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Instrumentos de análise

3. Metodologia da investigação

3.3. Instrumentos de análise

Com vista a responder aos objetivos e dar resposta às nossas questões começámos com uma pesquisa sobre análise categorial que, conforme Bardin, (2008) consiste no desdobramento do texto em categorias agrupadas analogicamente.

Como corolário de uma pesquisa sobre investigações idênticas, encontrámos numa tese de mestrado uma grelha de análise da autoria de Luís, (2009) in Fonseca, (2010) que a autora utilizou igualmente para uma análise a relatórios da avaliação externa.

A grelha que utilizámos foi ligeiramente modificada por forma a dar resposta a todos os requisitos que considerámos importantes na nossa análise.

Tabela 2 – Grelha de análise dos processos e dos usos e fins da autoavaliação

Domín io Categoria Subcategoria Pr oc es so de autoa va lia çã o Estrutura do processo de autoavaliação A.1. Formal/Institucional

A.2. Recolha de dados/práticas de avaliação

A.3. Inexistência de práticas de autoavaliação

A.4. Aspeto não clarificado Diversidade de campos de

análise

B.1. Só ensino/aprendizagem B.2. Diversos campos de análise B.3. Aspeto não clarificado Sustentabilidade do

processo de autoavaliação

C.1. Recente

C.2. Sistemático/ consistente C.3. Aspeto não clarificado

Constituição da equipa de autoavaliação

D.1. Só docentes

D.2. Docentes e não docentes D.3. Docentes, não docentes, encarregados de educação e alunos

D.4. Docentes com apoio de entidade externa

D.5. Docente, não docente, encarregado de educação com o apoio da entidade externa

D.6. Não há equipa de autoavaliação D.7. Aspeto não clarificado

Modelo de Autoavaliação

E.1. Tem modelo próprio E.2. Tem modelo

E.3. Não tem modelo E.4. Aspeto não clarificado

Us o e fin s do pr oc es so de a u toa va lia çã o Conhecimento de pontos fortes e pontos fracos

F.1 Permite conhecer pontos fortes/fracos

F.2 Não permite conhecer pontos fortes/fracos

F.3 Aspeto não clarificado Reflexão sobre resultados

da autoavaliação

G.1 Proporciona reflexão/ conhecimento

G.2 Não proporciona reflexão G.3 Aspeto não clarificado Instrumentos de

desenvolvimento/melhoria

H.1 Planos de melhoria H.2 Ações de melhoria

H.3 Inexistência de ações e planos de melhoria

H.4 Aspeto não clarificado Apoio à decisão, influência

no planeamento e gestão

I.1 Apoia a decisão, influencia o planeamento e a gestão

I.2 Não apoia a decisão, não influencia o planeamento nem a gestão

A grelha apresentada encontra-se dividida em dois domínios: s Processo de autoavaliação;

s Uso e fins do processo de autoavaliação;

Cada domínio foi desdobrado em categorias e, por sua vez, as categorias foram desdobradas em subcategorias.

No primeiro domínio, o processo de autoavaliação, criámos cinco categorias de análise a que correspondem os códigos A, B, C, D e E.

s A: Estrutura do processo de autoavaliação; s B: Diversidade de campos de análise;

s C: Sustentabilidade do processo de autoavaliação; s D: Constituição da equipa de autoavaliação; s E: Modelos utilizados no processo.

Na categoria A, Estrutura do Processo de Autoavaliação, procurámos conhecer o grau de formalização e institucionalização. Interessava-nos saber se se tratava de um processo formal, institucional ou apenas uma recolha de dados com práticas pontuais sobre alguns aspetos da escola ou, ainda, se o aspeto não era suficientemente clarificado. Chegámos, assim, a quatro subcategorias:

s Formal/institucional;

s Recolha de dados/práticas de avaliação; s Inexistência de práticas de autoavaliação; s Aspeto não clarificado.

À medida que íamos analisando os relatórios, fomos encaixando nas diferentes subcategorias as asserções que considerámos atinentes, como, por exemplo, “existem práticas de avaliação sem envolvimento nem participação”, “as conclusões da autoavaliação são objeto de análise pelos órgãos da direção” “…a abrangência do processo avaliativo, o qual já faz parte da cultura e das vivências da organização…”.

