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1.3. TIC’ S NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR

1.3.3. Inovação e apropriação das TIC’ s na prática pedagógica do professor

A partir das análises realizadas sobre a necessidade da formação do professor, que abrange a formação inicial, continuada e tecnológica, podemos constatar que não basta o professor realizar essas capacitações se esses novos conhecimentos não refletirem em suas práticas pedagógicas novas concepções de ensino.

Nesse sentido, os professores precisam inovar seu fazer pedagógico, provocando mudanças em sua práxis educativa, visto que a palavra “ inovação vem associada a mudança, reforma, novidade. O “novo” só adquire sentido, a partir do momento em que ele entra em relação com o já existente” conforme alega Veiga (2003, p. 270). E Fino (2007), ratifica essa afirmação quando ressalta que a inovação pedagógica implica mudanças qualitativas nas práticas pedagógicas e essas mudanças envolvem sempre um posicionamento crítico, explícito ou implícito, faces ás práticas pedagógicas tradicionais.

Desse modo, o professor irá se apropriar dessas ferramentas e introduzir nos seus planejamentos de aulas. Cabendo lembrar que o termo apropriação é um conceito aplicável a diferentes escalas ou níveis de análise e que passa de uma precondição a um sinônimo de transformação, podendo ser igual a tornar-se segundo aponta Buzato (2009).

Então, os professores necessitam de capacitações que possibilitem essa inovação e apropriação das TIC’ s, e ao mesmo tempo precisam ser motivados para uma reestruturação de teorias educacionais e uma nova percepção da ação educativa para sim orientar o PPP e o currículo, definindo a relevância a ser dada para as TIC’ s na sala de aula, como alega Kenski (2010, p. 78):

os professores, treinados insuficientemente, reproduzem com os computadores os mesmos procedimentos que estavam acostumados a realizar em sala de aula. As alterações são mínimas e o aproveitamento do novo meio é o menos adequado. Resultado: insatisfação de ambas as partes (professores e alunos) e um sentimento de impossibilidade de uso dessas tecnologias para (essas) atividades de ensino.

Mediante essas capacitações, o professor saberá inserir as TIC’ s no seu plano diário, se apropriando dessas ferramentas a fim de inovar sua prática pedagógica. Devendo estar

atentos, pois as tecnologias se alteram em grande velocidade e devemos saber usar essas inovações sem medo de errar pois aprendemos fazendo.

Nesse aprender fazendo, permite que o professor desenvolva a autonomia da sua prática pedagógica mediadas por esses conhecimentos tecnológicos, podendo ele escolher quais tecnologias utilizar para atingir determinados objetivos que pretendem alcançar com seus alunos. Visto que o professor como alega Moran (2000) possui grande leques de ações metodológicas para organizar a comunicação dos conteúdos nas aulas. E ele precisa encontrar a forma mais adequada e tecnologias também para alcançar os objetivos. Mas, o autor alerta que não existe receita pronta, ao contrário, cada professor deve refletir sobre sua prática pedagógica, tendo consciência que os “alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor” (Moran, 2000, p. 17).

E essa inserção das TIC’s na prática pedagógica do professor, envolverá principalmente, o computador e a internet em sala de aula e no laboratórios de informática, por causa do deslumbramento que os alunos ficam diante das possibilidades que a internet oferece, onde “navegando”, eles podem descobrir, analisar e ficar encantado com tantas imagens e sons, com movimentos e cores que atrai mais sua atenção do que uma aula puramente expositiva do professor oralizando o conteúdo.

Então, o professor utilizando as possibilidades e fontes inesgotáveis que a internet apresenta, ele conseguirá a motivação e desenvolvimento de novas formas de comunicação e até escrita, como é o caso do hipertexto que na opinião de Lévy (2010, p. 33) é “um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos serem hipertextos”. E para Xavier (2010, p. 208), é “uma forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas, adiciona e acondiciona à sua superfície formas outras de textualidade” .

Levando em consideração o explanado acima, há de se considerar que as TIC’s favorecem a expansão de espaços de aprendizagem. No entanto, não basta introduzir, na escola, o computador, a internet, os recursos digitais e aceitá-los como mais um instrumento como descreve Pretto (1996). Mas, o professor deve incorporar essas ferramentas como um elemento carregado de significado, representando assim uma nova forma de aprender.

Do ponto de vista de Kenski (2010, p. 50) o domínio das novas tecnologias educativas pelos professores, podem:

lhes garantir a segurança para, com conhecimento de causa, sobreporem-se às imposições de programas e projetos tecnológicos que não tenham a

necessária qualidade educativa. Criticamente, os professores vão poder aceitá-las ou rejeitá-las em suas práticas docentes, tirando o melhor proveito dessas ferramentas para auxiliar o ensino no momento adequado.

Contudo, é imprescindível que a educação de forma geral, não deixe de visualizar o tripé: professor-aluno-tecnologia, pois só assim, o professor poderá ter condições reais de incorporar as TIC’s na sua prática pedagógica, pois ele terá uma formação consistente sobre as potencialidades desses recursos tecnológicos em relação ao ensino das diferentes disciplinas que lecionam e assim poderá promover a aprendizagem de seus alunos envolvendo as competências, procedimentos e atitudes necessárias para se tornar um cidadão ativo na sociedade.

E terá também condições materiais para colocar em prática o novos conhecimentos trabalhados na formação, contemplando no projeto pedagógico as TIC’ s nas diversas áreas do conhecimentos de forma crítica e reflexiva, ampliando de forma dialógica as habilidades e competências dos alunos que consequentemente refletirá na sua prática pedagógica.