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Estudos Sectoriais para o Ribatejo (Sector da construção civil)

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Academic year: 2021

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Estudos Sectoriais para o Ribatejo

( S e c t o r d a c o n s t r u ç ã o c i v i l )

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ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) | I

S u m á r i o E x e c u t i v o

N

a actual conjuntura económica, financeira, política e social nacional discute-se fre-quentemente sobre quais serão as melhores so-luções e quais as medidas e acções mais ade-quadas a adoptar por forma a assegurar um fu-turo de crescimento e prosperidade económica e social.

Neste contexto, acções que envolvam inovação, internacionalização, exportação, diferenciação no produto e serviço, valor acrescentado, coo-peração, imagem e qualificação de recursos hu-manos são apontadas como as melhores solu-ções para o crescimento.

Tem-se verificado a nível nacional e regional um esforço neste sentido, através da identificação e implementação de medidas de curto, médio e longo prazo a que o Ribatejo não é alheio. Durante muitos anos, o Ribatejo conseguiu as-sumir a nível nacional um papel bastante rele-vante em diversos sectores onde, entre outros, se destacam o agro-alimentar, a construção ci-vil, a madeira e mobiliário, a me-talomecânica e os minerais não metálicos.

A NERSANT, consciente das realidades ligadas à inovação e à competitividade e reconhecendo a necessidade de definir uma estratégia susten-tada para que o Ribatejo esteja em condições de desenvolver práticas inovadoras, decidiu ela-borar 5 estudos sectoriais de carácter prospec-tivo, os quais foram financiados pelo FEDER, no âmbito do Sistema de Apoio a Acções Colecti-vas do Programa COMPETE.

Assumindo que o reforço das actividades de inovação e de internacionalização é condição sine qua non para o aumento da

competitivi-dade das empresas da região, a NERSANT pre-tende, assim, aprofundar uma estratégia orien-tada para cinco sectores chave, nomeadamen-te: agro-alimentar, construção civil, madeira e mobiliário, metalomecânica e minerais não me-tálicos, procurando dar resposta à necessidade de criação de condições de médio e longo pra-zo que permitissem fomentar a inovação e a competitividade nas empresas e outras organi-zações da região.

O presente documento sistematiza os resulta-dos relativamente ao sector da construção civil. O objectivo geral deste documento consiste na realização de um diagnóstico para o sector agro-alimentar ao nível do Ribatejo e na apre-sentação de propostas de acção a serem im-plementadas com o objectivo prioritário de au-mentar as actividades de inovação e de inter-nacionalização.

Tendo em linha de conta o objectivo definido, a preparação do relatório decorreu em duas fa-ses distintas, realizadas entre Agosto e Dezem-bro de 2010, nomeadamente:

• Fase 1 - Diagnóstico;

• Fase 2 - Definição da estratégia e das pro-postas de acção.

A preparação do presente documento envol-veu um trabalho alargado de recolha de infor-mação a vários níveis. Num primeiro momento foi feita a identificação de agentes locais co-nhecedores da realidade empresarial do sector. As entrevistas realizadas a estes actores tiveram uma elevada importância, enquanto instru-mento privilegiado de obtenção de informação de natureza qualitativa e como forma de

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en-ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) | III volver e sensibilizar estes mesmos agentes

pa-ra possíveis soluções papa-ra as dificuldades que atravessam. Estas entrevistas foram desenvolvi-das em moldes semi-directivos, com o apoio de um extenso guião desenvolvido para o efeito. A identificação de estudos de caso ligados à inovação e internacionalização resultou de ca-sos de sucesso de empresas nacionais com as quais as empresas do Ribatejo se podem iden-tificar e inspirar a vários níveis.

Paralelamente foi realizado um levantamento de documentação e informação complementar em diversas fontes bibliográficas identificadas como sendo fontes de informação de referência. Tendo em conta o diagnóstico desenvolvido pa-ra o sector agro-alimentar, que envolveu a res-pectiva Caracterização, Análise SWOT e Casos de Estudo, foi delineado um Cenário de Evolu-ção sobre o qual assenta uma Visão e uma Mis-são bem como Princípios Orientadores e res-pectivas Acções Prioritárias.

Assim, para o sector da construção civil do Ri-batejo, propõe-se como cenário de evolução a “Aposta na sustentabilidade com futuro”, que tem como principal objectivo a adop ção pelas empresas das melhores práticas em termos de sustentabilidade e a aposta em servi ços de ele-vada qualidade, assentes em recursos humanos altamente qualificados, na tecnologia, na ino-vação e nas parcerias com escolas, associações, entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) e entidades públicas.

De modo a alcançar o cenário de evolução “Aposta na sustentabilidade com futuro”, su-gere-se que o sector da construção civil do

Ri-batejo possa seguir uma estratégia organizada em torno de quatro princípios orientadores, for-temente interligados e fulcrais para a competi-tividade e sustentabilidade das empresas, no-meadamente: Promoção dos prin cípios da construção sustentável, para que as empresas possam endogeneizar os princípios da susten-tabilidade; Promoção do investimento em acti-vidades de IDI, que permitam às empresas de-senvolver as necessárias actividades de IDI na área da construção sustentável; Fomento da in-ternacionalização das empresas, como forma de alargar e diversificar o seu mercado de clien-tes e diminuir a dependência do sector das obras públicas; e Qualificação dos recursos hu-manos, uma vez que estes são o principal acti-vo das empresas e, como tal, deverão estar ap-tos para os novos desafios do mercado e as no-vas áreas de actuação das empresas.

Tendo como objectivo principal alavancar a im-plementação da estratégia para o sector da construção civil do Ribatejo, foi definido um conjunto de acções prioritárias que visam ope-racionalizar os princípios orientadores definidos, nomeadamente.

Através da integração do cenários definido e da implementação das acções consideradas como prioritárias, pretende-se melhorar a performan-ce actual das empresas e impulsionar as mes-mas para um patamar de competitividade su-perior, por forma a que possam vir a tornar-se players de relevo a nível nacional e sobretudo a nível internacional, onde se encontra o futuro para muitas das empresas portuguesas.

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ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) | 7

Sumário Executivo . . . . i 1. Introdução . . . 11 1.1 Âmbito do Estudo . . . 11 1.2 Ribatejo . . . . 13 1.3 População . . . 14 1.4 Infra-estruturas . . . 17

1.4.1. Infra-estruturas de Apoio à Envolvente Empresarial . . . 17

1.4.2. Infra-estruturas de Ensino e Formação . . . 21

1.5 Sectores de Actividade . . . 22

1.6 Dinâmica Empresarial . . . 26

2. O Sector da Construção Civil . . . 29

2.1 Caracterização . . . 29

2.1.1. Enquadramento . . . 29

2.1.2. Dinâmica Empresarial . . . 29

2.1.3. Inovação e Internacionalização . . . 34

2.2 Análise SWOT do Sector . . . 39

2.3 Estudos de Caso . . . 40

2.3.1. Ecochoice, S.A. . . . 40

2.3.1. FIB Construção, S.A. . . . 42

2.4 Estratégia para o sector da Construção Civil do Ribatejo . . . 44

2.4.1. Cenário de Evolução . . . 44

2.4.2. Visão . . . 44

2.4.3. Missão . . . 45

2.4.4. Princípios Orientadores . . . 45

2.5 Proposta de acções prioritárias para o sector da construção civil do Ribatejo . . . 46

3. Referências Bibliográficas . . . 52

4. Anexo . . . 53

Questionário das entrevistas . . . 53

Í n d i c e

Projecto co-financiado por: Estudo elaborado por:

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Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas e entidades que generosamente se disponibilizaram para a discussão de temas relevantes para a elaboração dos “Estudos Sectoriais para o Ribatejo”, contribuindo com a sua visão para uma análise multifacetada da realidade e facilitando significati-vamente a reflexão apresentada no presente documento.

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1. Introdução

O desenvolvimento empresarial para novos pa-tamares que permitam às empresas competir no palco global tem visto a sua importância a crescer a cada dia que passa. A concorrência de países emergentes, com uma elevada mão-de--obra disponível e disposta a trabalhar em con-dições e preços muito diferentes daqueles a que os países mais industrializados estão habitua-dos, despertou nas empresas a necessidade de evoluir para um nível de desenvolvimento acima do da concorrência. Perante a nova realidade, a evolução que é premente ser realizada envolve essencialmente mais Investigação, Desenvolvi-mento e Inovação (IDI) e mais valor acrescenta-do para os clientes particulares e empresariais, realidade a que as empresas portuguesas não são alheias.

