TABULEIROS COSTEIROS DE SERGIPE
REFLECTIONS ON THE FACTORS THAT LEAD TO THE SUSTAINABILITY OF GREEN MAIZE PRODUCTION ON THE COASTAL TRAILS OF SERGIPE
1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1 A Cultura do Milho Verde em Sergipe
1.2.4 Importância da Eficiência Técnica e Econômica na adoção de Sistemas de Manejo
A produtividade de uma cultura e sua rentabilidade depende fundamentalmente do seu potencial genético e da capacidade produtiva dos solos (SILVA; SILVA; LIBADI, 2013). Esta capacidade produtiva dos solos é influenciada e por vezes definida, se considerarmos a longo prazo o sistema de manejo do solo adotado. O preparo do solo tem como finalidade proporcionar condições favoráveis ao crescimento e estabelecimento das plantas, de tal maneira que se assegurem alta produtividade (eficiência técnica) e retorno (eficiência econômica) dos investimentos realizados, não deixando de ter em vista o alto risco à degradação do solo como resultado do manejo irracional (VIANA et al., 2006).
Para alcançar uma elevada produtividade, ou seja, obter eficiência técnica, os agricultores investem em tecnologia3, tais como: maquinários, fertilizantes, defensivos e sementes, que impactam no custo de produção (LEAL, 2017), sendo apenas viável a aquisição ou incorporação, quando estas aumentam a produtividade e proporcionam lucratividade ao produtor (KAPPES et al., 2015). Torna-se necessário então o conhecimento completo do processo produtivo, assim como dos itens e dos custos de produção visando comparar sistemas produtivos e quando necessário substituir por outros que apresentem maior eficiência técnica,
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A tecnologia é entendida como um conjunto de conhecimentos aplicados a um determinado processo produtivo (SILVA, 2003). Considera-se neste estudo a tecnologia como as técnicas (conhecimentos) adotadas no sistema de produção agrícola: uso ou não de irrigação; tipo e forma do insumo utilizado; manejo do solo; uso de plantas antecedentes; e forma de plantio.
uma vez que as culturas agrícolas na maioria das vezes apresentam uma estreita margem de rentabilidade (ARTUZO et al., 2017).
Uma das formas de se determinar a eficiência econômica de um sistema de produção é por meio da avaliação da produtividade alcançada e dos insumos utilizados, ou seja, através da análise de custos e receitas geradas no sistema produtivo (FEITOSA et al., 2018). Nos sistemas de produção agrícola, caracterizam-se como custos todos os gastos relacionados com a cultura, do período que antecede o plantio até o pós-colheita como: mão de obra, preparo do solo, aquisição de sementes, adubos, defensivos, herbicidas, combustíveis, água e energia (ARTUZO
et al., 2017; CREPALDI, 2016).Que são consumidos com a intenção de gerar benefício
econômico atual ou futuro para a empresa (SILVA; LINS, 2014). Já os encargos sociais e financeiros quando há, são considerados despesas, já que reduzem a receita (BORSOI, 2017).
Dessa forma o custo de produção é a soma dos valores de todos os recursos utilizados no processo produtivo da atividade agrícola (OLIVEIRA; NACHILUK; MELLO, 2011). Para o produtor rural, as informações geradas pela análise dos custos de produção estão ligadas à alocação eficiente dos recursos produtivos. Assim é importante para a tomada de decisão de investimento do produtor rural em nível de governo e para a criação de políticas de crédito rural e de preços mínimos (GALEANO; VENTURA, 2018).
O conhecimento do custo de produção para a cultura do MV tais como uso de PA, tipos de preparo do solo, uso de defensivos e fertilizantes são considerados como um fatores preponderantes no processo de decisão sobre qual manejo será adotado (NACHILUK; OLIVEIRA, 2012), uma vez que fornecem informações para a adoção de diferentes níveis tecnológicos e ampliam o leque de tecnologias sustentáveis e lucrativas (KAPPES et al., 2015).
