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O aluno ao ser motivado para a leitura e ao reagir de forma favorável a esta competência começa a conhecer a estrutura do texto, a nível lexical, semântico e sintático.

A leitura e a escrita são duas atividades tão interligadas que uma boa adesão à leitura conduzirá a uma escrita mais fácil.

Durante toda a escolaridade, a escrita é a atividade mais frequente. A avaliação dos alunos passa, essencialmente, pelas suas produções escritas durante todo o ano escolar. Portanto, para que o aluno tenha sucesso na avaliação terá que saber escrever. Contudo, nem sempre os alunos são devidamente ajudados a dominar a escrita.

O insucesso escolar de alguns alunos observa-se devido à sua incapacidade de transmitir por escrito os seus saberes.

Os professores devem fornecer aos alunos os meios necessários para eles exporem os seus saberes por escrito de uma forma clara, concisa e criativa;

As produções dos alunos são muito heterogéneas e as suas dificuldades são diversas. A nível da escrita, os textos produzidos pelos alunos incorrem deficiências a nível: lexical, morfossintático e estrutural.

A formalização da competência da escrita, segundo Shnewuly (1987 cit. por Contente, 1995), caracteriza-se pela aquisição simultânea de um grande número de operações. O aluno deve possuir diferentes níveis de tratamento do texto escrito, possibilitando que consiga, segundo as necessidades que vai sentindo, consagrar a sua atenção a determinada operação, automatizando as operações mais fáceis.

Aprender e escrever são dois processos indissociáveis, no qual a escrita deverá ocupar um lugar privilegiado em qualquer aula e em qualquer disciplina.

A criança começa por reconhecer as letras do alfabeto e, partindo da associação de elementos, passa sucessivamente ao conhecimento das sílabas, das palavras e, por fim, das frases.

Para Goodman e Goodman (1977,1979), Graves (1982) e Smith (1976, 1982) citados por Marques (1993), as crianças aprendem a linguagem oral e escrita não apenas através da absorção dos seus elementos a partir do meio, mas sobretudo construindo regras e estabelecendo relações a partir delas.

Kamii e Willert (1985 cit. por Marques, 1993) referindo-se a vários estudos sobre a aprendizagem da leitura, concluem que as crianças constroem muitas ideias sobre a

escrita muito antes de entrarem na escola, mostrando conhecer certas regras que nunca lhe foram ensinadas. Entre essas regras construídas pelas crianças, destaca-se o conhecimento de que uma palavra tem de ter pelo menos duas ou três letras para poder ser lida. Uma outra regra que as crianças constroem por si, é a regra da variabilidade, ou seja, que uma palavra só pode ser lida se tiver, pelo menos, uma letra diferente.

É longo o caminho que vai desde o reconhecimento de que o que se lê em voz alta depende das palavras escritas e não das figuras do livro até ao momento do reconhecimento visual das primeiras palavras.

O momento mágico surge quando a criança começa a estabelecer a correspondência entre sinais acústicos e formas gráficas, estabelecendo uma lista sempre em crescimento de palavras preferidas e que começa a reconhecer sempre que aparecem com um tamanho e forma gráfica uniformizados.

A primeira palavra que a criança identifica, com mais facilidade, é o seu nome, sobretudo se ele inclui várias vogais e, no conjunto, tem poucas letras. É importante que as crianças «descubram» por si mesmas que os símbolos escritos representam coisas. A escrita suscita a atividade da criança, porque esta possui uma estrutura cognitiva capaz de lhe dar significado. Cada criança descodifica a leitura e constrói estruturas para as regras da linguagem escrita.

A didática da escrita, numa abordagem comunicativa debruçou-se nos últimos anos sobre a relação da interlocução e modificou os parâmetros da situação de comunicação para incidir, sobretudo, sobre a realização da mensagem escrita. Uma das maiores dificuldades do ato da escrita não é somente a necessidade que o redator tem de mobilizar o material linguístico adequado de uma determinada perspetiva de comunicação, mas também, e sobretudo, a necessidade de operar um modo de tratamento específico do referente. O aluno que tem hábitos de leitura e sendo cativado para esta atividade, começa a aperceber-se desde cedo da estrutura do texto, a nível lexical, semântico e sintático. A leitura e a escrita são atividades que estão ligadas, de tal forma que uma boa adesão à leitura levará a uma escrita mais correta e fácil. Os alunos, ao fazerem uma leitura bem estruturada, vão despertando para uma perceção da estrutura frásica, lexical e criativa do texto.

