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Definidas que são as matérias de incidência concreta do imposto do selo não deixou

a lei, igualmente, de estabelecer as isenções para determinados casos281.

Porém, este capitulo compreende dois títulos: o de «outras isenções», anexo à Tabela Geral do imposto do selo, e que dele faz parte integrante e o de «isenções diversas»,

de natureza pessoal e real, concedida por diplomas especiais282.

10. 1. Outras isenções

Além de isenções especialmente estabelecidas nas diversas verbas, a Tabela criou um titulo, designando-o de outras isenções e considerou isentos do selo:

I – Os atos de constituição e funcionamento das sociedades cooperativas formadas por

sócios de associações de classe só dos operários;

II – Os atos relativos aos estabelecimentos de escolas;

III – Os atestados, certidões e informações de funcionários públicos, para satisfação de

requisição de autoridades e estações oficiais;

IV – Os diplomas de aprovação ou confirmação dos estatutos das sociedades ou

estabelecimentos de beneficência e os recibos passados pelas mesmas sociedades ou

281 Cf. Esmeralda Nascimento e Márcia Trabulo, o imposto municipal sobre imóveis notas práticas, Almedina, janeiro de 2004, p.39.

282 A isenção é uma das formas de concessão do beneficio fiscal e que se carateriza por determinar um desagravamento de carga fiscal sobre determinadas atos, documentos, situações e contribuintes. Porém, suscitam a questão de segurança jurídica e tutela de expetativas dos contribuintes doutro lado criam a situação de redistribuição de carga global, aliviando os respetivos beneficiários sobrecarregando os demais. Tal como os demais elementos essenciais do imposto a criação de isenções do selo obedece ao principio da legalidade e de reserva absoluta de lei, nos termos da alínea d) do artigo 86º da Constituição.

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estabelecimentos, sem exclusão dos relativos as joias e quotização periódica dos respetivos sócios;

V – Os documentos de serviços de socorros e náufragos;

VI – Os processos eleitorais que dizem respeito a apresentação de declarações,

documentos, requerimentos, protestos e contraprotestos, os reconhecimentos dos notários e todos os demais atos praticados pela assembleia de apuramento;

VII- Orçamentos, contas e demais papeis de gerência dos órgãos de administração

local, organismos autónomos do Estado e instituições de beneficência, as guias juntas a requerimento respeitante a qualquer restituição das citadas entidades, com exclusão das que respeitam aos serviços autónomos dependentes dos mesmos órgãos, como os de fornecimento de agua, energia elétrica;

VIII – Os Processos e atos de aforamento dos terrenos do Estado incluindo dos órgãos

de administração local;

IX – Os processos e atos de alienação de baldios;

X – Os processos e papeis nos casamentos indigentes, incluindo os requerimentos e os

reconhecimentos feitos pelos notários;

XI – Os requerimentos e documentos necessários para serem admitidos nos asilos,

creches, reformatórios e outros estabelecimentos de beneficência, os menores pobres, incluindo os reconhecimentos notariais;

XII – Os documentos exigidos pelos montepios, caixas de aposentações e cheques da

caixa económica postal ou de outros estabelecimentos de auxílios para instruir as suas transações;

XIII – Os requerimentos, reclamações, recursos, documentos e os reconhecimentos

notariais de todos atos nos processos relativos a qualquer operação de recrutamento em qualquer dos ramos das forças armadas;

XIV – As licenças concedidas aos empregados e funcionários de administração e dos

107 XV – Os livros de escrituração, recibos e quotizações periódicas e joias de sócios e os

recibos passados pelos sócios, pensionistas ou beneficiários das associações de socorros mútuos;

XVI – Os primeiros contratos de alienação, aforamento e arrendamento de baldios e

terrenos incultos;

XVII – Os processos judiciais, administrativos e fiscais em que forem interessados os

órgãos da administração local, casas pias e instituições de beneficência aprovados pelo governo. Esta isenção abrange os requerimentos, certidões e mais documentos que sejam pedidos e passados para fazerem prova nos processos, bem como a publicação no boletim oficial;

XVIII – Os recibos, quando exigido pelas partes, passados por funcionários ou órgãos

de administração local, de importâncias destinadas a preparos para a passagem de certidões ou quaisquer outros documentos;

XIX – Os recibos passados, e bem assim a cópia das contas e todo o serviço avulso dos

notários incluindo de abertura de sinais;

XX – Os recibos das importâncias a que respeitam as ordens de pagamento para

legalizar a saída das mesmas importâncias, as quais, em virtude de lei ou contratos tenham de encontrar-se pagamentos ao Estado, e bem assim os das que o Tesouro tem de entregar aos bancos, companhias, corretores ou outras entidades desde que se trate de operações realizadas por conta e interesse do Estado ou para legalização da escrita das receitas e despesas públicas;

