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Parte III – Prática Pedagógica em contexto de Jardim de Infância II

3.1 Reflexão sobre o vivenciado em Jardim de Infância II

3.1.3 Importância da avaliação

Desde o início deste mestrado que a avaliação tem sido uma aspeto que considero negativo na

minha prática. Ao longo do tempo tenho vindo a tentar melhorar este ponto, mas neste momento

ainda não me sinto completamente à vontade a fazer a avaliação das crianças. Isto é algo que com a

prática se vai adquirindo e sei que com o passar do tempo vou começar a interiorizar e a executá-la

com maior facilidade.

A finalidade básica da avaliação é que sirva para intervir, para tomar decisões educativas, para observar a evolução e progresso da criança e para planejar se é preciso intervir ou modificar determinadas situações, relações ou actividades na aula (Bassedas, Huguet & Solé, 1999, p. 173).

A avaliação no Pré-Escolar compreende práticas que avaliam a criança no próprio processo de

realização de tarefas reais do seu quotidiano e com relevância para o seu desenvolvimento e

aprendizagem (Oliveira & Godinho, 2013, p. 81).

Com o intuito de conseguir realizar a avaliação, nesta prática realizei um portefólio de avaliação

com duas crianças, de modo a tentar compreender a sua evolução. Existem diferentes formas de

avaliar, mas a escolhida foi o portefólio de evidências.

Um portfólio de evidências de aprendizagem é uma colecção organizada e devidamente planeada de documentação recolhida pelo educador ao longo de um dado período de tempo, de forma a poder proporcionar uma visão alargada e pormenorizada quanto possível das aprendizagens da criança em vários âmbitos (Oliveira & Godinho, 2013, p. 88).

Senti dificuldades na construção destes portefólios pois não sabia que tipo de evidências eram mais

aconselhadas para colocar no mesmo, como descrever as situações e de que modo conseguiria

observar a evolução da criança através dele. Ao longo do tempo fui escolhendo algumas evidências

de momentos que para mim foram mais significativos e também de momentos que as crianças me

demonstraram ser significativo para elas. Foi um processo de experiência em que ainda não está

bem consolidado, mas sinto que agora já possuo uma visão mais alargada do que é necessário no

portefólio e do que não é. Se não tivesse experimentado, ainda hoje sentia insegurança

relativamente a este método de avaliação.

Analisando os portefólios foi possível constatar que as crianças avaliadas demonstraram evolução

em algumas competências. Através da análise do portefólio foi possível também preparar atividades

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que promovessem o desenvolvimento de competências. Assim, o portefólio serviu também para

preparar as atividades de acordo com as necessidades que as crianças mostravam sentir.

A avaliação através do portefólio começou por ser uma situação difícil para mim, mas após alguma

pesquisa sobre o mesmo, e depois de algum tempo a explorar o mesmo, comecei a conseguir utilizá-

lo de modo a compreender se tinha existido evolução por parte da criança. Um aspeto que facilitou

este processo de aprendizagem foi só realizar o portefólio com duas crianças. Deste modo, pude

concentrar-me totalmente nas crianças escolhidas e dispor de tempo necessário para realizar a

análise das evidências. No futuro, como educadora, terei de utilizar o portefólio com todas as

crianças do grupo, o que implicará mais esforço e atenção da minha parte. No entanto, penso que

esta Prática Pedagógica me deu oportunidade de compreender a vantagem de utilizar o portefólio

como instrumento de avaliação.

3.1.4 EVOLUÇÃO DA PLANIFICAÇÃO

No que diz respeito à planificação, esta foi sofrendo alterações à medida que sentia que a presente já

não correspondia às minhas necessidades. A planificação tem de ser um instrumento útil ao

educador e tem que fazer sentido para o mesmo, tal como já tinha aprendido anteriormente. Assim

sendo, a planificação é um documento que se encontra em constante alteração e evolução.

