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II O Poder Político Introdução

No documento Direito Constitucional I (1) (páginas 32-52)

- O que é o poder? É a faculdade de impor unilateralmente determinada conduta sobre as outras pessoas. Pode ser feito através duma forma passiva, através da proibição, ou activa, através da ordem.

- Não há poder sem autoridade. Ambos supõem a obediência e o respeito, respectivamente. E têm ambos a susceptibilidade do uso da força.

- O poder político trás três problemas: - Como o limitamos? – Faltam aqui coisas

- Qual a sua legitimidade? Normalmente é legitimado na vontade popular ou na vontade divina, sem bem que podem haver mais fundamentos.

- Qual o seu fundamento? Garantir segurança, garantir propriedade, garantir direitos e a protecção da pessoa humana.

Existem três formas tradicionais de legitimação do poder político

- Poder carismático, que consiste num reconhecimento pela sociedade das qualidades da pessoa detentora do poder.

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- Poder tradicional, que se baseia na tradição e no costume como fundamentos do poder.

Ambas as formas acima mencionadas existem à margem do direito escrito. - Poder racional, que se apoia na razão e na legalidade.

Temos portanto de pôr as seguintes questões:

- Quem define os objectivos da sociedade? E quais são esses objectivos?

O Estado

- O Estado como realidade histórico-jurídica - Estrutura do Estado

- Exercício do Poder do Estado

-As Instituições e o Poder Político do Estado

O Estado como Realidade Histórico-Jurídica Estados Pré-Liberais

Caracterizam-se todos por uma ausência de uma Constituição formal: Estado Oriental

- Estados de grande dimensão - Poder tem origem divina, teocracia - Sociedade hierarquizada, desigualitária

- Poder é exercido sem direitos, é ilimitado e extremamente intervencionista.

Estado Grego

- Estado de reduzidas dimensões

- Estabelecem coordenadas para a democracia moderna - Religião como fundamento da comunidade

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- Liberdade quase inexistente fora da participação política

Estado Romano

- Organização hierárquica de poder - Obras públicas

- Ordem de valores judaico-cristã nas últimas fases - Coordenação entre poder central e poder local

- Coexistência de património pessoal e património estatal – res privada e res publica

Estado Medieval

- Não existia um poder central e unificado

- Conflito de poder entre a Nobreza, o Clero e a Burguesia contra o Rei - Dualidade do poder régio e do poder feudal

- Feudalização normativa e jurídica

- Estado proto-Corportativo, através do triunfo das guildas e da burguesia.

Estado Absoluto

- Coisas do costume, e por aí fora

Estados Liberais e Reacção

Estado Liberal

- Importância da constituição formal - Igualdade perante a lei

- Existência de um Parlamento - Fonte principal de Direito é a Lei

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Estado Anti-Liberal

- Não assenta no princípio da liberdade - Socialismos e Totalitarismos

Estado Pós-Liberal - Princípios liberais - Direitos sociais

- Intervencionismo moderado através da cláusula de bem-estar - Heterovinculação

- Estado de Direito Material

- Passa por várias fases, nomeadamente uma fase intervencionista, uma fase neoliberal e agora, uma fase neointervencionista.

Fragmentação do Estado

- Internacionalização: Erosão do domínio reservado dos Estados

- Globalização - Existência de questões à escala mundial cuja resolução passa à escala mundial, ficando o Estado impotente só por si para resolver estes problemas (tráfico de drogas, mulheres, órgão, armamento…)

- Integração Europeia – Em certas matérias, os estados-membro da UE transferiram a sua soberania para os órgãos comunitários

- Neofeudalização Interna

Elementos do Estado

São estes os elementos fundamentais do Estado: - Povo

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- Poder Político - Elementos Formais

Povo

- O povo é um conjunto de pessoas que têm um vínculo jurídico com determinado Estado. Diferencia-se dos conceitos:

- População – Composta por pessoas que vivem no determinado território (inclui estrangeiros e apátidras).

