• Nenhum resultado encontrado

VAR NO TRABALHO I — Observar antes de discutir

No documento Revista Completa (páginas 151-171)

As discussões sobre os dados ine- xatos não dão resultado, e muito ao contrário, nos aferram no erro. Cumpre observar antes de discutir. Muito pouca gente o faz: os france- ses, com especialidade, são tão apres- sados em raciocinar que muitas ve- zes deixam de fazê-lo pelo simples fato de não haverem colhido antes cs elementos da solução procurada. Outros, menos inteligentes, c menos apressados, porém, e mais modestos ante o fato, são mais bem sucedidos.

Quando houvermos discernido o fato, façamos dele o que bem enten- damos, mais respeitemo-lo no seu ca- ráter de fato: aí está o alicerce da moralidade intelectual. Aquele que não tem por verdadeiros senão os fatos que servem à sua tese não pas- sa d« um cego do espírito.

II — Conhecer fatos c cifras, mas

refletir sobre aquilo de que se tomou conhecimento

O alimento que aproveita ao orga- nismo é o que este assimila pela di- gestão. E' necessário igualmente bem digerir no domínio do espírito: — a digestão intelectual exige tem- po e certos reflexos instintivos, co-

mo a digestão natural, mas também exige um esforço de mastigação pré- via. Ouvir, absorver pela memória, não basta; é necessário ainda um es- forço consciente de assimilação. Sem este esforço, os ganhos do espírito permanecem precários.

O ser inteligente é aquele que pos- sui, intelectualmente, um bom estô- mago, mas que é servido também de uma dentadura intelectual sólida. Es- píritos há que absorvem tudo, cheios de respeito, mas sem mastigar, sem digerir: — encontram-se no seu •estô- mago frases inteiras, tais quais como

foram engulidas, do mesmo modo que se encontram coelhos inteirinhos no corpo das serpentes!

III — Medir a proporção das coisas Eis o essencial, e é o que faz o homem de juízo.

A inteligência é a capacidade de perceber, com penetração e facilida- de, todos os elementos de uma ques- tão, mas o julgamento consiste em conhecer com exatidão a importân- cia relativa de cada um de tais ele- mentos, em medi-los, em pesá-los, em situá-los:

— "Somente o senso da hierar- quia", escreve Cocteau, "permite jul- gar sabiamente".

Trata-se, antes de tudo, de deter- minar, no tempo e no espaço, o lugar exato das coisas e das pessoas.

Daí, perguntar-se sempre qual é a grandeza das coisas:

— A U . R . S . S . tem 22 milhões de quilômetros, é muito?

— A França tem 40 milhões de habitantes, é pouco?

Quem, a propósito de tudo, não fi- zer tais perguntas, jamais saberá a quantas anda.

"Nós o sabíamos", di-lo-eis? Cuidado, se não tivermos à nossa disposição esse instrumento de me- dida, esse metro espiritual, arrisca- mo-nos a não ser senão um espírito desregrado, isto é, um espírito falso. IV — Situar as coisas no espaço e

no tempo

E' a mesma regra, sob outra for- ma : — o valor das coisas, das pes- soas, dos países, não dependo unica- mente de suas qualidades intrínse- cas, mas de sua posição no espaço, de sua colocação na cadeia dos tem- pos:

— Tal país, onde se situa ele no mapa?

— Tal fato, onde se classifica ele na sucessão cronológica?

Orientar-se, como o marinheiro no oceano. Que horas são? Pessoas há, até governantes, que nunca o sabem. Preocupai-vos amiúde em acertar o relógio.

V — Jamais separar o esforço de

memória do esforço paralelo de dis- cernimento c de classificação

A memória é um instrumento ne- cessário que é preciso conservar, mas não passa de instrumento. Sendo o esquecimento a condição da memó-

ria, cumpre esquecer certas coisas pa- ra melhor reter outras: — a escolha a ser feita comporta uma classifica- ção, que compete ao julgamento e exige esforço. Quando esse trabalho de classificação já foi feito, o traba- lho da memória já o foi pela me- tade.

