta tarefa é a sua culpabilidade, no caso de omissão cumprem um papel (seja intencional ou não) de reduzir a demanda efetiva por serviços público. Os preconceitos contribuem também para a redução da demanda por instituições privadas que diminuem a sua oferta.

Em 2003, o estatuto do idoso foi sancionado dando prioridade a assistência do idoso junto a família, mesmo âmbito institucional.

(38)

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.

§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família (ESTATUTO DO IDOSO, 2013).

Segundo Christophe pag. 160(2010) Acredita-se que as vantagens e / ou desvantagens desta forma de cuidado dependem muito das necessidades de cada idoso e da disponibilidade da família de cuidar, o pertencimento a uma instituição pode representar uma alternativa de amparo, proteção e segurança , principalmente para os que não tem família e para aqueles que experimentam uma situação de conflito familiar.

Há uma série de pesquisas onde os autores apontam questões negativas no que diz respeito ao processo de institucionalização. De fato como os idosos estão colocados na ILPI e como eles chegaram até lá são de extrema importância para qualquer pesquisador. Nesse sentido importa, a partir de novos conhecimentos sobre envelhecimento e velhice, quais os processos, que os idosos institucionalizados vivenciam no decorrer de sua vida. Duarte (2010)

Segundo ainda Duarte pag. 123 (2010), antigamente as família mantinham o idoso em seu contexto, provendo o cuidado necessário, até o momento de sua morte.

(39)

Entretanto, há uma série cobranças dentro da instituição para que não haja abandono e a falta de socialização entre os idosos que vivem na ILPI, a projeção de um novo olhar aos idosos institucionalizados depende da sua necessidade e da sua capacidade de transformação. Ha o idoso que não responde por si, o qual já tem um quadro de demência instalado, sua preservação cognitiva diminuída e o idoso que responde por si , o qual tem sua preservação cognitiva sem alteração.

Como o idoso se projeta na ILPI pode se apontar que, na grande maioria das vezes, não há demonstração de interesse e entusiasmo por mudanças a serem sugeridas pelos próprios idosos, isso ocorre mesmo antes da decisão pela institucionalização (ARAUJO, 2012).

Novas propostas pelo segmento ILPI é algo que já esta ocorrendo em meios as diversas mudanças existentes, aos idosos que residem em ILPI há necessidade de serviços planejados que respeitem os idosos, propiciando novos desafios e sentidos de vida e garantam uma velhice digna com novas realizações (ARAUJO, 2010).

Há possibilidade de obter novos conhecimentos e também de socialização dos mesmos, desde que haja interesse em fazer esta interação, tanto por parte dos profissionais quanto dos idosos. Geralmente o primeiro estímulo parte da equipe multiprofissional e com o convívio surgem as trocas.

A vida em uma ILPI não significa o término do ciclo existencial, mas uma etapa que pode ser gratificante na construção e na reconstrução de um novo estilo de vida (ARAUJO, 2010, pag. 52).

A vida em uma instituição reproduz, de forma ampliada a vida em família. Ali se encontram ¨abrigo¨, ¨retiro¨, ¨conflitos¨, ¨abandono ¨, ¨expectativas¨, ¨culpas¨, ¨frustações¨, ¨afetos¨, ¨cuidados¨, ëntendimentos¨, ¨solidão ¨etc. (CAMARANO, 2010, pag 184).

(40)

trata em uma das suas pesquisas sobre a atenção voltada aos idosos dependentes.

É provável que parte destes indivíduos quando se mudou para a instituição já estava "retirada do convívio" em decorrência das condições de saúde não por escolha própria. Nas instituições, observa-se uma concentração de indivíduos dependentes. Mesmo assim, há busca de novas possibilidades , no que se refere a socialização, algumas instituições levam os idosos acamados e demenciados para tomar sol em áreas fora do ambiente institucional, possibilitando algum grau de socialização (CAMARANO, 2010, pag. 184).Evitando-se assim segregação, mostrando a importância de como este idoso está inserido na instituição.

