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Imagens do Lazer Sócio-Comunitário e Educativo

No documento Cidadelas da Cultura no Lazer (páginas 180-195)

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um dos patriarcas da história brasileira, está se valorizando o seu papel como dramatur- go e também como educador. Além disso, a imagem de Anchieta também está ligada à origem da cidade, o que evoca a cena de fundação no Pátio do Colégio, e assim pode-se ver São Paulo como cidade da educação. Nada mais apropriado para se associar à figura do orientador social, que reúne a noção do tradicional e do moderno em sua forma de ação social.

O próximo conjunto de imagens abrange fotos do público infantil (fotos 32, 33). No projeto A Escola vai ao Teatro, voltado para as crianças, a prática de distribuição de ingressos também ocorre nas escolas. Visa a incentivar o contato do público infantil com o teatro, a vivência deste tipo de espetáculo e a sensibilização das crianças para esta linguagem. Esta forma de ação cultural inicia-se, no final dos anos 60, com a inauguração do Centro Cultural e Desportivo ‘Carlos de Souza Nazareth’, e seu Teatro Anchieta. A peça A Moreninha faz muito sucesso na época, inicialmente contando com a participação da jovem atriz Sônia Braga.

Na foto, registra-se o afluxo de crianças ao Teatro Anchieta, provavelmente muito curiosas e animadas por esta vivência representar o primeiro contato com o universo do teatro infantil. Trata-se, para as crianças, não somente de se deslocar de suas escolas para conhecer o espaço do Teatro Anchieta, mas também de começar a descobrir o que é teatro.

A foto a seguir distingue-se do conjunto por exibir a imagem de uma única criança, mostrando-a no ato de realizar trabalho artístico com sucata. Desta maneira, destaca-se o indivíduo e sua ação como tipo emblemático de uma prática social. Já a legenda "A arte infantil e o desenvolvimento da criatividade" salienta a forma de intervenção social e o objetivo almejado. 32. 33. A Escola vai ao Teatro, 1968

“A arte infantil e o desenvolvimento da criatividade (Centros Infantis do SESC de São Paulo)”, 1970

32.

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O conjunto de imagens seguintes expõe práticas sociais voltadas para a geração jovem (fotos 34, 35, 36, 37) . A primeira imagem mostra moças, com roupas apropriadas para a prática de yoga, alinhadas e deitadas de costas, provavelmente esperando o come- ço da aula. A foto denota a pesquisa e a adoção de uma prática corporal com influência oriental, traço marcante da mentalidade e de valores seguidos por segmentos da juventu- de no final dos anos 60. Neste sentido, apresenta uma preocupação da instituição em ali- nhar-se com valores em voga desta geração, voltando-se, no caso, para o público feminino.

A imagem seguinte também mostra formas de intervenção social junto a jovens, agora de ambos os sexos, focalizando uma prática inovadora para a época, como a realização de debate em grupos sobre temáticas contemporâneas. Esta atividade social vincula-se à linha de ação comunitária então vigente, onde se buscava a consciência, a discussão e a participação em problemas da comunidade, em pleno período da ditadura militar. A ampliação de atividades sociais voltadas para a geração jovem mostra uma ênfase na ação dirigida para este público, buscando a sua participação social inclusive com ativi- dades de caráter mais intelectual.

Nesta fase começam a aparecer nas fotos legendas de caráter genérico, pontuando a prática social realizada e não definindo a unidade, o que indica uma preocupação somente em enfatizar a intervenção social e o gênero /geração atingidos.

A próxima imagem focaliza moços em prática esportiva grupal, num jogo de pólo aquático. Esta é uma prática que requer saúde vigorosa, pois exige bastante esforço do corpo, gerando robustez física, como fica nítido na fotografia. Nesta foto, vemos um enquadramento diferenciado da imagem pelo fotógrafo Paquito, na qual são suprimidas as

“Curso de Yoga, no Centro Cultural e Desportivo 'Carlos de Souza Nazareth'”, 1967 “Debate em Grupos - Seminário de Estudos em Unidade do SESC”, 1969 “Recreação - Bola-ao-cesto aquático”, c. 1975 “Atividades com adolescentes - Dramatização”, 1975 34. 35. 36. 37. 34. 35. 36. 37.

