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Introdução e utilização das redes sociais na rotina jornalística

II PARTE – ESTUDO EMPÍRICO

4. Metodologia e Procedimentos

5.2. Introdução e utilização das redes sociais na rotina jornalística

A introdução das redes sociais na rotina jornalística fez-se de uma maneira natural, mas essencialmente progressiva segundo os entrevistados tanto da Beira Interior como da Zona Oeste.

De uma maneira geral, a introdução das redes sociais na rotina jornalística fez-se de duas maneiras: de um lado para promover o próprio órgão de comunicação social, através da criação e consequente divulgação de páginas no Facebook, que todos os órgãos incluídos no estudo apresentam. E a existência dessa página é muito associada à promoção, como refere um jornalista do Jornal do Fundão (Beira Interior) esta ferramenta permite que exista mais uma forma do jornal chegar mais longe, apesar de ser um jornal regional consegue chegar até aos emigrantes portugueses por exemplo. E mais facilmente consegue também chegar ao resto do país, algo que antes da introdução das redes sociais era mais complicado de acontecer. Por outro lado, o aparecimento das redes sociais no meio jornalístico também fez com que os jornalistas de cada órgão pudessem receber um maior e mais imediato feedback em relação ao seu trabalho, muito pelo facto do Facebook permitir uma instantaneidade de comentários, partilhas e gostos. Dessa maneira, é mais fácil para os jornalistas do órgão perceber qual o desempenho do jornal e o que mais interessa ler ou saber mais sobre.

Enquanto que na Beira Interior há uma maior preocupação em não ceder completamente às redes sociais, na Zona Oeste a situação é encarada com normalidade e sem preocupações de maior, isto é, os jornalistas da zona Oeste mencionam que é completamente normal que os jornalistas tenham de se adaptar a esta nova realidade e que uma análise diária de várias páginas de Facebook se torne uma rotina nas redações regionais. Como foi referido anteriormente, as redes sociais são encaradas pelos jornalistas regionais como mais uma ferramenta de trabalho, mas não a mais essencial, pois o que continua a ser imprescindível é o trabalho jornalístico de confirmação da informação. “As redes sociais são mais uma janela para olhar para o que nos rodeia, não mais importante do que as outras”, frase proferida por um jornalista do Notícias da Covilhã (Beira Interior) que demonstra bem como é que estes jornalistas estão a encarar a introdução das redes sociais no seu dia-a-dia de trabalho.

Por outro lado, na Zona Oeste, um jornalista da Região de Cister relatou que “com o reforço da aposta do site do jornal há uma rotina muito mais rigorosa e trabalhosa nas redes sociais, e sabemos que 80% do nosso tráfego provém das redes sociais.” Assim sendo, pode entender-se que a migração dos jornais para o online, algo que também aconteceu com os jornais regionais, fez com que, automaticamente, estes tivessem de também entrar no mundo das redes sociais, como se fossem um complemento para o site. As notícias escritas no online são partilhadas na

página de Facebook do próprio jornal através de uma hiperligação e é a partir daí que as pessoas acedem mais às notícias. Portanto, as redes sociais são um importante utensílio para que as pessoas cheguem aos sites dos jornais que querem ler.

De uma maneira geral esta introdução decorre de “forma natural e progressiva, à medida que as pessoas fora e dentro do jornal começaram a relacionar-se através do Facebook, abrindo páginas pessoais ou de organização”, como foi declarado pela redação do Reconquista (Beira Interior).

Quanto à utilização destas redes sociais esta acontece diariamente pelos jornalistas tanto da Beira Interior como da Zona Oeste, apesar de nesta zona ainda haver um jornalista que refere que utiliza muito pouco. Mas na análise geral a utilização das redes sociais é diária, seja para procurar informação, estabelecer contatos ou para divulgar conteúdos noticiosos.

O Facebook, por exemplo, é tido pelos jornalistas entrevistados como uma ferramenta mais rápida para chegar ao contacto dos possíveis entrevistados. “Agiliza a marcação de trabalhos” refere um jornalista do Notícias da Covilhã (Beira Interior). Mas, também são utilizadas para verificar que informação é transmitida nas mais variadas páginas e se alguma dela é passível de ser analisada e também confirmada e trabalhada pelo jornalista, como refere um jornalista do Fórum Covilhã (Beira Interior): “utilizamos as redes sociais diariamente para verificarmos a informação que nela é veiculada, para que depois possamos comprovar a sua veracidade para depois ser transmitida na edição impressa do periódico”.

Tal como um dos jornalistas da Zona Oeste refere, por parte do Região de Cister: “Utilizo para recolha de informação, contactos diretos com fontes e divulgação do nosso trabalho”.

Na Beira Interior há um jornal que utiliza as redes sociais de outra forma mais veemente, é o caso do Jornal de Belmonte, por ainda não ter um espaço físico que sirva de redação, os jornalistas deste órgão de comunicação utilizam as redes sociais como uma forma de comunicarem entre si e conseguirem fazer o seu trabalho à distância. Para este jornal, a utilização das redes sociais como uma ferramenta de trabalho é essencial, como refere um dos seus jornalistas: “as redes sociais servem para uma gestão da redação, distribuição de notícias, orientação na redação das mesmas, relatórios de entrega de notícias são alguns pontos com os quais usamos as redes sociais”. Por se tratar de um jornal recente, criado no ano de 2015, é compreensível que este seja um órgão de comunicação social com maior tendência para a utilização das noas tecnologias e, neste caso em concreto, das redes sociais, uma vez que é algo que está bastante globalizado e intrínseco na sociedade.

Em todos os jornais, sem exceção, as fontes de informação provenientes das redes sociais foram encaradas com sendo, principalmente, um meio para chegar à informação, e não uma fonte em si. Apesar de não retirarem essa hipóteses por completo, admitem que as encaram mais como

um meio para chegar ao contacto com alguém, mas que, posteriormente, esse contacto é efetuado, a maioria das vezes e preferencialmente, cara-a-cara. Um jornalista do Jornal de Belmonte (Beira Interior) resume aquilo que os jornalistas das duas regiões sentem quanto a esta situação: “É um misto das duas. São fontes de informação porque podem chegar primeiro a um acontecimento do que nós e anunciaram algo em primeira mão que poderemos ter que noticiar, ou não. Mas são também meios para se chegar às fontes, na medida em que, com o que é apresentado nas redes sociais, pode ser feito um trabalho de pesquisa mais abrangente para se chegar a mais resultados”.

5.3. Alterações provenientes da introdução das redes sociais nas