Ocorre também que o idoso deverá entender que fazer parte do grupo é importante, a idéia de pertencimento ao grupo em que vive é fundamental para a relação social, dando uma proximidade, intimidade e relações pessoais, positivas a vida cotidiana asilar (MERCADANTE, 2009 apud XIMENES, pag. 137, 2006).

Assim o perfil do idoso deve estar definido, há necessidade de um planejamento que promova o respeito ao idoso que independe de várias formas por parte dos profissionais de enxergar os velhos dependentes e não dependentes.

2.4 Perfil do idoso institucionalizado

Qual o perfil do idoso que está inserido na Instituição de Longa Permanência?

(41)

pessoas solteiras, viúvas ou sem filhos (BUREAU OF THE CENSUS, 1993 apud BORN, 2006).

Nas instituições brasileiras, residem 96.781 pessoas, sendo 57,6% mulheres, o perfil diferenciado dos residentes reflete no serviço ofertado pela instituição (KANSO, 2010).

Com o aumento de idosos dependentes, semi-depedentes, de idade mais avançada, vários quadros de seqüelas e demências, houve o aumento por procura de instituições (BORN, 2006).

O perfil dos idosos residentes em ILPI's evidencia desde idosos dependentes e não dependentes, assim as necessidades dos idosos se diferenciam pelo seu grau de dependência.

É necessário saber o perfil do idoso para desenvolver os protocolos que são colocados pela ANVISA como planos para a tomada de ações.

A intervenção desenvolvida deve trazer segurança social e traçar metas para gerenciar uma melhor qualidade de vida.

Segundo Born (2006, pag. 745), a experiência dos países e também do Brasil, indica a necessidade de definir critérios para organizar instituições ou unidades dentro de uma instituição, com atendimento especializado, conforme o grau de dependência dos residentes.

O grau de dependência é de extrema importância para avaliar o tipo de atendimento que será prestado ao idoso na instituição. A maior parte são dependentes 38,8 %, apontando que provavelmente é pela dificuldade de cuidado na família que essas optam pela ILPI para institucionalizar seus idosos. Assim fica claro que não é por falta de moradia que o idoso é institucionalizado. Nas públicas mistas, acontece o contrário, a maior parte dos residentes é independente , 43,9% (KANSO, 2010).

(42)

humana, como por exemplo, andador, bengala, cadeira de rodas, adaptações para vestimenta, escrita, leitura, alimentação, higiene etc. A capacidade máxima recomendada é de 40 pessoas, com 70% de quartos para quatro idosos e 30% para dois idosos. A modalidade II, é a instituição destinada a idosos dependentes e independentes que necessitam de auxílio e de cuidados especializados e que exijam controle e acompanhamento adequado de profissionais de saúde. Não serão aceitos idosos portadores de dependência física acentuada e de doença mental incapacitante. A capacidade máxima recomendada é de 22 pessoas, com 50% para dois idosos. Já a modalidade III é instituição destinada a idosos dependentes que requeiram assistência total em, no mínimo, uma AVD. Necessita de uma equipe interdisciplinar de saúde. A capacidade máxima recomendada é de 20 pessoas, com 70% de quartos para dois idosos e 30% para quatro idosos com dependência total em pelo menos uma AVD.

(43)

Camarano (2010), ressaltou o quão é importante a prática no que se refere ao idoso independentes, que ingressam na instituição mas ao longo do tempo se tomam dependentes. Disso decorre o questionamento a respeito da pertinência da transferência deste idoso para outra modalidade de ILPI.

Segundo Ximenes (2006, pag. 143), a instituição precisa de vida, dinamismo, a partir da energia que venha da vontade do fazer, tanto do residente quanto do profissional. Para que seja um trabalho objetivo, deve-se conhecer cada residente, sendo necessário uma avaliação das capacidades, necessidades e interesses dos idosos.

