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INDÚSTRIA: A ANTESALA DA FORMAÇÃO URBANA INDUSTRIAL DA ALTA PAULISTA

A primeira metade do século XIX é um momento de grande progresso das forças produtivas de Piracicaba/região, com grande aumento populacional, grande produtividade agrícola e a implantação de unidades de beneficiamento do açúcar. Esse progresso é destacado de maneira loriana28 por Mario Neme (1974). Entretanto, deve-se ter claro que “os homens não escolhem livremente as suas forças produtivas, pois toda força produtiva é uma força adquirida, o produto da atividade anterior” (MARX, 1983, p.433). A força adquirida, evidenciada por

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Termo amplamente utilizado por Antonio Gramsci para caracterizar a análise positivista e ufanista do processo de unificação da Itália feita por alguns intelectuais preocupados em evidenciar o nacionalismo italiano como fator central na unificação territorial e política.

Marx, é o resultado da energia aplicada dos homens sobre a natureza, mas, não livremente, estando limitados pelas circunstâncias em que se encontram inseridos, ou seja, no contexto das forças produtivas já obtidas e pela forma social preexistente, as quais eles não criaram, sendo elas produto da geração precedente.

A povoação de Piracicaba, em 1808, torna-se freguesia, passando por mudanças nos seus padrões espaciais, com o alinhamento do seu terreno “urbano”, sob a criação de cinco ruas e um conjunto de travessas e também de uma praça destinada à cadeia e a outras estruturas administrativas. Nos espaços rurais intensificou a exploração agrícola, as imensas glebas foram distribuídas em sesmarias, ocorrendo de maneira precoce uma intensa divisão das terras (para época), “que em 1836, em todo o vastíssimo território da já então vila da constituição não havia nenhum lote de terras devolutas” (NEME, 1974). Formando uma área rural um tanto quanto diversificada, com a presença de importantes latifúndios, como o caso das propriedades de Vergueiro e Souza e da família Luiz de Queiroz, como também uma grande quantidade de pequenas propriedades.

Esta formação rural vai propiciar, mesmo no seu início, uma dinâmica interessante, ao passo que a monocultura da cana-de-açúcar – valorizada no mercado externo - avança tomando boa parte das propriedades e acaba por permitir a convivência de uma policultura baseada nos principais cereais consumidos no Brasil. Para delinear tal realidade, podemos ver os dados estatísticos de 1817. Nessa época os números mostravam que a área denominada por Piracicaba apresentava “264 lavradores, 35 engenhos de açúcar e 893 escravos” (NEME, 1974, p.134). A comunidade escrava nessa região continuará ser pequena no decorrer da sua história, pois as grandes fazendas de café serão rapidamente deslocadas para o Oeste da região em busca do “valioso” latossolo vermelho e a terra roxa, já a modernização dos engenhos no final desse século (século XIX) irá exigir mão de obra mais qualificada. Assim, o trabalho escravo passa a ser dentro dos engenhos/usinas prejudicial à produtividade do empreendimento, que necessariamente passa por uma maior racionalização das atividades internas29.

Essa situação singular de conduzir de um lado o plantio da cana- de-açúcar e do outro, uma considerável produção de cereais e gêneros

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A quantidade de escravos em Piracicaba pode ser considerada baixa para época, pois mediante uma comparação simples com Campinas, essa, no mesmo período, apresentava 294 lavradores e 3.464 escravos (NEME, 2010).

diversos, obviamente de maneira inconsciente, tornou essa área a fornecedora de cereais para as vilas vizinhas pela proximidade, por conseguinte, pelas facilidades de transportes, permitindo uma exploração lucrativa de cereais e gêneros de alimentação de que toda a província necessitava em razão do próprio exclusivismo da monocultura (café, cana-de-açúcar) que exige de imensas áreas. Desta forma, segue também alguns argumentos a serem contabilizados:

a própria expansão do café contribuiu muito para o retalhamento imediato das terras de toda a zona ituana e de piracicaba muito especialmente. Na sua marcha à procura de terras novas, o café foi levando o latifúndio cada vez mais longe, para os sertões do vale do Tietê, para Noroeste a araraquarense, e deixando aos lavradores de menores posses as terras já usadas mais próximas das povoações (NEME, 1974, p.134,).

