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INFORMAÇÃO DO ESTRANGEIRO

No documento Revista Completa (páginas 141-151)

BÉLGICA

Vários relatórios e publicações, oficiais ou privados, chegados ao Bureau Internacional de Educação, de Genebra, nos últimos meses, pro- vam que a reforma do ensino está mais do que nunca na ordem do dia, na Bélgica. Como teve ocasião de declará-lo o S r . Julien Kuyspers, secretário geral do Ministério da Instrução Pública, em relatório apresentado à 9.ª Conferência In- ternacional de Instrução Pública, "os organismos legislativos não pu- deram ainda tomar uma decisão de- finitiva sobre o assunto, mas a opi- nião pública está alerta, diretivas ministeriais foram dadas, e, na prá- tica, a reforma já está sendo lar- gamente aplicada pela própria Ad- ministração, que nela procede pro- gressiva e racionalmente, preparan- do seus caminhos por diversas ex- periências pedagógicas e outras sem generalização antecipada e com a colaboração ativa dos mestres".

Um grito de alarme, todavia, foi dado por um dos conselheiros peda- gógicos do Ministério da Instrução Pública, S r . Marion Coulon, o qual,

numa série de publicações intitu- ladas "Jeunesse à la derive" invoca a colaboração dos administradores e do pessoal docente no sentido de uma

verdadeira renovação do ensino c de seu espirito.

Entre as experiências pedagógi- cas levadas a efeito pelo Ministério, podem citar-se a da "cota de educa-

ção" e os ensaios de self-govern-

ment, definidos na circular minis-

terial de 29 de novembro de 1945, dirigida aos diretores de estabeleci- mentos escolares e aos inspetores do ensino médio. Segundo a circular, a cota de educação substituirá a an- tiga contagem de pontos para con- duta. trato social e civismo. Mesmo mantendo esses valores como ele- mentos de apreciação, a nova cota- ção se aplicará não apenas à disci- plina, no sentido estrito da pala- vra, à correção e às manifestações de civismo, mas a todo o comporta- mento do aluno, tanto na escola co- mo fora dela. Constituirá uma apre- ciação graduada do caráter do alu- no, de seu senso social e patriótico, de sua formação e de seus progres- sos morais. As informações colhi- das a respeito de cada aluno leva-

rão a vasto campo de investigação. Necessitarão de muita sagacidade, tanto da parte dos professores quan- to da dos orientadores, os quais de- verão, todos, empenhar-se em des- cobrir os atos reveladores de um caráter perfeito.

Os diretores de colégios estarão atentos a fim de centralizar, com um máximo de exatidão, os ele- mentos recolhidos, confiando-os ao orientador educacional ou a um pro- fessor qualificado. A colaboração das próprias crianças será solicita- da nas experiências de self-govern-

ment, pela convocação, por exemplo,

de um conselho de disciplina ou de um tribunal de honra.

As experiências de self-govem-

ment ou de autonomia progressiva

dos alunos tendem a suprimir o sistema de disciplina escolar basea- do na falta de confiança e no cons- trangimento. Fazem-se prudente- mente. Segundo a circular acima citada, consistem essencialmente em começar pela nomeação de monito- res de turma. O Regulamento In- terno, por conseqüência modificado, prevê que os alunos procedem, sob a orientação do professor titular da classe, à eleição de um aluno moni- tor e de um ou mais suplentes deste.

São elegíveis os alunos que, no cor- rer do trimestre anterior, não hajam sofrido punição grave e que hajam alcançado pelo menos 8/10 dos pon- tos da cota de educação.

A eleição só é válida após ratifi- cada pelo diretor do colégio, o qual pode, em qualquer ocasião, retirar a confiança depositada num dos mo- nitores e fazer proceder a novas eleições.

Na ausência dos professores ou dos orientadores, o monitor é rés-

ponsável pela manutenção da ordem e da completa observância ao regu- lamento, sendo, outrossim, o inter- mediário entre os condiscípulos e o professor titular.

O orientador, encarregado da su- pervisão de estudos, pode confiar essa supervisão ao monitor de tur- ma, desde que os alunos sejam pou- co numerosos, e pertençam à mes- ma classe. Não deve, entretanto, essa delegação de autoridade ser motivo para que o orientador deixe de permanecer no estabelecimento o tempo mínimo exigido.