- Nação – Conjunto de dimensão cultural. Os Estados podem ter várias Nações (Espanha) ou uma Nação pode estar espalhada entre vários Estados (Judeus)

- Pátria – Noção dotada de uma natureza afectiva e sentimental

Cidadania

- Ao conceito de povo reporta-se o de cidadania.

- Os cidadãos são os membros do Estado, os sujeitos e os súbditos do poder

- A cidadania só é possuida pelas pessoas singulares, significando a participação em Estado democráticos

Dois critérios para aquisição da cidadania:

- Ius soli – tem por base o local de nascimento. Cidadania adquirda pelo nascimento num determinado território. É utilizado pelos Estados mais jovens e de imigração - Ius sanguini – os filhos adquirem a cidadania dos pais pelo simples facto do nascimento. É mais comum nos Estados de formação mais antiga.

Regime actual da cidadania em Portugal

- Cidadania originária – quando ela é adquirida pelo nascimento, é por mero efeito da lei; aquela adquirida por efeito da lei e da vontade, como os filhos de pais nacionais que vivem no estrangeiro.

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- Cidadania não-originária – adquirida por qualquer outro facto, que tem de partir do acto de vontade da pessoa.

Território

- O território é simultaneamente o espaço de exercício da autoridade do Estado e o limite desse mesmo exercício

- É também usado para identificação de uma população - O Estado não tem apenas território terrestre:

- Aéreo

- Marítimo – Divide-se em Mar Territorial, Plataforma Continental e Zona Económica Exclusiva (não exerce soberania pela sobre a ZEE)

Poder Político

- Todo o poder político está hoje intimamente ligado ao Estado

- O Estado e o poder político estão limitados pelo Direito e por heterolimites

- No âmbito do poder político, destingue-se a titularidade do poder (que reside no povo) e o seu exercício (que reside nos seus representantes)

- O poder político é dotado de soberania externa e interna

- O poder político pode estar descentralizado (através de regiões autónomas por exemplo) e desconcentrado (separação de poderes)

Elementos Formais

- Nome – A designação do Estado, que lhe concede individualização; refere-se ao regime, a forma do estado ou a sua natureza religiosa

- Reconhecimento do Estado - Símbolos Nacionais

- 38 - Formas de Estado

- Dependendo da concentração, centralização ou exercício do poder, o Estado pode ser central ou disperso.

Estado Central

Estado Simples ou Unitário - Um centro de decisão política - Pode ser:

- Centralizado – Existe ou monopólio das decisões - Estado Unitário com Descentralização Administrativa

- Estado Unitário com Descentralização Político-Administrativa Regional

Estado Composto

- Pluralidade de centros políticos de decisão Federação

- Soberania Internacional: Estados Federados abdicam dela em favor do Estado Federal - Poder Constituinte do Estado Federal submete as constituições dos Estados Federados - Sobreposição

- Existe dupla cidadania e pluralidade de ordenamentos jurídicos para os Estados Federados

União Real

- Dois Estados abdicam soberania para formarem uma União, geralmente de base monárquica

Figuras Afins a Estados Compostos

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- Só a pessoa titular do cargo é comum, mas os Estados são administrados separadamente

Confederação

- Não é um Estado, mas uma associação de Estados.

- Não é dotada de Constituição, mas sim de um Tratado. A Confederação não é indossolúvel

- Estados Confederados ainda têm personalidade internacional

Tipos Internacionais de Estado

Estado Soberano

- Tem plena capacidade e goza de três direitos do direito internacional: - Ius legationes – direito de enviar e receber diplomatas

- Ius tratum – direito de fazer tratados - Ius belli – direito de fazer a guerra

- Após a 2ª Guerra Mundial surgiram dois novos direitos: o direito à participação nas organizações internacionais e o direito à reclamação, seja lá o que isso for.

