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Vários objetivos são alcançados na educação de crianças com autismo. Mas muitos comportamentos que crianças “normais” aprendem por conta própria por meio da interação com outras pessoas necessitam ser ensinados de maneira mais específica para crianças autistas.

Linguagem, responsabilidade social e capacidade adaptativa são alguns dos objetivos que frequentemente devem ser traçados e desenvolvidos com as crianças autistas e que não fazem parte de um programa de educação para crianças “normais”. A maioria dos programas educacionais para crianças autistas, podem até ser diferente em algumas áreas, mas normalmente dividem mais ou menos os mesmos objetivos, tais como: desenvolvimento social e cognitivo, comunicação verbal ou não verbal, capacidade de adaptação e resolução de comportamentos atípicos e indesejáveis. Muitas dessas áreas de interesse para serem trabalhadas com as crianças autistas se sobrepõem e os programas e objetivos educacionais variam à medida que a criança se desenvolve. Os problemas mentais são um agravante para o processo de aprendizagem, pois esses problemas estão presentes em muitos casos, em pelo menos dois terços das crianças autistas.

Déficits cognitivos, apesar de não serem características básicas no diagnóstico de autistas, possuem um papel muito importante em termos de prognóstico dessas crianças. Alguns estudos apresentam que testes de capacidade cognitiva, principalmente, o QI verbal, apresentam um fator preditivo em relação à possibilidade de vida independente na idade adulta. O QI não verbal ou de execução, assim como

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a presença de linguagem comunicativa é um importante fator prognóstico.

É de se esperar que funções que exigem mais habilidades verbais sejam mais gravemente afetadas, enquanto as habilidades não verbais, como exames de blocos e organização espacial, tenham um melhor desempenho, ou estejam menos comprometidos.

As intervenções comportamentais e educacionais são extremamente necessárias no manejo do sujeito autista. Um grande número de métodos tem sido descrito, mas apenas uma pequena parte desses métodos foram pesquisados e validados. Portanto, muitos deles têm sido usados mesmo sem grandes comprovações de sua eficácia, tendo poucos dados capazes de verificar cientificamente sua utilidade.

Porém o fato de que algumas dessas intervenções não tiveram seus dados confirmados por pesquisas não significa que sejam ineficientes, mas somente que sua possível eficácia não foi confirmada por métodos objetivos.

A maioria dos métodos de ensino e tratamento pode ser dividida em três grandes grupos: os que usam modelos de análise aplicada do comportamento; os que são embasados em teorias de desenvolvimento; e aqueles que são fundamentados em teorias de ensino estruturado.

A terapia de Análise Aplicada de Comportamento, conhecida pela sigla em inglês ABA, faz uso de princípios fundamentais de teoria da aprendizagem para beneficiar comportamentos em pessoas sem capacidades socialmente significativas. Um elemento essencial de análise experimental de comportamento foi apresentado por Skinner, em 1938, baseando-se em estudos e análise de comportamento animal e humano. Esses estudos levaram a conclusão de que o comportamento é uma função de suas consequências. A hipótese primária da ABA é de que se alguns dos

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elementos essenciais são alterados, uma mudança comportamental pode ser obtida. Tais mudanças podem originar alterações comportamentais tanto positivas quanto negativas.

Para alguns, a hipótese de que o comportamento humano pode ser controlado ou alterado, assim como o comportamento animal pode parecer simplista. No entanto, as pesquisas confirmam a utilização de práticas de análise aplicada de comportamento no tratamento de crianças autistas.

Nessa terapia comportamental o objetivo principal é a conduta observada na criança, que nos permite entender como o sujeito aprende um padrão de comportamento que lhe propicia reforços e que leva a alguma forma de resposta. Crianças com autismo normalmente obtêm algum tipo de resposta ou reforço por meio de comportamentos inadequados, assim comportamentos mais socialmente apropriados podem ser aprendidos por meio de reforço. Esses devem ser oferecidos rápidos e frequentemente de tal modo que aumentem o valor de comportamentos novos e mais adaptados socialmente.

Diferentes das intervenções comportamentais tradicionais, os métodos focados mais no desenvolvimento enfatizam o processo fundamental de desenvolvimento, como referência social e autopredileção, e serviram e servem como base para um crescimento emocional, social e cognitivo.

Os métodos que usam as teorias do desenvolvimento são os chamados Floor Time e o de intervenções de Desenvolvimento de Relações são conhecidos pela sigla em inglês RDI.

Floor Time foi apresentado por Stanley Greenspan, usa o modelo no qual os pais ou terapeutas tentam fazer o que a criança está fazendo para, a partir daí, poder melhorar as capacidades sociais, de comunicação e emocionais das crianças autistas.

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Greenspan diz que crianças autistas teriam um déficit de processamento que interferiria com a conexão entre afeto e intenção e que comprometeria capacidades de planejamento motor, processamento auditivo e capacidade de comunicação. Capacidades básicas que são desenvolvidas incluem atenção e intensidade afetiva; comunicação gestual, comunicação social e resolução de problemas; uso de símbolos de ideias e o uso lógico e abstrato de ideias.

Os princípios de Ensino Estruturado foram estabelecidos por Schopler e colaboradores na divisão TEACCH, na Carolina do Norte. Combina estratégias cognitivas e comportamentais, com ênfase em procedimentos com base em reforço para modificação de comportamento e em propiciar intervenções para déficits de habilidades que possam estar subjacentes a comportamentos inapropriados. Esse programa parte do princípio de que crianças com autismo têm uma interação diferente de crianças típicas e que o entendimento dessas diferenças proporciona a criação de programas para melhorar o seu potencial de aprendizagem. O programa tenta enfocar as capacidades visoperceptivas de crianças com autismo e tem um papel importante no desenvolvimento de medidas diagnósticas que usam métodos de integração, bem como na proliferação dos sistemas visuais para essa população especial. Pelo menos um estudo demonstrou benefícios no desenvolvimento de pré- escolares que recebem instruções com base no método TEACCH em casa, quando comparados com um grupo-controle (ROTTA, 2006, p. 431).

Toda criança autista é capaz de aprender, cada uma a sua maneira, desde que cada uma receba o seu programa de tratamento individualizado e com ações intensivas. Esses programas têm que se repetir na escola, em casa e na sociedade.

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