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As políticas de fomento à oferta possuem participação primordial em dois âmbitos, no setor de pesquisa e desenvolvimento (P&D) dos componentes que envolvem o veículo elétrico, como também, a implementação de leis mais rígidas para a redução de gases tóxicos e de dióxido de carbono.

Sendo assim, os principais países do globo investem massivamente em P&D com o intuito de avançar tecnologicamente nesse produto tão promissor. Um exemplo é o Reino Unido, onde o Conselho Estratégico de Tecnologia reconheceu sessenta projetos de P&D voltados a planejamentos de redução de emissões de carbono. Na Suécia foram direcionados cerca de 3 milhões de dólares, no intuito de desenvolvimento das baterias, já na Alemanha esse avanço ocorre não só no âmbito das baterias, bem como, na cadeia integrada de valor e tecnologia de informação e comunicação. Os Estados Unidos da América, contou com um orçamento de 268 milhões de dólares, em 2012, direcionados para o progresso de baterias, infraestrutura, células a combustível e sistemas veiculares (IEA, 2013).

Já nos países em desenvolvimento, algumas nações tomam frente de projetos promissores. Como é o caso da China que direcionou cerca de 1,1 bilhão de dólares para delineamentos de demonstração dos veículos elétricos e sua viabilidade (IEA, 2013). A Índia possui um plano bastante ambicioso e ousado na questão dos automóveis elétricos, lançado em 2013, recebe a nomenclatura de “Plano Nacional de Mobilidade Elétrica 2020”. Esse projeto prevê uma participação entre governo, indústria e academia, possuindo como objetivo colocar a nação no topo do pódio desse mercado automotivo elétrico, na qual, um conselho federal irá gerenciar os estudos de pesquisa e desenvolvimento na área em questão. O governo indiano estima venda de seis a sete milhões de automóveis em 2020, considerando uma conjuntura de veículos de duas e quatro rodas, híbridos, híbridos plug-in e puramente elétricos.

Outro modo de estimular a oferta dos automotores tracionados por eletricidade é aumentar a rigidez sobre a leis de emissões de gases prejudicais ao planeta. Desse modo, na Europa as metas de lançamento de dióxido de carbono estão sendo revisadas, exigindo mais avanço tecnológico do mercado automotor. Sendo assim, para o ano de 2020, a meta de emissões para automóveis leves está deliberada em 95 g CO2/km, segundo o NEDC (New European Driving Cycle, ou em português Novo Ciclo de Condução Europeu), uma diminuição aproximada de 27% em comparação à legislação fixada entre os anos de 2012 a 2015 (130 g

CO2/km). Para alcançar a nova taxa estipulada é necessário o maior investimento na eletrificação veicular, a União Europeia possui uma meta de ter em solo continental uma frota de cerca de nove milhões de automóveis elétricos em circulação até o ano de 2020, aproximadamente 3% da frota total projetada (MCKINSEY; COMPANY, 2014).

Já nos Estados Unidos da América são fadadas no longo prazo, sendo a posteriori desmembradas em metas anuais, auxiliando na programação dos fornecedores e a definição das agendas de P&D. Existem dois ciclos de verificação de emissão de gases, o teste FTP (Federal Test Procedure, ou em português Procedimento de Teste Federal), que é responsável por mensurar as emissões dos automotores comerciais leves na área urbana. E o teste Highway Fuel Economy (na língua portuguesa significa avaliação sobre a economia de combustível em rodovias), na qual, ocorre a medição dos veículos leves no âmbito das estradas. Projeta-se que as metas podem diminuir a comercialização de petróleo em dois milhões de barris por dia em 2025, além de proporcionar uma economia acumulada de 1,7 bilhão de dólares em combustível pela sociedade (VAZ; BARROS; DE CASTRO, 2015).

Dessa maneira, foi possível identificar e relatar alguns modelos de incentivo da aquisição dos automóveis elétricos por intermédio de manobras estratégicas na oferta dos mesmos. Enfatizando a importância de investimento de estudo na área de tecnologia, além, de um olhar mais cauteloso para a questão socioambiental, no intuito, de cada vez ser mais rígido nas normas que protegem o Planeta Terra. Assim, o próximo subcapítulo possui como objetivo analisar os incentivos sobre a demanda.

