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Para que a gestão de RU seja o mais sustentável possível deve seguir-se uma hierarquia de operações que visam minorar o seu impacte ambiental, económico e social. Segundo os critérios definidos no Decreto-Lei n.º 73/2011 de 17 de junho, que transpôs os conceitos da União Europeia (Diretiva 2008/98/CE), devem ser consideradas 5 opções para a gestão de RU, devendo ser dada prioridade às soluções que produzam o melhor resultado global em termos ambientais. Estas opções são:

 Prevenção

 Reutilização

 Reciclagem / Compostagem

 Outros tipos de valorização (incluindo recuperação energética)

 Eliminação

Destes processos a Prevenção deverá ser considerada prioritária, e a Eliminação o processo a utilizar em última instância, isto é, quando não haja viabilidade técnica e financeira para empregar outro tipo de processo de tratamento. A disposição da hierarquia destes processos está estreitamente relacionada com a recuperação e valorização de material, sendo que, quando se aplica a Prevenção é crível definir-se que não ocorreu produção de resíduo, e consequentemente não se verifica perda de material. O aumento da perda de material evolui progressivamente pelos processos, culminando com máximo impacte na eliminação, para qual a valorização dos resíduos é nula (Figura 2.1). Esta metodologia promove a valorização de resíduos e incentiva a utilização de materiais resultantes da valorização, com a finalidade de preservar os recursos naturais.

A prevenção de resíduos pode ser definida como um conjunto de medidas tomadas antes de uma substância, material ou produto se ter transformado em resíduo. Tendo em conta a comunicação da comissão europeia relativa à Estratégia Temática de

Prevenção e Reciclagem de Resíduos (COM (2005) 666), só se pode alcançar medidas eficazes de prevenção influenciando decisões práticas tomadas em várias fases do ciclo de vida: o modo como um produto é concebido, fabricado, disponibilizado ao consumidor e finalmente utilizado. Estas medidas têm como principal objetivo reduzir a quantidade de resíduos, com o prolongamento do tempo de vida dos produtos ou na reutilização dos mesmos, e ainda a redução dos impactes adversos no ambiente e na saúde humana resultantes dos resíduos gerados. Para além da estratégia europeia referida anteriormente, em 2005 foi publicada a Estratégia para a utilização sustentável dos recursos naturais (COM (2005) 670), que conjugada com outras ferramentas importantes, como a política integrada dos produtos (COM (2001) 68) através da atribuição do rótulo ecológico (Regulamento (CE) n.º 1980/2000), da diretiva de Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (Directiva 2008/1/CE) e da utilização dos documentos de referência das melhores técnicas diponiveis aplicadas à gestão de resíduos (BREF –tratamento de resíduos), fornecem um importante enquadramento para a prevenção de resíduos (APA 2008).

Figura 2.1 - Hierarquia dos processos de gestão (adaptado de DL n.º 73/2011)

A prevenção de resíduos pode ser definida como um conjunto de medidas tomadas antes de uma substância, material ou produto se ter transformado em resíduo. Tendo em conta a comunicação da comissão europeia relativa à Estratégia Temática de Prevenção e Reciclagem de Resíduos (COM (2005) 666), só se pode alcançar medidas eficazes de prevenção influenciando decisões práticas tomadas em várias fases do ciclo de vida: o modo como um produto é concebido, fabricado, disponibilizado ao consumidor e finalmente utilizado. Estas medidas têm como principal objetivo reduzir a quantidade de resíduos, com o prolongamento do tempo de vida dos produtos ou na reutilização dos mesmos, e ainda a redução dos impactes adversos no ambiente e na saúde humana resultantes dos resíduos gerados. Para além da estratégia europeia

referida anteriormente, em 2005 foi publicada a Estratégia para a utilização sustentável dos recursos naturais (COM (2005) 670), que conjugada com outras ferramentas importantes, como a política integrada dos produtos (COM (2001) 68) através da atribuição do rótulo ecológico (Regulamento (CE) n.º 1980/2000), da diretiva de Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (Directiva 2008/1/CE) e da utilização dos documentos de referência das melhores técnicas diponiveis aplicadas à gestão de resíduos (BREF –tratamento de resíduos), fornecem um importante enquadramento para a prevenção de resíduos (APA 2008).