Quanto à reforma de programa:. o Ministro da Instrução Pública, em circular de 5 de fevereiro do corrente ano, reiterou sua fidelida- de completa ao espírito do Plano de estudos de 1936. Nela é recomen- dada a observância dos seguintes princípios: 1) contato da escola com a vida; 2) relações da escola com o meio; 3) confiança entre professores e alunos; 4) importân- cia capital da educação propriamen- te dita.

À margem das iniciativas oficiais, deve-se relevar a atividade do Co- mitê de Iniciativa pela Reforma do Ensino na Bélgica ( C . I. R. E. B . ) , organizado em janeiro de 1945. Este Comitê apresentou ao Ministério da Instrução, em maio do ano passado, o projeto de uma es- cola obrigatória para todas as cri- anças de 6 a 16 anos. Inspirado nos princípios de Decroly, o programa proposto é baseado nos centros de interesse: dos 6 aos 8 anos, os cen- tros de interesse imediato; dos 8 aos 12, as necessidades da criança; dos 12 aos 16, as necessidades do homem e da sociedade. Diretores e inspetores de diversas regiões toma-

ram a iniciativa de aplicar, no úl- timo ano e no corrente, o progra- ma do C. I. R. E. B . , dentro dos limites autorizados pela lei. Trimes- tralmente realizam-se reuniões em

Bruxelas, nas quais são estudados os problemas e as atividades rela- cionados com a aplicação desse pro- grama, sendo a documentação cor- respondente publicada pelo periódi- co "A Escola".

Encerrando esta nota cabe notar, também, que o Congresso da Uni- versidade Livre de Bruxelas, reuni- do em dezembro de 1945, consa- grou-se ao estudo da remodelação do ensino nacional.

E S T A D O S U N I D O S A Biblioteca do Congresso é a Biblioteca Nacional dos Estados Unidos. Fundada em 1800, achava- se instalada, a princípio no Capitó- lio, onde recebeu, em 1815, a pri- meira coleção de importância, a bi- blioteca particular de Thomas Jef- ferson, dois terços da qual se quei- maram em 1815. Em 1897, a Biblio- teca foi transferida para o edifício atual, onde, vinte e sete anos mais tarde (1924), se colocaram era ex-

posição permanente numa galeria especial, a Declaração da Indepen- dencia e a Constituição Federal. A

5 de abril de 1939, abriu-se um novo anexo que deu à Biblioteca es- paço para livros duas vezes supe- rior ao de qualquer outra biblioteca dos Estados Unidos.

Em junho de 1944, as coleções da Biblioteca compreendiam 7.28r.68r livros e opúsculos, 1.537.168 mapas e panoramos, 1.664.730 partituras e volumes de música, 572.461 im-

pressos, 112.617 volumes de jornais e manuscritos encadernados. Além disso, há 259.631 fotografias e 32.219 rolos de microfilmes.

A Biblioteca possui a maior co- leção do mundo de livros sobre aero- náutica, a maior coleção de livros orientais depois da China e do Ja- pão e, provavelmente, a maior co- leção de livros russos existentes fora da Rússia.

Na Divisão de Manuscritos en- contram-se os originais de quase todos os Presidentes da República e

de muitos homens de Estado. Na coleção de Livros Raros há cerca de 150.000 volumes, entre os quais muitas primeiras edições e encader- nações raras, uns 25.000 opúsculos dos primeiros tempos da América, e mais de 1.500 volumes encaderna- dos de jornais americanos do século X V I I I . Dos 5.100 incunábulos, aproximadamente, que a Biblioteca possui, 3.000 — incluindo o exem- plar "São Blasio — São Paulo" da bíblia de Gutenberg — foram com- prados por decreto especial do Con- gresso em 1930.

A Biblioteca do Congresso não só tem colecionado e conservado uma grande quantidade de material, de variedade enciclopédica, como se tem ocupado ao mesmo tempo de dar vasto desenvolvimento à diversida- de de seus serviços. Num crescen- do contínuo. transformou-se em "biblioteca de consulta para todos". Os seus serviços diretos para os membros do Congresso tem-se in- tensificado consideravelmente desde a criação, em 1915, do Serviço Le- gislativo de Consulta.

