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Interpretações acerca da Pesquisa Quantitativa e da primeira questão

Os primeiros dados obtidos a partir das pesquisas quantitativas realizadas no período 2009-2010, no município de Entre-Ijuís, com 35 atores sociais estão organizados, respectivamente, com as informações referentes as quatro perguntas seguintes: I - Gestor público municipal; II- Sexo; III - Escolaridade e Ocupação atual; e IV- Idade, estando os resultados expostos, respectivamente, nas figuras 7: I – Gestor público municipal, 8: II Gênero dos Atores Sociais, 9: III – Escolaridade dos Atores Sociais e 10: IV – Faixa Etária dos Atores Sociais, os quais demonstram um determinado perfil dos 35 atores sociais representantes da população de Entre-Ijuís.

As figuras subsequentes associadas com falas representativas da primeira questão qualitativa “O que é desenvolvimento local sustentável?” pretende delinear a percepção sobre desenvolvimento local sustentável, ou seja, qual é a visão ou a(s) dimensão(ões) considerada e/ou praticada com relação ao desenvolvimento local sustentável, tendo como base para essa análise as referências bibliográficas expostas sobre o assunto neste trabalho, juntamente com as quatro dimensões propostas pelos IDS do IBGE. Os resultados obtidos pela pesquisa qualitativa comprovaram ter maior relevância na apreensão acerca da opinião dos atores sociais, portanto, esta parte da pesquisa mostrou ser mais pertinente aos objetivos do trabalho, tornando a pesquisa quantitativa uma auxiliar nessa leitura da realidade local.

Para todas as figuras compostas com gráficos (a), (b), (c), (d) ou (e), no eixo y está considerado como valor a percentagem de 0 a 100, sendo 100 o número total de entrevistados para cada grupo de atores sociais, os quais são em Administradores Municipais: 14 entrevistados; em Educadores: 6 entrevistados; e em Demais atores: 15 entrevistados, perfazendo o total dos 35 entrevistados.

Sendo assim, o primeiro item do questionário quantitativo indagou se o entrevistado era Gestor Público Municipal, onde este deveria optar pela resposta afirmativa ou negativa, tendo como resultado o exposto na figura 7.

Figura 7: Número de Gestores Públicos Municipais em 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

No grupo que dos Administradores Municipais há 8 atores sociais ligados à administração no Poder Executivo e 6 no Poder Legislativo. Destes 14 entrevistados, cerca de 70% dos Administradores Municipais considera-se como gestor público municipal. No grupo Educadores, 65% inclui-se como sendo Gestor Público Municipal. Nos Demais Atores, a resposta foi contrária aos dois primeiros, pois 80% não se classificam como gestor público municipal, o que condiz com sua realidade, pois são atores sociais ligados diretamente a outros setores do município. Quanto aos dois primeiros grupos, é relevante a percepção destes quanto a sua função estar ligada a gestão pública municipal, mesmo não estando em cargos que, por exemplo, representem um comando geral, como é o de prefeito ou vice-prefeito.

Porém, deve ficar registrado que cerca de 20% do grupo Administradores Municipais e 30 % no Educadores não se consideram como gestor público municipal, mesmo sendo profissionais ligados a cargos públicos que denotam responsabilidades decisivas em âmbito local.

A figura 8 demonstra a distribuição dos entrevistados por gênero. Estes resultados expõem uma realidade ainda muito comum, isto é, os cargos de administração pública sejam no legislativo ou no executivo, ainda são predominantemente ocupados por homens, que representam 85% dos entrevistados. Enquanto que, em cargos ligados à educação, a ocorrência de mulheres é de 100% dos entrevistados. Quanto aos demais atores, a distribuição está mais equilibrada, pois a relação é de 55% para homens e 45% para mulheres.