O esforço de memória exige, no fundo, menos energia que esforço de julgamento. Há mais preguiça na- quele que aprende vinte datas ou vin- te cifras que naquele que se apega em não aprender senão duas, depois de haver caracterizado as datas, ou

as cifras, que, de preferência, mere- çam ser retidas. O autor que acumu- la as estatísticas tem menos mérito que aquele que, havendo escolhido duas cifras, sabe alinhá-las, sabe apresentá-las.

— "Amas d'épithètes, mauvaise louange" ("Amontoado .de epítetos, mau elogio), escrevia La Bruyère.

Amontoado de cifras, mau argu- mento !

f VI — Anotar, imediatamente, classi-

ficando-os, todos os dados que se tencioua utilizar mais tarde

Todas as leituras feitas e todos os cursos seguidos devem comportar uma anotação imediata dos elemen- tos que forem julgados úteis daí por diante. E todas as leituras feitas e todos os cursos seguidos, aos quais não correspondam semelhantes esfor- ços de anotação, devem ser conside- rados como vãos: — podemos ter fi- cado interessados, ou mesmo reduzi- dos, m a s . . . o vento o levou!

O fato de tomar nota implica se- leção, necessitando de um esforço de

julgamento: — é preciso, ao ler, de- cidir que frases, que palavras con- vem sublinhar, para copiá-las em se- guida ; e, ao seguir um curso, que

cifras, que fatos, que comentários devam ser anotados por escrito.

Essa seleção exige em seguida uma classificação, porquanto é preciso sa- ber onde tornar a achar, depressa, as indicações tomadas: — na prática, essa mobilização é essencial, visto que é por ela que podemos ter à nos- sa disposição o conjunto dos nossos conhecimentos, a fim de concentrar num ponto dado aquelas de que te- mos necessidade. O recrutamento, a mobilização, a concentração dos exér- citos não obedecem a regras dife- rentes.

VII — Procurar sempre quais os

motivos que fazem as pessoas

agirem

Quando não se trata senão de coi- sas; o conhecimento é relativamente fácil, mas quando o ser humano en- tra em jogo, começam ás dificulda- des. As ações dos homens entram no

quadro dos fatos observáveis, mas não se tornam compreensíveis senão quando lhes penetramos as razões. Ora. estas razões (quero dizer, as razões verdadeiras e profundas) os homens jamais as dizem, se é que chegam a dize-las a si próprios. Não é útil, portanto, interrogar as pessoas sobre os seus motivos, e ficamos re- duzidos a adivinhá-los.

O costume de interpretar os mo- tivos de outrem manterá o espírito num estado desportivo, treinado e alerta; mas não se fiar senão em si mesmo para tal empresa. — (ANDNÉ SIEOFRIED, O Jornal. Rio) .

A CIÊNCIA DAS RELAÇÕES H U M A N A S E A U N I V E R S I -

DADE DE SÃO P A U L O Há quantos anos as universidades o centros de pesquisas sociais se vêm batendo para descobrir as leis que de- vem reger as relações entre os ho- mens? Os cursos de psicologia, psi- cologia social, antropologia, sociolo- gia pura e aplicada, e mesmo as dis- ciplinas mais abstratas, têm tido a dupla finalidade de encontrar a ver- dade sobre fenômenos pessoais e so- ciais c de aplicá-las para melhorar ES relações entre indivíduos e gru- pos.

Não sei se as guerras constituem uma prova do malogro das universi- dades e dos professores e pesquisa- dores, mas o certo é que as guerras vêm-se tornando maiores e demons- tram como " n ã o " devem ser as rela- ções humanas.

Não me lembro bem — e não te- nho elementos de referência para me recordar — mas creio que os pronun- ciamentos de presidentes de nações democráticas têm versado mais so- bre as relações entre Estados, dentro do Direito Internacional e que qua- se nenhum deles se preocupou com questões que, até agora, cabiam mais dentro das cogitações de reitores de universidades do que na boca de che- fes do executivo de uma republica democrática.

Com a libertação da energia atô- mica e a fabricação da bomba atômi- ca, o presidente dos Estados Unidos sente-se obrigado a ampliar sua "cá- tedra", para entrar no campo das ciências sociais e psicológicas e faz grave advertência ao mundo todo. Disse Harry S. Truman, em recente discurso, que até que o mundo

aprenda a ciência das relações huma- nas, a bomba atômica constituirá um instrumento terrível e ameaçaria des- truir-nos a nós todos.

