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3.2 AVALIAC ¸ ˜ AO DOS CONTATOS

3.2.2 Influˆ encia do Meio de Extinc ¸˜ ao

O meio de extin¸c˜ao est´a fortemente ligado ao desgaste dos con- tatos e a forma como podem ser avaliados. Bons meios extintores mini- mizam o per´ıodo durante o qual os contatos ficam submetidos ao arco el´etrico, reduzindo o desgaste e prolongando sua vida ´util.

Modernos sistemas de extin¸c˜ao permitem hoje que as correntes sejam extintas em ampolas hermeticamente seladas que providenciam o ambiente de v´acuo tornando imposs´ıvel a avalia¸c˜ao direta dos con- tatos. Nessa tecnologia uma das alternativas para avalia¸c˜ao ´e o acom- panhamento do desgaste atrav´es de uma marca na haste que conecta o contato m´ovel ao mecanismo, conforme o contato sofre eros˜ao sua

Figura 30: Acompanhamento do desgaste da ampola a v´acuo

Fonte: [52]

espessura diminui e a marca de acompanhamento se desloca como in- dicativo de desgaste [52]. O contato n˜ao se desgasta com facilidade, e o meio extintor faz com que a corrente seja interrompida em menor tempo, elevando a vida ´util do contato, no entanto a verifica¸c˜ao s´o pode ser realizada inspecionando fisicamente cada disjuntor, o que dificulta o acompanhamento de muitos equipamentos quando s˜ao solicitadas mui- tas opera¸c˜oes nesses circuitos.

Diferente do v´acuo, no SF6j´a ´e poss´ıvel a interven¸c˜ao na cˆamara e a verifica¸c˜ao direta dos contatos, por´em cada vez mais evita-se inter- vir nesses equipamentos principalmente pelos riscos ambientais de uma montagem mal feita que ocasione futuros problemas de veda¸c˜oes. As cˆamaras s˜ao testadas e alinhadas eletronicamente para que os contatos n˜ao exer¸cam demasiado atrito entre as partes e normalmente somente os fabricantes possuem a capacidade de avaliar e corrigir alguma anor- malidade. Problemas al´ergicos oriundos dos subprodutos do g´as po-

dem irritar os mantenedores, al´em do tempo de indisponibilidade do equipamento durante uma manuten¸c˜ao dessa natureza. Cuidados com limpeza, umidade, qualidade das veda¸c˜oes e montagem sempre devem ser levados em considera¸c˜ao durante essas interven¸c˜oes.

No SF6 n˜ao existe a marca de acompanhamento como a vista no v´acuo, e a avalia¸c˜ao de forma n˜ao intrusiva ´e possibilitada atrav´es do monitoramento dos n´ıveis de corrente interrompidos e o n´umero de manobras realizadas como a curva I2t que ser´a abordada na Se¸c˜ao 3.2.3. Disjuntores a ´oleo podem apresentar eleva¸c˜ao da resistˆencia de contato provocada por uma pel´ıcula de ´oxido originada da decom- posi¸c˜ao do ´oleo isolante durante as interrup¸c˜oes das correntes que se fixam na superf´ıcie do contato. A varia¸c˜ao da resistˆencia de contato pode ser acompanhada com base em um ensaio que foi abordado na Se¸c˜ao 3.2.1.

Assim como nos disjuntores SF6 os disjuntores a ´oleo permi- tem a interven¸c˜ao na cˆamara e a avalia¸c˜ao direta dos contatos. Nesses disjuntores a substitui¸c˜ao do contato ´e mais frequente, ocasionada prin- cipalmente pela qualidade do meio extintor. Dificilmente encontram-se curvas ou valores que permitam o monitoramento pelos n´ıveis de cor- rente interrompidos nessa fam´ılia de disjuntores, al´em disso disjuntores dessa ´epoca possuem normalmente prote¸c˜oes contemporˆaneas que n˜ao possuem essa funcionalidade. A abertura da cˆamara para inspe¸c˜ao visual por tempo determinado torna-se a melhor forma de avaliar o contato quando existem ind´ıcios de significantes altera¸c˜oes nos valores de ensaio de resistˆencia de contato. Apesar de existir a necessidade de cuidado com as partes isolantes na abertura da cˆamara, principal- mente no que se refere `a umidade e limpeza, o disjuntor a ´oleo n˜ao ´e t˜ao sens´ıvel a vazamentos e interven¸c˜oes como os disjuntores a SF6. A abertura de cˆamaras torna-se mais comum nos disjuntores a ´oleo para substitui¸c˜ao do ´oleo isolante antigo, que ´e feita com maior frequˆencia.

Cada tecnologia tem sua particularidade para avalia¸c˜ao do con- tato e deve ser observado o tipo de meio isolante, para ent˜ao interpretar se o valor obtido do ensaio de medi¸c˜ao de resistˆencia de contato ´e um indicativo de anomalia. Em disjuntores a v´acuo esse valor deve ser le- vado com maior rigor uma vez que n˜ao existem tantas interferˆencias do meio extintor como existem nos disjuntores a SF6 e a ´oleo, por´em no caso de se possuir o monitoramento pelo rel´e das correntes interrompi- das pode-se comparar os valores e se obter melhores conclus˜oes. Outra forma pode ser verificar localmente o desgaste por meio do desloca-

mento da marca de referˆencia. Esses disjuntores a v´acuo n˜ao permitem a melhora da resistˆencia de contato, portanto uma m´a avalia¸c˜ao pode levar a troca desnecess´aria de uma cˆamara de disjuntor. J´a nos disjun- tores a SF6 na falta do monitoramento como medida de compara¸c˜ao, os valores de resistˆencia de contato n˜ao podem evoluir demasiadamente entre uma manuten¸c˜ao e outra, mas altera¸c˜oes significativas nos ensaios podem ter influˆencias externas que devem ser avaliadas antes de uma interven¸c˜ao na cˆamara. Os ensaios de resistˆencia de contato nos dis- juntores a ´oleo possuem, por sua natureza, valores de resistˆencia mais elevados dentre as tecnologias apresentadas e n˜ao podem ser compa- rados com outras tecnologias, al´em disso a evolu¸c˜ao da resistˆencia ´e maior nessa tecnologia.

O ambiente, t´ecnica de ensaio, facilidade de interven¸c˜ao na cˆamara, tipo de tecnologia de extin¸c˜ao, hist´orico de evolu¸c˜ao influen- ciam na tomada de decis˜ao de cada um dos mantenedores que avaliam segundo seu conhecimento t´acito.