Neste sentido, e para o sector agro-alimentar do presente estudo, foi desenvolvido um

diag-nóstico sobre o panorama nacional em geral e de Santarém em particular, com o objectivo de identificar as oportunidades de melhoria e con-sequentemente delinear uma estratégia e res-pectivo plano de acções. Importa, portanto, de-finir primeiro para onde as empresas devem ir e só depois determinar os vários passos para atin-gir os objectivos e estratégia proposta.

1.1. Âmbito do Estudo

Para efeitos do presente Estudo definem-se em seguida os âmbitos territoriais e sectoriais, no-meadamente:

• Âmbito Territorial: O Ribatejo é composto pela NUTS III Médio Tejo (NUTS II Centro) e Lezíria do Tejo (NUTS II Alentejo) e pelo Con-celho de Mação;

• Âmbito Sectorial: Para efeitos do presente Estudo são consideradas as actividades a pre-sentadas na Tabela seguinte.

| 11 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) Tabela 1

Subsectores de actividade considerados para o presente Estudo

10110, 10120, 10130, 10201, 10202, 10203, 10204, 10310, 10320, 10391, 10392, 10393, 10411, 10412, 10413, 10414, 10420, 10510, 10520, 10611, 10612, 10612, 10613, 10620, 10711, 10712, 10720, 10730, 10810, 10821, 10822, 10840, 10850, 10860, 10891, 10892, 10893, 10911, 10912, 10913

Sector Subsector CAE (Rev.3)

Agro-Alimentar Alimentar

Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento, CAE, Rev 3

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E S R 11011, 11012, 11013, 11021, 11021, 11030, 11040, 11050, 11060, 11071, 11072 12000 41100, 41200 42110, 42120, 42130, 42210, 42220, 42910, 42990 43110, 43120, 43210, 43221, 43222, 43290, 43310, 43320, 43330, 43340, 43390, 43910, 43991, 43992 16101, 16102, 16211, 16212, 16213, 16220, 16240, 16291 31010, 31020, 31091 25110, 25120, 25210, 25290, 25300, 25401, 25402, 25501, 25502, 25610, 25620, 25710, 25720, 25731, 25732, 25733, 25734, 25910, 25920, 25931, 25932, 25933, 25940, 25991, 25992 28110, 28120, 28130, 28140, 28150, 28210, 28221, 28222, 28230, 28240, 28250, 28291, 28292, 28293, 28300, 28410, 28490, 28910, 28410, 28490, 28910, 28920, 28930, 28940, 28950, 28960, 28991, 28992 23120, 23131, 23132, 23140, 23190 23200, 23311, 23312, 23321, 23322, 23323,23324, 23411, 23412, 23413,23414, 23420, 23430, 23440, 23490 23510, 23521, 23522, 23610, 23620, 23630, 23640, 23650, 23690

Sector Subsector CAE (Rev.3)

Construção Civil Madeira e Mobiliário Metalo-mecânica Minerais Não Metálicos Bebidas Tabaco

Promoção Imobiliária (de-senv. de projectos edifí-cios); Const. de Edifícios

Engenharia Civil Actividades Especializadas de Construção Madeira Mobiliário

Produtos Não Metálicos

Máquinas e Equipamento

Vidro e Artigos de Vidro

Produtos Cerâmicos

Cimento, Gesso, Cal e Derivados

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1.2. Ribatejo

Entendeu-se, para efeitos do presente Estudo, que o Ribatejo (6.981 Km2) inclui uma parte do seu território na NUTS II Centro (NUTS III Médio Tejo com 10 municípios - 2.306 Km2, acrescida do concelho de Mação com 400 Km2) e outra parte na NUTS II Alentejo (NUTS III Lezíria do Te-jo com 11 municípios correspondentes a 4.275 Km2) (Figura 1). Em termos administrativos, o Ribatejo é constituído por 22 concelhos (Tabe-la 2) e 201 freguesias.

Figura 1 Mapa do Ribatejo

| 13 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) Tabela 2 Concelhos do Ribatejo Abrantes Alcanena Almeirim Alpiarça Azambuja Benavente Cartaxo Chamusca Constância Coruche Entroncamento Ferreira do Zêzere Golegã Mação Ourém Rio Maior Torres Novas Santarém Sardoal Tomar Salvaterra de Magos Vila Nova da Barquinha 23701, 23702, 23703

23910, 23991, 23992

Sector Subsector CAE (Rev.3)

Minerais Não Metálicos Rochas Ornamentais e de Outras Pedras de Construção Prod. Abrasivos e de Outros Prod. Minerais

Não Metálicos

Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento, CAE, Rev 3

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E S R

Até 2003, ambas as NUTS III Médio Tejo e Lezí-ria do Tejo pertenciam à NUTS II do Vale do Te-jo, enquanto o concelho de Mação já pertencia à NUTS II Centro, NUTS III Pinhal Interior Sul. Na sub-região da Lezíria do Tejo, onde se loca-liza Santarém, o rio Tejo é o principal elemento caracterizador. As suas margens são constituí-das por solos muito férteis, onde se encontram importantes culturas hortícolas e frutícolas, bem como unidades de criação de gado tauri-no e cavalar.

A sub-região do Médio Tejo é caracterizada pe-la diversidade dos seus solos, possuindo igual-mente bons recursos hídricos. No Médio Tejo destaca-se uma importante actividade turística, potenciada tanto pelas características naturais e paisagísticas como pela presença do Santuário de Fátima.

Em termos de localização, o centro geográfico do Ribatejo situa-se a 1 hora de distância da principal cidade do País (Lisboa) e a 2 horas da

segunda maior cidade (Porto). Há também a destacar a sua localização entre a Área Metro-politana de Lisboa (AML) e a fronteira espa-nhola (a cerca de 1 hora de distância). A região constitui assim, a nível logístico, um elemento fundamental na articulação entre o Norte e o Sul e o Litoral e o Interior.

1.3. População

A estimativa efectuada em 2008 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta para uma população residente de 487.708 habitantes no Ribatejo, representando cerca de 4,6% da po-pulação residente em Portugal e uma densida-de populacional densida-de cerca densida-de 69,9 hab/Km2, bastante inferior à média nacional (115,4 hab/Km2).

No que diz respeito ao crescimento populacio-nal, nos últimos 7 anos o Ribatejo viu crescer a sua população residente em 12.344 pessoas, ou seja, mais 2,6% (Tabela 3).

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| 15 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) Tabela 3

População residente no Ribatejo entre 2001 e 2008 e respectiva variação

Mação 8.442 7.061 -1.381 Médio Tejo 226.090 231.059 +4.969 Abrantes 42.235 39.987 -2.248 Alcanena 14.600 14.657 +57 Constância 3.815 3.751 -64 Entroncamento 18.174 21.751 +3.577 Ferreira do Zêzere 9.422 9.126 -296 Ourém 46.216 50.890 +4.674 Sardoal 4.104 3.808 -296 Tomar 43.006 41.951 -1.055 Torres Novas 36.908 36.968 +60 Vila N. da Barquinha 7.610 8.170 +560 Lezíria do Tejo 240.832 249.588 +8.756 Almeirim 21.957 22.937 +980 Alpiarça 8.024 8.266 +242 Azambuja 20.837 21.841 +1.004 Benavente 23.257 28.312 +5.055 Cartaxo 23.389 25.156 +1.767 Chamusca 11.492 10.976 -516 Coruche 21.332 19.624 -1.708 Golegã 5.710 5.533 -177 Rio Maior 21.110 21.822 +712 Salvaterra de Magos 20.161 21.491 +1.330 Santarém 63.563 63.630 +67 Ribatejo 475.364 487.708 +12.344

Concelhos População Residente em 2001

População Residente em 2008

Variação

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Fonte: : INE, Censos 2001, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008, Anuário Estatístico da Região Centro 2008

E S R

Ao desagregar os dados por sub-regiões e con-celhos é visível a heterogeneidade da população residente e a sua variação. Em termos sub-re-gionais, a Lezíria do Tejo, apesar de integrar nos um concelho, teve um crescimento demo -gráfico mais acentuado (mais 3,64% ou 8.756 novos habitantes), enquanto na parte setentrio-nal da região, os 10 concelhos que integram o Médio Tejo experimentaram uma evolução pulacional menos significativa (4.969 habitan-tes, no universo territorial da sub-região). Em 13 concelhos (sendo 8 na Lezíria Tejo) ocor-reram variações positivas da população, en-quanto 9 municípios, com especial destaque para Abrantes, Coruche e Tomar, sofreram um decréscimo demográfico. No enquadramento inregional, comparando o Ribatejo, em ter-mos de crescimento demográfico, com a varia-ção populacional das principais sub-regiões que o delimitam (Tabela 4), verifica-se que o nível de crescimento demográfico da região ficou aquém das principais sub-regiões vizinhas, no-meadamente, a Grande Lisboa, o Pinhal Litoral e o Oeste, e além do indicador médio do con-tinente.