Toda a população do país tem se beneficiado diretamente com os em- préstimos, feitos por intermédio do

Serviço Inter-Bibliotecário, em vir- tude do qual se emprestam os livros que se não encontram nas bibliote- cas locais; da publicação em for- ma de livro, feita pela Biblioteca, de listas escolhidas de assuntos, ca- tálogos, e calendários, especiais, e em alguns casos, os próprios textos de manuscritos históricos que a ins- tituição possui e de informações fornecidas pelo Departamento de Consulta, através da sua correspon- dência. No setor da bibliotecono- mia, já foram editadas muitas publi- cações técnicas: mas a sua contri- buição mais importante em recen- tes anos talvez tenha sido o desen-

volvimento dum catálogo coletivo nacional (chamado "Union Ca-

talog") e o fornecimento, a preço de custo, das fichas ou verbetes bi- bliográficos impressos (uma deriva- ção dos próprios trabalhos de ca- talogação e de classificação) a outras bibliotecas, ou a entidades e a par- ticulares. Em São Paulo, essas fi- chas são recebidas pela Biblioteca Municipal e pela União Cultural Brasil-Estados Unidos.

A Biblioteca dispõe também de um Serviço de Fotoscópia, provido de aparelhos para fazer todos os ti- pos de reproduções de manuscritos,

livros, e jornais, fornecendo estas reproduções ao preço do custo, quan- do solicitadas.

Um dos aspectos mais interessan- tes do moderno desenvolvimento da Biblioteca foi o estabelecimento de um sistema de consultores, a cargo de técnicos em várias matérias, os quais, dentro de suas próprias es- pecializações, têm servido de guia no crescimento da Biblioteca, e de as-

sistência i estudiosos na continua- ção de suas investigações.

Tornou-se possível reunir esse corpo de consultores mediante a no-

meação como membro» da Biblio- teca do Congresso, pela prazo de um ano, durante o qual ajudarão a Biblioteca, dentro da esfera dos seus conhecimentos especiais. As especializações representadas no ano

findo foram poesia inglesa e norte- americana, história da ciência, fi- losofia, história, estava, bibliografia cubana, geografia e estatística bra- sileiras.

Outra interessante atividade re- cente da Biblioteca é o Laborató- rio de Gravação de Discos Fonogra- ficos da Divisão de Música, estabe- lecido para tornar mais acessível o importante material existente nas estantes da Divisão de Música ou no seu Arquivo da Música Popular Americana. Esse Laboratório pos-

sui aparelhos para duplicar discos de todos os tipos e para fazer origi- nais e transcrições de emissões de rádio, de dentro do edifício da Bi- blioteca. Esses novos serviços tor- naram-se possíveis graças aos dona- tivos da Fundação Rockefeller e da Corporação Carnegie.

FRANÇA

Nos quadros de uma reforma geral do ensino, e ante a importân- cia crescente dos problemas sociais, a França desenvolve neste momen- to, com método, uma experiência que

deverá, dentro de alguns anos, colo- car a organização do ensino técni- co no mesmo nível que os outros graus do ensino.

A ossatura sobre a qual trabalham os reformadores não deixa de ser sólida, embora talvez não ofereça grande homogeneidade. Mas a pró-

pria diversidade das atividades hu- manas não justificará uma grande maleabilidade no ministrar de um ensino que mais do que qualquer outro tem de levar em conta as condições cotidianas da vida?

Como se prepara a mão de obra qualificada?

Por muito tempo se tentou opor a formação escolar à formação pro-

fissional no próprio local de trabalho. Mas, a experiência provou a supe- rioridade, cada vez menos discuti- da, da primeira; não é entretanto

inútil demonstrar que o ideal consis- tiria em combinar os dois tipos de

formação. Embora se favoreça a passagem da criança pela escola, não se condene por isso o aprendi- zado direto, no seio da própria fá- brica. De resto, como conceber uma estrita aplicação da fórmula esco- lar quando se trata de minas. de pesca, ou mesmo da construção civil?

Os dirigentes do ensino técnico francês optam por um conjugação que aproximaria, para maior vanta- gem do adolescente, a escola e a ofi- cina, a loja e o escritório.

Muitas crianças, passam pelos "Colégios Técnicos", antigamente chamados "Escolas Práticas de Co- mércio e Indústria''. Esses colégios estão em pleno desenvolvimento. Freqüentados por 4.000 alunos em

1900, 13.00 em 1920, 17.000 em 1930, acolhem hoje 56.500 (sendo 15.000 moças). Há 182 colégios — sendo 42 para moças — que rece- bem durante três ou quatro anos, crianças de 13 a 14 anos. O número dos candidatos é tão grande que ti- veram de ser organizados concursos de admissão em várias localidades.