Estado Não-Soberano

- Estados membros de uma união real - Estados federados

Estados Semi-Soberanos

- Estados Protegidos – Estão submissos ao protector no exercício do poder internacional

- Estados Vassalos – Vinculam-se a outro Estado

- Estados Confederados – Associação de Estados semi-soberanos no plano internacional

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- Estados Exíguos – Estados diminutos que não consguem exercer total soberania internacional

- Estados Ocupados

Falsos Estados

- Confederação – Não é um Estado, mas sim uma associação de Estados - Vaticano e Ordem de Malta

Exercício do Poder do Estado Fins do Estado

- O Estado é uma pessoa colectiva criada pelo Direito dotada de certos e determinados fins, que visam responder às necessidades individuais e à protecção contra ameaças externas e internas. No entendimento do Prof. Marcello Caetano, estes são os principais fins do Estado:

- Segurança

- Justiça – Comutativa ou Distributiva

- Bem-Estar social – Necessidades de “ordem material e espiritual”

Funções do Estado

Funções Jurídicas

- Função Legislativa – Definir os interesses da sociedade, subordinando-se à Constituição

- Função Administrativa – Dotada de imparcialidade, trata da gestão dos órgãos e serviços da administração pública

- Função Jurisdicional – Manter a paz jurídica

Funções Não-Jurídicas

- Função Política – Conservação da sociedade política e definição dos objectivos e interesses da sociedade

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- Função Técnica – Tem como objectivo a produção de bens ou a prestação de serviços

Concentração e Divisão de Poderes do Estado

- Faculdade de estatuir/impedir ??’

Órgãos do Estado

- O órgão é um centro institucional de poder que, em nome de uma pessoa colectiva pública, exprime uma vontade funcional da qual resulta um acto jurídico-público. Tem os seguintes elementos:

- Instituição – Realidade normativa que subiste para além das pessoas - Titular – A pessoa que ocupa o papel referente ao órgão

- Cargo/Mandato – Conjunto de situações jurídicas que a pessoa tem enquanto titular - Competência – Poder funcional normativamente definido que permite ao órgão seguir fins públicos

Órgão Singular – 1 Titular Órgão Colegial – Mais de um titular

Órgão Simples – Corresponde a apenas um órgão

Órgão Complexo – Órgão que se desdobra em diferentes sub-órgãos

Órgãos Electivos Órgãos Não-Electivos

Órgãos Deliberativos – Manifestam vontade decisória

Órgãos Consultivos – Não tomam decisões, só emitem pareceres

Órgãos de Competência Originária – Poderes definidos por normas jurídicas

Órgãos de Competência Derivada – Poder é lhes delegado

Órgãos Primários – Competências em Normalidade Constitucional

Órgão Vicário – Tem a função de substituir outro.

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Modos de Designação dos Titulares

- Sucessão/Herança – Caracteriza-se pelo automatismo e só sucede após a morte do antigo titular

- Cooptação – Característica dos órgãos colegiais quando elege um dos seus membros para o representar

- Nomeação – Um órgão designa o titular doutro órgão - Inerência – Titular em virtude de ser titular doutro - Eleição – Duh.

Legitimidade dos Legisladores

- Monárquica, Aristocrática e Democrática – Há legitimidade consoante o poder seja num só; em poucos; e de muitos.

- Título e Exercício – Advém do modo de designação do Governante; traduz-se no modo de designação dos Governantes através da aceitação

- Carismática (Reconhece-se as qualidades da pessoa para liderar); Tradicional (instituições tradicionalmente consagradas); Normativa (poder atribuído pelo cumprimento das normas)

Actividade Decisória do Estado

Actos Jurídico-Públicos

Actos Políticos –Actos do Povo (eleições e tal), Actos do Governo

Legitimidade Axiológica Racional - Conformidade com os valores Legitimidade Finalística

- Quando o que se pretende é atingir certos fins

Legitimidade pelo Procedimento - Obtidas através de uma sucessão de actos que garantem que essa seja tomada de uma forma racional

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Actos Legislativos – Leis, Decretos-Lei

Actos Administrativos – Regulamentos (A.A. da Administração Público), A.A. Unilaterais ou Individuais e Concretos, Contratos Administrativos (Bilaterais)

