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2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS

2.2.5 A Importância do Capital para Investimentos e Custeio, financiado pelo Poder Público

Júnior (2002, p.1) aponta que o financiamento de empresas e da atividade empreendedora está no cerne do sistema capitalista e que o financiamento é imprescindível para a consecução dos planos de implementação, modernização ou expansão dos negócios e é vital para sua sobrevivência. Ainda segundo Júnior (2004), os países do terceiro mundo apresentam uma carência de um ou mais requisitos para o investimento, e o que se observa com mais freqüência é a falta de capital, o que, a seu turno, é um grave obstáculo ao desenvolvimento.

Giambiagi e Além (2008, p.7) explicam que o mercado é incompleto e nele pode haver falta de capital para investimentos:

...nem sempre o setor privado está disposto a assumir riscos. Principalmente, no que se diz respeito a países em desenvolvimento, por exemplo, a existência de um sistema financeiro e/ou mercado de capitais pouco desenvolvidos não fornece o financiamento a longo prazo necessário ao esforço de desenvolvimento do sistema econômico. Neste caso, a intervenção do governo é importante para a concessão do crédito de longo prazo que financie os investimentos do setor produtivo. No Brasil, destacam-se os bancos públicos de desenvolvimento econômico, como o BNDES.

O consenso intelectual, após a II Guerra Mundial, especialmente na década de 1960 e 1970, foi de que os governos deveriam intervir para prover o crédito direto para às PMEs (GREEN, KIRKPATRICK E MURINDE, 2006).

Bresser-Pereira (1985, p.116) esclarece que “uma economia capitalista para operar necessita de um sistema financeiro, ou seja, de um sistema de créditos e débitos”. A existência de um sistema financeiro desenvolvido representa uma garantia de que existem diversas opções de financiamento doméstico, quer através de ações negociadas na bolsa, de debêntures ou de empréstimos bancários de longo prazo (GIAMBIAGI; ALÉM, 2008). Mesmo quando se trata de pessoa física faz-se necessária a existência do capital provido por terceiros e Júnior (2002, p.13) explica que:

O autofinanciamento e o investimento para pessoa física não necessariamente precisam estar atrelados ao uso do patrimônio pessoal dos sócios ou empresários. Uma das maneiras indiretas de ampliar as oportunidades de financiamento nessa modalidade é pela captação de crédito em nome do empresário ou dos sócios da empresa, voltado ao investimento no negócio.

As instituições governamentais de fomento ao desenvolvimento visam à melhoria da qualidade de vida da população brasileira, ao mesmo tempo em que buscam, entre outras coisas, promover a competitividade da economia brasileira, a geração de emprego e melhoria nos postos de trabalho, a circulação de riquezas e aumento da renda, a diminuição das desigualdades regionais, a integração do mercado interno, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento auto-sustentável. São, portanto, importantes agentes das políticas públicas.

A escassez de capital nos países subdesenvolvidos, principalmente o capital destinado aos investimentos industriais, motivaram a criação de instituições de fomento (BUARQUE, 1984). Buarque (1984) estabelece que, através de agências financeiras especializadas no fomento de novas unidades de produção, o governo poderia disponibilizar os recursos necessários para o setor privado, com baixas taxas de juros, de forma a gerar novas unidades de produção, modernizar ou ampliar os empreendimentos existentes.

Existem dois tipos principais de financiamento destinado às empresas: o financiamento da acumulação de capital e o financiamento do capital de giro (BRESSER

PEREIRA, 1985). A rede de bancos privados disponibiliza linhas de crédito de longo prazo para investimentos e capital de giro associado, e de curto prazo para capital de giro puro, mas com o inconveniente do custo elevado e da pouca disponibilidade de recursos e prazos reduzidos para a carência e para o plano de amortização.

A importância das instituições de fomento para consolidar as políticas públicas de desenvolvimento é enfatizada por Júnior (2004, p.21-22):

O compromisso de entender os problemas econômicos que o país tem e comprometer-se a amparar as necessidades, justifica a criação de um banco de fomento. No entanto, um banco de desenvolvimento não vai resolver todos os problemas, e pode não ter capacidade por si só de resolver nenhum, mas justifica o processo de criação para intermediar as partes. Um banco de desenvolvimento está destinado a suprir um ou mais dos ingredientes essenciais para o crescimento

econômico e desenvolvimento dos agentes produtores de bens para o consumo.13

A criação de instituições de fomento é muito importante para o desenvolvimento de uma região, pois elas são capazes de prover ao empresariado recursos financeiros (a taxas com menor custo e prazos maiores), assistência (técnica, jurídica, administrativa e comercial), promoção, formação, encaminhamento, aconselhamento etc. (MENDES, 2002).

As instituições financeiras de desenvolvimento são entidades públicas que transcendem as atividades características da intermediação financeira quanto ao quesito responsabilidade e têm, como meta principal, a promoção do desenvolvimento econômico, a preservação dos recursos naturais, a diminuição das desigualdades regionais, a promoção do bem-estar social, por meio do fortalecimento dos meios de produção (JÚNIOR, 2004).

No cenário nacional, dentre outros, destacam-se as extintas SUDAM e SUDENE, a ADENE, o BNDES, o BNB, os bancos de desenvolvimento estaduais e agências de fomento estaduais.

O BNDES é o principal agente governamental na questão financiamento de médio e longo prazos para os setores primário, secundário e terciário (FORTUNA, 2000).

No nível estadual, foram e estão sendo criadas as agências estaduais de fomento e os bancos estaduais de desenvolvimento, os quais se incluem em um conjunto de instituições financeiras fornecedoras de crédito de médio e longo prazos (FORTUNA, 2000).

O Governo Estadual do Rio Grande do Norte idealizou um órgão capaz de promover o desenvolvimento localizado, a partir de “ações que permitam aumentar o poder de atratividade para novos investimentos, e ao mesmo tempo trabalhar pela melhoria da competitividade dos empreendimentos já existentes. Com estes propósitos a Agência de

Fomento do Rio Grande do Norte – AGN foi criada através da Lei nº 7.462, de 2 de março de 1999, para ser o órgão estadual de apoio e de fomento empresarial.

2.2.6 Pressupostos a Serem Considerados na Formulação de Políticas Públicas Pró-