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2.1 Passado: Saindo do Ninho

2.2.3 Atividades extra-escolares

2.2.3.1 Iniciativa das escolhas

Ao apresentar as atividades extra-escolares desenvolvidas pelas crianças, torna-se importante expor também de quem partiu a escolha, ou seja, do pai, da mãe, da criança ou do médico. Portanto, nestes dois subtemas, o relato dos pais se encontra entrelaçado, por isso a necessidade de abordá-los conjuntamente.

A demonstração do Quadro 7 permite a visualização da iniciativa das escolhas das atividades extra-escolares.

Quadro 7 - Iniciativa das escolhas das atividades extra-escolares

Iniciativa das escolhas das atividades Crianças Atividades

Criança Mãe Pai Pais Médico

Lucy Kumon - matemática Balé / natação Karatê X X X X

Aaron Kumon - matemática / natação

Futebol / espanhol / tênis X

X

Maria Inglês / natação / catequese

Espanhol / crochê / basquete X

X

Gilberto Inglês / informática / futebol / catequese X Lúcio Japonês / natação /

Kumon - matemática e português

X

X José Kumon – matemática / catequese

Natação / futebol X X Leda Japonês Natação / catequese Balé / Jazz X X X Paulo Inglês Informática

Futebol / tênis de mesa X

X

X

Emília

Kumon – português Inglês

Dança / aula de matemática X

X X Nina Balé Psicóloga / catequese Natação Piano X X X X

110 Sobre a iniciativa das atividades desenvolvidas por Lucy a mãe explicita: “Ela foi

ao ortopedista para fazer uma avaliação porque ela estava com a coluna... ela estava com início de escoliose. O ortopedista orientou que ela fizesse balé e natação para estar corrigindo a postura, então a partir disso e... desde pequena eu sempre quis colocá-la no balé. Eu coloquei umas três vezes e ela nunca parou, nunca quis fazer, daí eu respeitava a opinião dela, porque não adianta eu querer que ela faça balé e ela não querer fazer balé. Não tem sentido...ela tem que gostar. Então, a partir do momento que o médico disse: ‘Lucy você precisa fazer balé e você precisa fazer natação, porque você precisa corrigir sua postura’. Ela falou: ‘Mãe, pode me levar porque agora eu vou fazer, tá! [...] Do kumon a Val (dona da escola) passou... é... teve uma visita na escola e foi convidado para conhecer (os alunos). Ela foi conhecer, gostou e quis fazer e a gente deixou. E está ficando. E o caratê era daqui da escola e o professor abriu uma academia na casa dele e daí convidou os alunos para fazerem. Ela faz aqui na escola e faz lá na casa dele de sábado”.

Em relação ao que os pais pensam a respeito destas atividades, o pai se posiciona: “É... na verdade... como a gente comentou aí, né! Ela... a gente, por exemplo, incentiva para

ela fazer bastante atividades para ela ficar cansada, para ver se ela desliga um pouco, né! Mas, eu... eu acho bom. O kumon desenvolve bem ela, a parte de matemática que ela está fazendo, né! Desenvolve o raciocínio. A natação cansa ela um pouco”. Mãe: “Eu acho muito bom porque melhorou muito a hiperatividade da Lucy. Ela consegue dormir melhor, se alimentar melhor porque gasta mais energia. Na ralidade eu acho lindo ela fazer balé, mas ela foi fazer, como já te falei, porque o médico ortopedista indicou pelo problema de coluna. Então, ela começou o balé e a natação. Também já falei, o kumon foi opção dela e minha também. Ela foi na escola para conhecer, gostou, quis começar e nós deixamos”.

Dentre as atividades extra-escolares o pai não sabe dizer qual delas Lucy gosta mais. A mãe diz: “Ela gosta mais... de tudo ela gosta, mais é do kumon”.

A atividade que relaxa mais Lucy é a natação. Mãe: “Que ela come mais é da

natação, ela come melhor quando ela faz natação. Ela sai mais cansada com a natação, não sei se é porque a água é mais quentinha e dá aquela relaxada no corpinho dela. Do balé ela sai mais agitada, porque ela já sai e já chega em casa e quando você vê, ela continua dançando a aula dela de balé em casa, ela põe a sapatilha e lá ela fica”.

