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CAPÍTULO II. ENQUADRAMENTO TEORICO

2.2. GESTÃO SOCIAL PARA O TERCEIRO SETOR

2.2.2. Sustentabilidade e inovação

2.2.2.2. Inovação para o terceiro setor

Segundo Walker (2006), inovação é o processo pelo qual novas idéias, objetos ou práticas são criados, desenvolvidos aprimorados e difundidos. A prestação de contas, por parte das organizações do Terceiro Setor, à sociedade e aos doadores de recursos, possibilitará um aumento da transparência de suas ações e da confiança a sociedade.

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Marques (2004), conclui em sua pesquisa sobre o impacto da inovação no desempenho organizacional portugues, onde, a inovação como estratégia continuada e um fator determinante de retroalimentação do processo de renovação, e deste modo a inovação age estrategicamente como um fator indireto e explicativo da variação do desempenho econômico- financeiro tendo efeitos nos fatores de competitividade da empresa.

Em um artigo publicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2010) foi apresentado um estudo sobre a inovação como fonte de crescimento global e social, que conclui que a estratégia de inovação é um dos principais motores para o crescimento sustentável, principalmente nos países emergentes, que contam com escassos recursos e que precisam saber utilizar o que tem para produzir mais.

A utilização de tecnologias gerenciais, se fortalece através da retroalimentação entre os diferentes atores de um processo organizacional, com um perfil dinâmico, considerando diferentes percepções e posicionamentos sobre novas realidades e novos modelos de articulação gerencial considerando as dimensões técnicas, sócias e econômicas (Veltz e Zarifian, 1993)

A visibilidade adquirida através da mídia acarreta um ganho de capital (simbólico e cultural) intangível, gera também impacto na opinião pública e conquista credibilidade destes atores sociais e das suas ações (Arns, Zuniga e Rover 2004). Esta visibilidade provoca Reconhecimento público, que foi o que levou alguns movimentos, como Movimento Sem Terra e o dos seringueiros da Amazônia, à obtenção de poder de negociação frente às esferas públicas. A comoção causada pela opinião pública contribuiu para seu fortalecimento. É sob este aspecto que outros arranjos institucionais (locais ou internacionais) podem trazer ganhos e conquistas mais efetivas, menos penosas, por exemplo no que diz respeito à elaboração de políticas públicas que contemplem os problemas locais. Esta é uma relação dialética: ter visibilidade em escala regional, nacional ou internacional, para obter conquistas em escala local (Arns, Zuniga e Rover, 2004,p.8).

A inovação é um processo de várias etapas por meio do qual as organizações transformam idéias em novos produtos, serviços ou processos, a fim de tornarem-se competitivas e alcançarem o sucesso Baregheh et al (2009). Para Marques (2004) a inovação social está voltada para a gestão de pessoas com vistas a obtenção de solução para questões de ordem social.

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O empreendedorismo social no Brasil pode ser considerado uma ação inovadora voltada para o campo social cujo processo se inicia com a observação de determinada situação-problema local, para a qual se procura, em seguida, elaborar uma alternativa de enfrentamento. Observamos também que essa idéia tem de apresentar algumas características fundamentais, tais como: 1.º) ser inovadora; 2.º) ser realizável; 3.º) ser autosustentável; 4.º) envolver várias pessoas e segmentos da sociedade, principalmente a população atendida; 5.º) provocar impacto social e permitir que seus resultados possam ser avaliados. Os passos seguintes são: colocar essa idéia em prática, institucionalizar e gerar um momento de maturação até que seja possível a sua multiplicação por outras localidades, criando, assim, um processo de rede de atendimento ou de franquia social, até se tornar política pública (Oliveira, 2008).

Com relação à inovação social pode-se afirmar que estes aspectos estão relacionados a contextos como trabalho, competências, estratégias criativas entre outros, nas organizações do Terceiro Setor é possível evidenciar a promoção de criatividade de forma muito representativa para atuar em causas que o setor público e privado deixam a desejar (Mulgan, 2007).

Segundo Storto e Pinto (2017), existe o desafio da implementação da Lei 13.019/2014 em todos os estados e municípios, com vistas a novas estratégias coletivas e transversais, onde o objetivo principal da Lei é regular as parcerias entre as Organizações da Sociedade Civil e o Poder Publico, este foi efetivamente mais um degrau alcançado na direção de um novo marco regulatório na criação de um ambiente mais favorável, transparente e democrático para a atuação da Sociedade Civil Organizada