Durante toda a escolaridade, a atividade mais frequente é a escrita. A avaliação dos alunos passa essencialmente pela escrita. Os alunos escrevem em quase todas as disciplinas e são avaliados com base nas suas produções escritas, durante todo o ano escolar são

muito utilizadas as fichas de avaliação. Para ter sucesso na avaliação, o aluno terá que saber escrever. No entanto, nem sempre os alunos são devidamente ajudados a dominar a escrita. O insucesso de muitos alunos deve-se à incapacidade de transmitir por escrito determinados saberes ou conhecimentos. Cada disciplina tem o seu próprio léxico e cabe ao professor dessa disciplina ensinar e exercitar esse mesmo léxico, com os seus alunos. Se todos os professores se preocuparem com a atividade da escrita, na sua própria disciplina, o insucesso diminuirá gradualmente.

Os alunos necessitam que lhes sejam fornecidos os meios necessários que deverão utilizar para expor os seus saberes de uma forma clara, concisa e criativa. O aluno, ao produzir um texto, terá que saber qual o objetivo pretendido, esteja este implícito ou explícito.

Quem lê e escreve fluentemente uma língua, dificilmente terá dificuldades no dia-a-dia. A leitura e a escrita fazem parte do sistema de comunicação humana e estão ligadas não somente à aprendizagem, mas também à linguagem.

Escrever é fundamental e uma necessidade básica para se poder viver em sociedade, ser aceite, participar e utilizar os recursos que essa sociedade disponibiliza. Grande parte do saber acumulado, ao longo da história da humanidade encontra-se escrita. Ser, pois, analfabeto, numa sociedade cada vez mais instruída, é ficar dependente de outros, é ficar limitado, perdendo a oportunidade de usufruir e participar do que a sociedade tem e oferece aos seus cidadãos. Alfabetizar não inclui apenas ensinar os mecanismos da leitura e da escrita, mas habilitar as pessoas a ler o mundo em que vivem, tornando-as capazes de conhecer e de responder às exigências da sociedade que é a sua, transformando-a e desenvolvendo-se a si mesmas, pela sua atividade interventora.

Das fases da aprendizagem da escrita constam em linhas gerais, os mesmos elementos que das de leitura: ordenamento e junção de letras para formar palavras, relevância dada à acentuação e pontuação, aplicação de regras ortográficas. Na escrita executam-se movimentos físicos ao contrário da leitura.

A escrita quando bem assimilada e corretamente executada é um importante instrumento para exprimir pensamentos e para comunicar mensagens. Contudo podem existir pessoas que comunicam oralmente com à vontade e clareza mas que sentem dificuldades significativas quando têm de escrever, ou ao contrário, haver pessoas que se exprimem por escrito com facilidade e eficiência e que não conseguem expor as suas ideias oralmente. Uma caligrafia irregular, difícil de decifrar, associa-se regra geral, a uma

ortografia deficiente. Um vocabulário pobre e uma sintaxe incorreta refletem-se na redação. O diagnóstico precoce de certas dificuldades pode conduzir à sua remediação rápida e eficaz. O empenhamento que a própria pessoa põe na correção das suas deficiências é um caminho prometedor para o sucesso.

Para a criança aprender a escrever é necessário que escreva bastante. Só se aprende o que se faz. É necessário a prática frequente da escrita. Tanto a criança como o adulto têm tendência para considerar a comunicação escrita muito lenta e mais elaborada que a oral, portanto mais difícil. Além disso é preciso que se crie uma “necessidade” de escrever, pois escrever por “imposição” revela-se penoso e, na maioria dos casos, não produz qualquer resultado. Levar a criança a ter desejo de escrever é, como a maioria dos educadores sabe, extremamente difícil. Convém variar os estímulos, criando situações e necessidades de comunicação escrita bastante diversificadas.

Para os alunos de níveis etários mais baixos é usual recomendar: textos livres e pequenos poemas;

um jornal de parede; um jornal escolar;

troca de correspondência entre as classes ou mesmo entre escolas; textos dramatizados;

textos associados a outras formas de expressão (pintura, música, dança); pequenos espetáculos criados só pelos alunos.

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