Para os rapazes, ali se ensinam principalmente, as profissões de ma- deira e de ferro; às moças, costura e modas.

Nas vinte e quatro horas de tra- balho semanal, a atividade é repar- tida quase igualmente entre o ensi- no teórico que comporta o idioma, as matemáticas, as ciências, desenho, e tecnologia — e o trabalho na ofi- cina ou no escritório comercial. Quatro horas são reservadas á edu- cação física e aos desportos. Os colégio femininos destinam ainda vá- rias horas por semana ao ensino do- méstico, à higiene e a puericultura.

Depois do exame final, os alunos recebem um diploma e apresentam- se, geralmente com êxito, à conquis- ta do Certificado de Aptidão da es- pecialidade que escolheram. Sua co- locação na indústria e no comércio se efetua facilmente.

Ao lado desses Colégios Técnicos, existem as "Escolas de Ofícios". Mais especializadas, dependem me- nos diretamente do Estado. São, com efeito, criadas por um Departamen- to, uma Comuna, uma Câmara de Comércio ou mesmo uma Associa- ção Profissional. O ensino prático orientado para uma profissão deter- minada é ali mais apurado que no

Colégio, atinge trinta horas sema- nais.

As primeiras Escolas de Ofícios foram organizadas logo a seguir à primeira Guerra. Apenas 120 alu- nos ali estavam inscritos em 1920: somente 2.500 em 1933. Hoje há 25 estabelecimentos (sendo 2 para moças) freqüentados por 15.300 alunos. As Escolas de Ofícios de Paris mais freqüentadas são as de calçados, bombeiros, pedreiros, fo-

tógrafos cinematográficos, emprega- dos hoteleiros e dos restaurantes; e na província são as de construção. em Marselha e Nice e de tecelões e artesanato rural em Lyon.

No próprio quadro de estabeleci- mentos escolares secundários, algu- mas municipalidades criaram "se- ções técnicas". Fazem-no também, principalmente em Paris, no qua- dro dos cursos complementares ane - xos à escola primária. Essas ini- ciativas dão bons resultados. As pri- meiras logo determinaram a cria- ção de 117 seções (sendo 60 para moças) atualmente freqüentadas por 12.000 alunos (sendo 5.000 moças) ; e as segundas suscitaram 235 seções

(sendo 125 para moças) que reú- nem 14.200 alunos ( sendo 8.310 moças).

Finalmente, no inicio da segunda guerra mundial, para acelerar e de- senvolver a formação de mão de obra qualificada, foram criados "Centros de Aprendizagem" ligados aos Colégios Técnicos. Reclamados pelo Ministério dos Armamentos, de- sapareceram na tormenta do verão de 1940. Os homens de Vichy ten- taram, como em todos os domínios da atividade francesa, utilizar o que fora concebido para o serviço da nação e insuflar ali os métodos do corporativismo nazi, convertendo-os em centros de propaganda e de com- bate.

Esses Centros, renovados, esfor- çam-se hoje, com recursos limita- dos. por levar em três anos até ao

Certificado de aptidão profissional a juventude que passa pelo seu cri- vo. Não o conseguem sempre, mas aumentaram ao menos a pequena ba- gagem de conhecimentos gerais e

profissionais das crianças que hajam passado diretamente da escola para a oficina. Mais de 82.000 alunos formam o efetivo desses 900 centros. Outros 380 são destinados às meni- nas, inscritas, no ano passado, em nú- mero de 29.000.

Ao lado dessa formação de esco- la profissional, a formação na ofi- cina, no escritório e na loja, desig- nadamente pelos "Cursos Profissio- nais", seduz grandes setores da mo- cidade. Esses cursos, que comple- tam a aprendizagem dispensam ele- mentos de ensino geral, e especial- mente os elementos de legislação so- cial e operária. Há 553 cursos pro- fissionais (sendo 203 privados) sub- vencionados pelo Estado, e 442 não subvencionados. Os primeiros agru- pam uns 120.000 aprendizes, e os segundos, uns 70.000. Inspetores do

ensino técnico asseguram-se de que a aprendizagem ali seja "metódica c completa" e que possa, também ali, levar o aprendiz até ao certificado de aptidão profissional.