Figura 8: Gênero dos Atores Sociais em 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

A figura 9 demonstra a Escolaridade encontrada em 35 atores sociais do município pesquisado. O destaque dessa figura é a percentagem de mais de 80% de Educadores com Pós-graduação. Contrariamente a isso, tem-se a escolaridade dos Administradores Municipais que permeia desde a opção Fundamental Incompleto até escolaridade de Pós-graduação, sendo este um desafio a ser superado pelo município, ou seja, incentivar a escolarização desses atores sociais para qualificar a Administração Pública Municipal.

Porém, isto não deve ser interpretado pelo viés de que o conhecimento pessoal seja mais ou menos importante que o conhecimento formal. Contudo, a busca de formação e qualificação, sendo essa a educação formal básica e/ou cursos técnicos, superiores e outros afins, deve ser sim uma prioridade em administrações públicas ou privadas, como frisa Abramovay (2001, p. 169), pois este cita “o que caracteriza o subdesenvolvimento é um conjunto de instituições – […] – que dissociam o trabalho do conhecimento, que dificultam o acesso à terra e que bloqueiam a inovação”, sob pena do amadorismo ser uma prática permanente em qualquer município ou instituição, acarretando uma continuidade de consequências negativas nas dimensões sociais, econômicas, ambientais e institucionais, as quais, infelizmente, são perceptíveis na sociedade humana em distintos lugares e eventos históricos, inclusive em âmbito local.

Fund. Inc.: Fundamental incompleto; Fund. Com.: Fundamental completo; Med. Com.: Médio completo; Sup. Inc.: Superior incompleto; Sup. Com.: Superior completo; Pós-Gr.: Pós-graduação

Figura 9: Escolaridade dos Atores Sociais em 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

A Figura 10 situa a Faixa Etária dos 35 entrevistados, onde a maioria dos atores sociais dos grupos dos Administradores Municipais e dos Educadores encontra-se na mesma faixa etária, de 40 a 50 anos de idade. No grupos dos Demais Atores, existem entrevistados desde 20 até mais de 60 anos, sendo que este grupo é o único que possui entrevistados na faixa de 20 a 30 anos. Na faixa etária de menos de 20 anos de idade, não há nenhum entrevistado.

Figura 10: Faixa Etária dos Atores Sociais em 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

Dentro do item Ocupação Atual, ocorreram as seguintes citações, em ordem alfabética: Administrador de Empresa do Comércio (1 entrevistado), Agricultora e Presidente de Clube de Mães (4), Agricultor e Presidente de Sindicato de Trabalhadores Rurais (1), Bancário (1), Centro de Tradições Gaúchas (1), Comandante da Brigada Militar (1), Comerciante (1), Diretora de Escola (6), Extensionista Rural (1), Gerente de Unidade Cooperativa de Credito (1), Prefeito (1), Presidente de Associação Doméstica (1), Religioso (1), Secretario(a) Municipal (6), Vereador (5), Vereador e agricultor (1), Vice-prefeita (1) e um entrevistado não respondeu a questão.

A Figura 11, composta pelos gráficos a) Disponíveis, b) Utilizados e c) Relevantes revela a opinião dos 35 atores sociais para a Dimensão Ambiental no desenvolvimento local sustentável. No eixo X, os números de 1 a 23 correspondem aos 23 indicadores da Dimensão Ambiental, citados na legenda da figura 11.

01 Emissões de origem antrópica dos gases 02 Consumo industrial de associados ao Efeito Estufa; substâncias destruidoras da 03 Concentração de poluentes no camada de ozônio;

ar em áreas urbanas; 04 Uso de fertilizantes;

05 Uso de agrotóxicos; 06 Terras em uso agrossilvipastoril; 07 Queimadas e incêndios florestais e arenização; 08 Desflorestamento na Amazônia 09 Área remanescente e desflorestamento Legal;

na Mata Atlântica e nas formações vegetais florestais; 10 Desertificação; 11 Qualidade de águas interiores; 12 Balneabilidade;