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cabeças dos praticantes do jogo, privilegiando-se a prática esportiva, o grupo e o corpo atlético dos esportistas. Além disso, a borda da piscina corta em diagonal a foto, dividin- do o espaço e o olhar para dentro e para fora da água.

Na imagem seguinte, percebe-se a apropriação da quadra esportiva do Centro Cultural e Desportivo ‘Carlos de Souza Nazareth’ por jovens que se dedicam a uma prática cultural. Os jovens estão provavelmente realizando um exercício de laboratório de dramatização. Os papéis-cartões desenhados e alinhados no chão atuam como recorte espacial delimi- tador da cena teatral. Nota-se o interesse e a atenção para a dramatização desenvolvida, pois todos os olhares dos participantes estão convergindo para a encenação do sketch.

O conjunto de fotos seguintes expõe práticas sociais oferecidas para os idosos pelo SESC São Paulo a partir da década de 70 (fotos 38, 39, 40), quando este grupo social passa a se organizar no país, buscando uma forma particular de expressão e de articulação de suas necessidades. Neste sentido, estas fotos são emblemáticas do que esta geração está realizando na época, e de que modo está se organizando.

A primeira foto mostra detalhe de um "Seminário sobre problemas de idosos", no qual vemos a platéia formada por idosos de ambos os sexos que participam de uma mesa- redonda aberta para um público mais amplo, e não somente formado por comerciários. É interessante notar que, no caso, o fotógrafo destaca em seu registro a platéia, dando a ver o público específico formado para tal evento.

A outra imagem também do Centro Cultural e Desportivo ‘Carlos de Souza Nazareth’, focaliza um jogo de cartas, provavelmente no período vespertino. Esta é uma prática social realizada no SESC pelos idosos, que lhes propicia o encontro social, o desenvolvimento da atenção e da sociabilidade e a vivência do lúdico.

Na imagem seguinte, a foto, tirada de cima para baixo, expõe uma ampla perspectiva da quadra de basquetebol apropriada pela dança de salão, na qual se vê uma "Confra- ternização de Grupo de Idosos". Por meio da foto, notamos a “produção” desta geração para o evento - muito apreciado pelos comerciários idosos - que privilegia o encontro social, a sociabilidade e a formação de redes de relações.

“Seminário sobre problemas de idosos”, 1975 ”Recreação do grupo de idosos CCD 'Carlos de Souza Nazareth', Capital”, 1977 “Confraternização de Grupo de Idosos - CCD 'Carlos de Souza Nazareth'- Capital”, 1977 38. 39. 40. 38. 39. 40.

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A série de imagens a seguir salienta modos de intervenção social da Unimos na capital, referenciando imageticamente esta forma de atuação social tão marcante para a história da instituição e para a formação de seus quadros, entre o final dos anos 60 e meados da década seguinte. (fotos 41, 42, 43)

A primeira foto, produzida com o equipamento da Unimos - Unidade Móvel de Orientação Social, mostra o material utilizado e levado às cidade do interior de São Paulo e mesmo na capital para se fomentar ações esportivas e culturais em regiões que não contam com os Centros Sociais do SESC. Este projeto estende-se durante os anos 70, contando com uma equipe profissional muito bem preparada, que lança um sopro inovador na instituição e as sementes para as mudanças de enfoque e de mentalidade nas práticas culturais que irão ocorrer na década posterior.

A foto seguinte, em primeiro plano, mostra um palco improvisado em antiga indústria da General Electric, em Santo André, ocupado pela apresentação de uma peça infantil. O fotógrafo salienta tanto os atores em cena como o público, formado principalmente por crianças e suas famílias. Esta foto denota o tipo de trabalho realizado pela Unimos na época, mostrando a adaptação das intervenção sociais às condições locais da cidade, mas também a ressignificação e reapropriação espacial de uma antiga fábrica desativada por meio de um novo uso. Este enfoque em relação ao uso de espaços sociais integra a forma de atuação social da Unimos, no interior e na periferia da metrópole paulistana, sendo precursor de um novo modo de ação da instituição na cidade de São Paulo. Destaca-se a relevância da realização de intervenções sociais pela instituição em espaços públicos, o que é muito incomum para um período ainda marcado pela ditadura política vigente.