Na entrevista realizada com Lucy, ela diz que a atividade que mais gosta é a natação. Do que não gosta responde: “Nenhuma. Gosto de tudo”. Sobre se cansa em fazer estas atividades: “Eu não. Não canso não”. Lucy manifesta que não tem vontade de sair de

111 nenhuma atividade: “Não. Só agora do caratê que às vezes eu não vou. Sabe M., porque a

gente sempre vai pra Londrina e eu prefiro ir pra lá, entendeu?”

Observa-se que, quanto às atividades desenvolvidas por Lucy, o objetivo maior dos pais é tentar diminuir a sua hiperatividade, pois ela fica cansada e consegue se “desligar

um pouco”. O pai acha importante que ela faça o kumon de matemática para proporcionar o

desenvolvimento do raciocínio. Embora o ortopedista tenha recomendado o balé pelo problema de coluna, isto parece que veio ao encontro do antigo desejo da mãe que sempre quis que a filha dançasse por achar esta atividade “linda”.

Por ter apenas seis anos de idade e estar em quatro atividades extra-escolares, Lucy diz que não se cansa em realizá-las, gosta de todas e não tem vontade de sair de nenhuma delas.

Aaron desenvolve cinco atividades extra-escolares. O kumon de matemática a iniciativa foi da mãe. A natação foi dos pais. A opção em fazer espanhol, futebol e tênis foi de Aaron. Ele queria ainda praticar futebol e aprender xadrez na escola, mas os pais não deixaram. A mãe justifica que esta iniciativa ou escolha pelo kumon é porque ela sempre gostou de matemática. Diz: “Eu adorava matemática. [...] Mas eu, nas minhas férias, quando

eu tava vendo isso no ginásio, por exemplo, eu tinha tanta loucura pela matemática, que quando eu entrava de férias, eu pegava os livros dos meus irmãos mais velhos e ficava fazendo exercícios de matemática. Tinha loucura, eu gostava. [...] Mas eu sempre tive... eu... a minha preferida era a matemática, eu fazia, eu tinha prazer de fazer. Então, eu fazia continha, eu fazia continha, eu fazia isso, fazia aquilo, tudo. Eu tinha mesmo isso. É meu”. A

mãe relata que sempre estudou em Escola Pública desde o primário até o colegial, não fez cursinho e passou no vestibular. “Pra mim a matemática foi o diferencial na minha vida, né!

Que eu fiz o curso que eu queria fazer, aonde que eu queria fazer e eu fiquei achando que era de tanto estudar. Então eu gosto que Aaron faça matemática. Eu gosto é por isso. Eu... é uma coisa que eu não sei nem se tem fundamento, mas eu penso que é bom pra ele... ele fazer matemática em termos de futuro. De futuro para a vida dele. Se ele quiser fazer um curso, não sei do que, eu acho que ele vai, por exemplo, vai passar bem no vestibular, por isso. Olha, é uma fantasia, sei lá se tem a ver ou não. Mas na minha cabeça ficou que a matemática abre portas pra a pessoa, sabe? Então, é uma bobagem, mas é isso que ficou pra mim. Então, eu gosto que ele... que ele goste de matemática”.

Sobre o espanhol a mãe coloca: “O espanhol ele quis fazer e eu acho que é legal

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pessoa fazer outro idioma, né! Então, acho que por causa dessa história do... do Mercosul. Tem que aproximar a gente. [...] E... o espanhol ajuda muito você se comunicar com as outras pessoas, né! [...] Acho que o espanhol é uma língua irmã. Então, eu acho que é interessante saber outra língua, mas eu não faço nenhuma questão que eles (refere-se a outra

filha) façam espanhol”.

Quanto à natação, ao tênis e ao futebol a mãe diz: “A natação a gente que pôs

mesmo, porque a gente gostaria que eles soubessem nadar. Agora tênis e futebol é do Aaron. Então, o kumon é esse negócio que eu tenho com a matemática mesmo”.