13 Produção de pescado marítima e continental; 14 População residente em áreas 15 Espécies extintas e ameaçadas de extinção; costeiras

16 Áreas protegidas; 17 Tráfico, criação e comércio de 18 Espécies invasoras; animais silvestres;

19 Acesso a serviço de coleta de lixo doméstico; 20 Destinação final do lixo; 21 Acesso a sistema de abastecimento de água; 22 Acesso a esgotamento sanitário; 23 Tratamento de esgoto

Figura 11: Indicadores da Dimensão Ambiental (a) Disponíveis, (b) Utilizados, (c) Relevantes em 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

A comparação entre os três gráficos demonstra que os entrevistados que compõem os três grupos (Administradores Municipais, Educadores e Demais Atores) da legenda em cada gráfico (a, b, c) possuem opiniões semelhantes na percepção do desenvolvimento local sustentável quanto a disponibilidade, utilização e relevância dos seguintes indicadores: 04 Uso de fertilizantes; 05 Uso de agrotóxicos; 19 Acesso a serviço de coleta de lixo doméstico; 20 Destinação final do lixo; 21 Acesso a sistema de abastecimento de água,.

Esta percepção é característica da realidade local, pois o histórico do município confirma que este é predominantemente agrícola, com utilização dos produtos citados nos itens 4 e 5. Além disso, os itens 19 e 21 são serviços existentes no meio urbano e rural. Já o item 20 é um serviço que foi reordenado recentemente, sendo executado por empresa particular de outro município, a qual providencia uma destinação final do lixo local em outro município.

Essa leitura da realidade local também é percebida nas pesquisas qualitativas. No grupo dos Adminstradores Municipais, há algumas falas que revelam essa visão, como do entrevistado 1 (informação verbal41); “…nós estamos aqui na região noroeste do RS,…nós dependemos e somos extremamente agrícolas…”; e do entrevistado 842: “…o nosso município é agrícola…”.

Outra citação que mostra ligação com a realidade municipal através da existência de indicadores limitados a questão da produção agrícola é dada pelo entrevistado 1243: “…temos índice que é de aferição da produção agrícola, da agricultura familiar, da secretaria municipal de agricultura que dialoga com o escritório local da Emater, …se faz uma avaliação da produção agrícola.”. Além disso, este cita três dimensões para desenvolvimento local sustentável: “enquanto se fala num sentido econômico, é o desenvolvimento que permite que uma sociedade seja, tenha uma distribuição de renda mais igualitária,… do ponto de vista ambiental que essa relação com a natureza nos garanta um ambiente equilibrado,… E na questão social, que a gente construa uma sociedade mais igual. …essa definição ela serve para o desenvolvimento local, nacional e internacional sustentável.”

No grupo dos Educadores, também ocorre a citação da agricultura como sendo uma questão da realidade local, quando indagada sobre o que é desenvolvimento local sustentável, percebida na entrevista de número 1844: “Seria a produção realizada pelos agricultores.”, “… que eles pudessem realizar produtos para a venda…”. Mas esta entrevistada mostra outras percepções como: “Realizamos na comunidade uma feira, a FEMULEITE, para proporcionar aos agricultores condições de uma melhor visão para eles realizarem essa forma de sustentabilidade de uma forma diferente…”, “… Se um fica isolado em cada comunidade eles não têm como vende, eles não têm pra quem vender. Desenvolvimento sustentável dependeria muito do município. Tem que haver um órgão que trabalhasse diretamente com os agricultores de cada comunidade.” Essa visão também inclui a dimensão institucional, além da econômica e social, além de mostrar a necessidade de incentivos para os pequenos agricultores locais.

41 Entrevista quantitativa oral e gravada. CALEGARO, Cristina Fiorin. Desenvolvimento local sustentável. Entre-Ijuís, 2009-10. Pesquisa de campo do Mestrado em Desenvolvimento – UNIJUI. Entrevista concedida a Cristina Fiorin Calegaro.