A nível nacional são contemplados no PERSU II, mecanismos para a prevenção de resíduos, onde se destacam:

 Promoção da Política Integrada do Produto (PIP), direcionada para a vertente do ecodesign com a aplicação de instrumentos de carácter voluntário, tais como a implementação de sistemas de gestão ambiental ou a adesão ao rótulo ecológico para determinados tipos de produtos ou serviços;

 Reforço do Investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D), que contempla novamente o ecodesign, mas também abrange o conceito de melhores técnicas disponíveis (MTD) aplicáveis no domínio na fabricação dos produtos/bens de consumo e nas operações de gestão de resíduos, com principal enfoque nos RU.

 Promoção do eco-consumo e de outras medidas de carácter individual do cidadão, por recurso à verificação do cumprimento da legislação e na adoção de medidas de sensibilização/informação dos consumidores com intuito de alterar os atuais padrões generalizados de consumo a nível nacional.

Ainda no seguimento do PERSU II, foi publicada em 2009 uma proposta de Programa de Prevenção de Resíduos Urbanos (INETI 2009), posteriormente aprovado com o Despacho n.º 3227/2010, propondo medidas, mecanismos, metas e ações para a operacionalização e monitorização da prevenção de RU produzidos em Portugal, com principal incidência na quantidade e perigosidade dos mesmos.

Quando o produto ou componente servem a sua função é necessário avaliar se é possível a sua reutilização. Este conceito baseia-se em qualquer operação valorização que consistem no controlo, limpeza ou reparação, mediante a qual produtos ou componentes, que não sejam considerados resíduos, são reintroduzidos nos circuitos de produção ou de consumo para uma utilização análoga, sem que haja alterações de substancia (Matos 2009).

Quando qualquer produto ou componente se converte num resíduo sem que haja possibilidade reutilização, este deve ser sujeito a um processo de reciclagem. Este conceito está definido no Decreto-lei n.º 73/2011 de 17 de junho, e é aplicável para qualquer operação de valorização, através do qual se procede à transformação de materiais constituintes de resíduos em matérias-primas que possibilitem sua utilização na fabricação de novos produtos, materiais ou substâncias.

A valorização multimaterial a valorização orgânica são dois tipos de operações abrangidas pelo conceito de reciclagem. A reciclagem multimaterial é direcionada para materiais pouco suscetíveis a grandes alterações na sua composição ao longo do reprocessamento (por ex. plástico e vidro). Por outro lado, a valorização orgânica refere- se à utilização da fração orgânica dos resíduos, através de processos anaeróbios ou aeróbios, obtendo-se como produto final um composto.

Na definição legal portuguesa de reciclagem (DL n.º 73/2011) não estão contempladas operações de valorização energética, o reprocessamento em materiais que devam ser utilizados como combustível, nomeadamente CDR, nem em operações de enchimento. Estas operações encontram-se num patamar inferior da pirâmide das hierarquias de resíduos (Figura 2.1) a que se denominou de “Outros Tipos de Valorização”. Geralmente está associada à combustão controlada de resíduos para os quais não haja exequibilidade técnica e a viabilidade económica para aplicar processos de reciclagem. Assim, a energia calorífica contida nos resíduos é recuperada termicamente e transformada em energia elétrica.

Por fim, sobram as operações de eliminação para as quais a valorização é mínima e advém uma acentuada perda de materiais. Deve ser aplicada em última instância apenas às frações de resíduos que não contemplem alternativas de tratamento referidas anteriormente. São operações que visam dar um destino final adequado aos resíduos, sem descurar um tratamento prévio de forma a minimizar o seu impacte ambiental e na saúde pública. A deposição de resíduos em lixeiras constitui a última opção de gestão sendo precedida pelo confinamento técnico em aterros, que possibilita a recuperação de biogás e controlo de lixiviados, implicando um impacte significativamente inferior.

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