Tabela 4

Análise comparativa do crescimento demográfico entre 2001 e 2008

Sub - Região Taxa de Crescimento

Médio Tejo +2,2% Lezíria do Tejo +3,6% Grande Lisboa +3,7% Oeste +7,5% Península de Setúbal +10,6% Ribatejo +2,6% Continente -2,7%

Para além do crescimento populacional pouco significativo, o Ribatejo é também caracteriza-da por um relativo envelhecimento caracteriza-da sua po-pulação (Figura 2). A classe etária compreendi-da entre os 15 e os 25 anos sofreu um decrés-cimo nos últimos 7 anos, ao passo que o nú-mero de idosos cresceu significativamente (Fi-gura 3).

Figura 2

Estrutura etária do Ribatejo em 2008

Figura 3

Comparação entre a estrutura etária do Ribatejo em 2001 e 2008

Fonte: : INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008, Anuário Estatístico da Região Centro 2008

Fonte: : INE, Censos 2001, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008, Anuário Estatístico da Região Centro 2008

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ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) | 17 1.4. Infra-estruturas

1.4.1 Infra-estruturas de Apoio à Envolvente Empresarial

O Ribatejo conta com um conjunto de impor-tantes infra-estruturas, a nível de apoio à en-volvente empresarial, as quais podem desem-penhar um papel relevante nos sectores em es-tudo.

Parques de Negócios do Vale do Tejo

Os Parques de Negócios são espaços para instalação de empresas que oferecem condições qualificadas e de exigente qualidade no desenvolvimento de actividades empresariais de natureza industrial, logística, comercial e de serviços. Foram já constituídas empresas que são responsáveis pela gestão dos Parques de Negócios da Região (distribuídos pelos Concelhos de Rio Maior, Torres Novas, Santarém, Fátima/Ourém e Cartaxo).

Nestes espaços localizar-se-ão: empresas; centro de incubação de empresas; escolas profis-sionais e/ou tecnológicas; serviços às empresas; escritórios; centro empresarial: salas de for-mação, salas de reuniões, auditório; área residencial e comercial; estruturas complementares de acolhimento dotadas de: posto de abastecimento; restauração; agências bancárias; cre -ches; e hotel/residencial.

NERSANT – Associação Empresarial do Ribatejo

A NERSANT – Associação Empresarial do Ribatejo possui uma forte capacidade em-preendedora através dos seus corpos sociais e colaboradores, o que tem permitido a di-namização da Associação e a realização de iniciativas concretas no sentido de promover a capacidade empresarial do Distrito e de se afirmar como a principal associação empresarial do Distrito. A NERSANT possui ainda núcleos locais, fruto da sua política de descentra -lização, possuindo infra-estruturas próprias (como auditórios, salas de formação, etc.), nos quais realiza diversas actividades com vista à promoção do desenvolvimento do tecido em-presarial e, por conseguinte, ao crescimento sustentado da própria Região.

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E S R

OTIC.IPT

A Oficina de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento do Instituto Politécnico de To-mar assume-se como entidade mediadora nas relações entre o meio académico, institui-ções parceiras, o mundo empresarial e a sociedade em geral, com a finalidade de identifi-car e promover a transferência e desenvolvimento de ideias e conceitos novos e inovadores (produtos, processos, etc.), contribuindo para um crescente desenvolvimento económico, so-cial e empresarial da Região e do País e promovendo a cultura da Inovação Tecnológica e da Sociedade de Informação e Conhecimento. A oferta tecnológica da Oficina inclui, entre outras temáticas, a computação, a engenharia mecânica, o design de produtos, o mobiliá-rio urbano, a ergonomia e a tecnologia e ciência de materiais.

Instituto Nacional de Recursos Biológicos

Centro de Actividades Pólo de Investigação da Quinta da Fonte Boa

O Centro de Actividades Pólo de Investigação da Quinta da Fonte Boa, antiga Estação Zootécnica Nacional, tem como missão prestar apoio especializado à investigação, experi-mentação e desenvolvimento nas áreas da produção, reprodução e melhoramento animais, nomeadamente no que concerne à gestão de infra-estruturas e meios de uso comum nes-tas áreas.

É neste centro que se encontra o recentemente inaugurado Banco Português de Germo-plasma Animal (BPGA), no qual se pretende preservar o património genético animal por-tuguês de 46 raças autóctones nacionais, nomeadamente de bovinos, caprinos, ovinos, equídeos, suínos e aves, com o objectivo de se promover investigação na área da genética animal e estudos de aspectos relacionados com a reprodução.

LINE.PT

Laboratório de Inovação Industrial e Empresarial do Instituto Politécnico de Tomar O LINE.IPT surge para responder às necessidades das empresas relativamente ao desen-volvimento de novos produtos, equipamentos, tecnologias e processos, detendo um forte conhecimento do tecido empresarial da região onde se encontra e contribuindo assim para a competitividade das empresas.

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| 19 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL)

Inov.Linea – Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar

Criado em 2008, o Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar (Inov.Linea), localiza-do em Abrantes, surge da iniciativa conjunta localiza-do Município de Abrantes, da NERSANT, da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, da A. Logos - Associação para o Desenvolvi-mento de Assessoria e Ensaios Técnicos, da empresa Sistemas e Técnicas Empresariais (STI) e de outras empresas do sector.

Assumindo-se como uma oficina tecnológica, tem por objectivo tornar-se o principal pólo de suporte de desenvolvimento na indústria Agro-Alimentar de Portugal, focalizando as in-dústrias que utilizem métodos produtivos e matérias-primas específicas portuguesas. Neste sentido, pretende responder às necessidades tecnológicas do País e da Região.

No que respeita às actividades desenvolvidas pelo Inov.Linea, o Centro divide-se em três grandes áreas de actuação: nos processos industriais correntes e na inovação do produto e processo. Ao nível da intervenção nos processos industriais correntes, o centro pretende reunir um conhecimento profundo dos processos de produção adoptados pela indústria, dando particular atenção aos produtos específicos do mercado e tradição nacionais e re-gionais e contribuindo para a formação dos quadros e operadores. Relativamente às activi-dades no domínio da inovação do produto, o centro pretende acompanhar as tendências de mercado e apoiar a criação de produtos totalmente inovadores e o desenvolvimento de novas embalagens, facilitando a adequação dos produtos às exigências do mercado de ex-portação. Por fim, ao nível da inovação de processo, a sua intervenção poderá incidir na al-teração, melhoramento ou mesmo modificação de processos de produção para uma maior qualidade ou redução de custos de transformação, na divulgação, junto das empresas, das novas tecnologias de produção e processo e no apoio à implementação de sistemas como o Good Manufacturing Practice (GMP) e o Hazard Analysis and Critical Control Point (HAC-CP).

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E S R

Tagusvalley

Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Tecnopolo do Vale do Tejo A Tagusvalley é uma Associação que, entre outros objectivos, visa prestar serviços de ino-vação e desenvolvimento tecnológico, dinamizar as relações entre entidades e empresas na área do conhecimento e promover actividades de investigação e formação com interesse em-presarial. A Tagusvalley inclui um Parque Tecnológico que oferece às empresas e aos inter-venientes económicos e sociais da região, um conjunto de infra-estruturas de acolhimento e serviços de alta qualidade e inovação e promove a inovação, a investigação e o desen-volvimento tecnológico orientado para as actividades económicas regionais em cooperação e estreita ligação com instituições académicas e científicas locais, nacionais e internacionais. Esta infra-estrutura, localizada em Abrantes, apresenta-se como um instrumento privilegia-do para promover a inovação e internacionalização das PME da Região e reforçar a atrac-tividade do território para novas empresas.