42 Idem. 43 Idem. 44 Idem.

A entrevista de número 1645 acrescenta outras informações para o desenvolvimento local sustentável: “É o desenvolvimento de um município tendo consciência das dificuldades de crescimento tanto econômico como ambiental, ecológico, desenvolvendo plenamente todas as etapas, áreas que abrangem o crescimento. Porque não adianta o município crescer somente na área industrial, se não tem uma conscientização de que se eles não tiverem um destino correto ao lixo, ao esgoto, aos resíduos que são produzidos, eles acabam desenvolvendo a indústria, mas não tendo um acompanhamento sustentável na parte ambiental. Mesma coisa é se preocupar só com o meio ambiente também. Muitas vezes o município não pode crescer porque trava sempre em situações que geram dificuldades de crescimento industrial. Desenvolvimento local sustentável é o desenvolvimento que uma comunidade tem que ter, abrangendo todos os níveis e índices que envolvem o ambiente e a sustentabilidade local”.

Esta visão é diferente da anterior, pois considera desenvolvimento como sendo crescimento, econômico, industrial, tendo cuidados direcionados para área ambiental, mas sem que esta funcione como um empecilho para o crescimento industrial, sendo visível a herança histórica da dicotomia ou antagonismo entre ambiente e crescimento, onde prioriza a dimensão econômica, pois menciona a dimensão ambiental como sendo um acessório importante para a dimensão econômica.

Na entrevista número 1746, há a seguinte citação para desenvolvimento local sustentável: “É onde tem um local onde as pessoas podem trabalhar, onde elas podem produzir, daquela produção elas tiram o seu sustento”, a qual também esta ligada com a produção na agricultura. E o ator social entrevistado de número 1547 aponta que “o que preciso para ser sustentável, tem que trabalha e adquiri”. Enquanto que a entrevista número 2048 mostra outra visão: “O local sustentável,… não temos ainda um grande desenvolvimento nesta área, por exemplo, formamos 50 alunos, mas não temos onde abranger, o mercado de trabalho que possa abranger”. Essas duas entrevistas também revelam uma percepção mais econômica e social para o desenvolvimento local sustentável, dependendo dos resultados econômicos do trabalho ou emprego, seja este no meio rural ou urbano.

45 Entrevista quantitativa oral e gravada. CALEGARO, Cristina Fiorin. Desenvolvimento local sustentável. Entre-Ijuís, 2009-10. Pesquisa de campo do Mestrado em Desenvolvimento – UNIJUI. Entrevista concedida a Cristina Fiorin Calegaro

46 Idem. 47 Idem. 48 Idem

O grupo dos Demais Atores possui distintas visões para desenvolvimento local sustentável. O entrevistado 1949 confirma a realidade municipal intimamente ligada a questão agrícola e ao comércio, ambos citados na formação histórica do município: “Desenvolvimento sustentável, em primeiro lugar, … seria uma forma de fazer projetos e investimentos na área primária, onde alavancaria sempre a renda a partir do primário para o setor terciário. Nosso município teria que investir muito na questão da agricultura, focando recursos pro nosso agricultor produzir e através disso se torna uma corrente, onde o agricultor desenvolvendo, produzindo, certamente ele vai abranger também a cidade e todos os níveis. Desenvolver a questão do emprego, da renda, e isso só alavanca a renda per capita da cidade”. Esta citação continua evidenciando a dimensão econômica e a social.

Outro entrevistado, o de número 2250 cita: “Desenvolvimento sustentável não existe sem planejamento, tem que ser um projeto planejado, estudado os índices, se é que se pode colocar dentro do mercado… Planejamento, uma administração um pouco conservadora, falando mais da nossa região e sempre pensando na questão ambiental, são três questões chaves”. Esse entrevistado introduz a necessidade do planejamento de forma mais direta, porém focando também o resultado econômico.