O pai também se posiciona diante das atividades do filho, relatando: “O kumon

é... não só o kumon O kumon é ... não só o kumon, isso aí tudo é um pouco o complemento, né, da escola que ... não sei ... Eu acho a escola hoje, a escola de forma geral, meia fraca, né! Então, o que a gente puder complementar, enquanto a gente puder ir ajudando, né, a criança absorver mais coisa acho que é melhor, né! Enquanto puder a gente vai tentando passar mais informações pra eles, né! Tanto que ele tá adiantado lá no kumon, na escola ele acha ruim, porque ele tem que estar decompondo as contas, quando ele faz as contas de cabeça, né! Então, é uma forma de forçar ele ... ele pode render mais do que ele rende na escola, né! Mas não é obrigação porque se ele não quiser continuar ele sai, mas enquanto ele quiser continuar lá eu acho bom. Ele vai forçando o raciocínio, vai né! Vai exercitando a ... e tá desenvolvendo. E o espanhol também e agora é moda. E eu até acho que deveria aprender primeiro o inglês. Já deveria estar na escola de inglês, mas não tá porque tá com este monte de atividade aí fora da escola. Apesar, que tem inglês na escola, mas é muito fraquinha. O horário dos estudos de nossas crianças hoje é muito pequena comparada com né, com outros países aí com Coréia, com Japão, aqui estuda metade o que o resto do mundo estuda aí. Então, tem que dar uma complementada”

O pai gostaria que ele ainda fizesse inglês: “[...] Já deveria ter colocado fora da

escola para ver se dá uma puxada, né! Inglês eu acho que tem que saber. É importante. Eles ficam na Internet lá, eles vêem um monte de ... né ... coisa em inglês lá, não entende nada, né! Tô falando! Tem que aprender inglês! Tem que aprender! Por enquanto não se animaram. Talvez pelo acúmulo de coisas, né! Mas vai ter que entrar. Não vai demorar muito, mas vai ter que entrar no inglês. Passou da hora já. E toda criança tem mais facilidade para aprender, depois de uma certa idade é complicado, né! E eles hoje, eles tem facilidade para ver as coisas, absorver as coisas. Depois se a gente puder... jogar um monte de atividade, de informação por cima dele pode até descobrir que ele tem as habilidades que ele tem e pra

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que que ele tem, né! E ... senão fica aí limitado né na escola. Agora cansa muito. Por isso que eu acho, que tem que tirar ele de lá (kumon) que cansa muito”.

A mãe diz que a atividade que Aaron gosta mais é o futebol e pede a confirmação do marido. Ele acena positivamente com a cabeça. A mãe não sabe especificar qual das atividades que o filho sai mais relaxado e tranqüilo: “Eu não percebo”. Novamente solicita a ajuda do marido: “Acho que é natação, mas não dá para perceber muito. Kumon não é, com

certeza não é. Futebol, então, talvez futebol e talvez natação, sem muita diferença, não dá pra perceber muito”.

Durante a entrevista feita com Aaron, ele menciona que a atividade extra-escolar que mais gosta é: “Futebol mesmo”. A que não gosta responde: “Tem sim é a natação.

Porque tem dia que tá bem frio e eu não quero ir, mas quando tá calor eu quero ir”. Sobre se

sente cansaço em desenvolver estas atividades diz: “Às vezes sim”. Só que, ao mesmo tempo, afirma que não tem vontade de sair de nenhuma atividade.

É interessante observar que a mãe de Aaron considera que a matemática foi um

“diferencial” em sua vida. Sempre gostou e estudou muito esta disciplina. Para ela o objetivo

de Aaron fazer o kumon de matemática é que “além de ser bom pra ele” é, também, uma questão de “futuro pra a vida dele”. Explicita que pode ser uma fantasia de sua parte, mas acha que “a matemática abre as portas pra a pessoa”, por exemplo, pode ajudar o Aaron no vestibular. Nesse sentido, ela deposita esperança que o futuro do filho pode estar garantido, comparando com o que aconteceu com a sua própria trajetória escolar e o seu ingresso na universidade.

Portanto, a sua expectativa é que o filho possa ter um bom futuro porque o kumon de matemática é um desafio, pois quando ele aprende um conteúdo novo e não sabe, fica muito bravo. Quando consegue resolver fica contente, pois “é uma coisa legal dele enfrentar

desafios, né!” A mãe relata que Aaron se cobra muito e gosta de fazer tudo muito rápido.

