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1.3 A Escola Estadual de Educação Profissional Dario Catunda Fontenele

1.3.2 Instrumentos de gestão: uma descrição e análise dos documentos oficiais da

Os documentos oficiais que compõem os instrumentos de gestão são compreendidos como aqueles que organizam o fazer da escola, direcionam e auxiliam os atores educacionais e as ações no sentido de se efetivar uma educação de qualidade. Assim, faz-se necessário apresentar uma descrição e reflexão sobre tais documentos que compõem a EEEP Dario Catunda Fontenele.

A Escola Estadual de Educação Profissional Dario Catunda Fontenele, assim como as demais escolas estaduais de Educação Profissional no Ceará, foi criada com uma filosofia de gestão definida e baseada na Tecnologia Empresarial Socioeducacional (TESE) que, dentre outras coisas, pressupõe que a gestão de uma escola pouco difere da gestão de uma empresa e, como tal, deve apresentar bons resultados para atingir um estágio de sustentabilidade, em consonância com o que também pensa o autor desta pesquisa.

Nessa perspectiva, definir o projeto educacional, os princípios que devem orientar a organização do trabalho e pensar quais os compromissos que a escola tem com os estudantes da EEEP Dario Catunda Fontenele devem ser feitos levando em consideração os pressupostos da TESE. Assim, o papel da gestão frente a esse processo é o de garantir a eficácia, a eficiência e a efetividade dos processos da

escola sob a ótica da descentralização, da delegação planejada, da atitude empresarial, da responsabilidade social e da gestão pública por resultados.

Para tanto, a escola planeja as suas atividades a partir de alguns instrumentos de gestão, a saber: o Plano de Ação, o Programa de Ação, o Regimento Escolar, o Plano de Curso, os Guias de Aprendizagem, o Plano de Avaliação e o Projeto Político Pedagógico. Tais instrumentos são ancorados à política de Educação Profissional no Ceará, por intermédio e indicação da Tecnologia Empresarial Socioeducacional (TESE).

O Plano de Ação da EEEP Dario Catunda Fontenele é construído por professores e equipe gestora e tem a função de nortear a equipe escolar na busca por resultados positivos de aprendizagem e dos processos desenvolvidos na e pela escola. Nesse contexto, se configura como instrumento de planejamento macro e é elaborado de maneira estratégica. No quadro 3, pode-se observar o roteiro que as escolas devem cumprir – por intermédio e indicação da TESE – para construir os seus planos:

Quadro 3 – Roteiro do Plano de Ação

INTRODUÇÃO ► Valores

► Visão de Futuro ► Missão

I – PREMISSAS (Protagonismo Juvenil; Formação Continuada; Atitude Empresarial; Corresponsabilidade e Replicabilidade) II – OBJETIVOS III – PRIORIDADES IV – RESULTADOS ESPERADOS V – INDICADORES VI – ESTRATÉGIAS VII – MACROESTRUTURA

VIII – PAPEIS E RESPONSABILIDADES

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Manual da TESE.

Em relação à Visão de Futuro e à Missão da EEEP Dario Catunda Fontenele, por exemplo, são definidas no Plano de Ação, respectivamente, como em ser uma instituição que garanta aos jovens uma formação humana e acadêmica para inserção com qualidade no mercado de trabalho e na universidade, reconhecida pelos investidores, em função dos cursos oferecidos na escola numa relação de confiança com toda a comunidade escolar e promover educação de qualidade aos jovens do Ensino Médio profissional na articulação teoria e prática, oferecendo-lhes

recursos e oportunidades de produzir conhecimento, na formação de talentos criativos e empreendedores, capazes de ter sucesso na vida pessoal, social e profissional.

