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1 FLUXO MIGRATÓRIO

3.2 Medidas Adotáveis para Solucionar o Iminente Colapso do Estado de

3.2.2 Interiorização

A interiorização tem como escopo incorporar o estrangeiro em todo território de uma nação, sendo a melhor forma de salvaguardar o direito dos brasileiros e oferecer condições para uma existência digna aos venezuelanos. Depreende-se que através dessa medida, o estado de Roraima desincharia, obstando o iminente caos em todos os serviços públicos, os quais já não são suficientemente oferecidos aos cidadãos, ao dividir o fluxo migratório com as demais unidades federativas.

A transferência dos imigrantes e refugiados vem ocorrendo por meio da Operação Acolhida, em ação conjunta do governo federal e da ACNUR, juntamente a ONGs e prefeituras receptoras dos interiorizados, e cuja finalidade é a construção/fornecimento de estrutura necessária para que o amparo aos venezuelanos ocorra de maneira mais humanitária possível.

Insta salientar que o deslocamento é voluntário por parte dos venezuelanos e, após a seleção e antes da mudança, todos os indivíduos passam por uma série de exames médicos, são vacinados e regularizados no país, com a inscrição no Cadastro de Pessoa Física – CPF e carteira de trabalho.

Quanto às unidades federativas receptoras, há manifestações para implantação de cota de refugiados por parte dos amici curiae, Conectas Direitos Humanos, IMDH, CDHIC e Missão Paz.

A sugestão também está no bojo da proposta de acordo, de 18 de setembro de 2018, realizado pela Procuradoria do Estado de Roraima, por meio da qual recomenda que o estabelecimento do número de imigrantes por unidade federativa brasileira tenha como base o tamanho da população e o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH de cada cidade e estado receptor. Ademais, alvitra que a transferência seja de, no mínimo, quinhentas pessoas por dia, com vista a suportar o fluxo de entrada.

Até o momento, todavia, a recepção dos venezuelanos pelos estados acolhedores também é voluntária, e ocorre após a celebração de acordos entre as prefeituras e o governo federal, com apoio da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), bem como, do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Impende ressaltar que apesar de o fluxo de saída dos imigrantes ser menor que o de entrada, é inquestionável que nos últimos meses a interiorização foi intensificada, tendo sido deslocados 2.970 (dois mil novecentos e setenta) venezuelanos para outros estados, desde 05 de abril até 09 de novembro do ano corrente. No mais, a ação vem sendo empregada paulatinamente, já concluídas dezesseis etapas, conforme informações disponibilizadas no site da Casa Civil59. Senão vejamos:

Já foram realizadas dezesseis etapas do processos de interiorização. O primeiro aconteceu nos dias 5 e 6 de abril e deslocou 265 imigrantes - 199 para São Paulo e 66 para Cuiabá. [...]

A segunda etapa do processo de interiorização aconteceu no dia 04 de maio e deslocou 233 imigrantes, 165 para Manaus e 68 para São Paulo.[...] O terceiro processo de interiorização deslocou 29 imigrantes para o município de Cuiabá em 15 de maio. [...]

A quarta etapa do processo de interiorização levou 163 imigrantes para os estados da Paraíba, de Pernambuco e do Rio de Janeiro em 3 de julho. [...] A quinta etapa de interiorização ocorreu em 24 de julho e deslocou 130 venezuelanos - 24 para Cuiabá, 50 para Brasília, 20 para São Paulo e 36 para o Rio de Janeiro. [...]

A sexta etapa de interiorização levou 187 imigrantes - 25 para São Paulo, 28 para Guarulhos (SP), 69 para João Pessoa e 65 para Manaus no dia 28 de agosto. No dia 30, levou 90 imigrantes - 4 para Brasília, 61 para Goioerê (PR) e 25 para o Rio de Janeiro. [...]

A sétima etapa do processo de interiorização levou 204 imigrantes para as cidades de Cuiabá (MT) e Manaus (AM) em 4 de setembro e outros 204 e para as cidades de Brasília (DF), São Paulo (SP) e Esteio (RS). [...]

A oitava etapa do processo de interiorização levou 377 imigrantes para a cidade de Canoas (RS) em 12 e 13 de setembro. [...]

A nona etapa de interiorização deslocou 30 imigrantes para o município de Igarassu (PE) em 18 de setembro; 20 para Manaus em 19 de setembro; 17 para Conde (PB) e 3 para Igarassu (PE) em 20 de setembro; e 19 para Brasília e 5 para o Rio de Janeiro (RJ) em 21 de setembro. [...]

A 10ª etapa do processo de interiorização levou 352 imigrantes, sendo 235 para a cidade de Esteio (RS), Cachoeirinha (RS), Canoas (RS), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR) em 25 de setembro; e 122 imigrantes no dia 26 para as cidades de Cachoeirinhas (RS), Chapada (RS) e São Paulo (SP). [...]