Actos Jurisdicionais – Sentenças (força individual e concreta, excepto as declarações de inconstitucionalidade); Sentenças stricto sensu (individuais) ou acórdãos (colectivas). O Acto

Pressupostos – Condições externas que devem ser reunidas para que se verifique determinado acto

Elementos – Parte integrante do acto – vontade funcional (tem de ser livre e eslcarecida); o objecto (imediato ou mediato); o fim (o que a ordem jurídica pretende ver prosseguido com o acto); forma (externa e formalidades)

Requisitos – Exigências impostas pela ordem jurídica a determinado acto – orgânicos (se o órgão tem competência); materiais (o que diz respeito ao conteúdo do acto e ao seu fim); formais (as formalidades têm de ser cumprimentos).

Exigências de Inconstitucionalidade

- Qualificação – Quando não provém da vontade do órgão - Validade – Quanto alguns requisitos não são adoptados - Regularidade – Traduz-se na irregularidade

Limites ao Poder do Estado

Enquadramento Histórico-Teórico

- Plano Normativo – Confronto entre Kant e Hegel e Aristótles e Platão – Governo das Leis vs. Governo dos Homens

- Plano Material – Fundamento dos direitos naturais ou dos direitos dos Homens – Existência de um poder que garanta a segurança (Hobbes). Se o Estado não garantir a segurança, os homens podem recuperar os seus direitos fundamentais. Para Locke, os direitos do Homem limitam o poder do Estado

- Plano Formal – Divisão dos poderes como limitação dos poderes (Marsílio de Pádua e Montesquieu)

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- Plano de Estado Constitucional – Tribunais constitucionais, que garantem que o poder do Estado não pratique actos inconstitucionais

Três teorias sobre o limite ao poder do Estado:

- Negacionista – Diz que o poder do Estado não é limitado - Heterolimitado – Diz que o poder do Estado é limitado por fora - Positivismo – Diz uqe o poder do Estado é limitado por dentro

Direito Suprapositivo

- Conjunto de princípios fundamentais de direitos que correspondem à ordem axiológica suprapositiva.

- A ordem axiológicamente justa implica uma submissão do poder político a uma ordem de valores que está acima da Constituição, nomeadamente a natureza sagrada da dignidade da pessoa humana, o que implica uma série de pressupostos, como a defesa da vida, proibição do uso da pessoa como meio, direito ao livre desenvolvimento da personalidade, proibição do arbírtrio e direito de recusa a cometer injustiças.

- O Direito Suprapositivo está consagrado na Declaração Universal dos Dirietos do Homem, no Direito Internacional e no Ius commune internacional

Constituição

- A Constituição é o principal limite ao poder do Estado, e tem como objectivos:

- É a lei fundamental do Estado, onde se define a base do poder do Estado – Pessoa como fim e Estado como meio

- Garante os direitos fundamentais à pessoa, limitando os ‘direitos’ dos Estado

- É na Constituição que está definido o poder dos órgãos do Estado e a sua legitimidade

- Tem como funções:

- Consenso fundamental e geral - Legitimidade do Poder Político - Garantia e protecção da pessoa

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- Ordem e ordenação - Controlo do poder político

A Lei Ordinária

- Lei como limitação do poder – Estado submisso à lei

Direito Internacional Público

- São as suas fontes: tratados internacionais, costume internacional e princípios gerais de Direito Internacional Público

- Normas do ius cogens internacional e regional adquirem maior importância

Direito da União Europeia Moral – Limite ao Estado

- Artigo 29º-2 da Declaração Universal dos Direitos do Homem: Fala de uma limitação moral ao poder do Estado

- Cláusula dos bons costumes

- Poder do Estado está cada vez mais moralizado

- Militares – Estão expressamente limitados aos princípios éticos - Crescente proliferação de órgãos com comissões e princípios éticos

- Moral é um limite ao poder político, no entanto não tem forma nem corpo, apenas na consciência de cada pessoa que detém poder politico

Limitações Não-Jurídicas - Meios de Comunicação Social

Mecanismos de Controlo do Poder do Estado

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- Maiorias Qualificadas – quanto mais exigente for a maioria maior é o controlo interno do Parlamento

