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Capitulo 2. Enquadramento Teórico

3.2. O contexto de creche

3.2.6. Interações com a família e a comunidade

A minha interação com a família e a comunidade foi sempre muito positiva. Tive a preocupação de incluí-las em atividades dentro e fora da instituição, dado que planifiquei várias atividades que possibilitaram a sua participação. Como refere Sousa (2009, p.22), “O envolvimento e a implicação das famílias e da comunidade é

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imprescindível para que o trabalho desenvolvido na sala desempenhe o papel de promotor e valorizador das expressões culturais do meio”.

No início do meu estágio ficou combinado com a educadora que o registo diário, que era exposto à entrada da sala dos “Patinhos”, continuava a ser dirigido por ela diariamente. Aquele tipo de informação servia para as famílias poderem ver através de fotografias alguns dos momentos das crianças durante o dia e era considerado também uma forma de comunicação. Quando a educadora faltou, responsabilizei-me eu por este registo.

Os pais quando quisessem passar um dia no colégio podiam fazê-lo e também podiam ajudar na preparação de atividade ou festas. Havia crianças, educadoras, auxiliares e pais integrados em projetos do colégio, dois deles o projeto da horta e o projeto da reciclagem com parceria da GESAMB. Fui testemunha de momentos em que uma mãe passou alguns dias no colégio, na sala do seu filho, a apoiar o trabalho da educadora e também assisti a uma das reuniões do projeto da reciclagem. As escolas de pais também fizeram parte da comunicação com as famílias e a comunidade, nas quais todos os pais das crianças inscritas do colégio foram convidadas e estavam as portas abertas à comunidade. As educadoras e auxiliares do colégio participavam nas escolas de pais.

A minha interação diariamente com as famílias foi durante o acolhimento quando recebia as crianças na sala dos “Patinhos”. Nesta interação comunicávamos sobre as crianças ou outros assuntos, recebia e dava informações. Quando saia às 17.00h encontrava poucos pais, pois a maioria das crianças ainda ficavam no colégio. Sempre foi uma interação agradável e de respeito mútuo.

Durante o meu estágio organizei dois momentos para as famílias e a comunidade. Um deles foi desenvolvido no dia da mãe. Produzi convites para as famílias para um lanche convívio das 10.00h às 12.00h na quinta do Pomarinho, para celebrarmos este dia. As crianças participaram ativamente, preparando bolachas para essa manhã e ensaiaram uma dança. Desenvolver estas celebrações para as famílias e a comunidade promove o envolvimento da criança e a participação das famílias e comunidade em celebrações preparadas pelas crianças e pela equipa da sala.

No seguinte exemplo, ilustro com um excerto como se passou a manhã do dia da mãe na quinta do Pomarinho.

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Evidência: (…) comecei a chamar as crianças e disse que iriamos dançar e cantar a

canção que já há algum tempo tínhamos vindo a ensaiar para este dia, que se chama “O jogo das cores” do dvd “O Panda vai à escola 1”. Convidei os pais a dançar também. Liguei as colunas ao telemóvel e a canção começou a tocar. Entre os adultos da sala dos “Patinhos” e as crianças executávamos os movimentos e as mães imitavam. Algumas crianças lembravam-se dos movimentos, mas ainda assim olhavam para nós para nos imitarem. Criou-se um momento muito animado. O D. (2:11) e o seu irmão começaram a pedir mais canções para dançarmos. Eu coloquei a canção “Sou uma taça” do Panda e os Caricas e cantámos e dançámos todos. As crianças reconheceram de imediato a canção (…). (Oitava semana de intervenção- Nota de campo 01/05/2016).

Comentário: Com o apoio dos adultos da sala, ensaiámos várias vezes uma canção com

as crianças para cantarmos e dançarmos nesta manhã, envolvendo assim a sua participação. A canção foi escolhida pelo que observei das crianças nos momentos em que projetava os vídeos clips numa das paredes da sala e era uma canção que todas as crianças dançavam e se envolviam. Nesta celebração foi criado um momento de partilha das crianças para as mães, oferecendo um presente feito por elas na instituição.

(Apêndice I, pp.122-123)

O outro momento proporcionado para as famílias e a comunidade foi a preparação de uma escola de pais, subordinado ao tema “Internet: perigos e advertências”. Contatei uma psicóloga para expor o tema e orientei-a sobre como seria a organização desta sessão. Mais uma vez tive a preocupação de envolver as famílias e a comunidade, desta vez numa sessão bastante útil para uma das preocupações das famílias atualmente. De seguida, ilustro com o comentário presente no Apêndice I (p. 124-125) sobre esta escola de pais.

Comentário: Esta escola de pais surgiu de uma proposta da educadora. Eu cooperei

com ela, no sentido que contatei uma psicóloga, expus o tema, os parâmetros a desenvolver para esta sessão. O objetivo foi envolver as famílias e a comunidade para dar a conhecer um pouco mais sobre o tema e criar-se um ambiente de partilha.

(Apêndice I, pp.123-124)

Posto estes dois exemplos, considero que as relações que se criam entre educadores e as famílias são muito importantes para o relacionamento positivo entre ambos e a passagem de informações sobre as crianças, como refere Silva, et al. (2016, p. 29) “Os pais/famílias, enquanto primeiros e principais responsáveis pela educação

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das crianças, têm o direito de conhecer, escolher e contribuir para a resposta educativa que desejam para os seus filhos”.

Outra preocupação que senti foi incluir a interação com as pessoas que fossemos encontrando nas saídas pelo bairro onde se localiza a instituição. A seguinte planificação diária é um dos exemplos de como era planificado este tempo, privilegiando as interações com a comunidade.

Evidência: (…) Durante o passeio iremos cumprimentar o dono do café do bairro

dizendo “bom dia”, incentivando as crianças a fazê-lo, estabelecendo diálogo com o senhor e também cumprimentando outros indivíduos que se encontrem na rua. Observaremos os animais que estão nos quintais, perguntarei se ouvem o cantar dos pássaros e iremos dialogando ou cantando canções. (Décima semana de intervenção- Planificação diária 07/04/2016)

Comentário: Ao sairmos de passeio pelo bairro foi desenvolvida a interação com as

pessoas que encontramos no percurso. As interações para além de se desenvolverem na instituição e com a família também se desenvolvem com a comunidade, sendo que é importante as crianças estabelecerem diálogo com outras pessoas.

(Apêndice I, p.131)