DET – Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico, S.A.

A DET – Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico, S.A. é uma incubadora de empresas, cujas actividades incluem a prestação de serviços às empresas e o apoio à criação, expan-são, modernização e desenvolvimento de pequenas e médias empresas, visando a promoção do desenvolvimento económico dos Distritos de Santarém e Leiria e do concelho de Azam-buja, através da criação de novos postos de trabalho. Os serviços prestados por esta enti-dade incluem: Tutoria e Acompanhamento; Consultoria; Formação e Apoio às empresas em criação na obtenção de financiamentos externos.

CIN.IPT

O Centro de Incubação de Ideias e Negócios do Instituto Politécnico de Tomar (CIN.IPT) é uma estrutura informal integrada no IPT que visa contribuir para o fomento de iniciativas empresariais inovadoras e para o desenvolvimento de produtos inovadores, de interesse quer para o IPT quer para a região em que se encontra inserido. O CIN.IPT tem por missão contribuir para transformar o tecido empresarial e as organizações em geral, da região em que o IPT se insere, promovendo uma cultura de inovação, qualidade, rigor e empreende-dorismo, assente num sólido relacionamento ensino superior/empresa e actuando em três frentes que se reforçam e complementam: 1) investigação, desenvolvimento tecnológico, consultoria e serviços especializados, 2) incubação de ideias e empresas e 3) formação es-pecializada e divulgação de ciência e tecnologia.

(21)

ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) | 21 1.4.2 Infra-estruturas de Ensino e Formação

O Ribatejo possui 381 escolas pré-escolares, 511 escolas de Ensino Básico, 45 de Ensino Se-cundário e 10 de Ensino Superior (Figura 4). No que respeita ao Ensino Básico, existe pelo menos uma escola deste nível em cada fregue-sia, sendo que, para o Ensino Secundário, exis-te pelo menos uma escola em cada um dos 22 concelhos da região.

Figura 4

Estabelecimentos de ensino no Ribatejo em 2008

A nível de Ensino Superior, a região possui qua-tro institutos que integram várias escolas supe-riores, distribuídas pelas cidades de Santarém, Rio Maior, Abrantes e Tomar (Tabela 5).

Tabela 5

Estabelecimentos de ensino superior no Ribatejo

ENSINO SUPERIOR PÚBLICO POLITÉCNICO Instituto Politécnico de Santarém:

• Escola Superior Agrária de Santarém; • Escola Superior de Desporto de Rio Maior; • Escola Superior de Educação de Santarém; • Escola Superior de Gestão de Santarém.

INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR: * Escola Superior de Gestão de Tomar; * Escola Superior de Tecnologia de Abrantes; * Escola Superior de Tecnologia de Tomar.

ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO UNIVERSITÁRIO

Instituto Superior de Línguas e Administração de Santarém

ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO POLITÉCNICO

Instituto Superior de Educação de Torres Novas Fonte: : INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008,

Anuário Estatístico da Região Centro 2008

Centro de Empresas de Constância

No âmbito das suas actividades, a NERSANT criou, em 2003, o Centro de Empresas de Cons-tância, em parceria com o Município de ConsCons-tância, que tem como objectivo incrementar e facilitar a instalação de empresas na Região.

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E S R

No que respeita a instituições de formação, existem actualmente 12 Escolas Profissionais, distribuídas por diversos concelhos da região (Tabela 6).

Tabela 6

Escolas Profissionais no Ribatejo Escola Profissional de Coruche

Escola Profissional de Ourém Escola Profissional de Rio Maior Escola Profissional de Salvaterra de Magos

Escola Profissional de Tomar Escola Profissional de Torres Novas

Escola Profissional de Tremês Escola Profissional do Vale do Tejo

Escola Profissional de Tomar

Escola Profissional de Fátima Escola Profissional do Entroncamento

Escola Profissional de Abrantes

O Ribatejo conta ainda com importantes -estruturas de apoio tanto ao nível da envol-vente empresarial como ao nível do turismo e lazer, entre outras, que contribuem para refor-çar o seu potencial em termos de competitivi-dade no mercado nacional e/ou global.

1.5. Sectores de Actividade

O Ribatejo caracteriza-se pela forte dinâmica de alguns sectores de actividade, entre os quais se destacam os seguintes:

Agricultura

A Lezíria do Tejo detém a nível nacional os melhores solos para a prática agrícola. Nesta sub-região é principalmente explorado o potencial da policultura de regadio (culturas ar-venses e horto-industriais), da vinha, da pecuária semi-intensiva, da silvo-pastorícia, da fru-ticultura e da horfru-ticultura. É também de destacar a longa tradição vinícola da região e a sua apetência para produzir vinhos de qualidade, sendo que os vinhos Ribatejanos assumem uma parcela cada vez mais significativa na produção vinícola nacional.

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| 23 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) Agro-indústria

Em virtude das excelentes condições existentes na região para a prática agrícola, nomeada-mente a existência de extensões de terrenos de grande fertilidade, bem como dos bons re-cursos hídricos (percorrida pelos rios Tejo, Nabão, Almonda e Zêzere) verifica-se uma forte implementação das agro-indústrias. Este é um dos principais sectores exportadores da região.

Maior concentração: Almeirim – Cartaxo – Coruche – Rio Maior

Curtumes e Têxteis

A indústria dos curtumes tem especial tradição no Ribatejo, sendo que 80% das empresas de curtumes nacionais se situam em Alcanena. Embora tradicionalmente este sector esteja muito ligado à indústria do calçado, tem sido feito um esforço positivo de diversificação para outros sectores de actividade, nomeadamente para o automóvel, mobiliário e moda. Outras aplicações importantes residem na produção de biodiesel a partir dos resíduos sóli-dos da indústria sóli-dos curtumes e o desenvolvimento e produção de nanorevestimentos (ar-tigos em pele com programas funcionais estão a ser desenvolvidas em coope-ração com o CTIC).

Maior concentração: Alcanena

Automóvel

A indústria automóvel encontra suporte na tradição do Ribatejo em actividades de fundição e de travamento de metais.

A indústria automóvel é o principal sector de exportação da região.

Maior concentração: Abrantes – Azambuja – Benavente

Exploração Florestal

Ao nível da floresta verifica-se que 10% da floresta nacional se localiza no Ribatejo, asse-gurando 27% da produção de cortiça e 10% da produção de madeiras e resinas.

Maior concentração:

(24)

E S R

Madeira, Mobiliário e Papel

Em especial no Médio Tejo, o coberto florestal suporta actividades de serração e carpintaria e fabrico de aglomerados de madeira, de mobiliário e de pasta de papel.

A madeira, mobiliário e papel têm um peso bastante significativo nas exportações da região.

Maior concentração:

Chamusca – Constância – Tomar – Torres Novas

Almeirim – Alpiarça – Coruche – Ferreira do Zêzere – Mação – Ourém Salvaterra de Magos – Sardoal

Metalomecânica

O sector da metalomecânica tem um peso considerável na indústria do Ribatejo. Este sec-tor compreende um vasto conjunto de segmentos que fornecem o secsec-tor industrial, quer o extractivo, quer o transformador e também outros importantes sectores como o agrícola, a construção civil e o comércio.

Maior concentração:

Abrantes – Benavente – Cartaxo – Ourém – Santarém – Tomar – Torres Novas

Construção Civil

O Ribatejo possui um número considerável de empresas relacionadas com a construção ci-vil, que se subdividem em três áreas: “promoção imobiliária”, “actividades especializadas de construção” e “engenharia civil”. Esta última área tem particular expressão no que res-peita à intensidade de mão-de-obra.

Maior concentração: Santarém – Ourém – Almeirim - Benavente

Minerais Não Metálicos

Os elementos decorativos em pedra, revestimentos, lareiras, telhas etc., estão a alimentar uma indústria em crescimento e que, juntamente com o fornecimento de pedra de calça-da, tem um potencial significativo, apesar do baixo valor acrescentado que representa.

(25)

| 25 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) Desporto

O concelho de Rio Maior alberga o Centro de Estágios de Formação Desportiva de Rio Maior e a Escola Superior de Desporto do Instituto Politécnico de Santarém, que lecciona cinco li-cenciaturas na área do desporto.