(...) era muito coerente, do ponto de vista econômico, ampliar as culturas de cana já existentes e aperfeiçoar os engenhos, do que substituir tudo pelo café, que exigiria um equipamento totalmente novo de benefício e que já se propagara por regiões muito mais propícias e, portanto, serias concorrentes. (SAMPAIO, 1973, p. 88)

A partir do exposto, somamos a dissolução de uma grande sociedade latifundiária feita entre o senador Vergueiro e o brigadeiro Luiz Antonio de Souza, no ano de 1825, resultando na subdivisão de glebas imensas. Por suas vez, essas foram retalhadas em numerosas pequenas propriedades, as quais foram em parte adquiridas por antigos e novos trabalhadores rurais da região e por outros “empreendedores” rurais, dando origem aos sítios, fazendas e pequenas propriedades destinadas à policultura (NEVES, 1999), generalizando um sistema de policultura “em toda a região povoada do Centro-Oeste paulista, e particularmente em Piracicaba, boca de sertão” (NEME, 1974, p.135). Essa realidade pode ser expressa por alguns dados que mostram a dimensão dessas relações, a coexistência de estratos sociais distintos num invólucro e a relações predominantemente de extração de excedentes, pois a área de Piracicaba, no ano de 1836, dispunha de 78 engenhos de açúcar, além de oito fazendas de gado. Na comparação com Porto Feliz, vila muito mais antiga, essa contava com 76 engenhos e nenhuma outra atividade, sendo que vinte anos atrás Piracicaba só

apresentava 14 engenhos. Tal pujança nesse ramo vai reverberar efeitos em outros seguimentos socioeconômicos mais adiante na sua história, promovendo não só a produção dos derivados da cana-de- açúcar, mas, também possibilitar demanda para o setor industrial (metal-mecânica) nascente no século XX (SAMPAIO, 1973).

A estrutura econômica e social da região de Piracicaba formava- se segundo uma atividade agrícola dinâmica e uma atividade urbana nascente. Essas se inter-relacionavam e se articulavam dentro de uma divisão nacional do trabalho mediante as contradições entre o desenvolvimento da produção dos agricultores/servos/parceiros, da capacidade e da ânsia da extração de excedentes, delimitando, assim, as especificidades da região, definindo as relações de classe em contexto dual.

As relações contraditórias podem ser sistematizadas em duas bases: 1) quanto mais os senhores de terras perdem ou fazem concessões ao controle sobre a propriedade nua da terra, maiores serão os fulcros de relações capitalistas ou pré-capitalistas e, ainda maiores serão a quantidade de mão-de-obra disponível, portanto, diminuindo os graus de servidão e propiciando o surgimento, por exemplo, da pequena produção mercantil ou de propriedades capitalistas no meio rural e por fim, liberando as iniciativas urbanas (comércio, manufaturas e indústrias); 2) não sendo desconexa ao primeiro ponto, a iminente diferenciação social na base da estrutura anfitêutica, pois o aumento de possibilidades a partir das concessões e do aumento do comércio – notado na região, sobretudo, depois do desmanche da sociedade Vergueiro e Souza – proporcionaram uma mobilidade maior entre as camadas estruturantes do anfiteatro social brasileiro, por exemplo, o aparecimento de maior quantidade de fazendeiros e de trabalhadores liberais na cidade (DOBB, 1987). Seguem abaixo dados que consubstanciam esses argumentos, mas que, serão realmente ratificados como uma teoria verdadeira e válida no século XX, momento em que essa estrutura social está mais desenvolvida e as perturbações da transição são iminentes.

Tabela 01. Produção agrícola de Piracicaba e Sorocaba, no ano de 1836.

Produtos Sorocaba Piracicaba

Açúcar (arrobas) 2.930 115.609 Aguardente (canadas) 1.556 1.078 Milho (alqueires) 170.972 331.498 Feijão (alqueires) 5.565 13.180 Arroz (alqueires) 3.342 6.422 Fonte: NEME, 1974.