Nesta Prática Pedagógica, a planificação passou por diversas fases, sendo que para mim existiram

dois momentos mais significativos. A primeira mudança mais significativa para mim ocorreu na

sexta planificação. Até então construíamos uma planificação onde primeiro surgia uma tabela com

as intencionalidades e competências e só depois as atividades descritas. Deste modo, começámos a

sentir que era confuso fazer a leitura da mesma, e que era necessário estar constantemente a ler e

reler as competências, intencionalidade e estratégias. Para colmatar esta situação, em conjunto com

a minha colega de prática, optámos por experimentar outro tipo de planificação. A nova

planificação tinha assim em cada atividade a intencionalidade e competência associadas, bem como

a forma de avaliar essa competência. Desta maneira, tornou-se para mim mais fácil realizar a leitura

da planificação (Anexo VIII).

A segunda mudança significativa aconteceu na décima planificação, em que começámos a colocar

fundamentação metodológica. A introdução desta fundamentação fez com que no momento da

construção da planificação existisse um momento em que pensava na forma como iria atuar. Este

momento passou a ser importante para mim pois fez-me pensar e refletir sobre assuntos que

normalmente me passavam despercebidos (Anexo VIII).

Ao manter a planificação em constante evolução permitiu que eu fizesse constantemente uma

reflexão do que estava correto e incorreto, procurando sempre o melhor para a intervenção. Este

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tem sido um aspeto que considero ter melhorado significativamente desde o início do mestrado, e

para tal contribuíram as ajudas de todas as educadoras bem como a visão da professora supervisora.

3.1.5 SÍNTESE REFLEXIVA

Fazendo uma reflexão de todo o meu percurso nesta Prática Pedagógica e neste contexto, posso

afirmar que foi um semestre muito importante para mim, pois desenvolvi competências

fundamentais para o meu futuro como educadora, nomeadamente a nível de estratégias a utilizar e

forma de orientar um grupo de crianças.

Foi o contexto onde a adaptação foi mais difícil devido aos ritmos estabelecidos e exigiu de mim

muito esforço, e agora que a Prática Pedagógica acabou sinto uma alegria enorme por saber que

consegui superar todos os obstáculos que foram surgindo.

Para a minha evolução, em todo este processo, foi fundamental o apoio da minha colega, com a qual

realizei reflexões diárias, partilhei experiências e sentimentos, e com a qual em conjunto,

ultrapassámos situações que sozinha se teriam tornado difíceis. Trabalhar em conjunto nem sempre

foi fácil, mas nesta minha experiência foi uma mais valia para o meu crescimento. Para além da

minha colega também foi essencial a restante equipa educativa, com a qual pude sempre contar.

No que diz respeito ao grupo de crianças, proporcionaram-me situações muito importantes, pois

sendo um grupo interessado, empenhado e curioso, exigiram sempre muito de mim. Este aspeto foi

uma constante ao longo de toda a Prática Pedagógica, que por mais que me esforçasse sabia que

precisava de lutar e trabalhar ainda mais, e fui sempre conseguindo progredir. Nunca desisti e

procurei sempre soluções e estratégias para inovar.

Hoje sinto que cresci muito a nível pessoal e profissional, que me tornei uma pessoa reflexiva e que

utilizo essa reflexão para melhorar e adequar a minha prática. Hoje, sei que dou mais atenção às

crianças e vou ao encontro dos seus interesses e das suas necessidades. Aprendi a dar voz à criança,

e a dar-lhe o seu espaço e tempo, pois cada criança é um ser diferente e precisa de ser respeitado.

Sei que tenho ainda muito para evoluir, pois como educadora estou em aprendizagem constante,

mas posso afirmar que me sinto hoje preparada para ter o meu próprio grupo, conhecê-los, orientá-

los e adaptar atividades para eles.

Uma educadora vai crescendo através das experiências por que vai passando, e para mim, a

experiência neste contexto foi maravilhosa e fez-me compreender que consigo planificar de forma

integradora e globalizante.