O exame comporta provas práti- cas, provas escritas de francês e de cálculo, provas de desenho aplicado à profissão escolhida e provas orais. Cada ano, uns 25.000 certificados são assim entregues. Mas não são conferidos títulos de qualificação. Para obtê-los é preciso seguir com êxito um "Curso de Aperfeiçoamen- t o " , durante o exercício de mister. Então se torna titular da "Carteira Profissional" — que assegura sem- pre a sua classificação útil no seio do pessoal da firma.

Os dirigentes do Ensino Técnico francês, se dependem, como é nor- mal, do Ministério da Educação, compreenderam perfeitamente que seus esforços se arriscariam a ser

estéreis se se limitassem ao pessoal de ensino propriamente dito para escolher os homens a quem têm de recorrer. Um diploma do ensino técnico não é um diploma puramen- te escolar, e para que apresente va- lor efetivo na vida não deve ser con- ferido pela decisão apenas dos ''in- telectuais" . Por iso os Júris de exa- me são constituídos por dois terços de patrões e um terço de operários ou empregados da profissão.

Assim, todas as garantias são da- das e tomadas, pelo Estado, para os moços, para os patrões, para que o recém-chegado a uma profissão a desempenhe com satisfação e efici- ência.

INGLATERRA

Realizou-se em Londres, recente- mente, uma conferência de que par- ticiparam cerca de 2.000 jovens entre

15 e 19 anos das escolas secundá- rias do país. Dedicaram urna sema- na de férias a essa reunião, em que se discutiram os problemas vitais, presentes e futuros, do mundo intei- ro.

A Conferência durou 4 dias. A sala e as tribunas estavam inteira- mente ocupadas: muitos jovens vi- ram frustradas suas esperanças de assistirem às reuniões. Cada dia de manhã, duas personalidades iminen- tes dissertavam sobre temas como a

Carta das Nações Unidas, a Ciên- cia e o Progresso, Restauração Eco- nômica, Serviços de Saúde e Higie- ne, Democracia, Rússia Soviética. Educação em Tempo de Paz. etc.

Esses jovens aprenderam a pen- sar e exprimir-se de maneira, por as- sim dizer, internacional. Depois das dissertações, acudiam à mesa do ora-

dor, fazendo perguntas, nem sempre fáceis de responder, mas nunca fo- ra de propósito. Alguém perguntou ao Deão de Canterbury como seria possível dissipar as suspeitas entre a Grã-Bretanha e a Rússia, e o Deão respondeu: "Manifestando a mesma

resolução que vocês manifestaram aqui hoje de manhã".

A tarde, formavam-se grupos pa- ra discussões e é digno de nota que nem um só dos que compareceram à conferência deixou de ligar-se a um qualquer dos 35 grupos forma- dos. Essas discussões foram o as- pecto mais saliente e revelador e o cie maior promessa dos trabalhos da conferência. Nessas discussões evi- denciou-se o interesse com que os jovens seguem o curso dos proble- mas que a humanidade enfrenta. Chamava atenção o fato de que pa- reciam mais preocupados com os problemas de ordem mundial do que assuntos nacionais e locais.

Dão-se conta de que a prosperida- de e a paz do mundo são requisitos prévios e essenciais da paz e da prosperidade duradouras de qual- quer país. Adquiriram conhecimen- tos de problemas internacionais e não podem ocultar o seu anseio de participar ativamente das grandes iniciativas de caráter universal.

Foram de interesse supremo ai discussões sobre a Carta das Na- ções Unidas. Tratou-se com gran- de sinceridade de tudo que se refere àquele documento. Todos concorda- vam, em que uma organização mun- dial é essencial e inadiável, mas não titubearam em declarar que a. Carta, em sua forma atual, não é bastante. Manifestaram-se convencidos da ne- cessidade absoluta de que os gover-

nos nacionais se despojem de uma parte de suas soberanias e revela- ram-se partidários da moção de que nenhum país deva possuir, exclusi- vamente, os segredos de certos ins- trumentos de guerra.

Outros problemas menos sensacio- nais mereceram, ainda, a atenção dos jovens. Por exemplo: as condições

sociais e econômicas e a falta de cultura são fatores de instabilidade na ordem política e na ordem sócial e, portanto, o Conselho Eco- nômico e Social das Nações Unidas

No documento Revista Completa (páginas 141-151)