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Instituições que proporcionaram o desenvolvimento da formação continuada no

5.3 A Formação Continuada no âmbito autoformação

5.3.3 Instituições que proporcionaram o desenvolvimento da formação continuada no

Na reforma educacional dos anos de 1990 a LDB nº. 9394/96, em articulação com as atuais tendências mundiais, propõe medidas que viabilizam políticas que trazem em suas diretrizes uma grande diversidade de instituições e cursos, procurando atender às diretrizes dos organismos internacionais, que questionam o modelo de universidade adotado nos países ocidentais até recentemente, como de longa duração e, portanto, bastante dispendioso.

Podemos encontrar, nos artigos 44 e 45 da Lei de Diretrizes da Educação, uma grande flexibilização para o ensino superior tanto no que se refere aos cursos e programas, quanto às dependências administrativas e seus graus de abrangência. É importante ainda considerar o Decreto nº 2.306/1997, esse Decreto regulamenta, prioritariamente, as atribuições das instituições superiores e classifica as IES em cinco tipos: universidades; centros universitários; faculdades integradas; faculdades; institutos superiores ou escolas superiores.

Segundo os estudiosos dessa área, as instituições diferem quanto ao tipo de atendimento à clientela, as universidades priorizam o ensino, a pesquisa e a extensão e, portanto, são os espaços considerados por excelência para a formação, as outras instituições priorizam só o ensino, portanto são mais técnicas e instrumentais, formam diretamente para a prática, muito mais adequadas ao espírito da reforma em implantação.

Essa diretriz amplia os modelos e os espaços da formação de professores, podendo tal abertura leva à proliferação de cursos que não garantem a melhoria da qualidade do ensino e nem uma sólida formação, considerando-se que, em sua maioria, constituem-se em cursos rápidos e de baixo custo. Tais probabilidades podem trazer sérias conseqüências à formação docente.

Nesse cenário, encontramos o RN com várias instituições responsáveis pela formação continuada. Por iniciativa própria, os professores procuram, com mais incidência, as universidades públicas (10), universidades privadas (02); faculdades e faculdades integradas (05); Escolas técnicas e profissionalizantes (02); instituições de classe como organização e sindicatos (04).

É importante ressaltar que os professores, em sua maioria, procuram as universidades públicas para a realização de sua formação continuada. Entre os fatores indicativos dessa procura, está a gratuidade dos cursos, a credibilidade das instituições, alertando assim para a necessidade de resgatar a função social da universidade.

Essas instituições têm a responsabilidade de transmitir às pessoas os conhecimentos, servem de meio para transferir, adaptar e divulgar as informações geradas em outras partes, e apóiam aos governos e aos círculos empresariais, prestando serviço de assessoria e consultoria, além de desempenharem importantes funções sociais, posto que contribuem para formar a identidade nacional e servem de fórum para um debate pluralista.

As faculdades e faculdades integradas também estão sendo responsáveis pela formação continuada de professores. Essas instituições isoladas, no entendimento do discurso oficial são a regra e não o padrão universitário. Dessa forma, e dentro dos atuais princípios que regem a própria reforma do Estado, esses estabelecimentos de ensino são necessários e relevantes para a expansão e manutenção do sistema, pois exigem menor concentração de recursos e exercem um papel importante no atendimento à demanda.

A formação nas escolas técnicas e profissionalizantes é escolhida com menor freqüência pelos professores (02) para a sua formação continuada. De caráter instrumental, esses institutos são entendidos como sendo o espaço ideal para a formação, uma vez que estes estão sintonizados com as demandas da realidade escolar e educacional.

Por último, os professores escolheram a formação continuada realizada no âmbito dos sindicatos e órgãos de classe (04). Esses locais como espaço formativo, teoricamente, devem desenvolver uma formação política e ética para os educadores, portanto constituem-se como um dos espaços no qual o professor caminha para a construção de seu desenvolvimento profissional, compreendido como momentos e instâncias, que se interligam na trajetória profissional do professor rumo à produção e ao encaminhamento da profissão. Esse modelo de formação está previsto no projeto proposto pelos profissionais da educação, que, historicamente, lutaram pela formação de qualidade e por uma política global de formação e valorização do magistério.

Entendemos que os momentos de formação são riquíssimos e, portanto deveriam ser direitos de todos os professores. O foco do debate sobre a formação continuada de professores não se deve restringir à questão da mudança do lócus em que se desenvolverá esse processo, mas, sim, as suas implicações para o campo da política e do currículo dos cursos de formação de professores, à compreensão que têm os profissionais da educação acerca dessa questão e como têm se organizado para participar desse debate, construindo propostas coletivas e interferindo de forma significativa na definição da política de formação de docentes.

5.4 Avaliação da formação continuada: a perspectiva dos professores

Considerando que o processo avaliativo integra toda e qualquer atividade humana, seja ela informal ou formal, é importante investigar como os professores do Ensino Médio avaliam os vários momentos de formação continuada dos quais participaram no processo de construção da sua identidade profissional. Nessa perspectiva, devemos entender a avaliação como um processo global, que permite uma constante reflexão para que as ações sejam, constantemente, avaliadas e redimensionadas, visando alcançar os objetivos propostos.

Deve-se entender a avaliação como um processo sistemático de análise de uma situação ou de fatos presentes em todos os domínios da atividade humana, seja nas reflexões que orientam as opções do dia a dia ou naquelas que requer tomada de decisões de forma organizada e sistemática. Portanto, é impossível negar a importância desempenhada pela avaliação nos vários âmbitos sociais. Para esse estudo, consideramos relevante identificar; a) quais as contribuições que os programas de formação continuada têm trazido para a prática

pedagógica dos professores; b) como os professores do Ensino Médio avaliam a formação continuada.