Organização: OLIVEIRA FILHO, Altair Aparecido de, 2011.

Quadro 01. Distribuição das atividades urbanas-liberais em Piracicaba no ano de 1836. Carpinteiros 59 Tecelões 5 Pintor 1 Padeiro 1 Ferreiros 10 Pedreiro 1 Seleiros 2 Alfaiates 14 Ourives 3 Sapateiros 25 Oleiros 2 Caldeireiro 1 Fonte: NEME, 1974.

Organização: OLIVEIRA FILHO, Altair Aparecido de, 2011.

Evidenciando os dados do ano de 1836, temos que na localidade estava presente certo contingente da Guarda Nacional com duas companhias, a infantaria com 429 homens e a cavalaria com 76 homens. Nesse mesmo ano, estão presentes na vida urbana-administrativa da vila um juiz municipal, um promotor, um juiz de paz, um juiz de órfãos, 155 cidadãos que poderiam compor o cartel de juízes de fato,um advogado, um tabelião, um escrivão, um sacerdote, um homem responsável pela coleta das rendas e 93 comerciantes (NEME, 1974).

Tabela 02. População absoluta e população alfabetizados no ano de 1836.

Vilas Habitantes Alfabetizados

Piracicaba (constituição) 10.291 395

Itu 11.146 166

Porto Feliz 11.293 214

Curitiba 16.157 152

Fonte: NEME, 1974.

Organização: OLIVEIRA FILHO, Altair Aparecido de, 2011.

Evidenciando os dados do ano de 1836, temos que na localidade estava presente certo contingente da Guarda Nacional com duas companhias, a infantaria com 429 homens e a cavalaria com 76 homens. Nesse mesmo ano, estão presentes na vida urbana-administrativa da vila um juiz municipal, um promotor, um juiz de paz, um juiz de órfãos, 155 cidadãos que poderiam compor o cartel de juízes de fato,um advogado, um tabelião, um escrivão, um sacerdote, um homem responsável pela coleta das rendas e 93 comerciantes (NEME, 1974).

Com o advento e a evolução das modernas usinas de açúcar, promovidas inicialmente pelo “programa” de modernização dos antigos

engenhos por incentivos do governo imperial, o qual promove no ano de 1875 um estudo amplo da estrutura agrária do país, na qual se detecta elementarmente alguns problemas crônicos para o desenvolvimento dessa atividade, como: carência de mão de obra e baixa qualificação tanto dos lavradores quanto dos fazendeiros, a necessidade de uma maior divisão social do trabalho, a falta de transporte, as altas taxas e falta de capitais para o investimentos/ou propensão a investir (CARREADORE, 2001).

O governo central pelo decreto legislativo no 2.687/1875 autoriza juros de até 7% ao ano para capitais destinados a construção de novos

engenhos centrais (CARREADORE, 2001). Estes novos

empreendimentos podem ser caracterizados como a primeira expressão da grande indústria moderna na região, pois além de contar com grande conjunto de maquinário – passando, proporcionalmente a apresentar mais capital intensivo do que mão de obra intensiva do que os engenhos de fogo morto – buscam sempre se instalar em posições geográficas privilegiadas, no caso específico, na margem direita do rio de Piracicaba por contar com a facilidade de transporte da matéria-prima, bem como de energia promovida pelo aquecimento das caldeiras que utilizavam as águas fluviais.

Deste modo, são as estruturas produtivas que apresentam uma organização fabril e não manufatureira. Dessa maneira, “a produção mecanizada ergue-se, portanto de maneira natural sobre uma base material que lhe era inadequada” (MARX, p.14, 1983), e a revoluciona, tornando-a útil e capaz de promover respostas ao novo estágio do modo de produção em curso. Assim, os engenhos centrais criam para si uma nova base e forçam algumas mudanças nas relações de produção, como por exemplo, trabalho assalariado30 e a ampliação dos arrendamentos das propriedades rurais.