XXI – Os livros de escrituração e mais documentos e papeis de todas as sociedades

cooperativas, fundadas de harmonia com os processos legais, reconhecidos pelo governo como exercendo uma função económica de utilidade pública;

XXII – Os documentos necessários para instruir processos de reclamação de créditos

até os 30. 000 FCFA;

XXIII – Os diplomas de aprovação ou de alteração de estatutos das associações de

108 XXIV – Os livros de receita e despesas e de termos de deliberação ou eleição de

associação de socorros mútuos, instituições de beneficência, hospitais e casas de saúde ou quaisquer outros estabelecimentos de beneficência autorizados pelo governo;

XXV – Todos os documentos necessários a constituição, ou os diplomas incluindo as

escrituras da constituição ou modificação dos estatutos das associações agrícolas;

XXVI – Todos os documentos, atos e contratos e processos destinados a operações de

credito para obra de irrigação ou drenagem;

XXVII – Os documentos, atos e contratos em que intervenha o governo pelos quais lhe

compete o pagamento do imposto do selo, e bem assim os atos ou contratos de aquisição, troca ou permuta de bens e direitos imobiliários em que o governo intervenha igualmente;

XXVIII – Os processos de contas dos exatores de fazenda e dos responsáveis por

quaisquer bens do Estado, quer do domínio público quer do domínio privado, e bem assim os documentos necessários à sua organização incluindo os respetivos autos ou termos de entrega, de transcrição, balanço ou conferência;

XXIX – O exequátur nos diplomas de cônsules e vices em territórios da Guiné-Bissau,

de nações que, pelos respetivos tratados, gozem de isenção;

XXX – As certidões exigidas aos desempregados pelas seções de desemprego e trabalho,

para comprovação do seu trabalho anterior e os documentos que digam respeito aos funcionários das mesmas seções;

XXXI – Os recibos das importâncias provenientes dos rendimentos telefónicos

entregues pelas estações dos Estado as estações de cabo submarino e de telegrafia sem fios estabelecidas no país, quando essas quantias representem entregas provisorias destinadas a ulteriores, liquidações de contas com administrações telefónicas nacionais ou estrangeiras;

XXXII – Os contratos de arrendamentos para exploração agrícolas ou construção de

moradias, quando a renda for igual ou inferior a 30.000 FCFA;

XXXIII – Os requerimentos, certidões de óbitos, certidões de casamento e de

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habilitação administrativa dos herdeiros dos vencimentos dos funcionários e pensionistas do Estado, quando os créditos reclamados não excedem os 30.000 FCFA;

XXXIV – Os requerimentos, documentos e mais atos relativos a repartição de

emigrantes a expensas do Estado;

XXXV – Os alvarás ou diplomas de nomeação ou exercício de funções públicas

obrigatórias, não remunerada por qualquer forma;

XXXVI – As representações ou requisições individuais ou coletivas, a qualquer

autoridade, sobre objetivo de interesse público;

XXXVII – Os processos de extinção e levantamento de cauções dos exatores de Fazenda; XXXVIII – O pedido de bilhete de identidade, o reconhecimento de assinatura do

requerente e das testemunhas abonatórias das identidades destes, a certidão de nascimento e todos os demais documentos necessários a instrução do pedido do mesmo bilhete;

10.2. Isenções diversas

No titulo «isenções diversas», concedidas por diplomas especiais, temos desde logo o artigo 2º do C.C.J, que considera isentos de custas e consequentemente do selo, o Estado e seus corpos administrativos; as pessoas coletivas de utilidade publica administrativa; o Ministério Público e outras entidades assim declaradas por lei especial.

Igualmente, o artigo 393º do código do registo civil, considera isentos do pagamento de emolumentos e selo, os atos de registos e processos que lhes respeitam, os documentos necessários ao processo de suprimento destes atos, os requerimentos de certidões para fins quaisquer e indivíduos que provem a sua indigência.

E o artigo 200º do código do notário que é isento de custas o notário recorrido, ainda que o recurso haja sido julgado procedente, salvo quando se prove que agiu com dolo ou contra disposição expressa na lei.

De sublinhar que dessas isenções umas são subjetivas como aquelas que beneficiam o Estado, as autarquias locais, as pessoas coletivas de utilidade pública e de utilidade pública administrativa, as representações diplomáticas, as cooperativas etc.

110 Porém, a maioria parte, são objetivas de entre elas as respeitantes a documentos relativos a processos eleitorais, a arrendamentos rurais, a atestados diversos, a processos dos militares, a processos de expropriação, a esmolas e subsídios, a títulos de anulação de contribuições, a divida publica etc.

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