Na opinião do presidente dos Es- tados Unidos há uma defesa somen- te contra esta bomba. E' a defesa da tolerância, da compreensão, da inteligências e da cortesia. (Não en- contro melhor tradução da palavra "thoughtfulness" usada por ele) . É a educação que poderá ensinar aos povos as lições da ciência das rela- ções humanas — disse ele.

listamos nos cansando de ouvir essa e outras advertências? A jul- gar pelo estado do mundo, ninguém acredita que precisemos de tolerân- cia, compreensão, inteligência e cor- tesia. Ou será que as aparências nos enganam ?

Em todo caso, as universidades e os centros de pesquisa têm agora a melhor oportunidade de provar seu valor social. Especialmente, as gran- des universidades norte-americanas, que durante décadas consideraram que seu recinto sacrossanto se re- servava somente aos professores e pesquisadores que professassem e pesquisassem por puro amor à arte ou à ciência, escondidos na poeira dos seus arquivos ou pelas retortas dos seus laboratórios.

Hoje são alguns dos próprios pes-, quisadores da energia atômica que mais apavorados estão com os pos- síveis efeitos sociais e políticos do seu trabalho por amor da ciência. Eles mesmos receiam que o que fi- zeram despreocupadamente no la- boratório, com o puro e desinteres- sado objetivo de desvendar misté- rios da natureza, venha destruir seus laboratórios, suas famílias, seus fi- lhos e a civilização que lhes propor-

cionou a oportunidade de investigar mistérios, sem medir as possibilida- des sociais e diabólicas do seu estu- do.

Na universidade onde estive du- rante muitos anos, um dos meus co- legas vem fazendo estudos, há anos, e até hoje ainda não concluiu o seu trabalho, sobre a história da tolerância ou intolerância no mun- do. Ao redor da religião fez pesqui- sas, mexendo e remexendo em arqui vos e bibliotecas. Estudou precon- ceitos raciais. Intolerância política. Por ser um estudioso da gema, da velha escola que pensa que a pesqui- sa deve ser feita desinteressadamen- te — não falo de objetividade — até hoje não publicou nada, pois não quer dar ao mundo nenhum traba-

lho que não seja "exaustivo" e "completo".

Ele talvez tenha razão. Em con- versas particulares com ele, soube ' que ele descobriu muitas coisas que seriam utilíssimas para nós precisa- mente no momento em que temes necessidade de cultivar a tolerância como parte da nosso ciência das re- lações humanas. Por que não di- vulgá-las agora, antes que ele e nós tenhamos sido estraçalhados por uma bomba atômica, causada por uma guerra em que a intolerância de um povo para com outro possa ser o motivo maior?

Tolerância, compreensão, inteli- gência e cortesia parecem ser a ba- gagem de todo homem culto. Mas, quantos de nós sabemos o que real- mente significam e quantos de nós não os interpretamos de acordo com preconceitos inculcados no nosso ser por pais e escolas primárias, quando ainda não tínhamos juízo para ava-

jeitar aqueles que fossem produtos da evolução cultural somente do gru- po em que nascemos.

Protestantes são tolerantes com re- ferência aos pecadilhos de outros protestantes, mas será que o são com os católicos? Os russos se compreen- dem entre si, mas será que nos com- preendem a nós e vice-versa? O so- ciólogo usa inteligência no seu estu- do de problemas sociais, mas será que ele usa inteligência nas relações com a cozinheira, quando esta quei- ma o feijão? O moço bem educado trata a mocinha com cortesia, mas será que trata com cortezia o rapaz

que no bonde pisa no seu pé ? São tão profundas as raízes dos nossos modos de agir, sentir e inter- pretar, que nem sabemos que somos dominados por preconceitos, quere- mos acreditar, e insistimos em que temos o espírito livre. Na realida- de, porém, a nossa tolerância, com- preensão, inteligência e cortesia ex- primem-se de acordo com atitudes condicionadas na nossa infância. São convenções que temos que desa- prender para possuirmos as quali- dades que nos, salvarão da destrui- ção pela bomba atômica.