Quando não consegue fica frustrado e verbaliza que quer sair do kumon. Mas isto nunca se concretiza.

Neste aspecto os pais dão liberdade a ele, ou seja, não impedem a sua saída de qualquer atividade extra-escolar, mas ele acaba não desistindo de nenhuma.

Parece que a mãe se culpa e se cobra muito pelo fato do filho desenvolver tantas atividades. Diz que fica se policiando e pergunta: “Por que que ele tem que saber da 4ª.

série?” E aí argumenta que ele está ainda na 2ª série e questiona que não está certo. Um dia

ele ganhou uma medalha no kumon e falou: “Mãe, o que você mais fazia quando era

114 criança, relato este que será exposto no sub-tema momentos livres, e questiona que os seus filhos não têm condições de fazer a mesma coisa. Diz: “Então, no fim eu não consigo vê... eu

vejo, por exemplo, o futebol, o tênis, o clube como isso, que eu não posso deixar eles na rua hoje, então, pra mim eles fazem... eles brincam lá, né! Ele vai fazer tênis ou futebol porque quer, não é porque eu acho que tem... eu não quero um filho atleta, que vai para a olimpíada, nada disso, não é por isso que faz tudo isso”. A mãe relata que já comentou várias vezes com

o marido a sua preocupação, isto é, se o que o filho está fazendo não é demais para ele. Como:

“Z.R. será que não tá apertando demais também? Não está muito puxado para ele?” E para

Aaron: “Filho, você faz kumon pra treinar sua cabecinha, você gosta de matemática porque é

pra treinar, mas a mamãe não quer que você esteja tão adiantado, você não precisa fazer tudo tão rápido”. Em vários momentos da entrevista ela sempre justifica que ele faz as

atividades porque quer e que, por ela, ele pode sair o momento que quiser.

Quanto ao pai a sua posição é que atualmente a escola, de forma geral, está muito fraca. Diz que: “O horário dos estudos de nossas crianças hoje é muito pequena” e compara com países como Coréia e Japão, em que o sistema é outro. Deixa claro que eles, como pais, devem ajudar a complementar a formação de seus filhos, por isso a busca de atividades extra- escolares. Quanto mais puderem fornecer informações adicionais aos filhos eles o farão. Acha importante o filho fazer kumon, pois desenvolve o raciocínio e pretende colocá-lo no inglês. Diz: “passou da hora já”, mas logo ele vai entrar no inglês. A partir do seu ponto de vista, a criança tem mais facilidade para aprender “[...] eles têm facilidade para ver as coisas,

absorver as coisas. Depois se a gente puder... jogar um monte de atividade, de informação por cima dele, pode até descobrir que ele tem as habilidades que ele tem e pra que que ele tem, né! E... se não fica aí limitado, né, na escola”. Ao mesmo tempo, o pai reconhece que

todas estas atividades que Aaron desenvolve cansam muito e fala que: “Se eu tivesse no lugar

dele eu não agüentaria”.

Por sua vez, possivelmente, Aaron cumpre o desejo da mãe, pois além de gostar da disciplina matemática ainda faz o kumon. Se às vezes ele reclama desta atividade extra- escolar para os pais, isto não aconteceu durante a entrevista realizada com ele. Afirma que gosta de educação física e pratica futebol, o seu esporte favorito, e tênis. Inicialmente, diz não gostar da natação, mas se observa que depende das estações do ano, ou seja, no frio não tem vontade de ir e no calor sim. Às vezes se cansa de fazer as cinco atividades extra-escolares, mas expressa que não quer abandoná-las.

