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4 ANÁLISE ECONÔMICA DO CEARÁ, PARANÁ E MATO GROSSO

4.1 Indicadores econômicos

O PIB é um indicador para medir a atividade econômica do país, como também das Unidades Federativas e o nível de riqueza de uma região. Quanto mais se produz, mais se está consumindo, investindo e vendendo. Mediante análise dos números, constata-se que o Paraná teve uma evolução crescente do PIB, no período de 2011 a 2014, de 35,38%, se colocando na quinta maior economia do país, ficando atrás dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em 2014 a participação do estado paranaense no PIB Brasil, correspondeu a 6,02%, demonstrando sua relevante participação no PIB da Região Sul. É importante destacar que o Estado do Paraná chegou bem próximo ao de percentual de 6,19%, que é a participação do Estado do Rio Grande do Sul no exercício de 2014.

O Ceará ocupa a décima terceira posição, com uma participação no ano de 2014 de 2,18%, logo em seguida aparece o Estado do Mato Grosso, na décima quarta, participando com 1,75% do PIB Brasil, no ano supracitado. O estado cearense, no período de 2011 a 2014, obteve uma evolução de 40,54% e o estado mato-grossense teve crescimento de 46,39%.

Convém esclarecer que o Ceará, no que se refere a sua posição diante das Unidades da Federação da Região Nordeste, fica atrás do Estado da Bahia, que, em 2014, totalizou 3,87% de participação no PIB Brasil e o Estado de Pernambuco, com 2,68%. Por outro lado, o Estado do Mato Grosso, fica atrás do Distrito Federal e do Estado de Goiás, cujas participações em 2014 no PIB nacional, foram de 3,42% e 2,86%, respectivamente.

Na verdade, o PIB dos estados brasileiros revela uma profunda desigualdade regional sobre a participação das riquezas. Conforme os dados do IBGE, apenas cinco Unidades Federativas, a saber: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná representam uma participação média nos exercícios de 2011 a 2014 de 65,36% na produção nacional de riquezas. Essa disparidade torna-se ainda mais latente quando se observa a participação das regiões Sudeste e Sul, que, juntas, correspondem ao percentual médio de 71,73% do PIB nacional, no período citado anteriormente. Apesar disso, os números demonstram que essa desigualdade vem diminuindo nas últimas décadas, embora essa redução tenha sido relativamente pequena, o que demonstra o lento e gradual processo de redirecionamento na ordem produtiva territorial do país.

Outro dado relevante dos estados a ser examinado é o PIB per capita. O Produto Interno Bruto per capita (ou por pessoa) mede quanto, do total produzido, cabe a cada brasileiro se todos tivessem partes iguais. Perante as informações coletadas da mesma fonte anteriormente citada, constata-se que o cenário se modifica um pouco. Dos três estados estudados neste trabalho, o Estado do Paraná aparece como o mais relevante, ocupando a sexta posição, considerando o índice de participação do PIB per capita do país, o Mato Grosso aparece na oitava posição e o Ceará está na vigésima terceira. Observa-se que o estado mato- grossense, está melhor posicionado mesmo tendo o PIB menor que o do Ceará. Tal fato é possível, haja vista que a população cearense é de 8.842.791, bem superior à população do Mato Grosso que é de 2.619.657, conforme dados do IBGE acerca da população residente.

Além da análise do PIB desses três estados, outro critério importante para avaliar o desenvolvimento das Unidades da Federação é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que consiste em uma medida obtida por três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. O objetivo da criação do IDH foi o de oferecer um contraponto ao PIB per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq, com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH se consolida como uma medida geral e sintética que, apesar de ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, não abrange nem esgota todos os aspectos de desenvolvimento.

Nota-se que o Brasil é um país que apresenta inúmeros problemas socioeconômicos, como, por exemplo, a desigualdade social. As disparidades sociais no território brasileiro estão presentes em escala regional, estadual e, até mesmo, em nível municipal, portanto, ao se verificar o ranking do IDH dos estados brasileiros, fica evidente diferenças existentes no país.

Para o estabelecimento do ranking nacional do IDH foram seguidos o modelo e dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, com dados dos Censos 1991, 2000 e 2010, publicou o ranking do IDH dos estados brasileiros em 2010. Conforme os dados apresentados pela citada instituição, o Paraná ocupa o 5° lugar, com o IDH de 0,749; o Estado do Mato Grosso aparece em 11°, com IDH de 0,725, e o Ceará ocupa a 17° posição, com IDH de 0,682. Observa-se que uma Unidade Federativa com maior PIB per capita, tende a ter maior IDH.

Dos números apresentados infere-se que os estados da Região Nordeste, em sua totalidade, ocupam as posições inferiores do ranking, enquanto que os estados do Centro-Sul apresentam elevados Índices de Desenvolvimento Humano.

Conforme os dados apresentados, onde se identificam as disparidades regionais reveladas pelos indicadores, a escolha dos Estados do Ceará, Paraná e Mato Grosso, se torna relevante, pois será possível avaliar o fluxo comercial dessas Unidades da Federação, confrontado com o grau de desenvolvimento de cada estado, bem como permite avaliar os perfis dos estados alvos da pesquisa, inseridos em suas Regiões, seja ela desenvolvida ou menos desenvolvida.