A propósito, tive grande prazer em poder conversar com o ilustre reitor da Universidade de S. Paulo. dr. Jorge Americano, que, com uma consciência nítida da verdadeira função de uma universidade e que muitos reitores norte-americanos po- deriam imitar, planeja modificações na Universidade de São Paulo para adaptá-la à era atômica. Além de

dizer que concordava plenamente com o recente discurso do presiden- te Truman, pronunciado em For- dham University, disse que acredita- va "num mundo só ou nenhum".

Julga que o mundo ainda tem tempo de salvar-se de uma terceira guerra mundial, se os educadores e estadis- tas das democracias agirem em tem- po, realizando uma série de empre- endimentos nos campos da educação e propaganda.

Para adaptar a Universidade de São Paulo à era atômica, propõe o sr. Reitor dividir as atividades dela em duas secções: cultura e pesquisa e orientação do estudante. Tive a impressão de que, na parte "cultu- ra", a intenção do reitor da Uni- versidade de São Paulo é fazer jus- tamente o contrário daquilo que fa- zem as universidades norte-america- nas. Ele pretende, por meio do rá- dio, do cinema educativo, de cursos de arte e muitas outras atividades, relacionar a universidade ao meio e torná-la mais útil na orientação das massas e das classes pensantes. Em vez do professor e do estudioso tra- balharem num compartimento estan- que, sem proporcionar à sociedade os resultados de seus conhecimentos, a

Universidade tornar-se-á orientado- ra da opinião pública e da arte na- cional e uma voz nos meios de co- municação do pensamento.

A orientação do estudante, que será tentada pela primeira vez no Brasil, é, no conceito moderno da educação, uma das funções mais im- portantes da universidade e congra- tulo-me com a Universidade de São Paulo por tornar-se pioneira neste campo. A orientação de estudantes assimilá-los-á, forçosamente, ao meio em que vivem e todo intelectual "ajustado" ao meio e ao mundo ser- virá de fermento para o ajustamen- to da sociedade em geral.

Parte deste ajustamento consiste precisamente em ter apreendido a

ciência das relações humanas de que falou Roosevelt, citado por Tru- man. Se todas as universidades se adaptarem à era atômica, como pre- tende o leitor da Universidade de São Paulo, evitaremos a destruição da nossa civilização e a terceira guerra mundial. Mas não chegare- mos a esta meta se não encararmos a realidade. A bomba atômica é um fato e a defesa consiste "em con- quistarmos um conhecimento da ci- ência das relações humanas". Tole- rância, compreensão, inteligência e

cortesia. Com elas conseguiremos a

paz. — ( P A U L VANORDEN S H A W O Estado de São Paulo, São Paulo).

I N S T R U Ç Õ E S PARA A ORGA- NIZAÇÃO DE P E Q U E N O S MU-

S E U S E S C O L A R E S I. Toda escola deve ter seu pe- queno museu de história natural. A organização e o desenvolvimento des- se mostruário são muito educativos e

instrutivos. Iniciando e aumentando o próprio museu, a escola desenvol- ve nos alunos o gosto pelo estudo da natureza que os cerca, incute-lhes hábitos de observação concreta e de raciocínio, torna-os ordeiros e cui- dadosos.

2. O material dos museus esco- lares deverá ser colecionado pelos próprios interessados : professores e alunos. O Museu Nacional não pode fornecer material. Suas verbas não comportariam a despesa necessária. Além disso, recebendo o material pronto, as escolas perderiam a opor- tunidade de tirar da organização dos seus museus todo o benefício apon- tado .

3. A primeira vista parece muito difícil a organização de um

pequeno museu escolar. Na realida- de, porém, é apenas questão de boa vontade, iniciativa, cuidado e paci- ência. Porque, no museu escolar, ninguém espera ver espécies raras ;

minerais, plantas ou animais exó- ticos; tipos de difícil ou dispendiosa

aquisição. O museu escolar deve ter o que há de mais comum na região em que vivem as crianças para a qual ele é criado. Os seres vivos de outras regiões serão ali representados por fotografias ou estampas, o que está ao alcance de todos.