Unidade da Unimos, anos 60 “Feiras de Lazer de Santo André - Teatro”, c. 1975 “Atividades de Recreação Comunitária, UNIMOS - Capital”, 1978 41. 42. 43. 41. 42. 43.

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Na foto seguinte também vemos uma imagem rara para a época, quando focaliza uma prática de recreação infantil realizada em rua de um bairro periférico de São Paulo. Visualiza-se um grupo de meninos muito animados, brincando de cabo de guerra, o que mostra a rua tendo o seu uso ressignificado através de uma prática lúdica vivenciada por crianças. Este tipo de prática social também é adotado pela Prefeitura neste período através das denominadas “Ruas de Lazer” em alguns locais da cidade, o que expõe, como foi dito anteriormente, a criação, organização e institucionalização do lazer neste período. Na série de fotos que seguem, percebe-se o espaço dado pelo SESC nesta fase às manifestações da cultura popular (fotos 44, 45, 46, 47), que passam a adquirir mais ênfase na instituição, como se pode notar pela exposição de artesanato no Centro Cultural e Desportivo ‘Carlos de Souza Nazareth’, assim como pela organização da Feira Nacional da Cultura Popular no mesmo espaço.

Estas feiras ocorrem respectivamente em 1976 e 1977, tendo como ponto de partida uma longa pesquisa sobre a cultura popular em nível nacional, em que orientadores sociais são previamente preparados e percorrem o país, localizando, levantando e selecio- nando artesãos e artefatos populares para a organização deste evento. Além de expor bens culturais populares e trazer para São Paulo os seus produtores, esse tipo de evento também exibe manifestações e performances da cultura popular para o público paulistano. Estas feiras são um marco na época, em virtude da qualidade da sua montagem e do caráter da mostra, ao trazer os artesãos de seus universos de origem para o contato com os comerciários e o público visitante, assim como pela dimensão do evento, enorme para aquele período. Detalhe da montagem Feira Nacional de Cultura Popular, 1976 Foto: Paquito “II FEIRA NACIONAL DA CULTURA POPULAR, Apresentação de Grupo Folclórico Marujada”, 1977

Foto: Paquito, “II FEIRA NACIONAL DA CULTURA POPULAR, flagrante de folguedo popular atividade paralela à mostra de artesanato, CCD 'Carlos de Souza Nazareth' - Capital”, 1977 Foto: Paquito “Abrir novos espaços musicais, um desafio permanente. O Teatro Pixinguinha, que nasceu de uma adaptação de um ginásio de esportes do SESC, foi palco importante para a música popular brasileira. Dominguinhos apresentando-se naquele local em 1979” 44. 45. 46. 47. 44. 45. 47. 46.

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Dante Silvestre, ex-gerente da Gerência de Estudos e Desenvolvimento - GEDES conta em seu depoimento que a pesquisa e preparação das Feiras de Cultura Popular

A primeira foto da II Feira Nacional da Cultura Popular mostra a performance de um grupo de Marujada, e a seguinte expõe um flagrante da interação de um boneco gigante com as crianças em uma quadra poli-esportiva. Estas imagens são bastante incomuns para a época, pois mostram a presença na metrópole de modos de fazer cultura e de brin- car vindos de outras regiões do país e ainda “desconhecidos” para uma população urbana de comerciários e de freqüentadores da feira bastante influenciados pela cultura de massa, provinda principalmente da televisão. Assim se propicia o contato com manifes- tações da diversidade cultural existente no Brasll e valorizam-se formas de expressão e manifestação da cultura popular, possibilitando refletir sobre a questão da alteridade naquele cenário.

Ainda neste conjunto, vemos uma outra forma de valorização da cultura brasileira, no Teatro Pixinguinha, com a adaptação e apropriação do ginásio de esportes para exibição de nomes importantes da música popular, mas ainda não tão destacados. O Teatro Pixinguinha atua na época como um cenário para expressões da música brasileira que despontam, caracterizando-se como um celeiro de exposição da produção sonora recente, ao trazer figuras musicais como Dominguinhos para o seu palco.

