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5 METODOLOGIA

5.1 INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA: ESTUDO DE CASO

Considerado os objetivos propostos, esta pesquisa consistiu na análise dos processos de ensino de Teclado do curso de Música a distância da Universidade de Brasília. Buscaram-se, então, as concepções de ensino das disciplinas de teclado a distância, desde o planejamento até a aplicação das mesmas, por meio da perspectiva dos docentes que atuaram como professores pesquisadores das disciplinas, assim como a utilização das tecnologias da informação e comunicação na docência virtual. Portanto, ponderou-se que esta pesquisa é um estudo de caso sobre o ensino de teclado do curso de licenciatura em Música a distância da UnB, por meio da perspectiva dos professores entrevistados, e insere-se, também, na qualidade de uma investigação de natureza qualitativa, pois os dados emergem para se conhecer e compreender uma situação específica, por meio de experiências íntimas, em um determinado momento e lugar (STAKE, 2011, pp.101-102).

Bogdan & Biklen (1994, p.16) referem-se à pesquisa qualitativa como um “termo genérico” por agrupar diversos mecanismos de investigação que partilham características semelhantes. Os autores descrevem que este tipo de pesquisa compreende questões que envolvam localidades, pessoas, diálogos; fenômenos estes, que são estudados em seu contexto natural e em toda sua complexidade, ou seja, busca compreender os comportamentos a partir da perspectiva dos participantes investigados; sem, no entanto, enquadrar e analisar tais fenômenos dentro de uma lógica racional. Os aspectos da complexidade são descritos também por Marshall & Rossamn (1989, p.46), citados por Deslauriers & Kérisit (2008), os quais descrevem que a pesquisa qualitativa é essencial quando o objetivo é o aprofundamento de processos ou fenômenos complexo.

A pesquisa qualitativa, segundo Bauer, Gaskell & Allum (2012, p.23), lida com “interpretações das realidades sociais”, assim como é uma possibilidade de dar ao participante uma voz ativa, sem a intenção de trata-lo como um simples objeto de pesquisa. Deslauriers & Kérisit (2008) descrevem que em uma pesquisa qualitativa, por mais que houvesse a intenção de criar características próprias que a

diferenciasse de outros tipos de pesquisa, os procedimentos eram os mesmos, em que o pesquisador propõe uma questão de pesquisa, colhe as informações necessárias para respondê-la, trata e analisa os dados obtidos com o objetivo de demonstrar como os resultados permitem responder à propositura inicial; entretanto, apesar das semelhanças, não se deve pensar que tudo é do “semelhante ao mesmo”, e que o delineamento de uma pesquisa qualitativa busca aspectos que o distinguem. Uwe Flick (2009, apud GIBBS, 2009), coordenador da “Coleção Pesquisa Qualitativa”, descreve que os investigadores qualitativos visam compreender, descrever e, às vezes, explicar algum fenômeno social em seu contexto natural, para visualizar suas particularidades.

De acordo com Bogdan & Biklen (1994, pp.47-), as pesquisas qualitativas possuem cinco características: 1) o ambiente natural é a principal fonte de dados, melhor compreendida em seu contexto em que os fatos ocorrem, e o pesquisador, o principal instrumento; 2) a pesquisa é descritiva - os resultados são em formas de imagens ou palavras, analisadas criteriosamente, pois há de se convir que “nada é trivial, que tudo tem potencial pra constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objecto de pesquisa”; 3) o processo interessa mais aos pesquisadores do que propriamente os resultados, uma vez que o interesse recai sobre como as reflexões do fenômeno foram desenvolvidas; 4) as análises são indutivas, pois como a pesquisa qualitativa não visa confirmar uma hipótese, as informações formam um escopo delineadas conforme os dados emergem e são examinados; 5) o significado que os fenômenos têm, por meio da perspectiva dos participantes

De acordo com Phipps & Merisotis (1999, p.18), várias abordagens metodológicas são utilizadas em pesquisas sobre a educação a distância, dentre elas a pesquisa experimental, a descritiva, a correlacional e o estudo de caso; sendo este último, uma profunda investigação de uma “unidade” – que nesta pesquisa pode ser considerada como o ensino de teclado do curso de Música a distância da UnB.

Como uma observação mais detalhada sobre um determinado contexto, Bogdan & Biklen (1994) descrevem o estudo de caso como um funil, em que o pesquisador tem no começo de sua investigação várias informações, vários indícios,

os quais serão devidamente selecionados e explorados, de acordo com os objetivos da pesquisa. Com o conhecimento mais aprofundado do tema, as decisões tomadas serão direcionadas aos aspectos específicos do fenômeno a ser estudado, delimitando-se assim o campo de estudo, de uma fase de “exploração alargada” para “uma área mais restrita de análise dos dados” (BOGDAN & BIKLEN, 1994, p.90).

De acordo com Yin, estudo de caso envolve questões de pesquisa do tipo “como” e “por que”, de modo que o enfoque incide sobre um evento atual, sendo que o pesquisador pouco controla tal evento. Ainda segundo o autor, o estudo de caso é uma “investigação empírica” que incita a uma profunda compreensão de um determinado fenômeno atual em seu contexto, em que “os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes”, ou seja, nem sempre são “distinguíveis nas situações da vida real” (YIN, 2010, p.39-40). Ou seja, a utilização do estudo de caso evidencia-se quando se deseja compreender um fenômeno da vida, em maior profundidade, de modo que tal compreensão abarcasse condições contextualizadas as quais são pertinentes ao fenômeno estudado (YIN, 2010). De acordo com o autor, Para a coleta dos dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada. De acordo com Yin (2010), a entrevista é uma das fontes mais importantes de informações para o estudo de caso, de modo que as conversas fluam naturalmente, evitando-se assim as estruturas rígidas.