A existência de parques ambientais, como por exemplo o Parque Almourol em Vila Nova de Barquinha, tem promovido actividades desportivas na região como o tiro com arco, slide, rappel, trilhos e paredes de escalada, paintball e BTT, bem como diversas modalidades náu-ticas. O desporto afigura-se assim como um novo factor de dinamização económica, com um enorme potencial para o desenvolvimento de actividades complementares como o tu-rismo.

Maior concentração: Rio Maior – Vila Nova da Barquinha

Serviços

No sector dos serviços, o comércio e as actividades ligadas ao turismo, como a hotelaria, são as principais actividades geradoras de emprego, sendo de evidenciar a atracção do San-tuário de Fátima e o potencial do Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros. Nos transportes e distribuição existem na região áreas que polarizam estas actividades, aprovei-tando as condições especiais existentes.

Maior concentração: Ourém - Azambuja – Benavente – Entroncamento – Torres Novas

Ambiente/ Tratamento de Resíduos

O Ribatejo tem um importante conjunto de infra-estruturas ambientais, em particular no concelho de Chamusca, o que tem vindo a fomentar o aparecimento de empresas ligadas a este sector.

(26)

E S R

1.6. Dinâmica Empresarial

De acordo com as estatísticas dos Quadros de Pessoal do Ministério do Trabalho e da Soli-dariedade Social (MTSS), o número de empre-sas sob a forma societária com sede no Ribate-jo passou de 13.814 unidades, em 2002, para 18.360, em 2007, representando um acrésci-mo de 32,9% de novas unidades empresariais (Tabela 7).

Lisboa 68.128 93.299 +36,9%

Leiria 17.512 23.078 +31,8%

Santarém 13.814 18.360 +32,9%

Continente 28.8678 400.210 +38,6%

Fonte: MTSS, Quadros de Pessoal, 2002 e 2008

Tabela 7

Número de empresas no contexto distrital em 2002 e 2008

Distrito Nº Empresas 2002 Nº Empresas 2008 Variação

Nos últimos anos, o crescimento percentual do número de empresas no Ribatejo foi ligeira-mente superior ao observado no distrito de Lei-ria e inferior ao verificado no distrito de Lisboa, reforçando o peso empresarial que o distrito vem adquirindo no contexto inter-regional. No entanto, se por um lado o crescimento do número de unidades económicas sob a forma societária foi um facto relevante nos últimos anos, por outro a redução da dimensão média das empresas constituiu também um fenóme-no que marcou o Ribatejo. Em 2008, 95,5% das empresas detêm menos de 10 funcionários, enquanto empresas com mais de 50 funcioná-rios correspondem a uma percen tagem residual que não chega a atingir 1% (Figura 5).

Figura 5

Dimensão do tecido empresarial do Ribatejo por número de funcionários em 2008

Fonte: : INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo 2008, Anuário Estatístico da Região Centro 2008

(27)

| 27 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) No Médio Tejo, os concelhos de Alcanena,

Ou-rém, Torres Novas e Abrantes possuem os valo-res médios mais elevados no que valo-respeita à di-mensão empresarial; na Lezíria do Tejo, os va-lores médios mais elevados encontram-se nos concelhos de Cartaxo, Benavente, Rio Maior e Santarém.

No contexto regional importa realçar que, para além de Santarém, o concelho de Ourém tem conseguido reforçar e manter uma actividade empresarial assinalável, constituindo o segun-do concelho mais representativo em termos de número de empresas, seguido de Tomar e Tor-res Novas.

Analisando a evolução da estrutura do tecido empresarial do Ribatejo, por grandes sectores de actividade (Tabela 8) verifica-se que

“Co-mércio e Hotelaria” é o ramo de actividade eco-nómica com maior número de unidades, no-meadamente na área do pequeno comércio a retalho e da restauração, sendo aquele em que a dimensão média das empresas é menor.

“Transportes e Comunicações” e “Bancos, Se-guros, Serviços de Prestação Empresarial” fo-ram as actividades que registafo-ram as maiores taxas de crescimento (n.º empresas) no Ribate-jo ao longo dos últimos anos. Igualmente im-portante será salientar que no período entre 1995-2000, o sector da “Construção Civil e Obras Públicas” havia atingido as maio res per-centagens de variação positiva (255,3%), valo-res não comparáveis com os registados actual-mente.

Actividade Económica Nº Empresas 2002 Nº Empresas 2008 Variação Agricultura, Pecuária e Silvicultura 922 1.299 +40,9% Indústria Transformadora 1.804 1.897 +5,2% Construção Civil e Obras Públicas 2.089 2.404 +15,1% Comércio e Hotelaria 5.357 7.549 +40,9% Transportes e Comunicações 399 946 +137,1% Bancos, Seguros,

Serviços Prest. Empr. 838 1.268 +51,3%

Serv. Prest. à Colect.

e Serv. Sociais e Pess. 957 1.042 +8,9%

Fonte: MTSS, Quadros de Pessoal, 2002 e 2008

Tabela 8

Evolução da estrutura do tecido empresarial no Ribatejo entre 2000 e 2008, por grandes sectores do Código de Actividades Económicas (CAE)

(28)

E S R

Importa salientar ainda que, para além das im-portantes PME presentes no Ribatejo, encon-tra-se também aí sediado um considerável nú-mero de grandes empresas, que em muito con-tribuem para o aumento da produtividade e emprego.

Na Tabela 9 é apresentada a posição das em-presas do Ribatejo segundo o ranking das 25 melhores empresas de 2010, apurados segun-do o índice de Cash-Flow de 2008.

1 Tejo Energia Abrantes Água, Electricidade e Gás

2 Silvicaima Constância Exploração Florestal

3 Renova Torres Novas Celulose e Papel

4 Mitsubishi Fuso Truck Europe Abrantes Automóvel

5 Lusical Santarém Minerais não Metálicos

6 Transportes BROLIVEIRA Ourém Transportes

7 Caima Energia Constância Energia

8 Silicalia Portugal Abrantes Minerais não Metálicos

9 Rodoviária do Tejo Torres Novas Transportes

10 PEGOP Abrantes Energia

11 Sugalidal Benavente Agro - Indústria

12 DAI Coruche Agro - Indústria

13 ITS Coruche Agro - Pecuária

14 J. Justino das Neves Ourém Minerais Metálicos

e não Metálicos

15 Sibelco Portuguesa Rio Maior Minerais não Metálicos

16 Caima Constância Celulose e Papel

17 Arrozeiras Mundiarroz Coruche Agro - Indústria

18 SCA Benavente Comércio

19 Tagusgás Santarém Agua, Electricidade e Gás

20 Robert Bosch Travões Abrantes Automóvel

21 João de Deus & Filhos Benavente Automóvel

22 J. J. Louro Pereira Santarém Mobiliário

23 Rustirigor Golegã Imobiliária

24 ArcelorMittal Cartaxo Metalomecânica

25 Rentaco Benavente Serviço Aluguer

Tabela 9

As 25 melhores empresas de Santarém

Ranking Empresa Concelho Sector

(29)

O sector da construção civil é reconhecido pe-la sua grande dimensão, pelo impacto que re-presenta a vários níveis nomeadamente, eco-nómico, social, ambiental, mundial, europeu e nacional e pela capacidade de gerar centenas de milhares de postos de trabalho e sustentar o crescimento económico.

2.1. Caracterização

2.1.1. Enquadramento

Reportando a 2007, a crise económica e finan-ceira mundial, associada à ruptura do mercado imobiliário provocou uma queda abrupta no crescimento da economia, continuando a fazer--se sentir nos dias de hoje a vários níveis, com especial incidência no sector da construção ci-vil, uma vez que provocou uma forte quebra nos investimentos públicos e privados destina-dos à construção.

De acordo com o estudo da ANEOP3, a crise não teve um impacto uniforme no sector. Se-gundo esta publicação, o segmento da

enge-nharia civil é o único que apresenta resultados positivos, fruto do reforço do investimento pú-blico e/ou da concretização de diversas obras públicas já lançadas. Já os segmentos residen-ciais e não residenresiden-ciais tiveram uma evolução menos positiva, resultado da retracção do in-vestimento privado em 2009.

A retracção do investimento público e privado na construção levou à erosão de inúmeros pos-tos de trabalho e à fragilização do próprio sec-tor, encontrando-se actualmente em recupe-ração.

