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Segundo Neto (1984) o ambiente social é para a criança uma referência fundamental no que respeita à formação de valores, motivações e normas de conduta durante a prática das suas atividades motoras e lúdicas.

Os jogos são um importante meio de aprendizagem social e, como tal, podem e devem ser usados no ensino das modalidades desportivas, utilizando para tal os jogos pré-desportivos ou simplesmente brincadeiras (Pimentel, 2005), sempre com a finalidade de atingir o objetivo da aula.

A necessidade de brincar, explorar, experimentar, tentar e criar livremente será tanto maior quanto mais jovem for a criança (Decker, 1996). Este autor refere, ainda, que a criança não deve sentir-se obrigada a realizar exercícios, atividades, jogos ou movimentos que lhe sejam impostos, ordenados ou comandados. A possibilidade de jogar livremente promove a descoberta dos materiais, a orientação no espaço, as várias possibilidades de movimento e a consolidação das relações de grupo (Oliveira et al., 1998, Neto (1995)). Para Benda (1999) a atividade lúdica deve estar sempre presente em ambientes que envolvam a aprendizagem, nomeadamente com crianças. No entanto reforça que depende do professor fazer a relação entre a forma lúdica com o conteúdo disciplinar a alcançar, bem como o espaço envolvente e a utilização de brinquedos.

O envolvimento da criança no meio aquático e com todas as suas características deve ser realizado através de jogos, brincadeiras e exercícios apropriados à idade, com a finalidade de ganhar confiança neste novo elemento (Lacoste e Semerjian, 2000).

Cornélio (1999) realizou uma pesquisa que teve como objetivo demonstrar que as atividades lúdicas são importantes no processo de ensino e aprendizagem da natação infantil, até porque permitem uma maior variedade de movimentos, melhorando a relação entre os alunos, e entre o professor e os alunos.

29 Por forma a favorecer um ambiente de aprendizagem positivo, os autores McKay & McKay (2005,), consideram importante a brincadeira dentro de água, em forma de jogos, canções e/ou brinquedos coloridos. Segundo estes autores, os jogos e as canções também complementam a aprendizagem, implicando habilidades como a coordenação, a lógica e a memória. Referem também que qualquer canção poderá ser utilizada desde que se adeque às atividades envolvidas nos jogos com água.

Como forma de ajudar os pais e professores a diversificarem o seu contexto de aula e a promoverem a aquisição de diferentes competências no meio aquático, os autores Mckay & Mckay (2005) fazem as seguintes sugestões para a realização dos jogos com êxito:

 Os pais devem jogar os mesmos jogos – ou cantar as mesmas canções – em casa. Se a criança estiver familiarizada com estes jogos e canções, maior irá ser a sua confiança ao jogá-los na piscina;

 As canções devem ter ritmo, uma vez que isso ajuda a estimular várias funções cerebrais em simultâneo, contribuindo para o desenvolvimento da coordenação motora;

 Recomendam que haja interação dos pais com os seus filhos enquanto jogam. Sendo esta uma forma de o manter atento e interessado;

 Se estiverem em grupo, fazer uma roda para cantar. Permite observar os rostos de todos os elementos do grupo e insistir num exercício recusado antes.

De seguida no quadro 5, são sugeridos, alguns jogos como forma de estimular os bebés no meio aquático, alcançando desta forma os objetivos traçados para a aprendizagem da natação.

Quadro 5 - Exemplos de jogos no meio aquático

Jogos Descrição/Finalidade

Jogos e Canções

(Casa) Recriação dos jogos que são realizados pelos pais em casa, na piscina.

Barco a motor

Consiste em girar o bebé em torno de si próprio, segurando através da pega lateral dando a ideia que se desloca tão rápido como um barco a motor. Podem-se emitir sons idênticos a um barco a motor, para motivar o bebé para a tarefa.

Jogo de apanhar as bolas

Habilidades como os mergulhos, os deslocamentos, os lançamentos são introduzidos através deste jogo, tendo em conta o grau de aptidão do bebé. Este jogo inclui as passagens com e sem apoio, e transmissões em que a criança alcança os brinquedos preferidos, introduzindo-os num balde.

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Jogo da ponte

Duas pessoas seguram dois rolos de espuma em arco por cima da água. Pais e filhos caminham alinhados num grande círculo ou nadando debaixo do rolo ao mesmo tempo em que cantam canções alusivas ao tema. Se o bebé for um principiante pode deslocar- se na água na posição de pega lateral (p.23) Se já estiver à vontade pode nadar por cima da água ou por baixo. Como variação uma das pessoas que segura os arcos pode deitar água por cima das crianças com auxílio de um regador.

Correr e saltar

Corrida sobre um colchão insuflável e salto do mesmo para a água, com

acompanhamento de um adulto, ajustando os exercícios ao grau de adaptação do bebé. Os acompanhantes devem promover a segurança dos bebés dando-lhes a mão enquanto esperam e segurando o colchão com a mão livre. Uma pessoa deverá ser a “sombra” da criança acompanha-a até ao final do colchão, agarra-se pelas axilas, ergue- a e recordando a Ordem para Suster a Respiração (p.25) coloca-a na água para que a criança mergulhe ou nade até ao acompanhante.

Grande Bola Insuflável

Três ou mais acompanhantes devem manter-se em roda, segurando os bebés por baixo das axilas, de costas numa posição vertical. Com uma bola colocada no centro da roda as crianças devem apanhar a bola e atirar aos seus parceiros, ou chutar, ou atirar a bola uns aos outros chapinhando bastante a água.

(De acordo com Mckay & Mckay, 2005, p.48).

Outras formas lúdicas sugeridas por McKay & McKay (2005, p.52) são os circuitos de atividades, que surgem como parte integrante da cada lição, e que permitem praticar as várias habilidades que a criança está a aprender. Estes circuitos são bastante flexíveis e podem ser adaptados facilmente à piscina, à situação, à idade e ao nível de aprendizagem do bebé, possibilitando a prática de exercícios diferentes a cada “estação” que compõem o circuito.

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