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Economic return of public and private banks in the Bahia`s municipalities Greisson Almeida Pereira

2.1 Intermediação Financeira

Apoiando-se na corrente de pensamento Keyne- siana, Dutra et al. (2015) sustentam que os bancos, por meio da sua capacidade de ofertar moeda, pode determinar, em última instância, o ritmo da atividade HFRQ{PLFD2VEDQFRVFRPHUFLDLVDRXWLOL]DUHPRV depósitos captados junto ao público para ofertar cré- dito, criam moeda, através da concessão de emprés- timos. Como na tradição Keynesiana, a moeda não é neutra, e pode afetar o nível de produção, de em- prego e de renda. Para esses autores, a maior prefe- UrQFLDSHODOLTXLGH]GRVEDQFRVLPSOLFDHPPDLRUUD- cionamento do crédito. Assim, nas localidades onde KiXPDPDLRUSUHIHUrQFLDSHODOLTXLGH]SRGHKDYHU menor crescimento/desenvolvimento econômico.

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(SFJTTPO"MNFJEB1FSFJSB &NJMTPO$BQVUP%FMmOP4JMWB

3FW&DPO/& 'PSUBMF[B W O Q KVMTFU 

Freitas e Paula (2010) argumentam que a con- centração bancária pode acarretar alterações sobre DGHFLVmRGHFRQFHGHUFUpGLWRXPDYH]TXHUHÀHWH a diferenciação das regiões em centro e periferia. $RXWLOL]DUHPRtQGLFHGHSUHIHUrQFLDSHODOLTXL- GH]GRVEDQFRV 33/% 4, os autores encontraram

evidências de que indicadores mais elevados são obtidos para os estados mais periféricos, o que in- GLFDDSUHIHUrQFLDSHODOLTXLGH]1RFDVRGRVPX- nicípios baianos, a média do índice de PPLB dos bancos públicos no período de 1999 a 2016 foi de 0,7 contra 2,9 dos bancos privados, mostrando que os bancos privados dão maior preferência à liqui- GH]GRTXHRVEDQFRVS~EOLFRVQDTXHOHHVWDGR

Jayme Jr., Missio e Oliveira (2009) encontra- ram evidências de que há uma relação positiva en- WUHGHVHQYROYLPHQWRGRVLVWHPD¿QDQFHLURHFUHVFL- mento econômico. Segundo os autores, o processo GH LQWHUPHGLDomR ¿QDQFHLUD SRGH ID]HU FRP TXH agentes econômicos que possuem oportunidades de investimento produtivo possam obter recur- VRV QHFHVViULRV SDUD D UHDOL]DomR GH VHXV SODQRV de investimento. Em um contexto de informação perfeita e mercados completos, sem fricções, os LQWHUPHGLiULRV¿QDQFHLURVVHULDPGHVQHFHVViULRV XPDYH]TXHRVRIHUWDQWHVHRVGHPDQGDQWHVGHUH- cursos transacionariam diretamente. No entanto, o mundo real apresenta imperfeições, distanciando- -se do paradigma de Arrow-Debreu5. Dessa forma,

DV LQVWLWXLo}HV ¿QDQFHLUDV GHVHPSHQKDP SDSHO fundamental na economia.

Segundo Dow (1992), existe um círculo virtuo- VRHPTXHLQVWLWXLo}HVEDQFiULDVVHORFDOL]DPRQGH H[LVWHULTXH]DRTXHJHUDFRQ¿DQoDSDUDRVLVWHPD bancário. Assim, a localidade que possui presença EDQFiULDpFDSD]GHJHUDUPDLVULTXH]DHFRQ¿DQ- ça, ou seja, um processo cumulativo enriquecedor. Esse mesmo caminho circular pode ser interpre- tado de outra forma, quando uma localidade não WHPSUHVHQoDEDQFiULDHODJHUDPHQRVULTXH]DH portanto, se torna menos atrativa aos bancos, em um processo cumulativo empobrecedor.

Para Dymski (2007) a função dos bancos deve levar em conta sua capacidade de gerar bem-estar social por meio de recursos destinados às inver-

4 O índice da PPLB é calculado na proporção dos depósitos à YLVWD GR VHWRU SULYDGR '9  QR WRWDO GH HPSUpVWLPRV H WtWXORV descontados (Emp), PPLB=DV/Emp.

 &RQFHEHRPHUFDGRFRPRXPDPiTXLQDSHUIHLWDTXHRUJDQL]DDV informações necessárias ao próprio funcionamento, sem custo e sem limitações de capacidade de processamento (PRADO, 1999).

V}HVSURGXWLYDV6HJXQGRRDXWRUDH¿FLrQFLDEDQ- cária deve ser avaliada tanto do ponto de vista ope- racional quanto do social. Um aumento da PPLB em Regiões menos desenvolvidas e mais pobres OHYDjTXHGDQRSURFHVVRGHH¿FLrQFLDVRFLDOGDGR o posicionamento defensivo dos agentes econômi- FRVHPQmRUDWL¿FDUDH[SDQVmRSURGXWLYD

A hipótese postulada por Dutra et al. (2015) é a de que a disponibilidade de crédito regional é um importante propulsor do crescimento econômico na medida em que impulsiona a demanda agrega- da em diferentes localidades. Sob a ótica da teo- ria pós-keynesiana, os autores, ao citarem Amado (1997), Chick (1986), Dow (1982, 1990), Rodri- JXH])XHQWHV  &DYDOFDQWH&URFFRH-D\PH Jr. (2006), argumentam que os bancos locais po- GHPLQÀXHQFLDURGHVHQYROYLPHQWRUHJLRQDOWDQWR de forma positiva quanto negativa, ao afetarem a disponibilidade de crédito.