2.1.2. Dinâmica Empresarial

Na sua definição mais abrangente, e aquela que é considerada pela Direcção Geral de Em-presas e Indústria da Comissão Europeia (CE) no âmbito dos grupos de trabalho que tem pro-movido recentemente, o sector abrange dois grandes subgrupos: Produtos de Construção e Actividades de Construção. Neste sentido, a Fi-gura 8 apresenta a cadeia de valor do sector, ilustrando as actividades económicas a mon-tante e a jusante.

| 29 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL)

2. O Sector da Construção Civil

(30)

No seguimento do referido anteriormente, no presente Estudo são consideradas como activi-dades económicas do sector as definidas na úl-tima revisão da Classificação Portuguesa das Actividades Económicas (CAE Ver. 3), nome ada -mente os subsectores “Promoção imobi liária (de-senvolvimento de projectos de edifícios); trução de edifícios”, “Engenharia ci vil” e “Acti -vi dades especializadas de cons tru ção” e que abrangem os códigos de actividade económica referidas na introdução. Assim, não se incluem todas actividades económicas consideradas pelo CAE, uma vez que estas são analisadas noutros sectores, como é o caso dos Minerais Não Me licos e Metalomecânica onde se incluem diver-sos produtos destinados à construção civil.

Neste âmbito, pese embora o forte efeito da cri-se mundial que tem afectado particularmente es-te sector, pode-se considerar o mesmo como um importante empregador e gerador de riqueza. Em Portugal, para o ano de 2008, e de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatís-tica, o sector era constituído por cerca de 100 mil empresas, correspondendo a um volume de negócios de 36 Biliões de Euros.

A estes dados encontra-se ainda associado o número de postos de trabalho mantidos pelo sector assim como o Valor Acrescentado Bruto (VAB) que, tal como se pode constatar na bela 10, tem um peso considerável na econo-mia nacional.

E S R

Figura 8

Posicionamento industrial do sector da construção civil

(31)

A nível europeu o sector representa uns ex-pressivos 10% do PIB, com um volume de ne-gócios a rondar 1 Trilião de Euros, sendo que 97% das empresas que constituem o sector são PME, e contribui com 11 milhões de empregos directos e 15 milhões de empregos indirectos. Este sector é constituído, na sua maioria, tal

co-mo a nível europeu, por PME. No entanto, exis-te um pequeno número de grandes empresas que são, geralmente, responsáveis pela concre-tização de grandes obras de engenharia, em Portugal e no estrangeiro, encontrando-se na Tabela 11 os 10 maiores actores do sector da construção civil a nível nacional.

| 31 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL)

Nº de Empresas 117.027 11%

Pessoal ao serviço 513.205 13%

Volume de negócios (Milhões €) 35.987 10%

VAB (Milhões €) 10.318 12%

Fonte: INE, Estatísticas Territoriais, 2008

Indicador Valor Peso a Nível Nacional

Tabela 10

Dados estatísticos para o sector da construção civil nacional em 2008

1 42990 Teixeira Duarte Engenharia Construções, S.A. 1.011.513.000

2 42110 Somague Engenharia SA 726.111.936

3 64202 Mota-Engil SGPS SA 667.652.329

4 64202 Grupo Soares da Costa SGPS SA 341.579.746

5 42990 MSF - Moniz da Maia, Serra & Fortunato - Empreiteiros, S.A. 314.188.895 6 41200 Edifer – Construções Pires Coelho & Fernandes, S.A. 308.558.433 7 42990 Zagope – Construções e Engenharia, S.A. 231.559.000

8 42210 Saibos Construções Marítimas, Lda. 217.790.000

9 41200 Lena – Engenharia e Construções, S.A. 208.440.238 10 42990 Monteadriano – Engenharia e Construção, S.A. 197.156.092 Fontte: AEP, http://www.aeportugal.pt/

Posição CAE Empresa Volume Negócios ()

Tabela 11

(32)

A nível nacional, o sector da construção civil é constituído, maioritariamente, por empresas dos subsectores “Promoção imobiliária e trução de edifícios” e “Actividades especiali -zadas de construção”. No que diz respeito aos indicadores número de colaboradores por em-presa, volume de negócios por empresa e VAB

por pessoal ao serviço, o subsector “Promoção imobiliária e construção de edifícios” repreta merepretade dos valores de cada um destes, sen-do que a restante metade encontra-se distri-buída entre os subsectores “Engenharia civil” e “Actividades especializadas de construção”.

E S R

A maior intensidade de mão-de-obra verifica-se no subverifica-sector da “Engenharia Civil”, verifica- seguin-do-se o subsector de “Promoção imobiliária e construção de edifícios”, ligeiramente acima das “Actividades especializadas de constru -ção”. De entre os três subsectores, o subsector da “Engenharia Civil” é aquele que apresenta o maior nível de produtividade e o mais elevado

Volume de Negócios por empresa.

No que diz respeito ao Ribatejo, como se cons-tata na Tabela 13, as empresas do sector cor-respondem a 11,9% das localizadas na região, sendo que estas correspondem a cerca de 1.000 milhões de euros em volume de negó-cios e a cerca de 44,1% do VAB relativamente ao total de empresas na região.

4,4 4,2 21,8 3,1 307.517 309.170 2.411.512 151.278 20.107 19.579 27.776 16.963 Indicador Sector Construção Civil Promoção Imobiliária; Cons-trução de edifícios Engenharia Civil Actividades especializadas de construção Tabela 12

Indicadores do sector da construção civil nacional, por subsectores, em 2008

Nº colaboradores por empresa Volume negócios por empresa () VAB por pessoal ao serviço (€)

Fonte: INE, Estatísticas Territoriais, 2008

Nº de Empresas 5.104 11,9%

Pessoal ao serviço 19.424 14,9%

Volume de negócios (Milhões €) 1.103 8,8%

VAB (Milhões €) 353 44,1%

Fonte: INE, Estatísticas Territoriais, 2008

Indicador Valor Peso na Região

Tabela 13

(33)

Importa ainda salientar que no ano 2008 o nú-mero de empresas do sector no Ribatejo sofreu um decréscimo, tendo-se situado nas 5.104 empresas.

Apesar de a crise ter tornado visíveis as fragili-dades de muitas empresas, as dificulfragili-dades do sector já se faziam sentir antes de 2007, ano em que se iniciou a actual crise económica e fi-nanceira. O número de empresas do sector na

região sofreu uma quebra muito acentuada, cerca de 50% entre 2004 e 2007, sendo, aliás, transversal a quase todos os sectores uma bai-xa significativa no número de empresas. De acordo com a Tabela 14, é possível consta-tar que, em comparação com a média nacio-nal, o Ribatejo se encontra numa posição mais fragilizada tanto no volume de negócios como no VAB por pessoal ao serviço.

| 33 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL)

4,4 3,8

307.517 216.002

20.107 18.186

Indicador Construção Civil

em Portugal

Construção Civil em Santarém

Tabela 14

Dados comparativos do sector da construção civil, a nível nacional e do Ribatejo, em 2008

Nº colaboradores por empresa Volume negócios por empresa (€) VAB por pessoal ao serviço ()

(34)

2.1.3. Inovação e Internacionalização

No que respeita à inovação, o sector da cons-trução civil, sobretudo a nível Europeu, tem vin-do a dar uma crescente importância à susten-tabilidade ambiental e económica, a qual se tem traduzido numa mudança de políticas go-vernamentais e, consequentemente, no surgi-mento de novas oportunidades de negócio que visam actuar especificamente nesta temática, acompanhado de uma assinalável evolução tec-nológica.

De facto, a nível mundial, tem existido uma maior incidência e atenção nas questões da sus-tentabilidade na construção, tendo vindo a ser feito um esforço para analisar o sector de

for-ma integrada procurando trazer, desta forfor-ma, todos os intervenientes da cadeia de valor para a promoção e desenvolvimento da construção sustentável.

Tal significa desenvolver estruturas duradouras com o mínimo impacto no ambiente e que con-sumam o mínimo de recursos. Estas preocupa-ções têm por base as grandes mudanças que se têm vindo a assistir, nomeadamente ao nível do clima, da globalização, da demografia e de-clínio dos recursos naturais.