A configuração de um sistema de produção determina o resultado técnico e econômico a ser obtido. Para a avaliação de qual o melhor sistema a ser adotado, é preciso ter claro qual a tecnologia a ser utilizada e conhecer o custo de produção dos diferentes sistemas. A partir da comparação entre dois ou mais sistemas é possível deduzir a rentabilidade da atividade e, consequentemente, a viabilidade econômica da mesma (RICHETTI, 2013).
Dentre os diversos manejos do solo adotados, destaque especial deve ser dado ao CC, PD e ao CM, por representarem as principais formas adotadas pelos agricultores. Estudos têm confirmado a consolidação do sistema de PD sobre o CC com relação aos custos de produção (CRUZ et al., 2001). Ao se avaliarem os aspectos econômicos, Fernandes; Silveira e Rinaldi (2008) concluem que, quando comparados, os quatro sistemas de preparo do solo para o plantio do milho (PD, CM com grade, CM com arado de disco e CC), o PD proporciona menor consumo de combustível, seguido pelos CM’s e CC. Além disso, o PD proporciona maior
rendimento de grãos de milho do que CM e CC. Kappes et al. (2015) verificando-se que para o milho, o PD em sucessão à Crotalária, incrementou a produtividade e o índice de lucratividade da cultura.
Baseado nos custos de produção agrícola é possível avaliar a rentabilidade (eficiência econômica) e a lucratividade do sistema de cultivo adotado pelo produtor rural (RICHETTI; MELO; SOUSA, 2017). A lucratividade representa o rendimento real obtido com a comercialização do produto agrícola, ou seja, corresponde quanto o produtor tem de capital, após pagar os custos de produção (MELO et al., 2009). Estando associada com a maior capacidade de produção e menores custos (SILVA et al., 2017).
A rentabilidade está relacionada com a eficiência técnica e econômica da atividade agrícola (ARTUZO et al., 2017), podendo ser entendida como grau de êxito da empresa em relação ao capital investido, sendo possível avaliar a eficiência na gestão dos recursos próprios e de terceiros (financiamentos) (ZAGO; MELLO, 2015). A sua análise possibilita ainda, verificar como o capital investido na produção está sendo remunerado, permitindo comparar a rentabilidade da cultura com alternativas de emprego do capital. Assim evidencia se é viável economicamente o empreendimento estudado (retorno financeiro igual ou superior às alternativas de uso do capital, ex.: taxa de juro real da caderneta de poupança ou aluguel de terra) ou se é melhor a sua aplicação em outras alternativas de investimento (GALEANO; VENTURA, 2018).
Silva et al. (2011) salienta que o PD e o CM são as melhores alternativas para o agricultor por apresentarem maior rentabilidade quando comparados com o CC. Além disso, o autor evidencia que a demanda de mão de obra, desde a formação de culturas de cobertura do solo (plantas antecedentes) até a colheita no PD, é menor do que a exigida para o CC, representando desta forma economia de mão de obra.
A viabilidade econômica é um fator indispensável para a adoção de novas tecnologias entre os agricultores (FERNANDES, 2017). Por isso práticas agronômicas que ajudem o agricultor a elevar a produtividade, como as do sistema conservacionista, proporcionando melhor qualidade de vida do agricultor por elevação do retorno financeiro e diminuição dos custos de produção, devem ser estudadas para garantir a sustentabilidade ambiental e agrícola (KANEKO et al., 2010; SIMIONI et al., 2017; VENDRUSCOLO et al., 2017). Salienta-se que para uma tecnologia ser considerada verdadeiramente sustentável, ela deve prover as explorações agrícolas num ambiente equilibrado, que seja economicamente viável, socialmente justa e culturalmente aceita ao longo das diferentes safras agrícolas.
1.2.5 A Sustentabilidade das Explorações Agrícolas