A atuação dos bancos públicos na versão de Amado (2007) deveria ser no sentido de promo- ver a desconcentração do crédito para as regiões menos dinâmicas, estimulando o desempenho des- sas regiões. Como consequência, poderia ocorrer elevação do investimento, geração de emprego e renda. Criando-se um processo de causação cir- cular cumulativo positivo, em que a maior oferta de moeda e o maior otimismo com as condições HFRQ{PLFDVDRVSRXFRVID]GLPLQXLUDSUHIHUrQFLD SHODOLTXLGH]GDUHJLmR

$UD~MR H &LQWUD   H 6WLJOLW]   D¿U- mam que em economias menos desenvolvidas RV PHUFDGRV ¿QDQFHLURV VmR LQFRPSOHWRV RV mercados de capitais são incipientes e os merca- dos acionários podem, inclusive, não existir em determinados países. Para os autores, os bancos privados tendem a privilegiar os empréstimos de FXUWRSUD]RGHVLQWHUHVVDQGRVHGDTXHOHVSURMHWRV que, embora tenham um alto retorno social, tem baixa rentabilidade privada e elevado risco.

Para Araújo e Cintra (2011), os bancos públi- cos, operando com crédito direcionado e taxas de juros inferiores às de mercado, permitem que os empresários tenham acesso às fontes de recursos que possibilitam a constituição de passivos de lon- JRSUD]RVDGHTXDGRVjVHVWUXWXUDVGHDWLYRV(VVH papel dos bancos públicos é ainda mais relevante nas localidades em que o acesso ao mercado de capitais é restrito. Juntamente com os bancos de desenvolvimento, eles desempenham uma atuação

UHOHYDQWHQR¿QDQFLDPHQWRHQDFRRUGHQDomRGRV SURMHWRVGHLQYHVWLPHQWRUHGX]LQGRRVVHXVULVFRV 3DUD 0DUWLQV %RUWROX]]R H /D]]DULQL   se os bancos públicos tivessem como objetivo so- mente a melhoria do bem-estar social, via maior competição, estariam aceitando lucro econômi- FR]HUR FXVWRPDUJLQDO SUHoR HDVVLPWHULDP o resultado do índice de Lerner6 também igual a

]HUR3RUpPFRPRRVDXWRUHVHQFRQWUDUDPYDORUHV maiores que um, concluíram que esses bancos con- vivem com objetivos mistos de rentabilidade e de bem-estar social. No caso dos bancos públicos, ao citarem Amsden (2001) e Gerschenkron (1962), sa- OLHQWDPTXHKiRDUJXPHQWRGHTXHSRGHPUHGX]LU SUREOHPDVGHHVFDVVH]GHFUpGLWRHDMXGDUQR¿QDQ- FLDPHQWR GH SURMHWRV FRPSOH[RV GH ORQJR SUD]R Além disso, apesar de algumas críticas à existência e à necessidade de bancos públicos, existem evi- dências de que tais bancos podem exercer função anticíclica em momentos de contração econômica, sendo que esse movimento é o oposto quando olha- mos os bancos privados, que é de diminuição da oferta de crédito em momentos de crise.

Por exemplo, após a crise de 2008, houve um aprofundamento da concentração bancária no Bra- VLO 3RU HVWD UD]mR R SDSHO GRV EDQFRV S~EOLFRV ganha relevância estratégica na gestão de política econômica, atuando como indutor do compor- tamento ao restante do mercado. Nesse sentido, o grau de competição é relevante na medida em TXHLQÀXHQFLDDTXDQWLGDGHGHFUpGLWRRIHUWDGDD sua qualidade e o próprio crescimento econômico. Apesar de ir ao encontro da literatura sobre econo- mia industrial, em que maior competição entre os EDQFRVpEHQp¿FDKiHVWXGRVTXHLQFOXHPRSUR- blema de informação assimétrica (moral hazard), problemas de seleção. Na existência de retornos de HVFDODDFRQFHQWUDomRUHGX]RFXVWRGHLQIRUPD- ção e de seleção por parte dos bancos, aumentan- do a possibilidade de oferta de crédito. (MILLER, 0&,1726+:<',&. 

3DUD*DOHDQRH)HLMy  RVHWRU¿QDQFHLUR desempenha uma função importante ao adiantar recursos para o processo de investimento. Ao citar o circuito “¿QDQFHIXQGLQJ” de Resende (2007), as autoras explicam que são os bancos, e não os pou- padores, os atores fundamentais na determinação GDRIHUWDGHUHFXUVRVSDUDR¿QDQFLDPHQWRGRLQ-

6 Índice criado por Abba Lerner, indica se a empresa tem poder de mercado. É medido pela percentagem de markup sobre o custo marginal: IL= p(Q) – Cmg/p(Q) = 1/İP

D.

vestimento. Ao citar a relação controversa existen- WH QD OLWHUDWXUD HQWUH GHVHQYROYLPHQWR ¿QDQFHLUR e crescimento econômico as autoras mencionam que “...o acesso ao crédito e o grau de desenvolvi- PHQWRGRVLVWHPD¿QDQFHLURSRGHPGHVHPSHQKDU papel de destaque no processo de desenvolvimen- to econômico de um país ou região” (GALEANO; FEIJÓ, 2012, p. 206).

2.2 Crescimento Econômico Regional e