115 No caso de Maria são seis as atividades extra-escolares que freqüenta. O inglês e a natação por iniciativa dos pais. Inicialmente, a catequese também foi dos pais e depois ela quis continuar por opção. O espanhol, crochê e basquete a iniciativa foi de Maria. O inglês ela começou quando estava no Pré-primário. Os pais conheciam a escola e os donos eram seus amigos. Eles disseram a eles que “essa era a idade em que mais se aprende inglês”. O pai diz ser importante desde pequeno aprender o português e o inglês. Mãe: “Então a gente colocou

pra ela que inglês ela vai ter que fazer”. [...] “Então pra ela é automático aula de inglês fora, você entendeu?” A mãe explica o porquê desta iniciativa: Ah, porque acho que assim, que hoje o inglês é uma segunda língua, você entendeu? Tem que saber, né, assim, todo mundo. E acho que se ela começar de pequena assim como uma coisa que faz parte da vida dela, acho que pra ela vai ser melhor do que eu pôr quando ela tiver tipo, dez, doze anos, porque aí ela vai ter que começar. Então, hoje pra ela é natural ir ao inglês”. Pai: “E, e a gente também é... estudou outra língua, a gente recebe muito intercambiário, né, americano, sempre tá aqui intercambiário na cidade e a gente tá junto, né! E ela fica encantada. Eu tenho inclusive, uma sobrinha que tá na Dinamarca, né! Então ela gosta, ela se interessa, eu acho que ela pretende assim, viajar conhecer, ela se interessa muito, esses intercambiários onde encontra ela quer conversar, não consegue, né!” A mãe comenta que Maria tem interesse em fazer

intercâmbio, mas já avisou a filha: “Jamais você vai. Eu falo pra ela que não, que depois que

ela se formar, se ela quiser ir. Falei: Não precisa nem prestar (exame), que não vai”.

Sobre a natação a mãe explica: “A natação, primeira por problema de saúde

porque tem renite alérgica. [...] E depois, porque assim, a gente tem muito medo com essa história de piscina, de cair dentro da piscina, sabe, de acontecer essas coisas, então...” O pai

comenta que: “ela adora água, né! Então ela quer ser bióloga marinha (risos)”. Ela gosta muito de ir à praia. A mãe fala que no Dia das Crianças teve uma competição no Tênis Clube e ela mesma fez a sua inscrição.

Na catequese a mãe começou a levá-la desde os dois anos e pouco de idade. “Ela

fazia lúdico que eles falavam, né, que era só cantar, rabiscar, então é isso”. Atualmente,

Maria continua indo na catequese por conta própria.

O crochê “[...] foi um desejo dela, né, porque eu faço. Eu faço crochê e ela queria

que eu ensinasse. Falei: ‘Ai, não Maria, não tenho paciência, não sei fazer muito bem’. A

mãe propôs que ela aprendesse com uma mulher que ensina na igreja. “Eu comprei as coisas

e ela foi. E ela vai, ela gosta. [...] Então assim, foi uma coisa dela, de ver eu sempre estar fazendo tapete, crochê e, ela quis também e foi”. O basquete e espanhol foram iniciativas de

116 A mãe explicita o que pensa destas atividades: “Ó, o inglês eu acho assim, que é

uma... um ensino, um estudo pra ela, você entendeu? Pra mais pra frente que ela vai usar muito, então acho que é assim, uma outra escola mesmo. E as outras coisas, eu acho assim, de repente ela pode gostar de alguma aqui do basquete ou da natação e, de repente, sei lá tentar seguir alguma coisa ali, tentar competir, ter um estímulo pra ela assim, entendeu? [...] Só que eu acho assim, ela tem que aprender a nadar bem, você entendeu? Não vai falar pra mim assim: ‘Ai, ano que vem eu não quero’. Não, ela vai continuar, não quero que ela seja uma competidora. Se ela quiser, vai ser por uma... por um desejo dela. Eu não quero que ela vá competir, só se ela criar essa vontade nela, esse desejo nela, de, de passar a competir, você entendeu? Mas não é mesmo. Hoje eu quero que ela aprenda assim, e de repente ela pode até querer vir a desenvolver isso, entendeu?

O pai diz: “Eu acho assim, que é mais dar oportunidade pra ela escolher o que

ela quer, né! E a natação a gente... eu até gosto por causa disso também que vai muito perto, pode ser perigoso. Isso daí seria um básico pra ela viver... que ela, tá vendo agora, né! Eu mesmo não sabia nadar. Eu falo por mim, né. Eu já tive problemas assim. Mas a gente não força nada não, se ela não quisesse fazer, se ela não gostasse de alguma atividade ela não faria. Eu ainda penso em dar essa oportunidade pra ela, assim, conversando, ver se ela quer