Segundo depoimento de Renato Requixa sobre o Teatro Pixinguinha e a utilização da quadra esportiva,

O próximo conjunto de imagens mostra práticas sociais e culturais no Centro Campestre do SESC construído na Zona Sul (foto 48), próximo ao bairro de Interlagos, que foi inaugurado em 1975. A proposta deste Centro, conhecido posteriormente como SESC Interlagos, é oferecer ampla área de lazer em equipamento moderno, em espaço ainda provido de área verde, sendo por isto localizado na periferia.

A imagem da piscina aberta sendo utilizada pelos comerciários, aparentemente tão banal para um olhar atual, mostra a importância desta forma de lazer, que passa a ser

“atingia muita gente. Uma grande feira cultural que houve, a primeira delas que houve no SESC Consolação...,o que é interessante é que não havia só exposição. Você trazia pessoas para conversar sobre a importân- cia daquilo. Então se pesquisava: quem é que está pesquisando, quem é que está fazendo teses sobre isso, sobre cultura popular? Vamos conver- sar com essas pessoas. E havia muita gente” (2004: 9).

“(...) estava se formando essa idéia do projeto Pixinguinha, da cultura popular brasileira... que era o que a gente estava querendo fazer, também. Então, até por sugestão minha, transformamos uma quadra esportiva em um Teatro Pixinguinha. E haja pancada em cima” (2004: 23).

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muito procurado desde a sua implantação. Por meio da foto também se infere como a região de entorno deste Centro - Rio Bonito - ainda não é ocupada por moradias.

A piscina foi reformada posteriormente, tornando-se um parque aquático. O Centro Campestre passou a ser uma referência muito importante para os usuários por possibili- tar o acesso à prática esportiva da natação e a diferentes formas de lazer, bem como por situar-se “fora” da cidade. Além disso, com a sua abertura em meados dos anos 80, e des- tinando-se ao uso de moradores do entorno, tornou-se um marco espacial de destaque na região, principalmente pela ausência de equipamentos de lazer e cultura oferecidos pelos órgãos públicos nesta área da metrópole, o que é uma realidade ainda hoje como se constatou recentemente quando da realização de uma pesquisa para a organização de uma exposição por ocasião da abertura de um novo equipamento educacional na região, o CEU (Expomus, 2003). (cf. Meu Bairro, Minha Cidade - Você também faz parte desta historia - Grajaú/Cantinho do Céu, 2003)

Renato Requixa enfatiza no seu depoimento a visão da instituição, na época, em relação à questão de se usar materiais de boa qualidade no projeto arquitetônico e no equipamento oferecido para os comerciários:

Ainda explicitando o pensamento da instituição na época, Renato Requixa enfatiza:

“(...) Porque, no geral, o que se investe em um centro social, um grande equipamento de lazer, é um investimento caro, mas que depois (...) Pode- se gastar a mesma coisa em três anos, quatro anos de manutenção. Agora, se o equipamento for bom... O Centro Campestre do SESC foi todo feito com concreto aparente. Nós fomos muito criticados: 'Imagina, concreto aparente... Isso é burrice!' Porque o concreto aparente elimina a necessi- dade de a cada seis meses, cada ano, pintar as paredes” (2004:19).

“Centro Campestre - Rio Bonito. Vista da piscina sendo utilizada”, 1975 48. 48.

“Para você ver, [pusemos] ali, um equipamento inteiro - dentro daquela filosofia do melhor para o comerciário - um equipamento de sauna, o melhor de São Paulo. Agora, por que não? Os trabalhadores do comércio não poderiam desfrutar, em um preço acessível a eles, do que a elite de São Paulo desfrutava? Aí é que eu acho que está a grande sacada do SESC: dar ao comerciário equipamentos que a elite tem e que o comerciário possa usufruir” (2004: 24).

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Na próxima imagem (foto 49), vemos outra forma de experimentação de atividades sociais, reunindo crianças e idosos, onde um idoso ensina uma prática artesanal aos jovens. Este tipo de contato social entre gerações distintas é implementado a partir desta época, buscando-se uma forma de interação social e de comunicação, na qual o idoso se aproxima do universo infantil e transmite formas de seu saber e conhecimento para as crianças, o que também possibilita que estas formem uma imagem não estereotipada do idoso.