O reconhecimento do modo de atuação em rede típico da sociedade civil é de suma importância. Por ser uma novidade importante, da qual ainda não há consolidação de práticas, as regulamentações variaram bastante. O ideal seria simplesmente seguir o formato estabelecido pela lei federal. O termo de atuação em rede é o instrumento que formaliza a rede entre as organizações executantes e a celebrante na execução. A celebrante é a responsável pelo projeto ou pela atividade perante a Administração Pública. Deve, para ser assim considerada, cumprir alguns requisitos específicos, como por exemplo o prazo mínimo de cinco anos de existência da Organização da Sociedade Civil celebrante (Storto e Pinto, p.12, 2017)

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A lei 13.019/2014 é considerada muito importante pois incorpora métodos de trabalho transversais e abrange todas as áreas, desde as mais tradicionais, como assistência social, saúde e educação, até as mais contemporâneas, como promoção e defesa de direitos humanos, preservação do meio ambiente, criança e adolescente, ciência e tecnologia e etc.

Uma alternativa a ser explorada e adaptada como um modelo de gestão sustentável com foco em desenvolvimento e educação presencial e à distância, que além de oportunizar

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capacitação a um número maior de pessoas, os custos são mais acessíveis e a logística se torna mais flexível nesta modalidade. Segundo Tavares, Carvalho e Santos (2013) a educação à distância (EAD) como um resultado dos reflexos do processo de transformação de uma economia global, gradativamente vem merecendo destaque nas organizações com foco em educação, o que desperta uma nova forma de estruturar o processo de ensino e aprendizagem dentro de ambientes que proporcionem múltiplas possibilidades de contato e troca de informações, de maneira a garantir o crescimento e a qualificação técnica através de uma plataforma virtual que ocorre em diversos tipos de espaço e tempo definido pelos usuários.

Deboni (2013) já constatou em sua pesquisa algumas tendências na mesma linha desta investigação as quais, algumas estão também alinhadas com os resultados desta investigação, em seu livro relata.

Depois de idas e vindas, reuniões, contatos e diálogos, conseguimos identificar e sistematizar claramente sete tendências. Convencionamos denominá-las “macrotendências”, pois elas contêm abordagens diversas, conceitos e visões. Cada uma delas já mereceria uma publicação que aprofundasse seus conceitos e práticas, oferecendo maior diversidade e amplitude de cases relevantes e inspiradores (Deboni, 2013, p.8).

A seguir a figura 5, nos oferece uma visão geral das sete tendências identificadas pelo autor na construção do seu livro.

Figura 5 - Tendências de Dimensões para o Terceiro Setor

Fonte: Deboni, 2013

Além das dimensões citadas anteriormente na figura 5, a investigação feita por Deboni (2013), também identificou a necessidade de aprofundar temática como marketing social e

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metodologia de capacitação e-learning para o segmento, entendendo que sempre que apresentado por alguns teóricos, era de forma positiva, porém pouco aprofundado por falta de pesquisa especificas da interação destas dimensões, dentro do Terceiro Setor. Tangari et al (2010), aborda uma forma de conceito que pode ser uma alternativa para as organizações do Terceiro Setor, onde a estratégia promocional pode assumir um compromisso filantrópico relacionado a uma demanda social. E para Safarnia (2011), a orientação das estratégias de marketing escolhidas pelas organizações deve estar sempre associada ao tipo de cliente ao qual deseja atingir. Mahmoud (2012) também apresentou estudo onde orientação de mercado e aprendizagem para definição de estratégias de desempenho para organizações sem fins lucrativos.

Dentro do contexto social em permanente processo de transformação, é possível perceber a transposição de práticas tradicionais em direção a novas propostas de gestão, a manutenção de um estado, a sustentabilidade, a inovação e a transformação de todo contexto em que a sociedade atua (Alter, 1993). Com as novas tecnologias à disposição, especialmente a rede mundial de computadores (Internet), a comunicação entre cidadãos de todo o planeta tornou-se extremamente facilitada e acessível. Tal tecnologia é utilizada também pelos movimentos sociais, que agora passam a se organizar em redes, unificando os interesses e as reivindicações.

Após a fundamentação teórica apresentada neste capítulo, se torna mais claro o entendimento sobre praticas de gestão associadas a aspectos sociais do terceiro setor e captação de recursos para o terceiro setor e alguns outros aspectos que devem ser considerados nesta relação nesta relação como a história e características do terceiro setor, as formas de captação de recursos e alguns tipos de estratégias de gestão. Todo este embasamento teórico tem importância para um melhor entendimento do cenário que se apresenta a pesquisa e que será apresentado no próximo capitulo, onde será apresentado o enquadramento contextual percorrendo por aspectos de gestão social de ordem, internacional, nacional, regional, municipal até à contextualização do Fórum Municipal do Direito da Criança e de Adolescente de Porto Alegre Capital do Rio Grande do Sul que é a principal população desta pesquisa.

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