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1. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

2.1 Inteligência

2.1.3 Inteligência Artificial

2.1.3 Inteligência Artificial 2.1.3 Inteligência Artificial 2.1.3 Inteligência Artificial

O histórico da Inteligência Artificial (IA) tem início em 1956, quando foi realizada uma conferência em Dortmouth, EUA, com especialistas da computação, para estabelecer as bases de uma ciência da mente em um modelo computacional. Durante seis semanas, discutiram-se as possibilidades de o computador discutiram-ser um modelo para entender o funcionamento do cérebro humano. “Nascia aí a Inteligência Artificial, que, mais tarde, cedeu lugar às Ciências Cognitivas.” (SANTAELLA, 2004, p.75).

97 O objetivo principal da inteligência artificial era buscar condições formais da atividade cognitiva, que indicasse o que é comum a todos os sistemas cognitivos, independente de ser animal, máquina ou ser humano. Durante um tempo, perdurou, conforme denomina Santaella (2004, p.76), o “paradigma clássico unificador das ciências cognitivas, naquilo que passou a ser chamado de ‘modelo computacional da mente’, [...] o computador como metáfora da mente.”.

Simular a mente significava desenvolver programas computacionais, que eram chamados de inteligência artificial simbólica.

Isso colaborou, inclusive, para modificar o conceito de inteligência, que, a partir daí, passou a ser definida como a capacidade para produzir e manipular símbolos, tendo em vista a resolução de problemas. Essa definição citada por Santaella (2004, p.76) corrobora a conceituação de Gardner (1994, p.IX) para a inteligência, vista como a “capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais.” No entanto, em 1980, devido às experiências da programação computacional de Newell, que desempenhavam tarefas intelectuais e perceptivas, o conceito mudou para

“classe muito grande de sistemas capazes de produzir e manipular símbolos, sendo realizáveis dentro de nosso universo físico”. Como havia a hipótese de que esses símbolos fossem os mesmos utilizados pelos seres humanos, o conceito se expandiu, acrescentando que “os humanos são exemplos de sistemas simbólicos físicos, e, em virtude disso, a mente se insere no universo físico (NEWELL, 1980 apud SANTAELLA, 2004, p.77).

Essa concepção de inteligência e mente traz consigo os princípios do funcionalismo, que dominou as ciências cognitivas até por

NEWELL, Allen. Physical simbol system. In: Cognitive science 4: 135-183, 1980.

98 meados de 1980. A partir dessa data, o conexionismo adquiriu força nas ciências cognitivas, que propunha a replicação da inteligência por meio de construção de redes neurais artificiais, capazes de aprender, reconhecer formas, memorizar por associações. Essa corrente de estudo considerava que, se os computadores e os cérebros processam informações, então as redes neurais poderiam ser construídas para simular o mesmo processo.

Uma vez inspirado na estrutura e no funcionamento do cérebro, esse modelo era o que mais se aproximava da realidade mental, porém, menos complexo. Assim, o conexionismo se alinhava com concepções filosóficas materialistas, originando o desenvolvimento da ciência neurociência cognitiva, vida artificial e robótica, nos anos 1980.

Santaella (2004) considera que as ciências cognitivas fornecem subsídios para a análise das habilidades cognitivas necessárias à navegação no ciberespaço, que são processos sensórios, perceptivos, estado de alerta, reconhecimento e identificação, discriminação e seleção, decisão, memória, aprendizagem, controle motor, tatilidade e raciocínio.

Com isso, é possível delinear o perfil do leitor imersivo, do internauta, do aluno que necessita utilizar as ferramentas virtuais de aprendizagem.

Bittencourt (2006) considera haver uma impossibilidade de se definir formalmente a Inteligência Artificial, pelo fato de ter que definir a própria inteligência. Existem algumas definições operacionais; outros preferem estabelecer os objetivos e se recusam a defini-la. Por isso, o autor destaca que a IA está centrada em dois objetivos, expressos na criação de modelos para a inteligência e na construção de sistemas computacionais baseados nesses modelos. Desse modo, as pesquisas em IA se focam em torno de três atividades:

99 1) o desenvolvimento de modelos formais baseados na

ciência cognitiva;

2) desenvolvimento de aplicações educacionais, comerciais ou industriais,

3) na exploração e experimentação de técnicas com potencial para a simulação de comportamento inteligente, também chamado de Inteligência Artificial Básica.

Para Bittencourt (2006, p.21), a IA tem uma relação semelhante à psicologia, no que diz respeito ao objeto de estudo. Modelos e teorias são implementados em um computador, o que os torna autônomos, e sua validade não precisa ser provada pela comparação de resultados previstos para o comportamento humano psíquico, mas através da ação inteligente do programa.

Essa situação está refletida em três tipos de atividades desenvolvidas na IA, que são o desenvolvimento de modelos cognitivos, a implementação de aplicações e a construção de ferramentas para explorar e experimentar técnicas computacionais que permitem que os modelos cognitivos possam ser utilizados nessas aplicações. Essas três atividades são manifestações de atividades humanas mais antigas, como a filosofia, a matemática e a tecnologia. Essas ciências formam, basicamente, a evolução das idéias filosóficas sobre a matéria e a mente, as controvérsias da fundamentação matemática, e os mecanismos artificiais construídos para simular o comportamento humano.

100 procedimentos administrativos, pedagógicos e comunicacionais, que buscam atender de forma direta as necessidades dos alunos na modalidade a distância.” (SARTORI; ROESLER, 2005, p.50). As autoras citam um alerta de Landim (1997) que, sendo o ensino a distância um ato de esforço solitário, é necessário acompanhar, apoiar e incentivar o aluno adequadamente, para colaborar na superação de obstáculos cognitivos e afetivos, causados pela solidão e pela impessoalidade que um curso a distância possa ter.

Dentro de um sistema de Educação a Distância, o papel do tutor tem sua importância, já que, aliado aos recursos tecnológicos, compõe um sistema de aprendizagem em que ele é um facilitador, um

“elemento-chave”. Boa parte do sucesso de um projeto de EAD está ligada à atuação, ao relacionamento do tutor-aluno. “É, sobretudo, pela mediação do tutor, que se dá uma interlocução capaz de desfazer uma possível idéia de impessoalidade, ou de um curso fechado e ‘pronto’, autoritário”. A diversidade existente, hoje, de projetos acaba por “deixar o professor preocupado em saber” (TAVARES, 2005, p.181) como determinar sua práxis pedagógica, de modo que o aluno obtenha uma nova forma de aprender, através de novas e diferentes mídias. Ora, o aluno deve produzir, questionar, pesquisar, relacionar-se, a fim de obter descobertas e reconstruções de conhecimento.

[...] Portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio de transmissão de informações – que tem como centro do processo a atuação do professor – para criar situações de

LANDIM, C.M.M. Educação a distância: algumas

considerações. Rio de Janeiro:

[s.n.], 1997.

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