- Regras de organização interna do Parlamento

- Determinação da ordem-do-dia, pode ser feito por um partido da oposição - Composição das comissões parlamentares – a oposição deve estar em maioria - Repartição das comissões parlamentares não é garantida a um único partido - Todos os grupos parlamentares devem ter tempo para intervir nos debates. Limitação Interna do Governo:

- Executivo Dualista: Concordância entre 2 órgãos

- Governo de Coligação – assenta num acordo entre 2 ou mais partidos: - Formação do Governo: Ambos indicam nomes de Governo

- Incidência Parlamentar: Acordo só vale na Assembleia da República

- Exigência de que todos os actos do Governo com reflexos financeiros têm de ter aprovação do Ministro das Finanças – poder de veto

Mecanismos Internos de Controlo da Administração Pública:

- Iniciativa da Administração – controlo a ela própria (autocontrolo) - Iniciativa dos Particulares – mecanismos que forcem o autocontrolo

- Reclamação

- Recurso Administrativo

Mecanismos Internos de Controlo do Poder Judicial:

- Não é possível controlar – nem o Parlamento nem o Governo – Princípio da separação de poderes; Princípio da independência dos Tribunais.

- É no interior do poder judicial que existe controlo: - Estrutura colegial (vários juízes)

- Instituições que têm o poder disciplinar sobre os juízes (Conselho Superior de Magistrados)

- Dupla-Instância – decisão de um tribunal deve ser objecto de recurso de outro tribunal.

Mecanismos de Controlo entre Órgãos: - Interorgânico de Natureza Política

- Interorgânico de Natureza Jurídica – face à Constituição - Interorgânico de Natureza Política

Como é que o Parlamento pode controlar o Governo?

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- Aprovação de moções de confiança (quem tem a iniciativa é o Governo) Mecanismo de Aprovação:

- Censura: Só admite a demissão do Governo se a Censura for aceite - Confiança: Só admite a demissão do Governo se a Confiança for rejeitada

Mecanismos de Controlo do Governo sobre o Parlamento: - Governo tem iniciativa legislativa

- Influência do Governo na ordem do dia do Parlamento

- Paridade entre a Lei e DL; uma Lei da Assembleia revogava um DL do Governo - Governo – iniciativa de dissolução da Assembleia

- Interorgânico de Natureza Jurídica Incida sobre os Actos – objectivo

- Fiscalização da Constitucionalidade de normas - Fiscalização da Legalidade de normas

- Fiscalização da Legalidade de decisões administrativas não normativas

Incida sobre as Pessoas – subjectivo

- Responsabilidade Criminal para titulares de cargos políticos que resulta do Código Penal

- Responsabilidade disciplinar a que estão sujeitos os funcionários da administração pública e juízes

- Tribunal de Justiça da UE

- Tribunal Europeu dos Direitos do Homem - Tribunal Penal dos Direitos do Homem Mecanismos de Controlo Extraorgânico:

- Já não estão dentro do Estado:

- Eleitorado (Eleições ou Referendo)

- Meios de Comunicação Social e formação da Opinião Pública (Interna e Internacional)

- Direito de Resistência (Art.21 CRP) – Cada um tem para se opor a medidas atentatórias sem recorrer à autoridade pública.

- 48 - Instituições e Sistemas Políticos

Matrizes Político-Ideológicas do Mundo Ocidental

Modelos Político Constitucionais de Estado

Modelo Pluralista

- Reconhecimento das liberdades individuais - Órgãos representativos

- Partidarismo

- Poder sujeito a controlo judicial

- Deve a Democracia tolerar os seus inimigos? Liberalismo

- Individualismo

- Minimização do Estado - Valorização da Propriedade - Menos Estado, ‘Melhor’ Estado