Segundo Camarano (pag. 210, 2010), o perfil diferenciado dos residentes de acordo com a natureza jurídica, parece refletir os motivos que levam a busca de moradia em instituição, bem como o serviços ofertados.

Conhecendo o perfil de cada idoso torna-se imprescindível traçar um planejamento adequado, englobando as vontades, desejos e sonhos dos idosos e as metas a serem alcançadas, tornado a vida institucional cheia de diversidades e valores.

A troca de experiência e aprendizagem ajuda os idosos a reorganizarem as relações através de grupos de convivência que estimulam a socialização. A vida em família nem sempre traz um envelhecimento digno e prazeroso, então a vida em uma instituição pode ser uma escolha positiva (ARAUJO, pag. 52, 2010).

Não há duvida da importância e preocupação com o perfil do idoso institucionalizado, sendo o envolvimento social imprescindível para a qualidade de vida, quando ele é possível.

(44)

CAPITULO III

METODOLOGIA

3.1 As entrevistas e os entrevistados

Os homens são criaturas que agem e falam através dos seus atos e palavras, os indivíduos vão construindo uma história pessoal, exclusiva e intransferível, que é revelada a partir da sua identidade. (CRITELLI, pg. 57, 2013).

Ainda segundo a autora acima: o fenômeno que chamamos de “eu” está espalhado ao longo da nossa existência, aparecemos no mundo através do nascimento como indivíduos únicos absolutamente diferentes de todos que nos antecederam e nos sucederam, portanto nesse espaço entre testemunhos, gestos, palavras, vão sendo construídos indivíduos ganhando sua própria identidade pessoal (CRITELLI , 57, 2013).

Finalizando com Critelli (2013) temos: “ há uma diferença importante a ser observada entre os atos e as palavras, pois apenas as palavras têm a capacidade de revelar o sentido de um gesto e distinguir o sujeito dos atos dos outro agentes. A identidade de um individuo esta tramada inexoravelmente com os outros com os quais com quem convive e com o mundo em que habita.

A seguir serão transcritas entrevistas , que expressaram a noção de identidade e desejo no processo de institucionalização

(45)

A pesquisa proposta pode ser caracterizada como qualitativa. A escolha da abordagem qualitativa deve-se ao fato de querer entender a identidade do idosos dentro da instituição de longa permanência e como a mesma se relaciona com o desejo. A abordagem qualitativa ajuda nas respostas de temas particulares e questões especificas. Minayo (2012),destaca que o foco de pesquisas qualitativas é explorar as opiniões e representações sociais sobre o tema que se busca investigar. Para essa autora, a pesquisa qualitativa aborda um nível de realidade que não pode ser quantificado.

Pretende-se utilizar como instrumento de pesquisa a entrevista aberta . Segundo Duarte (2005), para haver uma boa pesquisa, deve-se utilizar fontes capazes de ajudar a responder ao problema proposto.

A seleção de pessoas entrevistadas se deu de forma intencional pela pesquisadora. Devido à experiência profissional que tenho atualmente tendo possibilidade de conhecer as pessoas e selecioná-las de acordo com o objetivo proposto nesta pesquisa.

Entre as qualidades da metodologia proposta destaca-se a flexibilidade, pois permite ao entrevistador definir os termos de respostas e ao pesquisador ajustar livremente as perguntas.

De acordo ainda com Duarte (2005, p. 62), “a entrevista é um recurso metodológico que busca, com base em teorias e pressupostos definidos pelo investigador, recolher respostas a partir da experiência subjetiva de uma fonte, selecionada por deter informações que se deseja conhecer”.

Duarte (2005), citam que os dados coletados serão interpretados e reconstruídos pelo pesquisador. As perguntas permitem explorar um assunto ou aprofundá-lo, compreender o passado, analisar, discutir e estabelecer perspectivas. Possibilita ainda identificar problemas e detalhes, obter valores e interpretações e caracterizar a riqueza do tema.