O município de Piracicaba/SP vai ser beneficiado por esse processo com dois empreendimentos desse tipo: o primeiro foi a Cia do Engenho Central, em 1881, fundado por Estevão Ribeiro de Souza Resende (Barão) e seus maquinários foram todos importados da França, através da isenção de taxa de importação (SAMPAIO, 1973). Entretanto, em 1889, a companhia é vendida para empresa Societé Sucrérie, sediada na França, com uma organização altamente desenvolvida dentro do modo de produção capitalista, sendo sua razão

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O trabalho assalariado não irá, pelo menos no seu início, ser estendido para todos os trabalhadores, mas, passa a existir de maneira significativa.

social entorno de 2.200.000 Francos divididos em 22.000 ações de 100 francos na bolsa de Paris (CARREADORE, 2001). Essa informação mostra a complexidade desse momento, expressando o desenvolvimento desigual e combinado das forças produtivas em escala extra-regional, forçando em um sentido estreito as contradições nas relações de produção que se engendravam na área no final do século XIX, período em que mostrava uma estrutura baseada na obrigação imposta por contratos de serviço, ou seja, “contribuindo” com trabalho, produto ou dinheiro.

No ano de 1907, a Societé Sucrerie de Piracicaba (engenho central) passa a ser parte integrante de outras congêneres, formando a Societé de Sucreries Brasilienes31, uma sociedade anônima, com quatro usinas no estado de São Paulo (Piracicaba, Rafard, Porto Feliz, Lorena) e duas no Rio de janeiro (Cupim e Paíso) (CARREADORE, 2001). Logo, isso comprova a penetração do capital estrangeiro na região, forçando de maneira indireta a concorrência com os capitais locais que centram esforços em realizar modernizações no setor sucroalcooleiro, mediante a modernização dos pequenos engenhos, que passam a adquirir novas moendas e a realizar implementos diretos no cultivo da cana-de- açúcar pela utilização de tratores e de fertilizantes.

O Engenho Central Monte Alegre se ergue em 1888, pela base material de uma fazenda tradicional, pertencente ao Marquês de Monte Alegre e de parte da sesmaria de Carlos Bartholomeu de Arruda (antigo capitão-povoador da região), tendo no seu “interior 24 escravos, casa de engenho, casa de purgar, senzala, monjolo, olaria de telhas, alambique, três caldeiras de Whe, duas rocas, dois novilhos e dois bois” (MARCONDES, 2007, p.10).

Essa unidade produtiva se desenvolveu conjuntamente às atividades agrícolas e industriais, conformando um latifúndio no entorno de uma estrutura de beneficiamento, aplicando métodos agrícolas tradicionais, forçando no colono a consciência de ser o fornecedor da cana-de-açúcar, “as famílias trabalhadoras, em sua maioria italianas eram integradas por colonos pagos por peso de cana entregue” (MARCONDES, 2007, p.11).

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No ano de 1970, o engenho central é adquirido pela Usina Brasileiras de Açúcar, pertencente ao empresário José Adolpho da Silva Gordo, e posteriormente, é desativado devido as dificuldades encontradas na sua localização, que sofre grande pressão da expansão urbana, assim, seus espaços passam a ser de grande alvo para o capital imobiliário, dando origem a importantes bairros de classe média e alta na cidade.

Vale lembrar, que a tomada de consciência do colono/agricultor, que alguns autores colocam como algo natural e despretensioso, não acontece de maneira espontânea. Ela é posta por um conjunto coercitivo com bases extraeconômicas. De tal modo, essa relação se assemelha as definições de relações pré-capitalistas, proposta por Dobb (1987), na qual a obrigação imposta ao produtor pela força é independentemente de sua vontade para satisfazer certas exigências econômicas de um “senhor” é fator central. As exigências para o colono tomam a forma de serviços a prestar ou taxas a pagar – dinheiro ou produto.

