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2. O Sector da Construção Civil

2.1 Caracterização

2.1.3. Inovação e Internacionalização

No que respeita à inovação, o sector da cons- trução civil, sobretudo a nível Europeu, tem vin- do a dar uma crescente importância à susten- tabilidade ambiental e económica, a qual se tem traduzido numa mudança de políticas go- vernamentais e, consequentemente, no surgi- mento de novas oportunidades de negócio que visam actuar especificamente nesta temática, acompanhado de uma assinalável evolução tec- nológica.

De facto, a nível mundial, tem existido uma maior incidência e atenção nas questões da sus- tentabilidade na construção, tendo vindo a ser feito um esforço para analisar o sector de for-

ma integrada procurando trazer, desta forma, todos os intervenientes da cadeia de valor para a promoção e desenvolvimento da construção sustentável.

Tal significa desenvolver estruturas duradouras com o mínimo impacto no ambiente e que con- sumam o mínimo de recursos. Estas preocupa- ções têm por base as grandes mudanças que se têm vindo a assistir, nomeadamente ao nível do clima, da globalização, da demografia e de- clínio dos recursos naturais.

Apesar de existir um grande enfoque nestas questões, a inovação e evolução tecnológica no sector não se cingem a estes aspectos, sendo, aliás, um sector com forte tradição no desen-

E S R

Através da análise efectuada na tabela seguin- te constata-se também que os indicadores a ní- vel regional seguem a mesma lógica dos valo- res a nível nacional, sendo que, o subsector com maior intensidade em mão-de-obra no Ri-

batejo é o “Engenharia civil”, o qual apresenta também um rácio volume de negócios por em- presa bastante elevado e um nível de produti- vidade superior aos outros dois subsectores.

Fonte: INE, Estatísticas Territoriais, 2008 4,2 309.170 19.579 21,8 2.411.512 27.776 3,1 151.278 16.963 4,2 260.023 17.412 11,4 932.579 21.146 3,0 133.262 18.642 Indicador Eng. Civil Promoção Imobiliária Construção de edifícios Actividades especializadas de construção Eng. Civil Promoção Imobiliária Construção de edifícios Actividades especializadas de construção Tabela 15

Comparação dos diferentes subsectores da construção civil, a nível nacional e do Ribatejo, em 2008

Portugal Ribatejo

Nº colaboradores por empresa Volume negócios por empresa (€) VAB por pessoal ao serviço ()

volvimento de novos materiais, novas meto - dologias e técnicas de trabalho ou, simples- mente, no reforço da sua capacidade tecno - lógica.

Em Portugal, e segundo o Inquérito ao Poten- cial Científico e Tecnológico Nacional de 2008, o sector da construção civil investe em activi- dades de I&D mas quando comparado com as

despesas totais, este investimento representa apenas 0,6%, tal como se pode constatar pela Tabela 16.

A nível regional não existem dados fornecidos directamente através deste inquérito. No en- tanto, considera-se relevante proceder a uma estimativa sobre a despesa em I&D para o Ri- batejo, conforme descrito na Tabela 17.

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(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) 1.437 0.1 3.939 0,3 2.392 0,2 7.769 0,6 Indicador Promoção Imobiliária Construção de edifícios Engenharia Civil Actividades especializadas de construção Total Tabela 16

Despesa em I&D a nível nacional, por subsector da construção civil, em 2008

Despesa em I&D no sector empresas (milhares de euros) Peso anível regional (%)

Fonte: GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2008 http://www.gpeari.mctes.pt/?idc=131&idi=50708 50 0,64 54 70 99 1,27 203 2,61 Indicador Promoção Imobiliária Construção de edifícios Engenharia Civil Actividades especializadas de construção Total Tabela 17

Estimativa da despesa em I&D ao nível do Ribatejo, por subsector da construção civil, em 2008

Despesa em I&D no sector empresas (milhares de euros) Peso anível regional (%)

Fonte: GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2008 http://www.gpeari.mctes.pt/?idc=131&idi=50708

Para a realização desta estimativa considerou -se que a razão do total de volume de negócios por subsector entre o Ribatejo e Portugal é igual à razão da despesa em I&D por subsector entre as áreas geográficas consideradas.

Assim, considerando esta estimativa a nível re- gional, o subsector “Actividades especializadas de construção” é aquele que apresenta o maior nível de despesa em I&D, seguindo-se os sub- sectores “Promoção imobiliária e construção de edifícios” e “Engenharia Civil”. No total, as des- pesas em I&D no sector da construção civil no Ribatejo representam cerca de 2,6% das des- pesas neste sector a nível nacional.