A 11ª etapa do processo de interiorização aconteceu no dia 3 de outubro e deslocou 124 imigrantes, sendo: 41 para São Paulo (SP), sete para Brasília (DF), 16 para o Rio de Janeiro (RJ) e 60 para Caicó (RN). [...]

59

FONSECA, Carlos Eduardo. Casa Civil, 2018. Operação acolhida. Disponível em: <http://www.casacivil.gov.br/operacao-acolhida/historico>. Acesso em: 26 de out. de 2018.

A 12ª etapa transferiu 220 pessoas para Balneário Camboriú, em Santa Catarina, no dia 11 de outubro. Os migrantes foram levados para casas alugadas por uma entidade religiosa. [...]

A 13ª etapa levou 96 venezuelanos para São Paulo (SP), Curitiba (PR), Manaus (AM), Brasília (DF) e Araçariguama (SP). [...] Nesta etapa, quatro pessoas foram levadas para Brasília e outras três para São Paulo em voos comerciais, para reunificação familiar.

Na 14ª etapa, 30 pessoas foram levadas para a Bahia, das quais 25 para a cidade de Alagoinhas e cinco para Salvador. Outras 14 foram para Santa Catarina em voos comerciais, para reunificação familiar - sete para Florianópolis e sete para Chapecó. [...]

Na 15ª etapa, 32 venezuelanos foram levados para Curitiba e 7 para Goioerê no dia 31 de outubro. No dia 1º de novembro, 36 foram transferidos para São Paulo e 10 para Araçariguama (SP). [...]

Na 16ª etapa, 30 venezuelanos foram levados para São Paulo (SP), Guarulhos (SP) e Rio de Janeiro (RJ) no dia 8 de novembro; no dia 9, 42 venezuelanos embarcaram para Igarassu (PE), João Pessoa (PB) e Brasília (DF).

Levando em conta a extensão territorial do Brasil, o número de venezuelanos que se encontram em território nacional, não obstante ser expressivo é insignificante se suportado por todos os entes, sendo possível a acolhida humanitária de todo o fluxo. Este também é o pensamento da Ministra Relatora Rosa Weber, nos autos da decisão que indeferiu a liminar para fechamento da fronteira, ao pontuar “que a recepção de refugiados pelo Brasil, se comparada com outros países de muito maior densidade demográfica, é ínfima. Trata-se de país provido de vastíssimo território ainda capaz de acolher e abrigar os cidadãos do mundo.”60

Outro ponto reforça as benesses da interiorização, como a melhor medida adotada pelo Governo Federal. Conforme o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR61, 43% dos venezuelanos deslocados já se integraram na comunidade para o qual foram transferidos, conseguiram emprego e não necessitam mais dos abrigos oferecidos pelo governo. Em Cuiabá, capital do Mato Grosso, o índice chega a 70%62.

60

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Tutela Provisória Na Ação Cível Originária 3.121 Roraima.

Diário da Justiça, 06 ago. 2018. Disponível em:

<http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=314948662&ext=.pdf> Acesso em: 25 out. de 2018.

61

OLIVEIRA, Nelson. Senado Federal, 2018. Interiorização de refugiados e imigrantes tem avaliação positiva do governo, mas ainda é objeto de controvérsia. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2018/11/interiorizacao-de-refugiados-e-imigrantes- tem-avaliacao-positiva-pelo-governo-mas-ainda-e-objeto-de-controversia>. Acesso em 25 de out. de 2018.

62

Ademais, segundo informações do Senado Federal, os resultados positivos são devidos ao apoio encontrado nos abrigos e nas casas de acolhida, no que diz respeito a “elaborar currículos, encarar entrevistas de trabalho, procurar empregadores e estudar português”63

.

Ressalta-se que infundado o sentimento xenofóbico que as tentativas de inserção e oferecimento de melhores condições de vida aos venezuelanos tem causado nos brasileiros. É evidente que a vinda de pessoas escolarizadas e as ações que são implementadas com o fim de subsidiar a estadia e inclusão dos estrangeiros na comunidade brasileira, além de propiciar o desenvolvimento pátrio, geram empregos aos brasileiros.

Ainda, quanto às melhorias nos serviços públicos, todos os indivíduos usufruem na mesma proporção, motivo pelo qual não há razão argumentar que estrangeiros estão sendo priorizados em detrimento dos brasileiros. No mesmo sentido estão as informações constantes no site do Senado Federal64:

No total, são R$ 195,05 milhões disponibilizados em 2018, R$ 25,4 milhões em 2017 e R$ 2,6 milhões em 2016. O dinheiro tem sido utilizado na compra de ambulâncias, consultórios odontológicos e outros atendimentos de saúde, além de aparelhamento do corpo de bombeiros, reformas de hospitais e ações de transporte e logística a cargo do Ministério da Defesa, entre outras.