Conservadorismo

- Valorização da História e Tradição

- Segurança e Ordem Pública - Autoridade

- Ordem

Socialismo

- Reação ao Liberalismo - Igualidade sobre liberdade - Valorização da propriedade

coletiva sobre a individual - Mercado dirigista - Centralidade do Estado - Marxismo-Leninismo – Ditadura do Proletariado - Maoísmo – Revolução Cultural - Socialismo Democratico – aceita capitalismo e pluralismo

- Conservadorismo Contra- Revolucionário - Conservadorismo Restauracionista - Conservadorismo Nacionalista - Conservadorismo Neo- Liberal

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Modelo Não-Pluralista - Tudo o contrário

Sistemas Político-Governativos de Estado

Sistema Parlamentar

- Governo é um órgão autónomo face ao Chefe de Estado e ao Parlamento - Governo é composto e responsável perante o Parlamento

- Membros do Governo obedecem aos princípios da colegialidade e solidariedade - Chefe de Estado não é responsável perante o Parlamento

- Não existe ‘separação’ de poderes, mas sim a sua mistura e confusão Parlamentarismo Monista

- Governo depende única e

exclusivamente do Parlamento Parlamentarismo Dualista

- Dupla confiança política – Parlamento e Chefe de Estado

Sistema Parlamentar de Gabiente (Reino Unido) - Bipartidarismo; existência Governo-sombra - Parlamento pode ser dissolvido pelo Rei, mas só por iniciativa do Gabinete

- Maioria parlamentar é dominada pelo Governo, menos quando deixa de o apoiar

- PM é chefe de governo e líder do grupo parlamentar

Sistema Parlamentar de Assembleia (III e IV Repúblicas Francesas)

- Supermacia total do Parlamento - Multipartidarismo desorganizado

- Chefe de Estado não pode dissolver Parlamento Sistema Parlamentar Racionalizado (Alemanha) – Disciplina o poder político

- Existência de uma moção de censura

construtiva, i.e., só se pode apresentar a moção se se apresentar uma alternativa ao

governo/chanceler censurado

- Papel reduzido ou simbólico do chefe de estado - PR eleito por um colégio eleitoral relacionado com o Parlamento

Sistema Orleanista

- Dupla responsabilidade do Governo, perante o Rei e o Parlamento

- Junção da legitimidade monárquica e democrática

- Rei é dotado de irresponsabilidade política Sistema Semi-Presidencial/Parlamentar - Dupla responsabilidade do Governo, perante PR e Parlamento

- Duas legitimidades democráticas (PR e Parlamento)

- PR dotado de irresponsabilidade política - PR supervisiona actividade governativa: preside mas não governa; pode dissolver assembleia em última instância

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Sistema Presidencial

- Presidente é chefe de Estado e de Governo

- Presidente conduz a política interna e externa do país - Não há responsabilidade política do executivo

- Casamento ‘sem divórcio’ – Nem Parlamento nem PR se demitem

Sistema Diretorial

- Há uma conceção rígida da separação de poderes

- Está próximo do modelo Presidencialista, mas neste o poder está confiado a um Diretório

- Não há responsabilidade entre Diretório e Parlamento

Presidencialismo Perfeito - EUA - Clara divisão entre poderes - Congresso controla Presidente

- Tribunais fiscalizam Presidente e Congresso - Presidente indica Juízes

- “Freios e Contrapesos”: faculdade de estatuir e impedir

- Executivo Monista – Presidente é Chefe de Estado e de Governo

Hiperpresidencialismo – V Rep. Francesa - PR preside ao Conselho de Ministros - Como líder da maioria, PR pode demitir não oficialmente o Primeiro Ministro

- PM não é nada mais que um chefe de gabinete

Presidencialismo Adulterado – América Latina

- Federalismo Imperfeito – Estado Federal sobrepõe-se ao Estado Federado

- PR auxiliado por Ministros individualmente responsabilizados

- Atos do PR são referendados pelos Ministros

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- Sistema adotado na Suíça

Sistema Convencional

- Assenta em Rousseau – democracia radical

- Rejeição da separação de poderes, estando todo o poder concentrado numa

No documento Direito Constitucional I (1) (páginas 32-52)

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