Quanto ao Programa de Ação, este trata da operacionalidade e definição dos papeis e responsabilidades de cada ator educacional na tentativa de conseguir os pressupostos definidos no Plano de Ação. Assim, todos os educadores da escola elaboram seus Programas de Ação individualmente e detalham o negócio que cada um tem que dar conta e definem claramente seus papeis e responsabilidades. Inclusive os professores do eixo profissional devem construí-lo levando em consideração as disciplinas técnicas que lecionam e os procedimentos que os alunos devem conseguir realizar. No quadro 4, segue o roteiro para a construção e definição dos Programas de Ação:

Quadro 4 – Roteiro para construção do Programa de Ação

I – DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO II – FILOSOFIA ► Domínio do Negócio ► Enfoque ► Postura ► Alinhamento

III – Resultados Esperados – Indicadores IV – Organização/Comunicação

V – Fatores Críticos x Apoio VI – Substituto em Formação

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Manual da TESE.

O Programa de Ação é construído pelos atores educacionais da EEEP Dario Catunda Fontenele no início do ano letivo, no ato da realização da Semana Pedagógica. Este se configura como momento em que as principais decisões da escola são tomadas e o planejamento das ações é realizado.

Outro documento que se configura importante na definição da rotina é o Regimento Escolar. Este apresenta a organização administrativa, didática e pedagógica da escola no intuito de melhor compreender e sistematizar tal rotina. O Regimento Escolar da EEEP Dario Catunda Fontenele também é revisto no início do ano letivo, está disponível para todos os alunos e professores e é revisitado durante o ano quando necessário. Caso seja verificada uma situação que necessite de alguma mudança regimental, ela só pode ocorrer com a participação e aprovação do Conselho Escolar.

Por ser uma escola de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional existem diferentes cursos técnicos de nível médio sendo ofertados pela EEEP Dario Catunda Fontenele, a saber: Agronegócio, Edificações, Finanças e Mecânica. Nesse sentido, cada um dos cursos apresenta um Plano específico que contempla todo o itinerário formativo dos estudantes, levando em consideração um estudo de mercado do município e região realizado pela Secretaria da Educação do Ceará acerca dos potenciais deste mercado, ou seja, antes de implementar um determinado curso a SEDUC leva em conta as características dos municípios e das regiões afim de identificar as áreas que mais se relacionam com o desenvolvimento local e com o perfil dos jovens que pretende formar em cada município, região e no estado.

Assim, os referidos Planos de curso foram construídos pela Secretaria da Educação do Ceará e entregues às escolas na tentativa de orientá-las quanto aos requisitos e formas de acesso, quanto ao perfil profissional desenhado para os estudantes, quanto à integração curricular, quanto aos critérios de aproveitamento de estudos e certificação de competências, quanto aos critérios de avaliação da aprendizagem, quanto às instalações e equipamentos, entre outros.

Depois de construídos os Planos de Curso, os professores montam os Guias de Aprendizagem. Estes são documentos que explicitam os conhecimentos que devem ser adquiridos pelos estudantes, em um dado período do ano. Assim, são construídos no início do ano letivo e apresentados para os alunos a cada início de período totalizando quatro Guias por ano na tentativa de deixar claros os conteúdos que serão objetos de conhecimento e o que se espera que cada estudante consiga aprender.

No âmbito da EEEP Dario Catunda Fontenele, a equipe gestora, conjuntamente com os professores, construiu o Plano de Avaliação da escola. Tal Plano objetiva orientar as práticas e ações avaliativas da aprendizagem dos estudantes e da própria instituição de ensino. O referido documento explicita os critérios e modelos de avaliações que podem ser usadas tanto pelos professores, quanto pela equipe gestora para aferir os resultados e utilizar a avaliação a serviço da aprendizagem.

Contudo, o Projeto Político Pedagógico implementado na EEEP Dario Catunda Fontenele tenta alocar todos os instrumentos de gestão apresentados anteriormente e, entre outras coisas, contempla as concepções de ensino,

sociedade, trabalho e aprendizagem que se efetivam tanto no currículo ensinado, no oculto e no próprio contexto curricular1.

Nesse contexto, os instrumentos de gestão se configuram como norteadores do trabalho da escola e não se pode desconsiderar, nesse processo, que do ponto de vista do currículo, as matrizes se configuram como norteadoras do ensino. Tais entendimentos sobre as Matrizes encontram-se na subseção seguinte.