„O governo do Brasil realiza melhorias nos serviços públicos que atendem não só estrangeiros, mas também os brasileiros residentes nos estados envolvidos‟, diz o relatório da Casa Civil Recepção e Interiorização de Imigrantes da Venezuela, datado de setembro.

Sob essa perspectiva, é indubitável que a melhor solução é a permanência das fronteiras abertas e interiorização dos venezuelanos, alocando-os em todo o vasto território brasileiro, como meio de salvaguardar os direitos básicos dos imigrantes e refugiados, há muito violados pela República Bolivariana da Venezuela. Ao lado disso, as condições de vida dos brasileiros melhoram, ante aos investimentos pelo governo federal, com vista a suportar o fluxo de imigrantes, e, consequentemente, empregos são gerados pela necessidade de mão de obra nos serviços públicos e nas ações de apoio e inserção dos estrangeiros.

63

OLIVEIRA, Nelson. Senado Federal, 2018. Interiorização de refugiados e imigrantes tem avaliação positiva do governo, mas ainda é objeto de controvérsia. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2018/11/interiorizacao-de-refugiados-e-imigrantes- tem-avaliacao-positiva-pelo-governo-mas-ainda-e-objeto-de-controversia>. Acesso em 25 de out. de 2018.

64

Mas não se pode olvidar que a ação deve ser contínua, uma vez que todos os dias centenas de imigrantes e refugiados atravessam a fronteira Brasil- Venezuela. Nesse sentido, Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, em entrevista à Agência Brasil65, expressou a necessidade da interiorização permanente, “porque temos uma entrada permanente em Roraima. Temos que interiorizar, caso contrário Roraima não consegue suportar toda a população venezuelana que está adentrando”.

Por fim, certo é que sopesar a população e o IDH dos estados brasileiros para precisar o número de imigrantes e refugiados que cada um pode abrigar é uma maneira coerente de, destaca-se, presumir que os direitos dos estrangeiros serão respeitados sem sobrecarregar o estado ou obstar o fornecimento de serviços básicos aos brasileiros. Entretanto, depreende-se ser imprescindível a voluntariedade dos estados receptores em acolher os estrangeiros, uma vez que, dessa forma, o farão da melhor maneira possível, dentro das condições que cada unidade federativa possui. Razão pela qual é questionável a cota de refugiados, como requer a Procuradoria do Estado de Roraima, caso essa seja implantada de forma cogente.

Destaca-se que a internalização possui liame direto com a solidariedade federativa, sendo uma ação a qual deve ser implementada em todo território nacional, ressalta-se, voluntariamente, sob uma perspectiva cooperativa. Para tanto, colaciona-se parte do artigo Migrações Internacionais: em busca da cidadania universal, de Roberto Marinucci e Rosita Milesi (2011, p.32), que expõe o Plano de Ação do México, o qual tem como escopo o fortalecimento da proteção internacional dos refugiados na América Latina e concretiza a necessidade de colaboração, neste caso, dos países latino-americanos. Senão vejamos:

1) o Programa de auto-suficiência e integração ―Cidades solidárias‖, que busca uma maior integração dos refugiados e refugiadas urbanos através de ―uma proteção mais efetiva que abarque os direitos e obrigações sociais, econômicos e culturais do refugiado‖; 2) o Programa integral ―Fronteiras solidárias‖, que responde à necessidade de individuar e socorrer aqueles que requerem e merecem proteção internacional por meio de um ―desenvolvimento fronteiriço‖ promovido pela presença das instituições do Estado, projetos concretos da comunidade internacional e o envolvimento das populações locais; 3) o Programa Regional de ―Reassentamento solidário‖ para refugiados latino-americanos, proposto

65

CAMPOS, Ana Cristina. Interiorização de imigrantes venezuelanos será permanente, diz Padilha. EBC, 24 de jul. de 2018. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos- humanos/noticia/2018-07/interiorizacao-de-imigrantes-venezuelanos-sera-permanente-diz>. Acesso em: 10 de nov. de 2018.

em 2004 pelo Governo do Brasil e marcado ―pelos princípios de solidariedade internacional e responsabilidade compartilhada‖. E, no âmbito de toda esta ação, a sociedade civil é chamada a articular, integrar e fortalecer as Redes de Proteção, para atuar no conjunto da estrutura tripartite – Governo, ACNUR e sociedade civil – na efetivação de soluções duradouras.

Nesse diapasão, a concretização da solidariedade federativa torna-se necessária, para que cada ente, tanto União, como Estados e Municípios, assumam uma parcela de responsabilidade, para suportar o fluxo migratório em todo território, assim como, para proporcionar direitos mínimos paritariamente aos brasileiros e venezuelanos.

