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ANEXO II – Questionário 211

SELEÇÃO DA AMOSTRA

4.2. Implantação no lote

As tipologias de edificação nos condomínios pesquisados são de torres isoladas no lote, totalmente separadas da vizinhança por corredores e pátios pouco acima do nível da rua, com faces dispostas em paralelo com as divisas do lote. O tratamento formal do espaço do lote segue os seguintes padrões: No Caso 01, o espaço é distribuído através da circulação descoberta, formando corredores, por vezes extensos e não sombreados, de circulação entre as torres, estar, serviços e pátio destinado à quadra poliesportiva, playground, piscina e garagens. No Caso 02, no térreo, os espaços livres de estar e lazer são setorizados, têm-se os espaços formalmente definidos, separados: o jardim frontal do estar eventual, da quadra, da piscina, do playground, etc. No Caso 03, tem-se a setorização dos equipamentos e espaços, com a espaçosa área de circulação descoberta entre as torres, bem apropriada pelas crianças, que andam de bicicleta e skate, e empinam pipa, promovendo a ampliação das áreas de estar e lazer.

Figura 89. Vegetação: a) e b) Caso 01 e c) Caso 0 . Fonte: fotos da autora 2012.

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No Caso 03 assim como no Caso 02, há uma máxima ocupação do subsolo do lote por garagens subterrâneas; os jardins e equipamentos estão implantados, em sua maior parte, sobre as lajes das garagens, o que implica diretamente na impermeabilização do solo, condicionando a pouca vegetação a uma limitada altura, não promovendo o sombreamento através das plantas. No Caso 01, há indícios de que o solo está contaminado por aterro de resíduos, tendo sido por isso, todo impermeabilizado mesmo sem a ocupação do subsolo. Isto indica que a vegetação existente não se desenvolverá em relação ao estado atual (Figura 89).

Acessibilidade dentro do lote

Para Coelho (2000), a acessibilidade além de conter e encaminhar pessoas também pode transmitir determinadas imagens e mensagens, tanto respeitando o seu papel primário de ligar e conjugar espaços e ambientes, como antecipar esses mesmos espaços e ambientes. A acessibilidade vincula a organização dos lugares (habitat), determinando a sua distribuição compositiva, desde a rua aos acessos dos edifícios, e tem a ver com o tipo de edifício e sua complexidade funcional. Pode-se afirmar que a boa acessibilidade habitacional é decorrente, naturalmente, do êxito da combinação dos espaços de circulação e de outros usos.

A estruturação da acessibilidade habitacional está baseada em considerações de ordem funcional, essencialmente no que diz respeito ao tráfego de veículos e de pessoas. As pessoas constituem o principal elemento integrador de espaços exteriores e edifícios residenciais, pela capacidade de penetração/exploração desses espaços. Portanto, as pessoas precisam encontrar percursos fáceis de usar, porque só assim serão naturalmente levadas a adquirir a imagem da configuração espacial, através da observação enquanto se move.

Considera-se que no Caso 01 - Condomínio Bom Clima, a acessibilidade é prejudicada em função da implantação e do posicionamento da guarita além de não possuir boa acessibilidade às pessoas com mobilidade reduzida. A acessibilidade no Caso 01 está restrita em largura, através de corredores pré-definidos, que não

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estimulam outra forma de uso, pois foram capacitados apenas como espaços ligantes entre os blocos.

O papel unificador do condomínio residencial pode ser cumprido por uma malha de acessibilidade baseada na coesão e continuidade entre o exterior, os espaços livres internos e os edifícios, com ligações que possam envolver desde a entrada dos edifícios até mesmo à entrada dos apartamentos. No Caso 02- Residencial Place Du Soleil, a acessibilidade dá-se pelo bom agenciamento dos espaços, unificando o condomínio; deve-se lembrar de que o empreendimento é composto de torre única, o que permite maior liberdade para o projetista. O Caso 03 – Residencial Ville Mediterranée, também possui um bom agenciamento dos espaços, a acessibilidade neste condomínio além de cumprir a sua função ligante, conta com espaços amplos e agradáveis que estimulam a utilização, com rica e importante apropriação por parte dos moradores.

Acessibilidade é qualidade ambivalente, porque se desenrola sempre em dois sentidos, entra-se em determinado espaço ou compartimento enquanto, simultaneamente, se sai de outro contiguo e vice-versa. Esta característica de real importância é, em boa parte, responsável pela orientação e motivação no uso dos diversos espaços/ambientes do habitat. Assume importantes conteúdos quando estas transições marcam mudanças radicais de ambientes (interior/exterior) e de conteúdos funcionais (áreas de pedestres/áreas de veículos). No Caso 01, o estacionamento dos veículos é feito no térreo, em vagas descobertas e de fácil acesso por todos os moradores. Não existem fechamentos que inibam o trânsito de pessoas entre os veículos, podendo ocasionar eventuais acidentes com crianças, pois as vagas estão muito próximas às áreas de lazer no pátio entre os blocos. Diferente do Caso 01, no Caso 02 e Caso 03, os estacionamentos estão nos subsolos, o que de certo modo contribui para a segurança dos pedestres. Portanto a existência de uma barreira física no acesso dos veículos e o monitoramente dos acessos internos nos subsolos permite maior segurança aos próprios moradores.

A acessibilidade também deve servir a grupos de habitantes mais sensíveis (deficientes, idosos, moradores transportados, etc.), através da existência de rampas,

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suaves e seguras conforme NBR 9050, também podendo ser destinadas à acessibilidade de serviços. No Caso 01, constatou-se que não há acessibilidade a todos os moradores, sendo que apenas 25% dos respondentes têm essa percepção. Existem pequenos degraus que atravancam a locomoção dos cadeirantes, o piso com textura irregular na circulação externa entre os edifícios também contribui para a má acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida. No Caso 02, 100% dos moradores afirmam haver acessibilidade total às pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes. Já no Caso 03, 25% dos moradores, assim como no Caso 01 apontam que não há acessibilidade aos idosos, cadeirantes e pais com carrinhos de bebês e que existem pequenos desníveis entre os ambientes internos e os espaços livres, que são superiores às normas de acessibilidade.

Figura 90. a) Caso 01 e b) Caso 02 – conflitos na acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida. Fonte: fotos da autora 2012.

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Para os moradores, existem espaços e equipamentos que atendam aos diferentes usuários?

Segundo os moradores, as pessoas com dificuldade de locomoção (cadeirante, idosos, pais com carrinhos de bebê) têm acesso facilitado dentro do condomínio?

O morador tem acesso fácil da vaga de estacionamento até o apartamento?

Figura 91. Gráficos referentes à acessibilidade interna nos condomínios. Fonte: a partir dos questionários.

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