O entrevistado de número 2151 inclui as condições de trabalho e a atuação do cidadão como parte do desenvolvimento local sustentável, mas cita a necessidade de atividades permanentes, a continuidade das ações e projetos: “… são as atividades preocupadas com resultados de forma permanente, ou seja, que não degrade, que mantenha todas as pessoas no local de trabalho com condições humanas de vida, com cidadania”.

Outra percepção encontrada que envolve várias dimensões, se comparada com as anteriores, é citada pelo entrevistado 2352: “O desenvolvimento local sustentável é uma questão fundamental em que o local cria a produção e também a base de comercialização das atividades profissionais, … , cria recursos, um retorno da atividade que sustenta em todas as dimensões o local, como também em particular em toda família, todo estabelecimento ou entidades locais”. “… que todo mundo se entrose no global, e esse conjunto crie condições para que o global possa existir, não só existir como desenvolver,

49 Entrevista quantitativa oral e gravada. CALEGARO, Cristina Fiorin. Desenvolvimento local sustentável. Entre-Ijuís, 2009-10. Pesquisa de campo do Mestrado em Desenvolvimento – UNIJUI. Entrevista concedida a Cristina Fiorin Calegaro.

50 Idem 51 Idem. 52 Idem.

ampliar, aperfeiçoar e fazer sua história”. O que chama atenção é que este ator social, no final, não foca mais em uma do que em outra dimensão, apesar de ter citado a produção e comercialização das atividades profissionais primeiramente, procura considerar o todo, o global.

Essa visão de comunidade para o desenvolvimento local sustentável também está presente no entrevistado 2953: “… envolve toda a comunidade. Uma participação de toda a comunidade em torno de nós assegurarmos e mantermos a sustentabilidade do nosso município e da nossa comunidade, envolvendo desde a parte de industrial, comercial, educacional, as próprias leis municipais,… que encontre junto a comunidade os clamores dela em relação ao próprio desenvolvimento do município”.

Os entrevistados 25 e 26 e 2754 reafirmam as condições locais de dependência da agricultura e comércio (setor primário e terciário), citando, respectivamente: “Desenvolvimento local sustentável é essa maneira que hoje tem como a Agricultura Familiar, essa maneira de conseguir vender… no próprio município”, “Acredito que seja o grau de produção do município em termos de agricultura, de comércio, de indústria, e a arrecadação que todo esse conjunto traz de retorno ao município” e “Desenvolvimento local sustentável é onde a família tem pra sobrevivência da família e o que sobra, o excedente, pra eles venderem e reverter em lucros na propriedade”. Esses atores sociais também confirmam a herança histórica do desenvolvimento como sinônimo de crescimento econômico, mesmo que seja em pequena escala, como é o caso da agricultura familiar.

A figura 12 expõe os indicadores da Dimensão Ambiental que são desconhecidos para os atores sociais, ou seja, não conhecem a informação ou o termo do item, além dos que não tiveram respostas, para os 35 entrevistados: 01 Emissões de origem antrópica dos gases associados ao Efeito Estufa; 10 Desertificação; 12 Balneabilidade; 18 Espécies invasoras. O fato curioso desses dados é que, mesmo o município sendo considerado como agrícola, alguns dos atores sociais desconhecem termos ligados a essa realidade, como é o caso dos termos “desertificação”, “balneabilidade” e “espécies invasoras”.

53 Entrevista quantitativa oral e gravada. CALEGARO, Cristina Fiorin. Desenvolvimento local sustentável. Entre-Ijuís, 2009-10. Pesquisa de campo do Mestrado em Desenvolvimento – UNIJUI. Entrevista concedida a Cristina Fiorin Calegaro.

Figura 12: Indicadores da Dimensão Ambiental d) Desconhecidos, e) Sem Resposta em 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

Outra dimensão constante da pesquisa quantitativa é a Social. A figura 13, com os gráficos a) Disponíveis, b) Utilizados e c) Relevantes para os 35 entrevistados do município estudado. No eixo X constam os indicadores do número 24 ao 42, citados em legenda subsequente a figura 13.