E S R 20 0,14 60 0,41 56 0,39 136 0,94 Indicador Promoção Imobiliária Construção de edifícios Engenharia Civil Actividades especializadas de construção Total Tabela 18

Recursos humanos em actividades de I&D a nível nacional, por subsector da construção civil, em 2008

Despesa em I&D no sector empresas (milhares de euros) Peso anível regional (%)

Fonte: GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2008 http://www.gpeari.mctes.pt/?idc=131&idi=50708

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(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) Como se constata, quando comparados com

os cerca de 14 mil ETI4 a nível Nacional para to- dos os sectores, o sector da construção civil não chega a representar 1% dos recursos humanos em actividades de I&D.

Para estimar os recursos humanos alocados a actividades de I&D no sector para o Ribatejo foi utilizada a mesma lógica aplicada à despesa em I&D, isto é, considerou-se que a razão do total de volume de negócios do sector entre o Riba- tejo e Portugal é igual à razão dos recursos hu- manos em actividades de I&D no sector entre as áreas geográficas consideradas. Esta relação permitiu concluir que os recursos humanos alo- cados a actividades de I&D para o Ribatejo são aproxima damente quatro para todos os sub- sectores, o que é, claramente, um valor bas- tante reduzido.

Por outro lado, e como em muitos outros sec- tores, a inovação e o reforço das capacidades de actuação da empresa encontram-se muitas vezes associados ao acesso a incentivos finan- ceiros públicos, que permitam às empresas con-

cretizar as suas estratégias nestas áreas. A ní vel nacional, encontra-se disponível, entre outros, o QREN, que “assume como grande desígnio estratégico a qualificação dos portugueses e das portuguesas, valorizando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação (...)”.

No que diz respeito às empresas do sector da construção civil, a nível nacional, e até Outubro de 2010, houve 137 empresas que recorreram aos incentivos disponíveis no âmbito do QREN, correspondendo a um total de investimento elegível na ordem dos 32 milhões de euros, de acordo com a Tabela 19.

Indicador Número de Empresas investimento Elegível () Incentivo ()

Tabela 19

Financiamento obtido pelas empresas do sector da construção civil a nível nacional através do QREN

SI I&DT 6 2.221.223 1.333.274

SI Inovação 0 0 0

SI Qualificação 131 30.225.597 14.289.344

Total 137 32.446.819 15.622.618

E S R

Como se verifica, as empresas do sector recor- reram principalmente ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME (SI Qualificação), o qual pretende apoiar “projectos de investimento promovidos por empresas, a tí- tulo individual ou em cooperação, bem como por entidades públicas, associações empresa - riais ou entidades do Sistema Cientifico e Tec- nológico (SCT) direccionados para a interven- ção nas PME, tendo em vista a inovação, mo- dernização e internacionalização, através da utilização de factores dinâmicos da competiti- vida-de”.

Já no que diz respeito ao Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico

nas Empresas (SI I&DT), apenas 6 empresas do sector recorreram a este incentivo, o qual pre- tende apoiar “projectos de investigação e de- senvolvimento tecnológico (I&DT) e de demons - tração tecnológica, individuais ou em co-pro- moção, liderados por empresas ou, no caso de projectos de I&DT Colectiva, promovidos por associações empresariais, representando os in- teresses e necessidades de um conjunto signifi- cativo de empresas”. Não existem projectos aprovados no âmbito do SI Inovação.

No que diz respeito aos incentivos obtidos pe- las empresas do sector da construção civil no âmbito do QREN, a nível regional e até Outubro de 2010, seis empresas do sector viram apro-

va das candidaturas aos sistemas de incentivos disponíveis, totalizando um investimento elegí - vel que ronda os 525.331 €, segundo os dados apresentados na Tabela 20.

Como se verifica, os projectos aprovados no âmbito do QREN referem-se apenas ao Sistema de Incentivos SI Qualificação.

É importante realçar que muitas empresas não se encontram informadas sobre os sistemas de incentivos disponíveis e, consequentemente, sobre os benefícios que um projecto co-finan-

ciado pelo QREN lhes pode trazer.

No que diz respeito às exportações do sector, não se encontram disponíveis dados, a nível na- cional e regional, devido à dificuldade em quan- tificar a exportação de serviços. Encontram-se apenas disponíveis informações relativas às ven- das de produtos necessários ao sector, como materiais de construção, os quais já se encon- tram fora do âmbito da análise do presente sec- tor, uma vez que pertencem a outro sector, co- mo é o caso dos Minerais Não Metálicos. Indicador Número de Empresas investimento Elegível () Incentivo ()

Tabela 20

Financiamento obtido pelas empresas do sector da construção civil do Ribatejo através do QRENN

SI I&DT 0 0 0

SI Inovação 0 0 0

SI Qualificação 6 525.331 228.006

Total 6 525.331 228.006

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