7.2 Incentivo à demanda

Os incentivos que possuem o foco na demanda podem estar ligados com benefícios monetários, ou seja, subsídios para a compra de veículos elétricos, diminuição da taxação governamental, além da diminuição das taxas no ato da compra e ao longo da utilização do produto. Outrossim, é possível identificar incentivos que não são diretamente ligados ao fator financeiro, como é o caso de vagas cativas em estacionamento para modelos de carros movidos a eletricidade, utilização de faixas exclusivas, dispensa de revisões de automóveis, entre outros. Primeiramente, é importante ressaltar, os benefícios que impactam diretamente no setor financeiro, para isso, serão expostos abaixo dados relevantes presentes na tabela 2, que destaca as principais estratégias incentivadoras para adoção dos automotores elétricos em torno do mundo:

Tabela 2 - Políticas públicas de incentivo à demanda por automóveis tracionados por energia elétrica

PAÍSES INCENTIVOS FINANCEIROS INFRAESTRTURA

Alemanha Desobrigação das taxas de Regiões da nação foram escolhidas licenciamento. para demonstração dos veículos

elétricos.

China Desconto para aquisição de - automóveis de até 10 mil dólares.

Espanha Desconto de até 25% no preço dos Projetos entre o governo federal e automotores antes da taxa regionais com foco na instalação de governamental no montante de até 7 estruturas que possam prover o mil dólares. abastecimento veicular.

EUA Crédito de até 7,5 mil dólares no Foram destinados 360 milhões de preço de venda, de acordo com o dólares à infraestrutura de grau de armazenamento da bateria. protótipos.

Existe uma diminuição do bônus Para instalações em residências é até o fornecedor atingir a meta de concedido crédito de imposto de duzentos mil automotores produzidos até mil dólares

França Foi concedido um desconto montante Governo investiu cerca de 60 de 500 milhões de dólares para os milhões de dólares para atender a consumidores que adquirirem os metade dos custos com a

veículos elétricos. infraestrutura do abastecimento. Índia Redução no valor de compra de 2 mil Projetos para incentivar a dólares ou 20% do preço do automóvel instauração de eletro postos. prevalecendo o menor.

Itália Dispensa das taxas de licenciamento - nos primeiros cinco anos, após esse período o abatimento é de 75%

Japão Incentivos de até 8 mil dólares para a Apoio governamental para custear aquisição de automotores puramente os equipamentos de recarga. elétricos e híbridos plug-in.

Reino Unido Desconto no valor de venda de 20% Foram investidos cerca de 55 em um veículo comercial leve de até milhões de dólares na estruturação no máximo 12 mil dólares, contanto de eletro pontos.

que o mesmo emita menos de 75 g CO2/km. Além, da liberação de taxas para automóveis puramente

elétricos.

Fonte: Elaboração própria, com base em Vaz, Barros e de Castro 2015.

Sendo assim, a seguinte é importante enfatizar os benefícios que fogem do âmbito financeiro, porém, que não deixam de ser importante para a divulgação e entendimento dos

veículos elétricos. Para isso, vale analisar a tabela 3, que expõe essas estratégias em algumas nações do globo terrestre.

Tabela 3 - Incentivos não diretamente financeiros em prol da massificação da comercialização dos veículos elétricos

PAÍS SÍNTESE DOS INCENTIVOS LOCAIS

Alemanha Possui legislação que assegura a circulação dos veículos elétricos na mesma faixa que os ônibus, além de vagas reservadas e isenção de estacionamentos.

EUA Os Estados Unidos da América são um dos maiores incentivadores dos automotores elétricos, na qual, dentre seus benefícios estão: o uso de faixas destinadas a veículos com alta ocupação, dispensa de revisão veicular, estacionamento grátis para automóveis desse modelo, desconto ou até mesmo isenção em pedágios, etc.

FRANÇA Em Paris a empresa privada "Autolib" ofereceu um sistema de compartilhamento de carros elétricos para a população, encerrando a sua participação com veículos de grande porte em 2018 e voltando suas ações para os patinetes elétricos.

Itália Automóveis elétricos possuem autorização para circulação até mesmo em dias restritos aos veículos tradicionais, ademais, estacionamento grátis em algumas regiões do país.

Reino Unido Desobrigação da taxa de circulação no centro de Londres.

Fonte: Elaboração própria, com base em Vaz, Barros e de Castro 2015.

Portanto, foi enfatizado os principais projetos que focam na demanda dos automóveis tracionados por eletricidade. Como são planeamentos de origem recente, não possui muitos dados concisos sobre sua efetivação social, cabe analisar as políticas listadas e ver a resposta do mercado a elas.

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