CONCLUSÃO

No decorrer da presente pesquisa, foi possível perceber que o movimento migratório, de maneira geral, é inerente ao ser humano desde os primórdios, ao buscarem melhores condições de vida em outros locais. Os empecilhos surgem quando o fluxo de saída se torna maciço e apenas para um destino, como ocorreu no Oriente Médio para a Europa, principalmente para a Alemanha e da Venezuela para os países da América Latina.

Nos países em desenvolvimento, a explosão do número de imigrantes e refugiados torna ainda mais sensível a situação da população regional e dos estrangeiros, que em grande parte fogem das mazelas encontradas em seus países de origem. É o que se vê na região norte do Brasil, mormente no Estado de Roraima, após a diáspora venezuelana, onde o caos se instalou, com a superlotação de leitos hospitalares, falta de vagas em escolas públicas, aumento expressivo da criminalidade e o crescente sentimento xenofóbico da população local.

Por outro lado, a atual situação vivenciada pelos cidadãos na República Bolivariana da Venezuela é desumana. Faltam medicamentos básicos, serviços públicos mínimos não são mais oferecidos e a fome é o maior medo da população, mormente ante a impossibilidade de compra-los, uma vez que a inflação é exorbitante. Motivos estes mais que suficientes para que sejam acolhidos em território nacional, da melhor forma possível, com vista a resguardar seus direitos existenciais mínimos.

Destarte, não deve ser nem cogitado o fechamento da fronteira Brasil- Venezuela, pois além de ilegal, é antiético e desumano “fechar os olhos e cruzar os braços”, como destacou a ministra do STF, Rosa Weber, no bojo da Ação Civil Originária nº 3.121-RR, ante a situação vivenciada pela população do país vizinho. Perpetuando o Brasil como referência mundial de acolhida humanitária, nos autos da ACO em questão, a medida restritiva já foi acertadamente indeferida, mas ainda causa muito debate sobre a questão, porquanto, conforme o autor da ação, Roraima, este estado não é capaz de suportar sozinho o número expressivo de imigrantes e refugiados que chegam e aqui se fixam diariamente.

Sob essa perspectiva faz-se tão importante a solidariedade federativa, como foi estudado, concretizada pela cooperação de todos os entes, União, Estados e

Municípios, para abarcar todo o fluxo migratório, interiorizando os estrangeiros para outros destinos dentro do vasto território nacional. O deslocamento, que teve início em abril de 2018, foi implantado de forma progressiva, tendo acelerado nos últimos meses, mas ainda é insuficiente, ante ao fluxo de entrada no país, devendo ser contínuo e crescente. Frise-se que todo esse processo deve ser voluntário, tanto o deslocamento quanto a recepção, sendo aconselhável até a instituição de uma cota de refugiados por Estado, com base no número de habitantes e no IDH, conforme proposto por Roraima, ainda nos autos da referida ACO, desde que este não seja implantado de forma cogente.

Mas não se pode olvidar que as cidades receptoras devem oferecer condições mínimas ao estrangeiro. Afora o oferecimento de abrigos dignos, viu-se imprescindível o incentivo para a inserção do estrangeiro na sociedade brasileira, através de cursos de língua portuguesa e de capacitação profissional.

Em suma, o que se pretendia demonstrar com esse trabalho, em total consonância com o pensamento de Marinucci e Milesi (2011, p.19), é que

As migrações podem contribuir positivamente para o futuro da humanidade e para o desenvolvimento econômico e social dos países. O fenômeno das migrações internacionais aponta para a necessidade de repensar-se o mundo não com base na competitividade econômica e o fechamento das fronteiras, mas, sim, na cidadania universal, na solidariedade e nas ações humanitárias. Os países devem adotar políticas que contemplem e integrem o contributo positivo do migrante, vendo, assim, as migrações como um ganho e não como um problema. As migrações são berços de inovações e transformações. Elas podem gerar solidariedade ou discriminação; encontros ou choques; acolhida ou exclusão; diálogo ou fundamentalismo. É dever da comunidade internacional e de cada ser humano fazer com que o ―novo trazido pelos migrantes seja fonte de enriquecimento recíproco na construção de uma cultura de paz e justiça.

Por todo o exposto, em vista dos objetivos perquiridos neste trabalho, indubitável ser escorreito o posicionamento da Ministra-Relatora do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber, ao impedir o fechamento da fronteira brasileira com a Venezuela. Também acertada a interiorização dos imigrantes e refugiados pelo Governo Federal em parceria com ONGs e as cidades receptoras, sendo a medida mais adequada para salvaguardar a qualidade de vida dos nacionais e oferecer condições mínimas para a existência digna do estrangeiro, sem que os direitos de cada indivíduo sejam sobrepostos ao outro.

REFERÊNCIAS

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direitos dos refugiados. Disponível em:

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