Para a categoria B, Diversidade de campos de análise, pretendíamos saber qual a diversidade de campos dos processos de autoavaliação ou das práticas de avaliação existentes e se o objeto de avaliação era suficientemente abrangente ou limitado a um determinado campo, ou se não tínhamos elementos para o poder clarificar. Daí as seguintes subcategorias:

s Ensino/aprendizagem; s Diversos campos de análise; s Aspeto não clarificado.

Recorremos às asserções que considerámos indicativas e das quais passamos a citar alguns exemplos “… reflexão interna centrada nos resultados da escola”, “…recolha e tratamento de informação diversificada”, “…planeamento e articulação curricular, comportamento e disciplina”.

Para a categoria C, Sustentabilidade do processo de autoavaliação, o âmbito era evidenciar até que ponto o processo era sustentável, ou seja, saber se ainda é recente, se já está consolidado e faz parte das práticas da escola, ou não existem elementos para os clarificar. As subcategorias escolhidas foram as seguintes:

s Recente; s Sistemático;

s Aspeto não clarificado.

Exemplos das asserções selecionadas são “o processo mostra-se consistente”, “O Agrupamento tem um historial de práticas de autoavaliação sustentada e sedimentada” ou, ainda “…revela algumas limitações enquanto processo sistemático e sustentável do agrupamento…”.

Na categoria D, Constituição da equipa de autoavaliação, pretendíamos saber da existência ou não de equipa, se esta era formada por docentes, se por docentes, e pais, funcionários ou agentes externos. Escolhemos sete subcategorias de modo a poder abarcar o máximo de situações possíveis, a saber:

s Só docentes;

s Docentes e não docentes;

s Docentes, não docentes e encarregados de educação e alunos; s Docentes com apoio de uma entidade externa;

s Docentes, não docentes, encarregados de educação com apoio de entidade externa;

s Não há equipa de avaliação. s Aspeto não clarificado.

Muito embora existam sempre itens em que os aspetos não são clarificados, e isto é válido para todas as categorias, os exemplos que apresentamos não se enquadram nessa categoria “…composta por docentes e um trabalhador não docente…”, “o facto da equipa de Autoavaliação incluir só docentes…”.

Por último, com a categoria E, Modelos utilizados no processo, quisemos perceber até que ponto as escolas se socorrem de modelos para se orientarem nas suas avaliações, procuram modelos próprios, usam os que estão disponíveis e quais os mais usados pelas escolas. As subcategorias são:

s Tem modelo próprio s Tem modelo

s Não tem modelo s Aspeto não clarificado

Escolhemos as seguintes asserções “…tem modelo CAF”, “… adotou o projeto Epis e o modelo CAF”, “…tem como suporte o modelo EFQM…”.

No segundo domínio, Uso e Fins do Processo de Autoavaliação, tentámos perceber qual o uso e os fins que as escolas estão a dar à informação recolhida nos processos de autoavaliação. Enquadram-se neste domínio mais quatro categorias de análise - o conhecimento de pontos fortes e de pontos fracos (F), a reflexão sobre os resultados da autoavaliação (G), os instrumentos de desenvolvimento/melhoria (H) e, por último, apoio à decisão e influência no planeamento e na gestão (I).

Tal como nas categorias anteriores estas foram também divididas em subcategorias. Na categoria F, Conhecimento de pontos fortes e pontos fracos, tentámos identificar nos relatórios frases que nos permitissem perceber até que ponto as escolas identificavam os seus pontos fortes/áreas de melhoria ou as suas oportunidades e constrangimentos. As subcategorias foram as seguintes:

Permite conhecer pontos fortes/áreas de melhoria Não permite conhecer pontos fortes/ áreas de melhoria Aspeto não clarificado

As frases que escolhemos e que permitem elucidar o que acabámos de expor são as seguintes: “…permitiu ao agrupamento a identificação de pontos fortes, áreas de melhoria e consolidação das práticas de monotorização dos resultados.”, “… assegurando um conhecimento mais profundo dos seus pontos fortes, áreas de melhoria …”, “… ainda não possibilitou o conhecimento de pontos fortes e fracos”.