Na seqüência, vemos imagens de intervenções artísticas, como a realização de show de música popular brasileira, de música erudita, assim como a apresentação de um grupo de cultura tradicional japonesa (fotos 50, 51), expondo a diversidade de formas de lazer trazidas para este Centro Campestre na periferia da cidade. Pode-se também inferir que há uma preocupação com o conhecimento e a valorização do “outro”, na medida em que se leva um grupo de cultura tradicional japonesa para realizar uma performance em fim de semana neste centro “fora da cidade”. Ou seja, também se busca levar práticas culturais para o equipamento campestre. Vemos, assim, que a amplitude dessas propostas artísti- cas procura atingir gerações e gostos distintos no público comerciário, mas também busca formar o gosto e os valores para a apreciação de diferentes linguagens artísticas. Cabe ainda notar, na imagem da apresentação de uma dança tradicional japonesa, o enquadra- mento do fotógrafo que destaca o alinhamento geométrico e vertical de fileiras de mulheres realizando a sua performance, onde o alinhamento dos corpos compõe com o desenho de suas vestimentas. Por meio da visão do entorno, infere-se ainda o isolamen- to do local por não apresentar muitas ocupações por moradia.

“Festival de Integração Criança-Idoso, confecção de brinquedos, Centro Campestre”, 1978 “Circuito Comerciário de Música Popular Brasileira”, 1980 (superior) “Projeto MUSISESC - Apresentação da Orquestra Sinfônica de Campinas no Centro Campestre do SESC 'Bráulio Machado Neto'”, 1980 (inferior) “Festa do Folclore Japonês - Apresentação de Grupo - Centro Campestre”, 1977 49. 50. 51. 49. 50. 50. 51.

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O conjunto de imagens seguintes expõe o leque de práticas sociais conduzidas pela instituição em relação à cultura, ao esporte e ao cuidado com o corpo, abrangendo inclu- sive idosos e crianças. (fotos 52, 53, 54)

A primeira imagem apresenta um painel gráfico que mostra a ampla gama de inter- venções produzidas e realizadas para gerações específicas de comerciários, atuando como indicador da diversidade de produções na nova década que entra.

A foto a seguir, de 1979, exibe a inauguração do Cine SESC, na região da Avenida Pau- lista, com a promoção do 1º Festival de Cinema de São Paulo, tendo como apresentadores figuras de destaque do meio cinematográfico brasileiro como Anselmo Duarte e Bruna Lombardi. Esta inauguração atua como um indício da valorização da cultura pela institui- ção, sendo que o Cine SESC irá se tornar um marco do circuito do cinema na capital en- quanto território do cinema alternativo, por exibir filmes cult, realizar festivais de cinema nacionais e internacionais e reprises de filmes de grande sucesso do circuito comercial.

Na seqüência das imagens, vemos novas práticas corporais sendo introduzidas nas unidades do SESC, como tênis para crianças, ginástica com aparelhos para adultos, ginás- tica para idosos e aula demonstrativa grupal de ginástica, mostrando a busca de novas modalidades de práticas corporais e de renovação nos trabalhos corporais oferecidos para diferentes gerações. (55, 56, 57, 58, 59)

A primeira imagem desta série mostra crianças muito atentas para o aprendizado do tênis, o que permite inferir a preocupação com a democratização de uma prática esporti- va de elite que é oferecida às crianças. Já a imagem a seguir exibe uma sala adaptada para uma prática voltada principalmente para um público adulto masculino, a ginástica

Capa de Relatório de Diretoria, 1979 “Fachada do CINESESC”, 1979 “Entrega de prêmios e shows do 1º Festival de Cinema de São Paulo. CINESESC - Capital”, 1979 52. 53. 54. 54. 52. 53. 54.

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com aparelhos, que está em voga na época em academias como prática corporal mais em destaque.

Em seguida, vemos uma apresentação de ginástica de mulheres da terceira idade, provavelmente no Ginástica SESC, unidade especializada, criada para esta finalidade no bairro de Perdizes. Nesta foto, de 1980, destaca-se a exibição de corpos de mulheres idosas, denotando a importância da saúde corporal nesta fase da vida, mas também a importância do aspecto lúdico desta prática para o grupo.

A próxima imagem mostra uma performance corporal coletiva no SESC Interlagos, na qual se enfatiza a atividade grupal entre diferentes gerações e sexos. Neste tipo de per- formance, ao ar livre, busca-se a proximidade e o contato corporal entre indivíduos para

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