24 Taxa de crescimento da população 25 Taxa de fecundidade 26 População e terras indígenas 27 Índice de Gini da 28 Taxa de desocupação distribuição de 29 Rendimento familiar per capita rendimento

30 Rendimento médio mensal 31 Esperança de vida ao nascer 32 Taxa de mortalidade infantil 33 Prevalência de desnutrição total

34 Imunização contra doenças infecciosas 35 Oferta de serviços básicos de saúde Infantis 36 Doenças relacionadas ao

37 Taxa de escolarização saneamento ambiental inadequado 38 Taxa de alfabetização 39 Escolaridade

40 Adequação de moradia 41 Coeficiente de mortalidade 42 Coeficiente de mortalidade por homicídios por acidentes de transporte

Figura 13: Indicadores da Dimensão Social a) Disponíveis, b) Utilizados e c) Relevantes em 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

Na opinião dos entrevistados, os indicadores da Dimensão Social estão mais disponíveis, são mais utilizados e relevantes, se comparados com a Dimensão Ambiental. Isso é compreensível, pois as questões ligadas à educação e saúde geralmente são mais prioritárias do que as questões ambientais para administrações públicas, principalmente se for considerado que, historicamente, as administrações públicas brasileiras, geralmente desenvolvem práticas com um viés assistencialista, ou seja, o foco maior é na área social, mesmo que seja feito com políticas públicas de caráter assistencialista, sem enfocar objetivos verdadeiramente formadores e libertadores (KLIKSBERG, 2001; SACHS, 1994).

Na figura 14, com os gráficos d) Desconhecidos e e) Sem Resposta da Dimensão Social, está em destaque o indicador, 27 Índice de Gini55 da distribuição de rendimento. Este é o mais citado pelos três grupos como sendo desconhecido.

Figura 14: Indicadores da Dimensão Social d) Desconhecidos e e) Sem Resposta 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

A figura 15 corresponde aos gráficos a) Disponíveis, b) Utilizados, c) Relevantes na Dimensão Econômica, para os 35 entrevistados no município estudado. No eixo X estão os 12 indicadores dessa dimensão dos IDS do IBGE (2008), dispostos em legenda subsequente à respectiva figura.

55Coeficiente de Gini é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, e publicada no documento "Variabilità e mutabilità" (italiano: "variabilidade e mutabilidade"), em 1912 É comumente utilizada para calcular a desigualdade de distribuição de renda mas pode ser usada para qualquer distribuição. Ele consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa tem toda a renda, e as demais nada têm). Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_Gini>. Acesso em 18 jul 2010.

43 Produto Interno Bruto per capita 44 Taxa de investimento 45 Balança comercial 46 Grau de endividamento 47 Consumo de energia per capita 48 Intensidade energética 49 Participação de fontes renováveis 50 Consumo mineral per capita na oferta de energia 51 Vida útil das reservas minerais 52 Reciclagem 53 Coleta seletiva

54 Rejeitos radioativos: geração e armazenamento

Figura 15: Indicadores da Dimensão Econômica a) Disponíveis, b) Utilizados, c) Relevantes em 35 entrevistados no município de Entre-Ijuís, RS – 2009/10

Na figura 15, sobre Dimensão Econômica, chama atenção o gráfico c), onde a maioria dos entrevistados considera relevante tais indicadores, com exceção do 50 e 51 que são itens menos diretamente ligados à realidade local. Os indicadores 52 e 53 estão em destaque, mas deve ficar claro que a reciclagem, de forma efetiva, não é uma realidade atualmente implementada. Ela já aconteceu, mas hoje está desativada. E a coleta seletiva também não pode ser considerada uma prática adequada, já que a maioria da população não realiza isso em

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