(46)

O interesse não é definir amplitude ou quantidade de um fenômeno, mas saber como é percebido pelo conjunto de pessoas entrevistadas, fornecendo subsídios para a compreensão de uma situação.

Duarte (2005), ressalta que estabelecidas as limitações e condições, a entrevista é uma ferramenta bastante útil para lidar com problemas complexos ao permitir uma construção baseada em relatos da interpretação e experiência, assumindo-se que não será obtida uma visão objetiva do tema da pesquisa.

Pretende-se gravar as entrevistas para se ter dados mais fidedignos por meio dos registros das falas dos informantes (DUARTE, 2005).

As entrevistas são complementadas por anotações que possam ser úteis, como dúvidas, aspectos e idéias que não tenham sido verbalizados (DUARTE, 2005).

Sujeitos da Pesquisa

Idosos moradores da ILPI, foram entrevistadas 06 idosas entre 75 e 95 anos. Critérios de inclusão

- Idosos que residem na ILPI.

- Idosos que aceitarem participar da pesquisa e/ou familiares que autorizarem a participação do idoso na pesquisa.

- Idosos que assinarem o TCLE.

Assim, a partir do que foi explicado temos como objetivo geral entender quais ações possibilitam ganhos no sentido social para os idosos se vivenciarem nas ILPI’s novos sujeitos.

Os objetivos específicos se limitam a levantar ações que explicitem os desejos dos sujeitos; classificar ações; identificar critérios positivos e negativos das ações implantadas.

Para a seleção dos idosos levou-se em conta o critério de lucidez, não podendo ter diagnostico de seqüela neurológica.

(47)

As entrevistadas na presente pesquisa passaram a ter o nome mudado para siglas não identificando quem são. Abaixo apresentamos as siglas e a idade, estado civil, escolaridade, número de filhos e a quanto tempo está na instituição.

1. A.M – 95 anos, Viúva, primário, três filhos, tempo de instituição 2 anos. 2. A.D – 75 anos, Viúva, 4ª serie, seis filhas, tempo de instituição 4 anos. 3. E.D – 94 anos, Viúva, primário, três filhos, tempo de instituição 5 anos 4. R.A – 81 anos, Solteira, ginásio, sem filhos, tempo de instituição 5

anos

5. R.E – 77 anos, Viúva, ensino superior, um filho,., tempo de instituição 5 anos

6. A.N – 89 anos, Viúva, primário, sem filhos, tempo de instituição 2 meses.

Todas responderam sem dificuldade o tempo que residem na instituição. Quanto ao número de filhos, ter filho não é uma garantia de cuidado, pois percebemos nestas entrevistas a diferença do número de filhos entre elas. No entanto existem fatores que interferem na permanência dessas idosas junto de seus familiares idosos, como saída dos membros da família para o mercado de trabalho (ALCÂNTARA, 2009).

Roteiro de entrevistas

1) Qual o seu nome? 2) Qual a sua idade? 3) Qual o seu estado civil? 4) Qual a sua escolaridade?

Referências

Documentos relacionados

A reinserção, nesta perspectiva, convoca um papel mais activo da sociedade e, nesta medida, é preferível, enquanto conceito que encerra um programa de acção para a

(grifos nossos). b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

A two-way (eccentric versus concentric training) repeated measures (pre-training versus post-training) ANOVA, with a 5% significance level, was used to compare:

No Estado do Pará as seguintes potencialidades são observadas a partir do processo de descentralização da gestão florestal: i desenvolvimento da política florestal estadual; ii

Objetivou-se com este estudo avaliar o efeito da redução de nutrientes e energia suplementada ou não com fitase para frango de corte na fase 14 a 24 dias de idade

In an attempt to data mine TFs that are potentially involved in cell wall biosynthesis in sugarcane, we built a co-expression network using the R-package WGCNA (Langfelder and

13 Além dos monômeros resinosos e dos fotoiniciadores, as partículas de carga também são fundamentais às propriedades mecânicas dos cimentos resinosos, pois