4. As escolas situadas na zona urbana ou mesmo suburbana devem freqüentar o Museu Nacional, onde encontrarão sempre o mais cordial acolhimento. Ainda assim, as ex- cursões aos parques e aos campos ou florestas, ou às praias, para coleta

V material para o próprio museu, oferecem oportunidade para exercí- cios higiênicos de marcha ao ar li- vre, excelente prática, comum entre os escoteiros, e que é preciso vulga- rizar.

As escolas situadas nas zonas ru- rais dificilmente podem freqüentar o Museu Nacional; em compensação, acham-se em ótimas condições para colecionar e criar depressa um bom museu elementar.

5. Os minerais são muito facil- mente obtidos. Basta que os profes- sores escolham as amostras mais in- teressantes que os pequenos natura- listas colherem. Cada criança deve escrever no rótulo da amostra co- lhida: o lugar onde foi achado o exemplar, a data e o nome do cole- cionador. Recolhido certo número de amostras minerais, se o professor não puder identificá-las ou classifi- cadas, solicitará o auxílio da Secção de Extensão Cultural do Museu Na-

cional, que atenderá sempre, com o maior prazer, a qualquer consulta. As amostras colocadas em pequenas caixas de papelão, providas das in- dicações apontadas, serão o núcleo da seção de mineralogia do pequeno museu escolar. As próprias caixi- nhas poderão ser fabricadas pelos alunos.

6. As plantas serão conservadas, depois de convenientemente coleta- das, conforme as indicações forne- cidas pelo Museu Nacional. Devem ser preferidos para o ensino, vege- tais que crescem espontaneamente, devendo as plantas ser colhidas com- pletas, e na época de sua floração. Assim, os vegetais herbáceos (er- vas) serão conservados inteiros. Dos arbustos ou das árvores bastam os ramos (folhas, flores e frutos). A flor é essencial para a classificação. As plantas muito carnosas são pos- tas em frascos, com álcool.

Cada planta, convenientemente disposta na sua pasta de papel, rece- berá o rótulo respectivo e entrará a fazer parte da seção de botânica ou herbário escolar. Os frutos de certo tamanho devem ser conserva- dos à parte ou no álcool.

Ao lado de cada exemplar seco é conveniente colocar um desenho co- lorido da planta viva.

7. Os animais (vermes, aranhas, sapos, cobras, peixes, ratos, aves, e t c . ) serão postos em vidros de boca larga, contendo álcool. Para

melhor conservação basta praticar uma pequena incisão no ventre dos animais de certo volume. Os insetos

(borboletas, besouros, gafanhotos, e t c ) , serão facilmente conservados em caixas com um pouco de naftali- na em pó.

Sempre que o professor quiser mostrar aos alunos um verme, um peixe, uma ave, e t c , colocará o material em um prato, onde, com uma pinça, ou mesmo um lápis, in- dicará as minúcias que deseja fazer observar.

8. O estudo e a observação da vida de animais e plantas devem cons tituir preocupação importante no ensino das ciências naturais. Por isso ao lado do museu deve ser es- timulada a criação de pequenos ani- mais, em aquários, vivários, etc. e o cultivo de plantas, meio precioso para o conhecimento das grandes leis da vida que podem ser aprendidas, desde muito cedo. Isso, sem falar das vantagens de ordem econômica, que possam resultar dessas ativida- des.

9. No museu escolar, é comum terem as peças, ao lado, a sua histó- ria, fotografias dos aspectos da sua existência, indicações da sua utili- dade ou nocividade, etc.

10. Todos os alunos devem dese- nhar, esquematizando da melhor ma- neira, as peças de história natural que lhes forem convenientemente mostradas. E' também indispensável habituá-los a comparar os seres vivos ou as suas partes, a contar o número de órgãos ou de segmentos, a iden- tificar as cores de cada objeto da natureza.

11. E' desnecessário ensinar às crianças os nomes científicos de piantas ou de animais. Antes de tudo, convém ensinar — com exati- dão — os nomes vulgares dos seres que rodeiam os pequenos naturalis- tas.

12. O museu escolar não deve servir de pretexto para inúteis de- predações. Cabe aos professores in-

No documento Revista Completa (páginas 151-171)