Na categoria G, Reflexão sobre os resultados da avaliação, tentámos perceber até que ponto as escolas refletem sobre os dados da sua autoavaliação ou adquirem de alguma forma conhecimento com eles. Foram criadas três subcategorias:

Proporciona reflexão/conhecimento Não proporciona reflecção/conhecimento Aspeto não clarificado

Os exemplos que apresentamos para esta categoria são as seguintes: (todas as asserções podem ser consultadas nos anexos)

“…debate alargado e publicação online…”; “Este conhecimento é partilhado por várias estruturas pedagógicas e tem possibilitado a monotorização do processo de Autoavaliação”.

Na categoria H, Instrumentos de desenvolvimento/melhoria, foi nosso intuito perceber até que ponto as escolas utilizam os seus processos de autoavaliação para construírem planos e ações de melhoria, cumprindo assim os objetivos da sua autoavaliação. Foram consideradas quatro subcategorias:

Planos de melhoria Ações de melhoria

Inexistência de ações e planos de melhoria Aspeto não clarificado

São exemplo as seguintes asserções “São produzidos relatórios que incluem sugestões de melhoria (…) e da elaboração de planos de melhoria.”, “Foram definidas e hierarquizadas ações de melhoria” e “… responsáveis pelos planos de melhoria”.

Na categoria I, Apoio à decisão, influência no planeamento e gestão, pretendemos averiguar se a autoavaliação já tem impactos no planeamento, na gestão e na organização, tornando-se assim numa verdadeira ferramenta de apoio às escolas. As subcategorias são as seguintes:

Apoia a decisão, influencia o planeamento e a gestão

Não apoia a decisão, não influencia o planeamento nem a gestão Aspeto não clarificado

São exemplo de asserções “…Influencia o Projeto Educativo”, “…bem como a tomada de decisões organizacionais”.

Como forma de tratamento dos resultados obtidos, e de modo a poder verificar até que ponto estes eram significativos, procedemos à contagem das frases ou conteúdos significativos das subcategorias em todas as escolas, conforme se pode verificar nas grelhas anexas ao estudo.

Numa fase posterior, e depois de ter uma opinião sobre os resultados, resolvemos continuar o nosso estudo com o cruzamento de dados entre os pontos fortes e as áreas de melhoria apresentadas no final dos relatórios da avaliação externa para assim podermos confirmar/infirmar os subdomínios da autoavaliação. A nossa curiosidade pareceu-nos pertinente uma vez que a classificação é feita por domínio, ficando, deste modo, a dúvida sobre a classificação ou sobre o rumo que as escolas estão a ter sobre um processo que é de extrema importância para o seu desenvolvimento.

Assim, resolvemos construir uma nova grelha (tabela nº3) desta vez apenas sobre os pontos fortes e sobre as áreas de melhoria e verificar se a autoavaliação tinha sido anotada como um ponto forte ou uma área de melhoria nos relatórios de avaliação externa para todas as escolas e também para os tês anos seguintes do segundo ciclo de avaliação.

Tabela 3- Grelha comparativa de Pontos Fortes / Áreas de Melhoria

Nome da escola

Em todos os domínios Domínio de autoavaliação

Pontos fortes Áreas de melhoria Pontos fortes Áreas de melhoria

Deste modo, começámos por escrever todos os pontos fortes, bem como áreas de melhoria, de todas as escolas que obtiveram, igualmente a classificação de Muito Bom nos relatórios de Avaliação Externa e também durante os primeiros três anos. De seguida, agrupamos essas frases por domínio e, finalmente por subdomínio, porque queríamos saber qual era de facto o domínio e o subdomínio em que estas escolas estão a ter os seus pontos fortes ou, bem pelo contrário, em que áreas têm de melhorar.

Por último, resolvemos apresentar, a título de curiosidade e como vimos nos relatórios efetuados no final do ano pelas equipas da IGEC de Avaliação Externa, um gráfico sobre os pontos fortes/áreas de melhoria, mais referidos a fim de sabermos se a tendência era a mesma ou esta ia noutro sentido.