A utilização da mão de obra do colono era necessária devido ao estágio que se encontrava o desenvolvimento das lavouras paulistas, ainda, dependente de muito trabalho intensivo, fato que se modifica a partir de meados do século XX, com a grande mecanização da produção agrícola e a tendência de fundo se concretizando. Ou seja, os agricultores se tornando proletários rurais ou urbanos. Assim, o Engenho Central de Monte Alegre faz uso desse sistema amplamente. Enquanto o Engenho Central de Piracicaba a partir de 1890 passa a realizar e a controlar todo o processo produtivo, isto é, esse mesmo se torna o responsável pelo plantio e pela colheita da cana-de-açúcar. Esse movimento se torna geral no segundo quartel do século XX mediante a conformação do complexo agroindustrial paulista, especialmente voltado para o setor sucroalcooleiro com a existência de grandes empresas agroindústrias dominando o setor em todas suas etapas, o caso na região mais latente é o Grupo Cosan, que tem origem na região.

Toda essa dinâmica em curso no século XIX se ergueu pela base já existente. Por conseguinte, este “novo estágio”, delineado pelos novos fatores de produção (usinas, parcelamento das glebas e atividades urbanas), será a matéria-prima para uma nova realidade de produção que surge por um encadeamento histórico, conformando a “história da humanidade, que é tanto mais história da humanidade quanto mais crescem as forças produtivas dos homens e, por conseguinte, as suas relações sociais” (MARX, 1983, p.433,). Portanto, somos levados a perceber que quanto mais as forças de produção são desenvolvidas, pelo simples fato de vivermos como seres racionais, evoluem, mais as relações entre os homens e a maneira de relacionar se tencionam e estremecem, levando a mudanças e ao crescimento dessas forças de produção.

1.4. SÉCULO XX: PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO

SOCIAL E A CONSOLIDAÇÃO DA VIDA URBANA-

INDUSTRIAL DE PIRACICABA/SP

A discussão que se segue tem muito mais lastro com as particularidades do município e de sua região imediata (Região de Governo32) do que com a grande região Centro-Oeste paulista, obviamente, que as similitudes estão presentes devido à origem e a magnitude dos processos já abordados. Portanto, adentraremos nos principais aspectos do século XX, no qual podemos dizer que as perturbações entre as relações de produção e as forças produtivas vão ser tencionadas a uma conjuntura de mudança, respeitando a configuração dual de sua gênese, presente na estrutura social e política do Brasil. Essas estruturas podem ser sentidas pelo arquétipo dos pactos de poder feitos entre as elites, tanto no nível nacional como regional33.

Quando as condições sociais correspondentes a determinados estágios de produção começam a se formar ou a desaparecer, – caso das relações rurais atrasadas em Piracicaba e no seu entorno - ocorrem naturalmente perturbações na produção, com grau e efeitos distintos (MARX, 2011). Esse processo é contínuo e iminente em se tratando de formações humanas, de modo igual acontece o processo de diferenciação ocorrida na base da pequena produção mercantil e dos antigos colonos. Isso vai resultar em um conjunto de relações novas e mais complexas, que por sua vez, correspondem à formação social brasileira caracterizada por sua dualidade.

A dinâmica da cidade se torna latente, apresentando taxa de crescimento demográfico muito acentuado. O que comprova essa afirmativa é que no período de 1900 a 1934, em Piracicaba, o crescimento foi de 190%, passando de 25.374 para 73.425 mil habitantes, se diluirmos esses dados vamos perceber indícios de dois fatos importantes para a compreensão do nosso objetivo que é - identificar o momento e o modo como se ergueu internamente o

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Os municípios que fazem parte da região de governo de Piracicaba são: Charqueada, São Pedro, Águas de São Pedro, Santa Maria da Serra, Saltinho, Rio das Pedras, Mombuca,Capivari, Rafard, Elias Fausto.

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Nos períodos de crise, na fase “b” do ciclo de Kontradieff, é um momento que o Brasil passa por grandes mudanças institucionais e passa a conduzir seu processo de desenvolvimento, visto que se volta para dentro, a influência da economia baseada na agroexportação perde força relativa, e se engendra um processo de substituição de importações (RANGEL, 2005).