Apesar de existir um grande enfoque nestas questões, a inovação e evolução tecnológica no sector não se cingem a estes aspectos, sendo, aliás, um sector com forte tradição no

desen-E S R

Através da análise efectuada na tabela seguin-te constata-se também que os indicadores a ní-vel regional seguem a mesma lógica dos valo-res a nível nacional, sendo que, o subsector com maior intensidade em mão-de-obra no

Ri-batejo é o “Engenharia civil”, o qual apresenta também um rácio volume de negócios por em-presa bastante elevado e um nível de produti-vidade superior aos outros dois subsectores.

Fonte: INE, Estatísticas Territoriais, 2008 4,2 309.170 19.579 21,8 2.411.512 27.776 3,1 151.278 16.963 4,2 260.023 17.412 11,4 932.579 21.146 3,0 133.262 18.642 Indicador Eng. Civil Promoção Imobiliária Construção de edifícios Actividades especializadas de construção Eng. Civil Promoção Imobiliária Construção de edifícios Actividades especializadas de construção Tabela 15

Comparação dos diferentes subsectores da construção civil, a nível nacional e do Ribatejo, em 2008

Portugal Ribatejo

Nº colaboradores por empresa Volume negócios por empresa (€) VAB por pessoal ao serviço ()

(35)

volvimento de novos materiais, novas meto -dologias e técnicas de trabalho ou, simplesmente, no reforço da sua capacidade tecno -lógica.

Em Portugal, e segundo o Inquérito ao Poten-cial Científico e Tecnológico Nacional de 2008, o sector da construção civil investe em activi-dades de I&D mas quando comparado com as

despesas totais, este investimento representa apenas 0,6%, tal como se pode constatar pela Tabela 16.

A nível regional não existem dados fornecidos directamente através deste inquérito. No en-tanto, considera-se relevante proceder a uma estimativa sobre a despesa em I&D para o Ri-batejo, conforme descrito na Tabela 17.

| 35 ESTUDOSSECTORIAIS PARA ORIBATEJO

(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) 1.437 0.1 3.939 0,3 2.392 0,2 7.769 0,6 Indicador Promoção Imobiliária Construção de edifícios Engenharia Civil Actividades especializadas de construção Total Tabela 16

Despesa em I&D a nível nacional, por subsector da construção civil, em 2008

Despesa em I&D no sector empresas (milhares de euros) Peso anível regional (%)

Fonte: GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2008 http://www.gpeari.mctes.pt/?idc=131&idi=50708 50 0,64 54 70 99 1,27 203 2,61 Indicador Promoção Imobiliária Construção de edifícios Engenharia Civil Actividades especializadas de construção Total Tabela 17

Estimativa da despesa em I&D ao nível do Ribatejo, por subsector da construção civil, em 2008

Despesa em I&D no sector empresas (milhares de euros) Peso anível regional (%)

Fonte: GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2008 http://www.gpeari.mctes.pt/?idc=131&idi=50708

(36)

Para a realização desta estimativa considerou -se que a razão do total de volume de negócios por subsector entre o Ribatejo e Portugal é igual à razão da despesa em I&D por subsector entre as áreas geográficas consideradas.

Assim, considerando esta estimativa a nível re-gional, o subsector “Actividades especializadas de construção” é aquele que apresenta o maior nível de despesa em I&D, seguindo-se os sub-sectores “Promoção imobiliária e construção de edifícios” e “Engenharia Civil”. No total, as des-pesas em I&D no sector da construção civil no Ribatejo representam cerca de 2,6% das des-pesas neste sector a nível nacional.

E S R 20 0,14 60 0,41 56 0,39 136 0,94 Indicador Promoção Imobiliária Construção de edifícios Engenharia Civil Actividades especializadas de construção Total Tabela 18

Recursos humanos em actividades de I&D a nível nacional, por subsector da construção civil, em 2008

Despesa em I&D no sector empresas (milhares de euros) Peso anível regional (%)

Fonte: GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2008 http://www.gpeari.mctes.pt/?idc=131&idi=50708

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(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL) Como se constata, quando comparados com

os cerca de 14 mil ETI4 a nível Nacional para to-dos os sectores, o sector da construção civil não chega a representar 1% dos recursos humanos em actividades de I&D.

Para estimar os recursos humanos alocados a actividades de I&D no sector para o Ribatejo foi utilizada a mesma lógica aplicada à despesa em I&D, isto é, considerou-se que a razão do total de volume de negócios do sector entre o Riba-tejo e Portugal é igual à razão dos recursos hu-manos em actividades de I&D no sector entre as áreas geográficas consideradas. Esta relação permitiu concluir que os recursos humanos alo-cados a actividades de I&D para o Ribatejo são aproxima damente quatro para todos os sub-sectores, o que é, claramente, um valor bas-tante reduzido.

Por outro lado, e como em muitos outros sec-tores, a inovação e o reforço das capacidades de actuação da empresa encontram-se muitas vezes associados ao acesso a incentivos finan-ceiros públicos, que permitam às empresas

con-cretizar as suas estratégias nestas áreas. A ní vel nacional, encontra-se disponível, entre outros, o QREN, que “assume como grande desígnio estratégico a qualificação dos portugueses e das portuguesas, valorizando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação (...)”.

No que diz respeito às empresas do sector da construção civil, a nível nacional, e até Outubro de 2010, houve 137 empresas que recorreram aos incentivos disponíveis no âmbito do QREN, correspondendo a um total de investimento elegível na ordem dos 32 milhões de euros, de acordo com a Tabela 19.

Indicador Número de Empresas investimento Elegível () Incentivo ()

Tabela 19

Financiamento obtido pelas empresas do sector da construção civil a nível nacional através do QREN

SI I&DT 6 2.221.223 1.333.274

SI Inovação 0 0 0

SI Qualificação 131 30.225.597 14.289.344

Total 137 32.446.819 15.622.618

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E S R

Como se verifica, as empresas do sector recor-reram principalmente ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME (SI Qualificação), o qual pretende apoiar “projectos de investimento promovidos por empresas, a tí-tulo individual ou em cooperação, bem como por entidades públicas, associações empresa -riais ou entidades do Sistema Cientifico e Tec-nológico (SCT) direccionados para a interven-ção nas PME, tendo em vista a inovainterven-ção, mo-dernização e internacionalização, através da utilização de factores dinâmicos da competiti-vida-de”.

Já no que diz respeito ao Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico

nas Empresas (SI I&DT), apenas 6 empresas do sector recorreram a este incentivo, o qual pre-tende apoiar “projectos de investigação e desenvolvimento tecnológico (I&DT) e de demons -tração tecnológica, individuais ou em co-pro-moção, liderados por empresas ou, no caso de projectos de I&DT Colectiva, promovidos por associações empresariais, representando os in-teresses e necessidades de um conjunto signifi-cativo de empresas”. Não existem projectos aprovados no âmbito do SI Inovação.

No que diz respeito aos incentivos obtidos pe-las empresas do sector da construção civil no âmbito do QREN, a nível regional e até Outubro de 2010, seis empresas do sector viram

apro-va das candidaturas aos sistemas de incentivos disponíveis, totalizando um investimento elegí -vel que ronda os 525.331 €, segundo os dados apresentados na Tabela 20.

Como se verifica, os projectos aprovados no âmbito do QREN referem-se apenas ao Sistema de Incentivos SI Qualificação.

É importante realçar que muitas empresas não se encontram informadas sobre os sistemas de incentivos disponíveis e, consequentemente, sobre os benefícios que um projecto

co-finan-ciado pelo QREN lhes pode trazer.

No que diz respeito às exportações do sector, não se encontram disponíveis dados, a nível na-cional e regional, devido à dificuldade em quan-tificar a exportação de serviços. Encontram-se apenas disponíveis informações relativas às ven-das de produtos necessários ao sector, como materiais de construção, os quais já se encon-tram fora do âmbito da análise do presente sec-tor, uma vez que pertencem a outro secsec-tor, co-mo é o caso dos Minerais Não Metálicos. Indicador Número de Empresas investimento Elegível () Incentivo ()

Tabela 20

Financiamento obtido pelas empresas do sector da construção civil do Ribatejo através do QRENN

SI I&DT 0 0 0

SI Inovação 0 0 0

SI Qualificação 6 525.331 228.006

Total 6 525.331 228.006

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2.2. Análise SWOT do Sector

A criação de uma estratégia para o sector da construção civil no Ribatejo implica uma análi-se prévia das capacidades do análi-sector e das con-dições que o envolvem, de forma a possibilitar a concepção de linhas de acção sustentadas

nos seus pontos fortes e coerentes com as ten-dências de evolução dos mercados nacional e internacional. Analisam-se em seguida os pon-tos fortes e fracos do sector na região, bem co-mo as principais ameaças e oportunidades que o envolvem, no âmbito das áreas de actuação consideradas prioritárias.

