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Influência da TV/media

No documento Imagética no branding contemporâneo (páginas 100-103)

2.3. A imagem na Publicidade Contemporânea

2.3.2. Influência da TV/media

A cultura visual do séc.XX, existe com o contexto seguro pela sedução uma vez que segundo Crow (2006, p.16) o poder da imagética é tão amplo, que cada vez menos neces- sitamos de palavras para a sua compreensão.

Crow (2006, p.18) aborda a importância da câmara e da TV no período antes da Segunda Guerra Mundial, que transformou completamente a forma como a informação era consumida, passando da vertente textual para fantasia televisiva, que aglomerava famílias em frente da TV. Esta alternativa compreendia agora uma forma universal de leitura, a perceção de um mundo visual possível de ser legível.

Conforme Crow (2006, p.26), em 1955 «seven out of ten homes in the United Sta-

tes had at least one TV set35».

David White (citado por Crow, 2006, p.26/29), apontava a TV como uma nova forma de comunicação liberada pela nova tecnologia que acentuou uma nova mudança cultural e alcançou maioritariamente a população.

McLuhan (citado por Crow, 2006, p.29), refere a separação entre a literatura e os

media, uma vez que «the combination of pictorial information36» e dos meios de comuni- cação tornam mais complexo o seu entendimento. Porém McLuhan (cit. Por Crow, 2006, p.29), revê na fotografia, no filme e na televisão um novo tipo de experiência e uma vasta possibilidade de formas de expressão.

Todavia, não só para os consumidores o efeito da TV teve importância, também para as marcas, os meios de comunicação salientavam as suas necessidades promocio- nais. Klein (1999, p.61), específica a relevância em saber colocar as marcas perante os

media, sendo que nos termos profissionais os meios de comunicação podem estabelecer

parâmetros que as marcas não concordem na promoção do seu produto. Klein (1999, p.61) demonstra alguns exemplos como a marca de diamantes De Beer que impõe a colo- cação dos seus anúncios distanciada de «anúncios de choque» ou temas desviados do romance.

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«sete em dez casas nos Estados Unidos tinham pelo menos uma TV»

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A MTV, segundo Klein (1999, p.66), é um perfeito exemplo do poder da comunica- ção. Para além de publicitar as marcas ou produtos de fora, era também a própria um verdadeiro «anúncio» constante, considerada a primeira estação da própria marca. A MTV tornou-se tão original na sua essência, que os publicitários ao invés de apenas inseri- rem os seus anúncios na estação, pretendiam obter uma coligação com a mesma de todas as formas possíveis.

Segundo a autora, este «modelo do meio-como-marca», rapidamente se generali- zou pelas principais meios de comunicação, e de repente os meios afastaram-se do seu significado e adaptaram-se a outros, como foi o caso da revista de hip hop Vibe que alar- gou o seu formato à televisão e a desfiles de moda.

De facto, não é apenas a TV que apresenta um papel mediático para a promoção das marcas, outros formatos como páginas de internet, outdoors, revistas e até mesmo o cinema desempenham a função de transmitir os produtos ou serviços de forma chamati- va para o público. Klein (1999, p.63) informa que com este posposto as marcas estão a exigir mais do que é esperado aos editores e produtores de meios, exigem quase que se tornem como «agências publicitárias» para cooperarem com a mensagem nas suas edi- ções.

Neste sentido, as marcas parecem ter uma abordagem contraditória, começam por elas mesmas a criar temas, enredos e histórias como se fossem livros (Klein, 1999, p.64).

Klein (1999, p.66/67) refere a indústria cinematográfica como transporte para os produtos das mais conhecidas marcas, como a NIKE, a Starbucks, entre outras. Estas pro- curam consecutivamente o interesse por alargar o seu significado, e no cinema este acen- tua-se pela lógica das celebridades e dos seus fãs, que gostam de acompanhar os seus ídolos.

Mais atualmente, o fenómeno da Internet veio sem dúvida contornar a forma de comunicação habitual. Klein (1999, p.64), introduz o marketing na Internet como elemen- to que possibilita «o anúncio sem anúncios», tendo em conta a era da tecnologia que se traduz, as marcas podem não só obter mais e gastar menos. A iminência entre conteúdos

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e a publicidade estão agora unidos e têm uma multidão de escolhas de como ser revela- da, que o mundo virtual possibilita.

São portanto, quebradas barreiras que até então existiam, e que agora estão a descoberto, como por exemplo no site da Teen People, é possível proceder a encomenda de artigos enquanto se lê sobre os mesmos, ou como o ChaptersGLOBE.com, que possuí uma secção on-line de críticas literárias, ou até mesmo a possibilidade de ver o catálogo na Internet de uma forma mais interativa e de seguida encomendar com entrega ao domicílio.

Klein (1999, p.65) menciona o site da Absolut Kelly, responsável pela conhecida vodka Absolut , em que apenas o nome do site era promotor do produto, todo o seu con- teúdo era um fragmento do livro «Out of Control de Kevin Kelly, editor da revista Wired». A internet permitia assim uma vastidão de hipóteses de escolhas e utilizações, como nes- te caso em que a Absolut sem o apoio da Internet, é um cliente da Wierd, e na Internet, é a Wierd que é convidada a participar.

Denote-se assim, que a Internet, tal como os outros meios de comunicação, têm o seu mercado de marca, no entanto as marcas não estão apenas a utilizar a Internet para vender os seus produtos mas também para estabelecer um «novo modelo» de contato entre os meios e o apoio empresarial. Klein (1999, p.65), explica ainda que o mercado trabalhado na Internet, têm como objetivo a transição para o mundo real.

O papel fundamental da imagem na publicidade, funde-se com a história da sua influência, colocando assim para este projeto a questão pertinente, referente ao bran-

ding, dado que, a importância da imagem publicitária é denotada como significativa, com

a imagética e o branding o mesmo pode acontecer.

Para que tal seja possível de entender, os capítulos seguintes serão objeto de estudo da imagem na sua noção e função como também as suas premissas.

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