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Anexo II: Indicadores de instituições afins

4 JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

5.6 Indicadores ideais

A difícil tarefa de determinar os principais indicadores em detrimento dos demais só foi possível após o estabelecimento dos quadros 17 e 18, onde os principais elementos para a avaliação do desempenho do Jardim Botânico são apresentados. Esse trabalho conclui que definir os melhores indicadores significa deixar muitos aspectos sem medição, ou montar fórmulas que pouco valor agregariam para a gestão da instituição. Portanto, o ideal é que todas as medidas apresentadas no referido quadro sejam apuradas. Sequem os indicadores considerados mais expressivos.

Os primeiros são os que avaliam a economicidade, relacionando os recursos financeiros com os insumos adquiridos. Note-se que não foi apurada a economicidade com relação aos servidores da instituição, visto que a estabilidade no emprego garantida por lei torna essa avaliação inócua. Quadro 19: Indicadores de economicidade

Custo do terceiro recursos financeiros investidos na contratação de terceiros/

(homem/hora contratado) Custo das expedições

(recursos financeiros investidos em diárias, passagens e manutenção da frota de veículos)/

(expedições realizadas/dias de duração) Custo dos insumos

agrícolas

recursos financeiros investidos em material agrícola/volume de insumos agrícolas adquiridos

Custo dos insumos laboratoriais

recursos financeiros investidos em material químico/volume de material químico adquirido

Custo dos pesquisadores recursos financeiros investidos salários e benefícios para

Os indicadores a seguir avaliam a eficiência, relacionando os insumos aos produtos gerados. Note-se que os insumos mais relevantes são os recursos humanos dedicados às atividades ou os equipamentos e materiais empregados, sendo que ambos podem ser traduzidos em recursos financeiros.

Quadro 20: Indicadores de eficiência

Produção da pesquisa número de pesquisadores doutores/publicações de conteúdo

científico Manutenção da área

verde

(homem/hora de servidores e contratados dedicados às atividades de manejo)/espécimes manejados

Dedicação à orientação número de pesquisadores doutores/alunos orientados (da ENBT e

de outras universidades)

Dedicação à consultorias

(homem/hora total do quadro de servidores)/

(homem/hora dedicado às atividade de assessoria e elaboração de pareceres)

Manutenção da coleção investimento em pessoal, material permanente e de consumo/

(itens ou espécimes mantidos)

Capacitação número total de servidores/horas investidas em capacitação

Produção de dados

informatizados investimentos em TI/ volume das bases de dados

Os indicadores a seguir avaliam a efetividade, relacionando os produtos aos resultados alcançados.

Quadro 21: Indicadores de efetividade

Impacto da pesquisa total de publicações de conteúdo científico/artigos indexados

Relevância da coleção espécies conservadas/espécies ameaçadas

Sucesso dos cursos vagas preenchidas/alunos egressos

Atratividade dos eventos eventos promovidos/visitantes Atratividade das coleções espécimes catalogados/consultas Atratividade financeira

da pesquisa

projetos de pesquisa/recursos financeiros provenientes de convênios

Difusão da publicação publicações/mídia espontânea

Por fim, os indicadores de custo-efetividade relacionam os recursos financeiros empregados aos resultados alcançados. Os recursos financeiros investidos em todas as atividades incluem: o rateio de despesas administrativas (luz, água, segurança), salário e encargos dos profissionais da instituição envolvidos (especialistas e pessoal de apoio) e contratação de terceiros, investimentos em infra-estrutura e na aquisição de material permanente e de consumo. Para o custo dos alunos também devem ser consideradas as bolsas de ensino, apesar de atualmente não serem custeadas diretamente pelo Jardim Botânico. Para o custo dos itens da coleção, o custo das expedições é de extrema relevância.

Quadro 22: Indicadores de custo-efetividade

Custo do aluno recursos financeiros investidos na atividade de ensino/egressos

Custo do artigo recursos financeiros investidos na atividade de

pesquisa/publicações indexadas

Custo dos eventos recursos financeiros investidos na realização de eventos)/

(eventos promovidos/número de dias de duração)

Custo do item da coleção recursos financeiros investidos na coleção/

(espécie conservada)

A diversidade de numeradores e denominadores escolhida para os indicadores apresentados é proposital. Tem por objetivo explicitar o potencial que eles oferecem e a frustração que representa limitá-los ao que, momentaneamente, é considerado mais importante. Com os recursos de sistemas de informação existentes atualmente, combinar as diversas medidas apuradas, permitindo a produção de indicadores de natureza diversa, combinando os elementos mensurados de várias formas, não representa um desafio. A dificuldade real está em estabelecer o que medir (indicadores simples), mais do que em estabelecer indicadores compostos ideais. Pré defini-los significa limitar a capacidade de avaliação da instituição e, consequentemente, da tomada de decisão. Além disso, impede que os gestores vislumbrem oportunidades ainda não exploradas.

Por esta razão, o trabalho se preocupa em abordar as inúmeras possibilidades de avaliação derivadas do estabelecimento de indicadores, que merecem ser explicitadas. A primeira é a produção de séries históricas, que permitem acompanhar a evolução dos indicadores. O quanto o custo dos artigos vem variando ao longo do tempo, por exemplo. Outra de grande relevância são as comparações entre histórico e o realizado. Em percentual, o quanto o impacto das publicações é próximo ou se distancia do que representou em outros períodos. Somente essas duas abordagens representam a possibilidade de duas vezes mais indicadores do que os já listados.

A ênfase nos princípios da economicidade, eficiência e efetividade relegou os aspectos de eficácia por estarem associados ao estabelecimento de metas, que foge ao escopo desse trabalho. Como por exemplo, se os cursos de pós-graduação terão, ou não, o seu conceito CAPES elevado de 4 para 5. Esse estudo entende que alcançar uma melhor pontuação é um indicador de eficácia das realizações, e não de efetividade, apesar de ser claramente uma medida de resultado. A efetividade não está no alcance da meta e sim na contribuição dos produtos para tal. A visitação do Jardim Botânico aumenta por conta do número de dias ensolarados no Rio de Janeiro, e nem por isso a instituição está sendo mais efetiva. Já se ela aumenta por conta dos eventos promovidos, pela segurança oferecida aos visitantes ou pela exuberância e limpeza da área verde, aí então a efetividade da gestão se revela. De forma análoga ao exposto no parágrafo anterior, ao agregar a avaliação de eficácia os indicadores passam a permitir a comparação entre o histórico e

o previsto e entre previsto e realizado, se desdobrando, mais uma vez, em uma série de outros indicadores.