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(SECTOR DACONSTRUÇÃOCIVIL)

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E S R Enquadramento

A Ecochoice, S.A. é a primeira empresa portu-guesa de consultoria em construção sustentável que disponibiliza instrumentos e soluções de promoção do uso racional dos recursos natu-rais no sector da construção. Desde a sua cria-ção que a filosofia da empresa está orientada para o equilíbrio entre ambiente e construção, traduzindo-se esta premissa em actividades que visam não só a redução do consumo de recur-sos, reutilizando e reciclando materiais dos edi-fícios em fim de vida, como também proteger os sistemas naturais e a sua função em todas as actividades, eliminando materiais tóxicos e subprodutos em todas as fases do ciclo de vida dos edifícios.

O CAE da Ecochoice, S.A. (82990 - Outras ac-tividades de serviços de apoio prestados às em-presas n.e.) não se enquadra no sector da cons-trução civil tal como definido anteriormente po-rém, as actividades que desenvolve referem -se ao sector.

Caracterização da Empresa

A Ecochoice, S.A. oferece um conjunto de ser-viços dirigido à administração pública e gran-des empresas, assim como promotores, cons-trutores, gabinetes de projecto e de engenha-ria.

Estes serviços passam pelo aconselhamento e planeamento de medidas de construção sus-tentável, a preparação para a obtenção da Cer-tificação Energética e Construção Sustentável,

a assessoria na elaboração das diversas espe-cialidades técnicas, aquando a elaboração do projecto de arquitectura, gestão de projectos de construção sustentável, análise da viabilida-de técnica e económica das soluções sustentá-veis, elaboração de planos municipais de am-biente, lançamento e coordenação de Agendas 21 Locais e Escolares, organização de activida-des de sensibilização para a promoção da sus-tentabilidade, entre outros.

Com experiência comprovada no sector, a Eco-choice, S.A. tem consolidado a sua missão, não só pela participação em vários clusters e cen-tros de inovação (Centro Habitat, Apemeta) co-mo também pelo estabelecimento de parcerias com entidades do SCTN (Universidade do Mi-nho, Universidade de Coimbra), Laboratórios (INETI) e empresas (Altran, Sustentare, Matrec, entre outras). Estas parcerias são a prova que o futuro da construção estará envolvido com a preocupação ambiental.

Deste modo, a Ecochoice, S.A. diferencia-se no mercado pelas mais diversas actividades em que participa. A empresa apresenta assim uma dinâ -mica inovadora com enfoque em actividades de I&D, proporcionando aos cidadãos uma acção formativa, informativa e pedagógica da sus-tentabilidade em meio urbano com criativida-de e inovação, e o criativida-desenvolvimento do nicho da construção sustentável.

Inovação e Internacionalização

A Ecochoice, S.A., empresa de consultoria em construção sustentável, preocupada em desen-2.3. Estudos de Caso

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volver uma mentalidade sustentável no sector da construção, tem vindo a reunir esforços pa-ra definir princípios e estpa-ratégias de sustentabi-lidade para os edifícios ou construções, assim como para a concepção do próprio património edificado.

Com base na expansão do seu conhecimento em sustentabilidade, a Ecochoice, S.A. tem vin-do a desenvolver de forma pro-activa projectos de I&D que têm possibilitado a publicação de diversos papers científicos e a participação dos seus colaboradores, como oradores, em con-gressos nacionais no âmbito da temática da sustentabilidade de materiais.

A Ecochoice S.A. tem também desenvolvido ac-tividades de I&D materializadas em produtos e serviços que apresenta no mercado, sendo de destacar a criação de um manual de boas prá-ticas de construção sustentável.

É também de destacar a aplicação, por parte da Ecochoice, S.A., da ferramenta SBTOOLPT, adaptada à realidade portuguesa pela empresa em parceria com a Associação IISBE Portugal e com o LFTC-UM, e que permite o reconheci-mento, a avaliação e a certificação da susten-tabilidade de edifícios. A metodologia imple-mentada na ferramenta SBTOOLPT baseia -se na ferramenta internacional SBTOOL (Sustainable Building Tool) que é um sistema internacional, voluntário, de avaliação e reconhecimento da sustentabilidade de edifícios tendo sido desen-volvido pela associação sem fins lucrativos IISBE (International Initiative for the Sustainable Built Environment) e tendo resultado da colaboração em consórcio de equipas de mais de 20 países (Europa, Ásia e América).

Através da utilização desta ferramenta é possí-vel avaliar e classificar o desempenho de um edifício em relação a dois níveis de referência

(adaptados ao contexto nacional): melhor prá-tica e práprá-tica convencional.

A Ecochoice S.A. pretende, também, prosseguir uma estratégia de internacionalização focada nos mercados espanhol e brasileiro.

Perspectivas Futuras

A Ecochoice, S.A. irá continuar a apostar no que ainda é, actualmente, o nicho de mercado da construção sustentável, continuando os seus esforços na área da IDI.

Adicionalmente, a Ecochoice, S.A. pretende também continuar a alargar a sua área de ac-tuação, quer a nível nacional como internacio-nal.

Contactos

Website: http://www.ecochoice.pt; Email: geral@ecochoice.pt;

Endereço: Rua Alexandre Herculano, nº11, 4º Direito, 1150-005 Lisboa; Telefone: 213 879 412; Fax: 229 287 919

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E S R Enquadramento

A FIB Construção, S.A. foi criada em 1995 com o objectivo de actuar em projectos industriais, com especial apetência na sua concepção e construção, recorrendo para tal à experiência da administração nas principais empresas do país neste sector.

Com o seu desenvolvimento é visível o respec-tivo sucesso nesta área e também em sectores similares como a construção de armazéns, par-ques industriais e comerciais, sendo actualmente uma empresa de referência na persona -lização dos projectos que desenvolve e constrói para os seus clientes.

Actualmente, e face à alteração do mercado, está voltada para o sector imobiliário de seg-mento alto em regime “chave na mão”. A ra-cionalização dos projectos que desenvolvem tem-se traduzido invariavelmente em sucessos comerciais para os seus investidores.

Caracterização da Empresa

A FIB Construção, S.A, sedeada em Braga, é hoje uma empresa de referência nacional no sector da construção civil, tendo apresentado em 2008 um volume de negócios de 28 mi-lhões de euros.

A FIB Construção, S.A. foi criada com o objec-tivo de actuar em projectos industriais, com es-pecial enfoque na sua concepção e construção. Actualmente orientase para o sector imobi -liário de segmento alto, oferecendo um serviço de conceito “chave na mão”.

A FIB Construção, S.A. iniciou a sua actividade focada em elevadas competências em projec-tos industriais, especialmente na concepção e construção de estruturas metálicas e estruturas mistas metal-betão. Actualmente a empresa ac-tua nos seguintes domínios: condomínios fe-chados, imobiliário do segmento alto, hotéis, construção em altura, estruturas industriais e reabilitação.

A empresa tem como missão proporcionar aos clientes as soluções construtivas mais eficientes possíveis, através de técnicas construtivas ino-vadoras que proporcionem a máxima valoriza-ção dos seus empreendimentos.

Para tal, têm em conta as seguintes preocupa-ções: conceito próprio de acompanhamento “alargado” pós-venda do projecto; soluções que diminuem os custos de posse e manuten -ção ao cliente; adequa-ção à fun-ção e serviço a que se destina o projecto; e concepção arqui-tectónica.

Como obras de referência a empresa salienta a Sesimbra Bay, uma unidade de apartamentos turísticos; o Hotel Oceano Atlântico em Porti-mão; o Multipark em Paços de Ferreira; o Cen-tro Empresarial de Braga; o Lago Discount em Vila Nova de Famalicão; o Holmes Place Health Club em Braga; a Residência Universitária do ISAVE; o Terras de Manique, um condomínio fe-chado em Cascais.

A FIB Construção, S.A. tem a certificação em Gestão da Qualidade NP EN ISO 9001:2000, obtida em 2006 e fez a renovação e transição da Certificação em Gestão da Qualidade NP EN ISO 9001:2008, obtida em 2009. No ranking 2.3.2. FIB Construção S.A.

Referências

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